domingo, 9 de outubro de 2011

Bombas - Filme ou Novela?

Acredito que esta postagem não irá agradar a todos, principalmente as pessoas que gostam de comédias românticas nacionais. Eu vejo estas produções, infelizmente como um produto das Organizações Globo para levar ao cinema o público que assiste as suas novelas na tv.


Se Eu Fosse Você (Brasil, 2006) – Nota 3
Direção – Daniel Filho
Elenco – Tony Ramos, Glória Pires, Denis Carvalho, Maria Ceiça, Carla Daniel, Ary Fontoura, Thiago Lacerda, Glória Menezes, Patrícia Pillar, Lavinia Vlasak, Danielle Winits.

Foi difícil assistir até o final está comédia irritante, para o meu gosto é claro, sobre um casal (Tony Ramos e Glória Pires) que após uma discussão trocam de corpos e precisam se adaptar a nova condição até descobrirem como voltar ao normal. Além da história seguir uma fórmula que o cinema americano esgotou ainda nos anos noventa, algumas situações vividas pelos protagonistas são constrangedoras, além do exagero das propagandas que lembram os filmes da Xuxa. Como não sou a maioria, o filme fez grande sucesso e gerou uma continuação.

Trair e Coçar é Só Começar (Brasil, 2006) – Nota 5
Direção – Moacyr Góes
Elenco – Adriana Esteves, Cássio Gabus Mendes, Bianca Byington, Ailton Graça, Márcia Cabrita, Otávio Muller, Mônica Martelli, Mário Schoemberger, Thiago Fragoso.

O peça teatral de Marcos Caruso e Jandira Martini está em cartaz em São Paulo há vinte e cinco anos com muito sucesso. Muitos acreditam que a melhor intérprete da personagem principal foi Denise Fraga, que fazia o público gargalhar com as peripécias da empregada Olímpia. Para tentar chegar a um público maior, os produtores deram o papel principal para a estrela de tv Adriana Esteves, que fica a quilômetros de distância do talento de Denise Fraga. O filme tem algumas partes engraçadas, mas para quem assistiu alguma versão da peça verá que a qualidade não é a mesma. Analisando que o diretor é Moacyr Góes, responsável por filmes da Xuxa e pelo inclassificável “Maria, Mãe do Filho de Deus”, o resultado poderia ser pior. 

Sexo, Amor e Traição (Brasil, 2004) – Nota 4
Direção – Jorge Fernando
Elenco – Malu Mader, Murilo Benício, Fábio Assunção, Alessandra Negrini, Caco Ciocler, Heloísa Perissé, Marcello Anthony, Betty Faria.

Esta refilmagem do longa mexicano “Sexo, Pudor e Lágrimas” (que eu não assisti) é um típico produto com o padrão Globo de qualidade, inclusive com a direção de Jorge Fernando. Traduzindo, elenco recheado de rostos bonitos e conhecidos, com cenários totalmente clean, todos os personagens tem profissões do momento e uma história vazia que agrada ao público noveleiro. São dois casais em crise que recebem a visita de duas outras pessoas (um homem e uma mulher) que são ex-namorados, o que complica ainda mais a situação matrimonial com as confusões causadas por ciúmes e traições. 

Mais Uma Vez Amor (Brasil, 2005) – Nota 6
Direção – Rosane Svartman
Elenco – Juliana Paes, Dan Stulbach, Christine Fernandes, Erik Marmo, Rosane Gofman, Hugo Carvana, Betty Lago, Cristina Pereira, Heitor Martinez Melo.

Rodrigo (Dan Stulbach) e Lia (Juliana Paes) se conhecem ainda jovens e perdem a virgindade juntos. Como eles são bem diferentes, acabam se separando e se reencontrando diversas vezes durante vinte e cinco anos. Ele gosta de levar uma vida comum, com emprego e amigos, enquanto ela prefere viver aventuras. O filme é baseado numa peça teatral que tenta fazer um paralelo entre a história da dupla principal com as mudanças no país (mesmo que timidamente), uma fórmula muito usada em comédias românticas americanas, como a ótima “Harry & Sally – Feitos um Para o Outro”. O resultado fica no meio termo, em parte pela falta de química do casal principal e de talento de Juliana Paes, que é linda mas fraquinha como atriz.

A Partilha (Brasil, 2001) – Nota 5
Direção – Daniel Filho
Elenco – Glória Pires, Andrea Beltrão, Lilia Cabral, Paloma Duarte, Herson Capri, Denis Carvalho, Chica Xavier, Marcello Antony.

Após a morte da mãe, suas quatro filhas se reúnem para discutir a venda do apartamento da família no bairro de Copacabana e as diferenças entre elas vem à tona. Baseado na peça de Miguel Falabella, este filme é mais um exemplo de como se fazer um produto onde todas as peças se encaixam perfeitamente para o público, ou seja, um filme repleto de clichês da pior forma possível, principalmente nas diferenças entre as irmãs, uma submissa a um marido militar, outra paz e amor, uma terceira moderninha e a última uma intelectual. O público médio adorou, mas está longe de ser cinema de qualidade.

Bossa Nova (Brasil, 2000) – Nota 5
Direção – Bruno Barreto
Elenco – Amy Irving, Antonio Fagundes, Alexandre Borges, Débora Bloch, Drica Moraes, Giovanna Antonelli, Pedro Cardoso, Rogério Cardoso, Stephen Tobolowsky.
A americana Mary Ann Simpson (Amy Irving) vive no Rio de Janeiro e trabalha dando aulas de inglês para os brasileiros, entre eles um jogador de futebol (Alexandre Borges) e uma jovem que deseja sair do país (Drica Moraes). Quando seu caminho cruza com o do advogado Pedro Paulo (Antonio Fagundes), este para tentar conquistá-la, se torna seu aluno. O filme parece ter sido encomendado pelo Ministério do Turismo para mostrar um Rio de Janeiro limpo e belo, como se estivéssemos ainda nos anos sessenta e a Bossa Nova fosse a música do momento. O roteiro vazio tenta fazer graça com as diferenças culturais e de língua entre brasileiros e americanos, além de criar uma história de amor que não convence. É um filme bonitinho, mas ordinário. 


7 comentários:

Thomás R. Boeira disse...

Dos que você citou, assisti apenas Se Eu Fosse Você e Sexo, Amor e Traição. Os dois não são grande coisa, sendo que o primeiro segue uma fórmula bem hollywoodiana, como você disse. Tento manter um pouco de distância de filmes como esses, pelo menos quando estreiam nos cinemas.

Não consigo assistir novelas. São chatas demais. Apesar de ter sentido uma diferença em termos de direção, o resto é muito ruim para fazer deste tipo de programa algo assistível.

Abraço,
Thomás
http://brazilianmovieguy.blogspot.com/

Alan Raspante disse...

Só assisti "Se eu fosse você", e olha: que filme mais escroto este, né? Horrível!

O resto, ainda bem, eu não vi.

Abs.

Silvia Freitas disse...

Eu tbm assisti apenas "Se eu fosse você', que não é lá grandes coisas mas diverte. Agora qto as novelas, não tenho mta paciência não, faz muitos anos que não acompanho uma. Mas que tem a ver o que vc falou sobre a Globo e filmes, tem sim. Gde abraço!

Dana Martins disse...

O primeiro eu assisti, até legal dentro do tipo dele. A droga é que nesse (e na maioria) do tipo eles tentam copiar os americanos. Parece que eles ou se fecham muito e vão filmar algo perdido no interior do Brasil, bem "alternativo", ou tentam fazer uma cópia que não dá muito certo.Teve um no cinema esse ano, algum nome com Pernas que tinha até uma cena praticamente igual a de um filme do tipo americano.

Clenio disse...

Tenho que confessar que assisti a todos estes filmes, mesmo porque eu assisto quase tudo que me cai às mãos...
Dentre os citados acho que "Trair e coçar" até diverte e "A partilha" (que eu assisti no teatro) serve como sessão da tarde, ainda que ambos estejam bem longe de ser cinema de qualidade.
Os outros são de dar medo...

Abraços
Clênio
www.lennysmind.blogspot.com
www.clenio-umfilmepordia.blogspot.com

Hugo disse...

Thomás - Tb não assisto novelas, apenas que estes filmes seguem a mesma cartilha, infelizmente.

Alan - Da lista eu tb considero o pior.

Silvia - Para Globo este tipo de filme é um caminho que está sendo explorado lucrar nos cinemas como o mesmo público da tv.

Dana - Este "De Pernas pro Ar" eu ainda não tive de coragem de assistir.

Clênio - Tb procuro assistir de tudo,por estes motivo que as vezes escreve especificamente sobre filmes ruins aqui no blog.

Abraço a todos

Rodrigo Mendes disse...

A Partilha eu acho bom!

Abs.