quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Chatô

Chatô - O  Rei do Brasil (Brasil, 2015) – Nota 4
Direção – Guilherme Fontes
Elenco – Marco Ricca, Andrea Beltrão, Letícia Sabatella, Leandra Leal, Paulo Betti, Eliane Giardini, Gabriel Braga Nunes, José Lewgoy, Walmor Chagas, Zezé Polessa.

Após vinte anos de problemas com a produção, o ator e diretor Guilherme Fontes conseguiu finalizar seu “épico”. Após assistir ao filme, fiquei surpreso ao ler várias críticas positivas pela internet, com muita gente elogiando a forma como Fontes criou uma espécie de sátira ao Brasil utilizando como base a biografia de Assis Chateaubriand. 

Com meu olhar de cinéfilo, o filme chega a ser irritante. A escolha em explorar o exagero na narrativa, nas atuações e transformar a biografia em uma ficção, resulta num filme histriônico, uma comédia de absurdos sem risadas. 

Não li a biografia escrita por Fernando Morais, mas sei que Chatô foi uma figura controversa, que na minha opinião mereceria um filme sério para detalhar fatos de sua vida, assim como a forma como ele se transformou em um magnata da imprensa, suas ligações de bastidores com a elite e com o então presidente Getúlio Vargas. 

Merecidamente, o filme foi ignorado pelo público e novamente como opinião pessoal, deveria servir de exemplo para justificar o fim da Lei Rouanet. É inadmissível que exista uma lei para “bancar a cultura” em um país como o Brasil, em que não existe infraestrutura decente para atender aos serviços básicos de saúde e educação e que os trabalhadores pagam quase quarenta por cento dos seus ganhos em impostos, sem contar violência, desemprego e corrupção. 

Se eu precisar de dinheiro para montar um pequeno negócio, terei de pedir um empréstimo e pagar juros e taxas. Então, porque um produtor de cinema pode receber dinheiro público para fazer um filme? É bom citar, dinheiro da Rouanet é público, pois são impostos que deixarão de ser utilizados em prol da população.

5 comentários:

Pedrita disse...

esse filme é absolutamente incrível. foi uma grande surpresa. comentei aqui http://mataharie007.blogspot.com.br/2015/12/chato-o-rei-do-brasil.html beijos, pedrita

Pedrita disse...

ah, chatô está muito bem retratado, era um desbocado, inconveniente. exatamente como no filme. mas um gênio da comunicação, mas sempre sem escrúpulos. o filme é muito fiel ao chateaubriand.

Amanda Aouad disse...

Bom, a produção de Chatô foi uma lambança, tem muitos absurdos no percurso, mas acho que Guilherme Fontes conseguiu uma forma criativa de resolver o pepino que tinha nas mãos. Li a biografia escrita por Fernando Morais e, na verdade, o que mais me incomoda é a visão maniqueísta, sem apontar os pontos positivos de sua trajetória. Mas, acho um filme convincente. Teve pouca bilheteria e na Netflix tem tido muitas críticas negativas, mas teve algum destaque, principalmente na mídia, tanto que é indicado no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro (espero que não vença).

bjs

Liliane de Paula disse...

Não vi o filme e nem penso em assistir.
Mas li e tenho o livro que é muito bom, debochado e desbocado.

Acho um absurdo lei de incentivo a cultura para esse tipo de coisas.
Deveria ser usado para criar bibliotecas, escolas de teatros, etc.

Hugo disse...

Pedrita e Amanda - Mesmo considerando o filme isoladamente, eu não gostei. Este estilo exagerado não me agrada.

Liliane - Perfeito, uma lei deste tipo deveria ser utilizado para escolas de teatro, bibliotecas e cultura em colégios, não para artistas lucrarem.

Bjos