No final dos anos oitenta, o diretor polonês Krzysztof
Kieslowski filmou dez histórias baseadas nos "Dez Mandamentos" para a tv polonesa,
numa série denominada “O Decálogo”. O sucesso do trabalho fez com que ele remontasse duas destas histórias e transformasse em longa metragem, gerando
“Não Amarás” e “Não Matarás”.
Os filmes foram lançados em circuito
comercial e abriram as portas internacionais para o diretor comandar ainda quatro
filmes antes de falecer em 1996. Os longas foram “A Dupla Vida de Veronique” e
a chamada Trilogia das Cores baseada na bandeira da França, por sinal seus três maiores
sucessos, “A Liberdade é Azul”, “A Igualdade é Branca” e “A Fraternidade é
Vermelha”. Todos os seus trabalhos são dramas sensíveis, muito bem
interpretados, que tocam em temas como amor, paixão, perda e vingança.
Não Amarás (Krótik film o Milosci, Polônia, 1988) – Nota 8
Direção – Krzysztof Kieslowski
Elenco – Grazyna Szapalowska, Olaf Lubaszenko, Stefania
Iwinska.
O jovem Tomek (Olaf Lubaszenko) é um órfão que
trabalha no posto do correio e vive num apartamento com a mãe de um amigo que
está viajando. Do seu quarto ele observa com uma luneta a bela Magda (Grazyna
Szapalowska), que recebe homens em sua casa a noite e trabalha durante o dia.
O amor platônico que Tomek sente por Magda aos poucos se torna mais forte e faz com que ele interfira na vida da mulher. Tomek faz ligações e não fala nada, deixa avisos falsos para ela passar no correio apenas para vê-la e até resolve trabalhar como entregador de leite para se aproximar da amada. Quando Tomek toma coragem e se apresenta a mulher, as coisas não correm como o esperado e um turbilhão de emoções vem à tona.
Não Matarás (Krótki film o Zabijnaiu, Polônia, 1988) – Nota
8
Direção – Krzysztoff Kieslowski
Elenco –
Miroslaw Baka, Kzrysztof Globisz, Jan Tesarz.
Na Polônia dos anos oitenta, ainda sob a bandeira do
comunismo, três sujeitos tem seus destinos cruzados. O jovem Jacek (Miroslaw
Baka) anda pela cidade fazendo pequenas maldades de um modo que não chame a
atenção. O taxista Waldemar Rekowski (Jan Tesarz) é um mal caráter que destrata
os passageiros e fica observando garotas. O terceiro elo é o advogado Piotr (Kzrysztof
Globisz) que consegue a licença para advogar defendendo a tese de que a pena de
morte é cruel e não resolve o problema do crime.
O roteiro do diretor Kiesloswik
e Krzysztoff Piesewicz, seu parceiro em outros trabalhos, mostra a dureza do
Estado Totalitário em que a Polônia vivia na época, além de uma sensível
análise sobre o caráter humano. O filme tem duas sequências muitos fortes: A de
um assassinato cruel e a cena final da aplicação da pena de morte.
2 comentários:
Difícil decidir qual dos 2 é melhor, mas, seja como for, ambos comprovam a genialidade de Kieslowski, toda a gente devia ver estes filmes!
http://onarradorsubjectivo.blogspot.com/
Narrador - São dois grandes filmes, assim como toda a carreira de Kieslowski.
Abraço
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