Estas duas produções separadas por quase quarenta anos, utilizam como cenário o tribunal criado pelos aliados (principalmente americanos e ingleses) em Nuremberg na Alemanha, para julgar os nazistas considerados criminosos de guerra, porém os longas mostram julgamentos diferentes. O original de 1961 foca no julgamento de quatro juízes ligados ao Partido Nazista e a versão para a tv produzida em 2000, mostra o julgamento da alta cúpula nazista que sobreviveu ao final da guerra.
Julgamento em Nuremberg (Judgement at
Nuremberg, EUA, 1961) – Nota 9
Direção – Stanley Kramer
Elenco –
Spencer Tracy, Burt Lancaster, Richard Widmark, Marlene Dietrich, Maximilian
Schell, Judy Garland, Montgomery Clift, William Shatner, Werner Klemperer,
Kenneth MacKenna, Edward Binns.
Em 1948 os aliados criaram um tribunal em Nuremberg para
julgar nazistas criminosos de guerra. Neste contexto, o juiz aposentado Dan
Haywood (Spencer Tracy) é convidado para comandar um importante julgamento de
quatro juízes alemães que teriam colaborado com os nazistas e condenado
injustamente a morte milhares de pessoas. Tentando entender o que realmente
aconteceu e até que ponto a população alemã sabia das atrocidades cometidas
pelos nazistas, Dan procura se manter imparcial no embate no tribunal entre o
promotor americano coronel Ted Lawson (Richard Widmark) e o brilhante advogado
alemão Hans Rolfe (Maximilian Schell).
Hans defende o juiz alemão Dr. Ernst
Janning (Burt Lancaster), considerado um sujeito brilhante em sua profissão, que supreendeu
muitas pessoas quando aceitou se aliar aos nazistas. Durante boa parte do
julgamento o Dr. Janning fica calado, porém quando resolve dar seu depoimento
temos um dos grandes momentos do filme, que são vários por sinal. O momento
mais chocante são os filmes que mostram quando os campos de concentração foram
libertados e milhares de corpos empilhados foram descobertos.
Vale destacar
ainda os depoimentos de Montgomery Clift como um sujeito que foi esterelizado
em virtude de seu pai ser comunista e de Judy Garland em um dos seus últimos papéis.
Com trinta e nove anos na época, ela interpreta uma sofrida mulher que fora
julgada por sua relação com um judeu e nem de longe lembrava a garotinha
adorável do clássico “O Mágico de Oz”.
O elenco é fantástico, além de Clift e
Garland que concorreram ao Oscar de Coadjuvantes, Spencer Tracy concorreu a
Melhor Ator e perdeu para seu colega de filme, o austríaco Maximilian Schell,
sem contar ainda Burt Lancaster muito bem como o nazista arrependido e o mito
Marlene Dietrich como a víuva de um oficial nazista. No total, o filme concorreu
a onze prêmios Oscar e venceu dois, além de Schell, venceu também o de roteiro.
Finalizando, mesmo não sendo surpreendente nos dias de hoje, após tantos do
Holocausto, este longa do diretor Stanley Kramer (“Deu a Louca no Mundo” e “Adivinhe
Quem Vem Para Jantar”, protagonizados também com Spencer Tracy) ainda emociona ao
debater os horrores da guerra.
O Julgamento de Nuremberg (Nuremberg, EUA / Canadá, 2000) –
Nota 7
Direção –
Yves Simoneau
Elenco –
Alec Baldwin, Jill Hennessy, Brian Cox, Christopher Plummer, Herbert Knaup, Len
Cariou, Matt Craven, Michael Ironside, Colm Feore, Charlotte Gainsbourg, Robert
Joy, Scott Gibson, Max Von Sydow.
Esta produção para a tv é uma versão do julgamento de parte
da alta cúpula nazista após o final da Segunda Guerra. Alec Baldwin é o
promotor americano Robert Jackson encarregado de liderar a acusação contra os
criminosos nazistas. O longa mostra desde a escolha do local do julgamento, a
análise de uma lista dos nazistas que seriam julgados, tendo sido escolhidos de
acordo com a importância deles na guerra, passando por provas e testemunhos do
Holocausto, finalizando com a execução daqueles que foram considerados culpados.
O desenrolar da história é frio e didático, com poucos momentos de emoção,
destacando a cena em que um filme verdadeiro com cenas de campos de
concentração é mostrado no julgamento e principalmente a atuação de Brian Cox
como Herman Goring, o primeiro homem abaixo de Hitler. Cox cria uma sujeito
inteligente, cínico e manipulador, que acredita nos seus ideais e na lealdade a
Hitler até a morte.
Algumas tramas paralelas são mal inseridas, como a disputa
entre o personagem de Baldwin e o juiz americano Biddle interpretado por Len
Cariou e o caso de amor com sua secretária, a bela Jill Hennessy de “Crossing
Jordan”.
Outra interessantre atuação é a do alemão Herbert Knaup como Albert
Speer, um dos ministros mais poderosos aliados de Hitler, que tenta mostrar
todo seu remorso pela participação no absurdo daquela guerra.
Vale a sessão para
quem gosta do tema e quer saber um pouco mais sobre este julgamento que tinha
como objetivo servir como um exemplo de justiça.
6 comentários:
Certamento que os filmes sao bons mas eu ja estou cansado de filmes sobre nazis.....
1 abraço
Não vi a refilmagem, mas o de 61 é mesmo clássico. Gosto muito do filme, da tensão do julgamento, do elenco. Um clássico dos filmes de tribunal.
bjs
Só assisti o primeiro, muito bom por sinal.
Gonga - O tema já rendeu diversos grandes filmes.
Amanda - O de 1961 é ótimo, principalmente pelo ótimo elenco.
Celo - A versão de 2000 é apenas razoável.
Abraço
Gosto muito da versão de 1961, mas não conhecia a de 2000. Maximilian Schell e <ontgomery Clift estão simplesmente fantásticso no filme.
Abraços!
Lê - O filme de 1961 é um clássico absoluto, já esta versão de 2000 é uma produção para TV apenas mediana.
Abraço
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