segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Halloween: O Início e Halloween II


Como já escrevi no blog sobre o clássico Halloween de John Carpenter, desta vez comento sobre a interessante refilmagem comandada pelo roqueiro Rob Zombie e a sua continuação apenas regular.

Halloween: O Início (Halloween, EUA, 2007) – Nota 7
Direção – Rob Zombie
Elenco – Malcolm McDowell, Scout Taylor Compton, Sheri Moon Zombie, Daeg Faerch, William Forsythe, Brad Dourif, Tyler Mane, Danielle Harris, Hanna Hall, Danny Trejo, Richard Lynch, Clint Howard, Udo Kier, Dee Wallace, Ken Foree, Sybil Danning, Sid Haig.

Esta nova versão do clássico de John Carpenter tem uma boa história e uma clima de terror B, que se é não tão bom quanto original, pelo menos é competente. O roteiro do roqueiro e diretor Rob Zombie acerta ao mostrar a infância de Michael Myers e o porquê dos seus crimes. 

A história começa acompanhando a vida de Michael (Daeg Faerch) ao dez anos, quando ele vive com sua mãe (Sheri Moon Zombie, esposa de Rob na vida real) que trabalha como stripper, sua irmã (Hanna Hall), seu padrastro bêbado (William Forsyhte) e sua irmã ainda bebê. Seu passatempo é torturar animais, até que num ataque de fúria mata um colega de escola que o inportunava e em seguida ataca a própria família. 

Michael acaba sendo levado a um sanatório onde é tratado pelo Dr. Loomis (Malcolm McDowell), sem sucesso algum. Depois a história pula quinze anos para mostrar Michael (agora vivido pelo grandalhão Tyler Mane) fugindo do sanatório e voltando para sua cidade atrás da pequena irmã que sobreviveu. 

A primeira parte do longa onde conhecemos a vida de Michael ainda criança é ótima, com o garotinho Daeg Faerch assustando o público com sua cara de psicopata, porém na parte final a história se torna previsível, seguindo a cartilha dos filmes de terror. 

Outro ponto que agradará aos cinéfilos que gostam de terror B é o elenco, que tem participações de Brad Dourif, que fez o espírito do boneco Chucky em “Brinquedo Assassino”,  Dee Wallace que trabalhou em “Quadrilha de Sádicos” e “Grito de Horror”, Sybil Danning que interpretou personagens sensuais em vários filmes de ficção dos anos oitenta como “Mercenários das Galáxias”, Ken Foree coadjuvante nos filmes de zumbi de George Romero, além de Danielle Harris que trabalhou nas partes quatro e cinco da série original. Apesar do falecido Donald Pleasence ser insubstituível como o Dr. Loomis original, aqui o estranho Malcolm McDowell também dá conta do recado.


Halloween II (Halloween II, EUA, 2009) – Nota 6
Direção – Rob Zombie
Elenco – Malcolm McDowell, Scout Taylor Compton, Sheri Moon Zombie, Tyler Mane, Brad Dourif, Danielle Harris, Howard Hesseman, Margot Kidder, Richard Riehle, Dayton Callie, Mark Boone Junior, Daniel Roebuck, Silas Weir Mitchell, Weird Al Yankovic.

Um anos após o massacre de Haddonfield, as autoridades acreditam que Michael Myers (Tyler Mane) está morto, mesmo seu corpo não sendo encontrado. Enquanto isso a irmã de Michael, Laurie Strode (Scout Taylor Compton) que hoje vive com o xerife Bracket (Brad Dourif) e sua filha Anne (Danielle Harris), sofre com pesadelos sobre o massacre dias antes da noite de Halloween. Já o Dr. Loomis (Malcolm McDowell) divulga seu novo livro onde conta detalhes de sua relação com Michael Myers, quando este era seu paciente. Em paralelo, Michael Myers que vive numa cabana no meio da floresta, começa a ter visões de sua mãe (Sheri Moon Zombi), que pede para ele buscar a irmã. 

O roqueiro Rob Zombie acertou na refilmagem do original, criando uma obra que competente, mas esta continuação peca pelo fraco roteiro, que exagera nas visões que Michael e sua irmã tem da mãe toda vestida de branco ao lado de um cavalo branco, além de desenvolver muito mal a participação do personagem Dr. Loomis. 

Os pontos positivos são a assustadora sequência inicial e as cenas de mortes extremamente violentas e sanguinárias. Apesar dos altos e baixos, vale destacar que Zombie tem potencial para se tornar um bom diretor do gênero, basta escrever ou escolher roteiros melhores. 


domingo, 30 de outubro de 2011

A Quadrilha da Mão & Rebeldes e Heróis


A Quadrilha da Mão (Band of the Hand, EUA, 1986) – Nota 7
Direção – Paul Michael Glaser
Elenco – Stephen Lang, Michael Carmine, Lauren Holly, John Cameron Mitchell, Danny Quinn, Leon, Al Shannon, James Remar, Paul Calderon, Laurence Fishburne.

Cinco jovens com histórico de violência são recrutados para um estranho projeto de reabilitação. Levados a um pântano, os jovens precisam seguir um duro treinamento comandado por um ex-veterano do Vietnã (Stephen Lang). Ao final do treinamento o grupo é enviado de volta para a cidade em uma casa num bairro repleto de traficantes, dando início a um violento confronto. 

Filme típico dos ano oitenta, recheado de cenas violentas de ação e estrelado por jovens desconhecidos na época. Destaque para as presenças de coadjuvantes que posteriormante ficaram conhecidos como James Remar e Laurence Fishburne, este quando ainda assinava como Larry. O diretor e ator Paul Michael Glaser foi astro da antiga série “Starsky & Hutch” e dirigiu também “The Running Man – O Sobrevivente” com Schwarzenegger.

Rebeldes e Heróis (Toy Soldiers, EUA, 1991) – Nota 7
Direção – Daniel Petrie
Elenco – Sean Astin, Will Wheaton, Keith Coogan, Louis Gossett Jr, Denholm Elliott, Andrew Divoff, R. Lee Ermey, Mason Adams.

Um grupo de terroristas liderados por um sujeito violento (o eterno vilão Andrew Divoff, o Mikhail de “Lost”) invade um colégio de elite para exigir como resgate dos reféns a soltura de um chefão do tráfico. Vários alunos e professores são dominados, porém o rebelde Billy (Sean Astin) consegue escapar e se esconder dentro do colégio. Conhecendo bem todo o colégio e usando a esperteza, ele ajuda a policia que cerca o local na tentativa de salvar seus amigos. 

Colocar um adolescente para enfrentar terroristas é algo absurdo, mas o interessante é que isto funciona neste filme. Não se deve levar a sério a premissa, mas sim aproveitar as boas cenas de suspense e ação que prendem a atenção até o final. 

É curioso ver Sean Astin muitos anos antes de “O Senhor do Anéis”, quando era quase astro adolescente, que havia ficado conhecido por seu papel em “Os Goonies”. Astin tem a companhia de outros dois ídolos adolescentes da época, Will Wheaton e Keith Coogan, que não conseguiram consolidar as carreiras. 

O elenco de apoio também ajuda, além do canastrão Divoff, temos o competente Louis Gosser Jr, o carrancudo R. Lee Ermey como um general e o falecido Denholm Elliott da série “Indiana Jones” como o diretor da escola.

sábado, 29 de outubro de 2011

Conversando com Deus

Conversando com Deus (Conversations with God, EUA, 2006) – Nota 5,5
Direção – Stephen Deutsch
Elenco – Henry Czerny, Vilma Silva, T. Bruce Page, Ingrid Boulting.

Neale Donald Walsch (Henry Czerny) sofre um acidente e por ficar afastado acaba perdendo o emprego. Neale não consegue um novo trabalho e sua vida desmorona quando é despejado do apartamento onde mora por não ter como pagar o aluguel. Ele passa a morar numa barraca em um parque público, onde faz amizade com outras pessoas sem teto e sente na pele as dificuldades da situação. Sua vida parece mudar quando consegue um novo emprego, porém ele encontra paz apenas quando começa a conversar com Deus. 

Este filme é baseado num livro do próprio Neale Walsch, que se tornou um best seller onde ele conta sua experiência de vida. Não posso opinar sobre o livro, mas o filme passa longe de ser cinema de qualidade. 

A direção do desconhecido Stephen Deutsch se preocupou apenas em passar uma mensagem de auto ajuda através da superação dos dramas enfrentados pelo protagonista, porém o roteiro é primário. Pouco sabemos a respeito da vida de Neale antes do acidente, as passagens de tempos são mal explicadas, além da tentativa de conseguir a simpatia do público pela emoção fácil, mascarando a historia mal contada. 

A mensagem subliminar sobre conversar com Deus é até interessante, seria algo como a pesssoa se encontrar internamente, mas infelizmente o filme é repleto de falhas.


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O Exército do Extermínio

Exército do Extermínio (The Crazies, EUA, 1973) – Nota 7
Direção – George A. Romero
Elenco – W. G. McMillan, Lane Carroll, Harold Wayne Jones, Lloyd Hollar, Richard France.

Numa pequena cidade americana, um homem enlouquece, mata a esposa e coloca fogo na casa antes de ser preso. Este é o início de um suspense de baixo orçamento dirigido pelo pai dos filmes de zumbi, George A Romero. 

Na sequência, enquanto os bombeiros tentam apagar as chamas, a cidade é tomada pelo exército que tem a missão de fechar todas as saídas e deixar a população em quarentena, em razão de um vírus mortal ter sido liberado na região após um acidente de avião, infectando pessoas que passam a ter alucinações e se tornam violentas. Como consequência, o caos toma conta da região, potencializado por erros absurdos do comando do exército, que até mesmo pensa em utilizar uma bomba atômica para acabar com o problema. 

O diretor Romero utiliza um argumento hoje extremamente batido, mas que na época era original e mostrava como seria quase impossível deter uma epidemia que se alastrava no ar. Da mesma forma dos seus filmes de zumbis, os personagens são apenas um detalhe, sempre interpretados por rostos desconhecidos que servem de escada para o diretor espalhar o medo e a paranoia, entregando um final totalmente sem esperança. 

O longa foi refilmado em 2010 sendo lançado por aqui com o título “A Epidemia”.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Brubaker & A Última Fortaleza


Nesta postagem escreva sobre dois que se passam numa prisão e tem como protagonista o veterano astro Robert Redford.

Mesmo com uma diferença de trinta anos entre as produções e com enredos diferentes, a semelhança fica por conta dos personagens interpretados por Redford, sujeitos honestos e determinados a enfrentar a injustiça.

Brubaker – (Brubaker, EUA, 1980) - Nota 9
Direção – Stuart Rosenberg
Elenco – Robert Redford, Yaphet Kotto, Jane Alexander, Murray Hamilton, David Keith, Morgan Freeman, Matt Clark, Tim McIntire, M. Emmet Walsh, Albert Salmi, Everett McGill, Val Avery, Linda Haynes.

Neste que é um dos melhores filmes sobre prisão já realizados, temos como protagonista Henry Brubaker (Robert Redford) que sem infiltra numa prisão como um detento qualquer, porém sem que ninguém saiba ele é o diretor que tomará posse depois de alguns dias. Brubaker vê rapidamente que o presídio é um antro de corrupção, onde alguns detentos aliados aos guardas dominam com violência os demais  presos, negociando e lucrando em todo tipo de situação, até mesmo na distribuição da comida.

O longa é baseado numa história real ocorrida numa prisão do Arkansas, em que um diretor denunciou um grande esquema de corrupção dentro do sistema penal americano. Além do bom desempenho de Redford, vale destacar a presença de Morgan Freeman em um dos seus primeiros papéis com algum destaque no cinema.

A Última Fortaleza (The Last Castle, EUA, 2001) – Nota 7,5
Direção – Rod Lurie
Elenco – Robert Redford, James Gandofini, Mark Ruffalo, Steve Burton, Delroy Lindo, Paul Calderon, Clifton Collins Jr, Brian Goodman, Frank Military, Robin Wright Penn.

O condecorado General Eugene Irwin (Robert Redford) é condenado há dez anos de prisão por um fato que será revelado apenas na metade do filme. Ele é enviado a um presídio militar comandado pelo Coronel Winter (James Gandolfini), que a princípio tenta respeitar o colega que está preso, mas quando Irwin percebe as injustiças e o modo opressivo como Winter comanda o local, os dois entram em conflito e transformam o presídio em um verdadeiro campo de batalha, onde um lado tem a força e o poder das armas e do outro a inteligência e a experiência de um quem está acostumado a lutar. 

Apesar de ser um filme apenas correto, vale a sessão pela atuações de Redford e Gandolfini, que travam uma batalha pessoal e mostram dois tipos distintos de liderança, aquele que consegue se impor apenas pela força do cargo e aquele que tem uma liderança natural, um dom que poucas pessoas possuem.


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Inimigos Públicos

Inimigos Públicos (Public Enemies, EUA, 2009) – Nota 7,5
Direção – Michael Mann
Elenco – Johnny Depp, Christian Bale, Marion Cotillard, Jason Clarke, Billy Crudup, Giovanni Ribisi, Stephen Lang, Stephen Dorff, Stephen Graham, Lily Taylor, Rory Cochrane, David Wenham, James Russo, Peter Gerety, Channing Tatum, Casey Siemaszko, Emilie de Ravin, Domenick Lombardozzi, John Ortiz, Shawn Hatosi, Don Harvey, Matt Craven, Leelee Sobieski.

Nos anos trinta, John Dillinger (Johnny Depp) e seu bando são especialistas em assaltos a bancos, criando uma fama de ladrão que rouba apenas dos ricos. Esta situação faz o congresso americano pressionar J. Edgar Hoover (Billy Crudup) para combater a violência. Hoover trata como prioridade prender Dillinger e seus comparsas, para isso indica o jovem agente Melvin Purvis (Christian Bale) como responsável pela caçada. Este é o início de uma disputa entre o esperto Dillinger e o correto Purvis. 

O diretor Michael Mann fez até um bom filme, como é habitual em seus trabalhos a parte técnica é perfeita, com uma ótima reconstituição de época e boas cenas de ação, porém o excesso de personagens acaba atrapalhando um pouco. 

Mesmo com duas horas e vinte minutos de duração, vários bons personagens são mal aproveitados, como o gângster Alvin Karpis interpretado por Giovanni Ribisi, a policial responsável pela cadeia feita por Lily Taylor e até o J. Edgar Hoover de Billy Crudup. 

O destaque é Johnny Depp, que cria um Dillinger que toma conta do filme, muito superior ao personagem de Christian Bale. 

Como curiosidade, o inglês Stephen Graham interpreta pela segunda vez um famoso gângster americano, aqui como Baby Face Nelson e na série “The Boardwalk Empire” ele é nada menos que Al Capone.  


terça-feira, 25 de outubro de 2011

XXY

XXY (XXY, Argentina / Espanha / França, 2007) – Nota 7,5
Direção – Lucia Puenzo
Elenco – Ricardo Darin, Valeria Bertuccelli, Ines Efron, Martin Piroyansky, German Palacios, Carolina Pelleritti.

No litoral do Uruguai, o casal argentino Kraken e Suli (Ricardo Darin e Valeria Bertuccelli) sofre com o problema da filha Alex (Ines Efron), que nasceu com os órgãos sexuais masculino e feminino, sendo obrigada a tomar medicamentos para ser tornar mulher. 

Suli por conta própria convida um casal (German Palacios e Carolina Pelleritti) para tentar resolver a situação, já que o marido é um médico especialista em cirurgia de “normalização sexual”, o que desagrada Kraken e a própria Alex. O casal trás o filho Alvaro (Martin Piroyansky) que acaba se envolvendo com a confusa Alex, criando uma situação ainda mais complexa. 

A diretora Lucia Puenzo, filha de Luis Puenzo, diretor de “Gringo Velho” e vencedor do Oscar de Filme Estrangeiro por “A História Oficial”, estreou muito bem na direção com este drama que vai além da questão sexual. O roteiro toca também em questões familiares como distanciamento entre casal, a falta de entendimento entre pais e filhos, sobre escolhas e principalmente preconceito. É interessante notar também as mudanças que ocorrem nas relações familiares durante o convívio entre os dois casais e seus filhos. 

É um pequeno grande drama filmado com sensibilidade e um pouco de polêmica. 

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Tiros em Ruanda

Tiros em Ruanda (Shooting Dogs, Inglaterra / Alemanha, 2005) – Nota 8
Direção – Michael Caton Jones
Elenco – John Hurt, Hugh Dancy, Dominique Horwitz, Claire Hope Ashitey, Louis Mahoney, Nicola Walker, Steve Toussaint, David Gyasi.

Em abril de 1994 na capital de Ruanda, Kigali, o jovem Joe Connor (Hugh Dancy) trabalha como professor na maior escola da cidade comandada pelo padre inglês Christopher (John Hurt). Sem entender as diferenças e o ódio que existe entre as etnias Tutsi e Hutu, Joe se surpreende com o início de uma guerra civil após o presidente que tentava unificar o país ser assassinado. 

A escola se torna um refúgio para mais de dois mil ruandeses da etnia Tutsi, que estão sendo massacrados pelos Hutus. O local é defendido pelas tropa da ONU, porém os soldados não podem atacar, devem apenas evitar o confronto, que parece ser inevitável. 

Este longa baseado em fato real, mostra um dos focos de resistência contra o terrível genocídio cometido em Ruanda, onde em cem dias foram assassinados em torno de um milhão de pessoas da etnia Tutsi. 

O filme é semelhante ao também ótimo “Hotel Ruanda”, com a diferença do estilo da abordagem. Aqui o diretor Michael Caton Jones cria sequências ainda mais cruéis e infelizmente próximas da realidade, mostrando numa tensão crescente todo o desespero de pessoas marcadas para morrer, quem foram abandonadas pelos países ricos e pelas tropas da ONU. 

O título original “Shotting Dogs” (Atirando em Cães) se refere a uma frase dita pela oficial da ONU responsável pela segurança na escola, numa cena que explica bem o absurdo da situação.  


domingo, 23 de outubro de 2011

Red - Aposentados e Perigosos & Os Últimos Durões


Assistindo ao divertido "Red - Aposentados e Perigosos" recheado de astros veteranos, lembrei deste "Os Últimos Durões", um longa que mistura ação e comédia produzido como uma homenagem a dois monstros do cinema, o falecido Burt Lancaster e o ainda vivo Kirk Douglas.

Red – Aposentados e Perigosos (Red, EUA, 2010) – Nota 7
Direção – Robert Schwentke
Elenco – Bruce Willis, Morgan Freeman, John Malkovich, Helen Mirren, Mary Louise Parker, Karl Urban, Richard Dreyfuss, Brian Cox, Rebecca Pidgeon, James Remar, Julian McMahon, Ernest Borgnine.

Frank Moses (Bruce Willis) é um aposentado agente da CIA que vive entendiado e diariamente telefona para Sarah Ross (Mary Louise Parker), funcionária do setor de previdência do governo, com alguma desculpa para conversar com a moça. Quando um grupo de assassinos invade a casa de Frank para tentar matá-lo, ele mostra que ainda está em forma e volta à ativa para tentar descobrir quem deseja seu fim. Frank leva consigo Sarah e procura seus antigos parceiros que podem os próximos alvos. 

O filme é uma divertida brincadeira em cima dos longas de ação, colocando veteranos atores como heróis e mocinhos em sequências explosivas, repletas de tiros e armas potentes. O destaque principal é o elenco, com Bruce Willis repetindo seu papel de herói, um engraçadíssimo John Malkovich como um agente paranóico e a dama Helen Mirren, especialista em interpretar mulheres de classe, aqui mandando ver com vários tipos de armas, além do sotaque carregado de Brian Cox como um veterano agente russo. E não posso deixar de citar a pequena participação do simpático Ernest Borgnine, ainda na ativa aos 94 anos.

Os Últimos Durões (Tough Guys, EUA, 1985) – Nota 6,5
Direção – Jeff Kanew
Elenco – Burt Lancaster, Kirk Douglas, Charles Durning, Dana Carvey, Eli Wallach, Alexis Smith, Darlanne Fluegel, Billy Barty.

Harry (Butch Lancaster) e Archie (Kirk Douglas) foram presos por assaltarem um trem carregado de dinheiro e cumpriram trinta anos de cadeia. Após conseguirem a liberdade, a dupla já com mais de sessenta anos, tenta ganhar a vida de outras formas, mas não consegue. Resolvem então voltar à antiga profissão e assaltar o mesmo trem que ainda faz transporte de dinheiro. 

Esta foi a última parceira de Lancaster e Douglas (trabalharam em sete filmes juntos) e mesmo não sendo um grande filme, pelo menos é divertido. O ponto principal é o modo engraçado de mostrar as dificuldades da dupla em concluir o plano devido a idade, mas mesmo assim ainda mostra em algumas cenas que Kirk Douglas estava em forma, o que ajuda a explicar por ele estar vivo hoje com quase 95 anos. Além dele, os coadjuvantes Charles Durning com 88 anos e Eli Wallach com 96, também estão vivos e trabalhando.


sábado, 22 de outubro de 2011

Não Amarás & Não Matarás


No final dos anos oitenta, o diretor polonês Krzysztof Kieslowski filmou dez histórias baseadas nos "Dez Mandamentos" para a tv polonesa, numa série denominada “O Decálogo”. O sucesso do trabalho fez com que ele remontasse duas destas histórias e transformasse em longa metragem, gerando “Não Amarás” e “Não Matarás”. 

Os filmes foram lançados em circuito comercial e abriram as portas internacionais para o diretor comandar ainda quatro filmes antes de falecer em 1996. Os longas foram “A Dupla Vida de Veronique” e a chamada Trilogia das Cores baseada na bandeira da França, por sinal seus três maiores sucessos, “A Liberdade é Azul”, “A Igualdade é Branca” e “A Fraternidade é Vermelha”. Todos os seus trabalhos são dramas sensíveis, muito bem interpretados, que tocam em temas como amor, paixão, perda e vingança.

Não Amarás (Krótik film o Milosci, Polônia, 1988) – Nota 8
Direção – Krzysztof Kieslowski
Elenco – Grazyna Szapalowska, Olaf Lubaszenko, Stefania Iwinska.

O jovem Tomek (Olaf Lubaszenko) é um órfão que trabalha no posto do correio e vive num apartamento com a mãe de um amigo que está viajando. Do seu quarto ele observa com uma luneta a bela Magda (Grazyna Szapalowska), que recebe homens em sua casa a noite e trabalha durante o dia.

O amor platônico que Tomek sente por Magda aos poucos se torna mais forte e faz com que ele interfira na vida da mulher. Tomek faz ligações e não fala nada, deixa avisos falsos para ela passar no correio apenas para vê-la e até resolve trabalhar como entregador de leite para se aproximar da amada. Quando Tomek toma coragem e se apresenta a mulher, as coisas não correm como o esperado e um turbilhão de emoções vem à tona.

Não Matarás (Krótki film o Zabijnaiu, Polônia, 1988) – Nota 8
Direção – Krzysztoff Kieslowski
Elenco – Miroslaw Baka, Kzrysztof Globisz, Jan Tesarz.

Na Polônia dos anos oitenta, ainda sob a bandeira do comunismo, três sujeitos tem seus destinos cruzados. O jovem Jacek (Miroslaw Baka) anda pela cidade fazendo pequenas maldades de um modo que não chame a atenção. O taxista Waldemar Rekowski (Jan Tesarz) é um mal caráter que destrata os passageiros e fica observando garotas. O terceiro elo é o advogado Piotr (Kzrysztof Globisz) que consegue a licença para advogar defendendo a tese de que a pena de morte é cruel e não resolve o problema do crime. 

O roteiro do diretor Kiesloswik e Krzysztoff Piesewicz, seu parceiro em outros trabalhos, mostra a dureza do Estado Totalitário em que a Polônia vivia na época, além de uma sensível análise sobre o caráter humano. O filme tem duas sequências muitos fortes: A de um assassinato cruel e a cena final da aplicação da pena de morte.  

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Nos Tempos da Brilhantina

Nos Tempos da Brilhantina (Grease, EUA, 1978) – Nota 7,5
Direção – Randal Kleiser
Elenco – John Travolta, Olivia Newton John, Stockard Channing, Jeff Conaway, Eve Arden, Frankie Avalon, Joan Blondell, Sid Caesar, Lorenzo Lamas.

Em um colégio na Califórnia dos anos cinqüenta, um grupo de jovens vive dias de namoro, pequenos dramas e brigas ao som do Rock’n Roll que estava nascendo. O roteiro foca principalmente no namoro complicado de Sandy (Olivia Newton John) e Danny (John Travolta), que se amam mas agem como adolescentes teimosos. 

O filme é baseado numa peça musical de sucesso e pegou carona também no sucesso de Travolta que vinha de “Os Embalos de Sábado a Noite” e da cantora australiana Olivia Newton John que era uma divas do momento. 

O diretor Randal Kleiser (que faria em seguida o clássico teen “A Lagoa Azul”) acerta nos deliciosos números musicais, ajudado pelo talento natural do casal principal e ainda pela participação de dois interessantes personagens coadjuvantes. A malvada Betty interpretada por Stockard Channing e o rebelde Kencikle feito pelo recentemente falecido Jeff Conaway. 

O resultado é uma história ingênua de amor que foi produzida no momento certo, com um elenco perfeito.  

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Velozes e Furiosos 5

Velozes e Furiosos 5 (Fast Five, EUA, 2011) – Nota 7,5
Direção – Justin Lin
Elenco – Vin Diesel, Paul Walker, Jordana Brewster, Dwayne Johnson, Tyrese Gibson, Chris “Ludacris” Bridges, Matt Schulze, Sung Kang, Gal Gadot, Tego Calderon, Don Omar, Joaquim de Almeida, Elsa Pataky, Eva Mendes.

Após Dominic “Dom” Toretto (Vin Diesel) ser resgatado no final do filme anterior pelo ex-agente do FBI Brian O’Conner (Paul Walker) e por sua irmã Mia Toretto (Jordana Brewster), o trio foge para o Brasil. 

Reencontrado um ex-parceiro de Dom, o perigoso Vince (Matt Schulze), o grupo se mete numa confusão com o chefão do crime no Rio de Janeiro, Herman Reyes (o português Joaquim de Almeida novamente se divertindo como o vilão). 

Para tentar um último golpe, Dom e Brian convidam seus antigos parceiros para uma jogada arriscada, tendo ainda no encalço o implacável agente do FBI Luke Hobbs (Dwayne “The Rock” Johnson). 

Acredito que seja a primeira vez que eu considero um quinto filme como melhor da série. Mesmo tendo falhas no roteiro, este é o mais bem trabalhado da série, tendo a interessante escolha de utilizar personagens coadjuvantes que foram importantes nos filmes anteriores e criando uma história que lembra a série “Onze Homens e um Segredo”, no quesito do planejamento e na ação do golpe. As sequências de ação são menos absurdas que os filmes anteriores, com destaque para a ótima perseguição a pé dentro da favela. 

O sucesso do filme pode render mais um episódio, inclusive pela cena final com Eva Mendes após os créditos.


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A Fita Branca

A Fita Branca (Das Weisse Band, Alemanha / Áustria / França / Itália, 2009) – Nota 8,5
Direção – Michael Haneke
Elenco – Christian Friedel, Leonie Benesch, Ulrich Tukur, Ursina Lardi, Burghart Klaussner, Rainer Bock.

Num povoado na Alemanha pouco antes da Primeira Guerra Mundial, estranhos acontecimentos despertam desconfiança e desavenças entre os moradores. 

O longa é narrado anos depois pelo professor (Christian Freidel, um jovem na época dos acontecimentos), que cita logo de início que aqueles pequenos fatos podem ser parte da explicação do aconteceria na Alemanha pouco tempo depois, uma alusão a chegada do nazismo ao poder e o ódio que dominou o país. 

A crise no povoado começa quando o médico (Rainer Bock) sofre um acidente quando seu cavalo tropeça em um arame colocado meticulosamente para issso e em seguida com a morte de um mulher em um novo acidente. 

Aos poucos o roteiro de Haneke desvenda os segredos de cada personagem, mostrando suas falhas de caráter dentro de uma comunidade onde existem dois lideres, o Barão (Ulrich Tukur) dono de uma grande quantidade de terras que emprega boa parte da população e o Pastor (Burghart Klaussner ) que vê punição dos pecados como algo normal e usa a fita branca do título em seus filhos pré-adolescentes para purificá-los, outra alusão ao nazismo, fazendo um paralelo com as fitas que os judeus eram obrigados a usar para serem identificados e por conseqüência perseguidos. 

Como em “Caché”, Haneke não dá respostas fáceis, deixa várias opções de culpados e novamente utiliza sentimentos como ódio e vingança para mostrar sua visão de mundo.


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Síndrome da China & Silkwood - Retrato de uma Coragem


Nesta postagem escrevo sobre dois filmes produzidos nos anos oitenta que tinham como tema principal o perigo da indústria nuclear.

Síndrome da China (The China Syndrome, EUA, 1979) – Nota 7,5
Direção – James Bridges
Elenco – Jane Fonda, Jack Lemmon, Michael Douglas, Scott Brady, James Hampton, Peter Donat, Wilford Brimley, Richard Her, James Karen.

Uma repórter (Jane Fonda) e seu câmera (Michael Douglas) investigam um incidente que teria acontecido numa usina nuclear na Califórnia, porém a matéria é censurada pelo canal de tv onde trabalham. Desconfiando que existe algo mais por trás do fato, a dupla se aprofunda na investigação chegando até um engenheiro (Jack Lemmon) que trabalha na usina e também acredita que algo de estranho está acontecendo no local. 

Este drama com pitadas de suspense e denúncia fez sucesso com a ajuda de um acidente que ocorreu em uma usina nuclear na Pensilvânia poucos dias após o lançamento do filme, que por si só já chamaria a atenção do público em virtude do perigo nuclear ser um tema presente na época. 

O roteiro apesar de ser apenas correto, prende a atenção e mostra o que realmente poderia acontecer no caso de incidente como o descrito no filme. As atuações de Jane Fonda e Jack Lemmon são boas, sendo apenas o segundo papel de destaque de Michael Douglas no cinema, que havia feito o suspense “Coma” no ano anterior.

Silkwood – Retrato de uma Coragem (Silkwood, EUA, 1983) – Nota 7,5
Direção – Mike Nichols
Elenco – Meryl Streep, Cher, Kurt Russell, Craig T. Nelson, Diana Scarwid, Fred Ward, David Strathairn, Bruce McGill, Ron Silver, Josef Sommer.

Karen Silkwood (Meryl Streep) trabalha numa fábrica que fornece componentes para uma usina nuclear e aos poucos percebe a falta de segurança do local, situação que pode contaminar funcionários e até causar um desastre maior. Sendo ignorada pelos superiores, 

Silkwood com a ajuda do namorado (Kurt Russell) e de uma amiga (Cher), rouba um componente para provar sua reclamação, o que acaba gerando uma forte retaliação por parte da empresa e até do governo. 

Este drama é baseado numa história real e foi roteirizado pela hoje também diretora Nora Ephron, tendo concorrido a seis prêmios Oscar e vencido e de Atriz Coadjuvante pelo ótimo desempenho da cantora Cher como a amiga lésbica da protagonista vivida por Meryl Streep.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Exterminador do Futuro 4 - A Salvação

O Exterminador do Futuro 4 – A Salvação (Terminator Salvation, EUA, 2009) – Nota 7,5
Direção – McG
Elenco – Christian Bale, Sam Worthington, Anton Yelchin, Helena Bonham Carter, Moon Bloodgood, Bryce Dallas Howard, Jadagrace Berry, Common, Jane Alexander, Michael Ironside.

Em 2018 o mundo está destruído e os humanos sobreviventes lutam contra as máquinas, com o objetivo de destruir a Skynet. John Connor (Christian Bale) é um dos líderes do movimento de resistêrncia e considerado uma espécie de Messias pelos sobreviventes. 

Quando ele e sua equipe descobrem um antigo laboratório subterrâneo, acabam caindo numa armadilha e libertando Marcus Wright (Sam Worthington), um condenado a morte que fora executado anos antes e que teve seu corpo utilizado como cobaia numa experiência secreta. 

O destino destes dois personagens se cruza quando Kyle Reese (Anton Yelchin) é capturado pelas máquinas e apenas com a ajuda de Marcus é que John Connor poderá salvá-lo, já que Kyle é o seu pai, que anos depois viajará no tempo para salvar a mãe de John. 

Mesmo sendo inferior aos filmes sensacionais de James Cameron, esta quarta parte tem um roteiro que não ofende a inteligência e até a direção de McG está mais contida do que na exagerada franquia “As Panteras”. 

O trio principal dá conta do recado e o final do longa ainda deixa um gancho para um quinto filme. Uma das possibilidades é a volta de Schwarzenegger.

domingo, 16 de outubro de 2011

Cidade do Crime

Cidade do Crime (Staten Island, França / EUA, 2009) – Nota 6,5
Direção – James DeMonaco
Elenco – Ethan Hawke, Vincent D’Onofrio, Seymour Cassel, Julianne Nicholson, Rosemary De Angelis, John Sharian, Steven Randazzo, Lynn Cohen.

O longa começa mostrando uma breve explicação sobre Staten Island, um condado que está separado de Manhattan pelo Rio Hudson e se mostra um lugar aparentemente calmo, mas que é considerado um refúgio para mafiosos. 

Em seguida vemos o mafioso Parmetto “Parmie” Tarzo (Vincent D’Onofrio) junto com seus capangas torturando um sujeito que assaltou a casa de sua mãe. O objetivo de Parmie além de se vingar é descobrir quem eram os parceiros do sujeito. A história de Parmie se cruzará com o limpador de fossas Sully (Ethan Hawke) que deseja um futuro melhor para o filho que pretende ter com a doce Mary (Julianne Nicholson). O terceiro elo da trama é o funcionário de uma delicatessen, o idoso surdo-mudo Jasper (Seymour Cassel). 

Esta produção de Luc Besson marca a estréia do produtor James DeMonaco na direção e no roteiro, que na minha opinião erra ao não decidir se queria fazer um drama policial ou um longa de humor negro. 

O roteiro conta a história dos três personagens principais pelo ponto de vista de cada um, com as peças do quebra-cabeças se encaixando as poucos. 

No início fica a impressão de ser mais um filme sobre pequenos mafiosos, porém logo percebemos que o personagem de Vincent D’Onofrio (protagonista da série “Law & Order: Criminal Intent” e conhecido também pelo papel do soldado desequilibrado em “Nascido Para Matar”) não é um sujeito comum e após um incidente, ele toma uma atitude no mínimo estranha para um mafioso, o que leva a história para o lado do humor negro e faz o filme perder a força. 

O papel mais interessante fica com o veterano Seymour Cassel, que tem uma atividade complementar bem diferente no filme. 

No geral é um longa com boas idéias misturadas com algumas soluções estranhas, deixando a clara impressão de que poderia ser bem melhor.

sábado, 15 de outubro de 2011

Interiores

Interiores (Interiors, EUA, 1978) – Nota 7,5
Direção – Woody Allen
Elenco – Diane Keaton, Mary Beth Hurt, Richard Jordan, Sam Waterston, Geraldine Page, E. G. Marshall, Maureen Stapleton, Kristin Griffith.

Uma família aparentemente perfeita entra em crise quando o patriarca (E. G. Marshall) abandona a esposa (Geraldine Page) que sofre de problemas emocionais e acaba passando um tempo num sanatório. Após ser liberada, ela tenta retomar a vida sozinha num apartamento, mas sempre com a esperança de que o marido retorne. As três filhas reagem de formas diferentes e cada uma ainda precisa enfrentar seus problemas pessoais. 

Renata (Diane Keaton) é uma intelectual de sucesso casada com o fracassado escritor Frederick (Richard Jordan) e tem por hábito ser política com todos, mesmo que isso fique claro que é apenas uma forma de evitar conflitos. Joey (Mary Beth Hurt) é a queridinha do papai, que a considerava uma criança prodígio, porém na vida adulta ela não conseguiu descobrir sua vocação e sofre vivendo à sombra da irmã famosa. Joey vive com Mike (Sam Waterson), companheiro que a apóia em tudo, mesmo sabendo que a mulher está sem rumo. A terceira filha é Flyn (Kristin Griffith), que trabalha como atriz de tv e vive longe de casa. 

A família voltará a se reunir quando o pai apresenta sua nova companheira (Maureen Stapleton), fato que desencadeará crises e sentimentos escondidos que irão aflorar. 

Após o sucesso da comédia “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, Allen foi fundo neste drama pesado sobre as frustrações de uma família, lembrando um pouco o posterior “Setembro”, que ele iria dirigir nove anos depois, inclusive com Sam Waterston no elenco. 

Diferente de suas comédias recheadas de diálogos irônicos, aqui Allen usa seu talento para que os personagens mostrem suas frustrações e desilusões. 

Um ponto interessante não apenas neste filme, mas em muitas obras de Allen, é o personagem do escritor em crise ou ainda lutando para ser reconhecido, aqui vivido pelo falecido Richard Jordan. 


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Uma Vida Sem Limites & Auto Focus


Nesta postagem comento sobre dois filmes que contam a vida de personagens que foram famosos nos anos sessenta, mas que entraram em decadência em virtude da personalidade complicada, sendo que um destes casos acabou em tragédia.

Uma Vida sem Limites (Beyond the Sea, EUA / Alemanha / Inglaterra, 2004) – Nota 7
Direção – Kevin Spacey
Elenco – Kevin Spacey, Kate Bosworth, John Goodman, Bob Hoskins, Brenda Blethyn, Greta Scacchi, Caroline Aaron, Peter Concotti, William Ullrich.

A segunda incursão do ator Kevin Spacey na direção (a primeira foi em “Ciladas da Sorte” em 1996) conta a vida do cantor e ator Bob Darin. 

O próprio Spacey interpreta Darin, que sofria desde criança com uma doença respiratória e chegou a ser diagnosticado que dificilmente viveria até os quinze anos. Com a ajuda da mãe (Brenda Blethyn), ele se apaixonou pela música e sempre teve a ambição de se tornar um astro. Tendo ainda o apoio da irmã (Caroline Aaron) e do cunhado (Bob Hoskins), Darin ficou famoso com a música “Splish, Splash”, mas seu sonho era maior, o que o levou ao cinema onde conheceu, se apaixonou e casou com a estrela adolescente Sandra Dee (Kate Bosworth), além de ser figura carimbada na famoso boate Copacabana em Nova York. 

Spacey escolheu contar a história através de Darin conversando com ele mesmo quando criança (interpretado por William Ullrich) e mostrando toda a vida deste talentoso e ambicioso artista, dando grande ênfase aos números musicais, onde o próprio Spacey interpreta as canções.  

Auto Focus (Auto Focus, EUA, 2002) – Nota 7
Direção – Paul Schrader
Elenco – Greg Kinnear, Willem Dafoe, Rita Wilson, Maria Bello, Ron Leibman, Kurt Fuller, Michael E. Rodgers, Ed Begley Jr, Michael McKean

Este filme dirigido por Paul Schrader (“A Marca da Pantera”, “Temporada de Caça”) é baseado num livro de Robert Graysmith (autor do livro que originou “Zodíaco” de David Fincher) e conta a vida do ator Bob Crane (Greg Kinnear), que foi o astro da série “Guerra, Sombra e Água Fresca” (“Hogan’s Heroes”) que foi ao ar de 1965 a 1971. 

O roteiro cobre principalmente a vida particular do astro, que mesmo casado com Anne (Rita Wilson), tinha diversas amantes e uma comprovada compulsão por sexo, que aumentou quando ele conheceu o estranho John Carpenter (Willem Dafoe), que filmava as orgias que a dupla participava. 

A história mostra a frustração de Crane em não conseguir se tornar astro de cinema e segue até sua estranha morte num quarto de motel em 1978. 

O interessante do filme é ver como a compulsão pelo sexo sem limites tomou conta da vida deste ator que acabou se perdendo na carreira. 

O filme tem ainda bons desempenhos de Greg Kinnear como Bob Crane e de Willem Dafoe como o sinistro amigo do protagonista.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Wolf Creek - Viagem ao Inferno

Wolf Creek – Viagem ao Inferno (Wolf Creek, Austrália, 2005) – Nota 8
Direção – Greg McLean
Elenco – John Jarratt, Cassandra Magrath, Kestie Morassi, Nathan Phillips.

Três jovens mochileiros, duas moças e um rapaz (Cassandra Magrath, Kestie Morassi e Nathan Phillips) estão viajando pelo ensolarado interior da Austrália. O que começa como festa se torna um pesadelo quando o trio decide conhecer o Parque Nacional de Wolf Creek, uma espécie de vale entre gigantescas montanhas que fica num local afastado. 

O carro quebra no local e como a noite está chegando, a solução seria esperar, porém do nada aparece um guincho dirigido pelo falante Mick (John Jarrat de “Austrália”), um caipira que fala e se veste como Crocodilo Dundee. Mesmo apreensivos, os jovens acreditam ser apenas um sujeito estranho, não imaginando o terror que está por vir. 

O diretor australiano Greg McLean se baseou na história real de um serial killer que assassinava mochileiros no interior da Austrália para este criar longa assustador de suspense e terror. 

Mesmo utilizando muitos clichês do gênero, jovens em férias, a parada num local (um posto de gasolina) cheio de sujeitos brutos e que seria o limite entre a civilização e a barbárie, além de cenas fortes de violência física e psicológica, o resultado é angustiante, principalmente pela sinistra e cínica atuação do veterano John Jarratt, que tem uma grande carreira na Austrália, mas era praticamente desconhecido no resto do mundo. 

O sucesso do filme deve gerar uma continuação dirigida novamente por McLean e estrelado por Jarratt. Mesmo com a demora de seis anos, o personagem pode render outro bom filme.


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A Intérprete & Sentinela


A Intérprete (The Interpreter, EUA, 2005) – Nota 7
Direção – Sydney Pollack
Elenco – Nicole Kidman, Sean Penn, Catherine Keener, Jesper Christensen, Yvan Attal, Earl Cameron, George Harris, Michael Wright, Clyde Kusatsu, Hugo Speer, Byron Utley, Robert Clohessy, Terry Serpico, John Knox, David Zayas, Sydney Pollack.

Filmado em grande parte dentro do prédio da ONU em Nova Iorque, o filme tem como personagem principal a tradutora Silvia Broome (Nicole Kidman) que em uma noite volta ao local e por acaso ouve uma ameaça de morte falada em um dialeto africano, que por sinal ela entende por ter nascido no fictício país de Matoba. Silvia resolve levar o que ouviu as autoridades e ganha proteção de dois agentes do FBI (Sean Penn e Catherine Keener), que no início não acreditam no que ela denunciou, além de outros fatos que virão à tona durante a investigação. 

O tema é interessante e atual, fala sobre terrorismo e ditadura na África, porém o excesso de coincidências do roteiro diminui a força da trama. Além do acaso logo no início quando a personagem de Kidman ouve a ameaça, em seguida surgem vários outros fatos que amarram forçadamente a história, além é claro da fragilidade da segurança que é mostrada no prédio da ONU. Como curiosidade, este foi o último longa dirigido por Sydney Pollack.  

Sentinela (The Sentinel, EUA, 2006) – Nota 7
Direção – Clark Johnson
Elenco – Michael Douglas, Kiefer Sutherland, Eva Longoria, Kim Basinger, Martin Donovan, Ritchie Coster, Blair Brown, David Rasche, Paul Calderon, Clark Johnson.

O veterano agente do serviço secreto americano Pete Garrison (Michael Douglas) está tendo um caso com a primeira-dama (Kim Basinger) e pensa estar escondendo bem o romance, porém ele recebe fotos e começa ser chantageado. Ao mesmo tempo um outro agente (vivido pelo diretor Clark Johnson) é assassinado e Pete se torna o principal suspeito na investigação comandada pelo seu ex-amigo David Breckinridge (Kiefer Sutherland). 

Apesar de não ter surpresas, o roteiro é bem amarrado, inclusive tendo uma conspiração para assassinar o presidente (David Rasche) como um dos pontos principais e algumas cenas de ação simples e competentes. É um bom passatempo principalmente pelo elenco, que tem ainda as belas Kim Basinger e Eva Longoria.


terça-feira, 11 de outubro de 2011

O Enigma de Andrômeda

O Enigma de Andrômeda (The Andromeda Strain, EUA, 1971) – Nota 8
Direção – Robert Wise
Elenco – Arthur Hill, David Wayne, James Olson, Kate Reid, Paula Kelly, Ramon Bieri.

Um satélite enviado ao espaço volta para Terra e traz consigo um vírus letal que pode dizimar a população. Dentro de um laboratório subterrâneo, alguns cientistas correm contra o tempo para tentar descobrir a cura e evitar o fim da vida na Terra. 

Este clássico da ficção baseado num livro de Michael Crichton, é outro trabalho do grande Robert Wise que se transformou em base para diversos filmes posteriores que tinham como tema um vírus mortal vindo ou não do espaço (como “Epidemia” por exemplo). 

Wise já havia dirigido outro clássico da ficção vinte anos antes, o longa pacifista “O Dia em que a Terra Parou”, refilmado há pouco tempo sem sucesso com Keanu Reeves. 

O grande trunfo de “O Enigma de Andrômeda” é o clima claustrofóbico em virtude da maior parte do filme se passar num laboratório fechado, criando uma tensão crescente entre os personagens. 

A história foi refilmada para a tv em 2008 pelo sueco Mikael Salomon.


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Nokas

Nokas (Nokas, Noruega, 2010) – Nota 7,5
Direção – Erik Skjoldberg
Elenco – Morten Haland, Frod Winther Gunnes, Marit Synnove Berg, Morten Larsen.

O diretor norueguês Erik Skjoldberg (responsável pela versão original de “Insônia”) não chegou a ser um integrante oficial do Movimento Dogma, mas é um seguidor dos princípios de filmar com câmera na mão, som ambiente e sem utilização de trilha sonora. Este estilo seco é ao mesmo tempo o diferencial e o ponto fraco deste filme que conta a história do maior roubo a banco da história da Noruega, ocorrido em 2004 na cidade de Stavanger. 

Skjoldberg filma em estilo quase documental, escolhendo em torno de seis personagens para serem os pilares da história. O roteiro cria um vai e vem no tempo da ação, através de um relógio que mostra o que ocorreu em determinado horário. A trama começa durante a madrugada quando um grupo de onze assaltantes inicia os preparativos para o assalto que será feito no período da manhã, programado para demorar no máximo oito minutos. O desenrolar da ação é interessante e bem diferente dos filmes do gênero produzidos em Hollywood. 

Como escrevi anteriormente, o estilo de documentário é interessante, mas acaba criando uma narrativa fria que pode fazer o espectador não se envolver coma história, acentuada ainda pela opção do diretor em não se aprofundar na construção dos personagens, seu objetivo parece ser apenas mostrar as reações dos envolvidos. 

Outro ponto que pode incomodar é o excesso de closes e os ângulos de câmera inusitados que chegam a cansar um pouco. 

Mesmo como estes pontos negativos, gostei do enfoque criativo do diretor e ainda acredito que a história tem tudo para em breve ganhar uma versão americana recheado de astros. 

Como curiosidade, o “Nokas” do título é o nome do banco que foi assaltado.


domingo, 9 de outubro de 2011

Bombas - Filme ou Novela?

Acredito que esta postagem não irá agradar a todos, principalmente as pessoas que gostam de comédias românticas nacionais. Eu vejo estas produções, infelizmente como um produto das Organizações Globo para levar ao cinema o público que assiste as suas novelas na tv.


Se Eu Fosse Você (Brasil, 2006) – Nota 3
Direção – Daniel Filho
Elenco – Tony Ramos, Glória Pires, Denis Carvalho, Maria Ceiça, Carla Daniel, Ary Fontoura, Thiago Lacerda, Glória Menezes, Patrícia Pillar, Lavinia Vlasak, Danielle Winits.

Foi difícil assistir até o final está comédia irritante, para o meu gosto é claro, sobre um casal (Tony Ramos e Glória Pires) que após uma discussão trocam de corpos e precisam se adaptar a nova condição até descobrirem como voltar ao normal. Além da história seguir uma fórmula que o cinema americano esgotou ainda nos anos noventa, algumas situações vividas pelos protagonistas são constrangedoras, além do exagero das propagandas que lembram os filmes da Xuxa. Como não sou a maioria, o filme fez grande sucesso e gerou uma continuação.

Trair e Coçar é Só Começar (Brasil, 2006) – Nota 5
Direção – Moacyr Góes
Elenco – Adriana Esteves, Cássio Gabus Mendes, Bianca Byington, Ailton Graça, Márcia Cabrita, Otávio Muller, Mônica Martelli, Mário Schoemberger, Thiago Fragoso.

O peça teatral de Marcos Caruso e Jandira Martini está em cartaz em São Paulo há vinte e cinco anos com muito sucesso. Muitos acreditam que a melhor intérprete da personagem principal foi Denise Fraga, que fazia o público gargalhar com as peripécias da empregada Olímpia. Para tentar chegar a um público maior, os produtores deram o papel principal para a estrela de tv Adriana Esteves, que fica a quilômetros de distância do talento de Denise Fraga. O filme tem algumas partes engraçadas, mas para quem assistiu alguma versão da peça verá que a qualidade não é a mesma. Analisando que o diretor é Moacyr Góes, responsável por filmes da Xuxa e pelo inclassificável “Maria, Mãe do Filho de Deus”, o resultado poderia ser pior. 

Sexo, Amor e Traição (Brasil, 2004) – Nota 4
Direção – Jorge Fernando
Elenco – Malu Mader, Murilo Benício, Fábio Assunção, Alessandra Negrini, Caco Ciocler, Heloísa Perissé, Marcello Anthony, Betty Faria.

Esta refilmagem do longa mexicano “Sexo, Pudor e Lágrimas” (que eu não assisti) é um típico produto com o padrão Globo de qualidade, inclusive com a direção de Jorge Fernando. Traduzindo, elenco recheado de rostos bonitos e conhecidos, com cenários totalmente clean, todos os personagens tem profissões do momento e uma história vazia que agrada ao público noveleiro. São dois casais em crise que recebem a visita de duas outras pessoas (um homem e uma mulher) que são ex-namorados, o que complica ainda mais a situação matrimonial com as confusões causadas por ciúmes e traições. 

Mais Uma Vez Amor (Brasil, 2005) – Nota 6
Direção – Rosane Svartman
Elenco – Juliana Paes, Dan Stulbach, Christine Fernandes, Erik Marmo, Rosane Gofman, Hugo Carvana, Betty Lago, Cristina Pereira, Heitor Martinez Melo.

Rodrigo (Dan Stulbach) e Lia (Juliana Paes) se conhecem ainda jovens e perdem a virgindade juntos. Como eles são bem diferentes, acabam se separando e se reencontrando diversas vezes durante vinte e cinco anos. Ele gosta de levar uma vida comum, com emprego e amigos, enquanto ela prefere viver aventuras. O filme é baseado numa peça teatral que tenta fazer um paralelo entre a história da dupla principal com as mudanças no país (mesmo que timidamente), uma fórmula muito usada em comédias românticas americanas, como a ótima “Harry & Sally – Feitos um Para o Outro”. O resultado fica no meio termo, em parte pela falta de química do casal principal e de talento de Juliana Paes, que é linda mas fraquinha como atriz.

A Partilha (Brasil, 2001) – Nota 5
Direção – Daniel Filho
Elenco – Glória Pires, Andrea Beltrão, Lilia Cabral, Paloma Duarte, Herson Capri, Denis Carvalho, Chica Xavier, Marcello Antony.

Após a morte da mãe, suas quatro filhas se reúnem para discutir a venda do apartamento da família no bairro de Copacabana e as diferenças entre elas vem à tona. Baseado na peça de Miguel Falabella, este filme é mais um exemplo de como se fazer um produto onde todas as peças se encaixam perfeitamente para o público, ou seja, um filme repleto de clichês da pior forma possível, principalmente nas diferenças entre as irmãs, uma submissa a um marido militar, outra paz e amor, uma terceira moderninha e a última uma intelectual. O público médio adorou, mas está longe de ser cinema de qualidade.

Bossa Nova (Brasil, 2000) – Nota 5
Direção – Bruno Barreto
Elenco – Amy Irving, Antonio Fagundes, Alexandre Borges, Débora Bloch, Drica Moraes, Giovanna Antonelli, Pedro Cardoso, Rogério Cardoso, Stephen Tobolowsky.
A americana Mary Ann Simpson (Amy Irving) vive no Rio de Janeiro e trabalha dando aulas de inglês para os brasileiros, entre eles um jogador de futebol (Alexandre Borges) e uma jovem que deseja sair do país (Drica Moraes). Quando seu caminho cruza com o do advogado Pedro Paulo (Antonio Fagundes), este para tentar conquistá-la, se torna seu aluno. O filme parece ter sido encomendado pelo Ministério do Turismo para mostrar um Rio de Janeiro limpo e belo, como se estivéssemos ainda nos anos sessenta e a Bossa Nova fosse a música do momento. O roteiro vazio tenta fazer graça com as diferenças culturais e de língua entre brasileiros e americanos, além de criar uma história de amor que não convence. É um filme bonitinho, mas ordinário. 


sábado, 8 de outubro de 2011

O Ritual

O Ritual (The Rite, EUA, 2011) – Nota 7,5
Direção – Mikael Hafstrom
Elenco – Anthony Hopkins, Colin O’Donoghue, Alice Braga, Ciaran Hinds, Rutger Hauer, Toby Jones, Marta Gastini, Maria Grazia Cucinotta.

O diretor sueco Mikael Hafstrom dos ótimos “Ondskan – Raízes do Mal” e “A Maldição do Lago”, mais conhecido pelo público através do suspense “1408”, acerta nesta adaptação do livro do jornalista Matt Baglio, que escreveu sobre suas experiências com padres exorcistas. 

O personagem principal é o jovem Michael Kovak (Colin O’Donoghue), filho de um agente funerário (Rutger Hauer), que decide abandonar a profissão do pai e entra para o seminário com o objetivo de sair de casa, estudar de graça e desistir de ser padre ao término do curso, já que ele não acredita ter o perfil para ser padre. 

Ao final do curso quando Michael pensa em desistir, recebe a proposta de um padre (Toby Jones) para fazer um novo curso rápido em Roma, onde aprenderá a ser exorcista. Michael aceita e em Roma conhecerá o padre Lucas (Anthony Hopkins), especialista em exorcismos, fato que mudará completamente suas crenças. 

O ponto principal do longa é misturar bem o clima de suspense com diálogos afiados, tanto nos debates entre o cético jovem e os padres exorcistas vividos por Ciaran Hinds e Anthony Hopkins, assim como nos embates com o diabo nas sessões de exorcismo. 

Outro acerto é não se entregar soluções fáceis através apenas de efeitos especiais ou alucinações exageradas, o filme se mantém pelo clima de confronto entre o bem e o mal criado pelo roteiro. 

O ponto fraco é a atuação do desconhecido e inexpressivo Colin O’Donoghue, mas isso acaba sendo compensado pela ótima interpretação de Anthony Hopkins.

Como curiosidade, o jornalista Matt Baglio que escreveu o livro é homem e por algum motivo mudaram o sexo do personagem no filme que acabou nas mãos da brasileira Alice Braga.


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Cubo 2: Hipercubo & Cubo Zero


Estes dois filmes são sequências da interessante ficção "Cubo", um longa canadense de baixo orçamento que é obrigatório para os fãs do gênero. Escrevi sobre este filme há algum tempo, quem quiser saber um pouco mais, clique no link Cubo.

Cubo 2: Hipercubo (Cube 2: Hypercube, Canadá, 2002) – Nota 7
Direção – Andrzej Sekula
Elenco – Karin Matchett, Geraint Wyn Davies, Grace Lynn Kung, Matthew Ferguson, Neil Crone, Barbara Gordon, Lindsey Connell.

O sucesso nos circuitos alternativos do longa canadense “Cubo” de 1997 gerou esta sequência inferior, mas ainda interessante. Como o original, várias pessoas sem ligação entre si, acordam dentro de um estranho quarto com janelas que lembram escotilhas fechadas. Quando tentam sair do local, descobrem estar dentro de um cubo gigante, onde existem diversas armadilhas nestes compartimentos. O heterogêneo grupo terá de lidar com suas diferenças e ainda descobrir uma forma de fugir do local. 

Esta sequência produzida com maior orçamento, trocou o estilo industrial do cubo anterior por compartimentos futuristas com armadilhas tecnológicas. Novamente o elenco é composto de atores canadenses desconhecidos do grande público, o que não influencia na trama, que se baseia principalmente na claustrofobia e nas reações humanas em situações extremas. 

Cubo Zero (Cube Zero, Canadá, 2004) – Nota 6
Direção – Ernie Barbarash
Elenco – Zachary Bennett, Stephanie Moore, David Huband, Michael Riley, Martin Roach, Richard McMillan, Mike Nug Nahrgang.

Este terceiro filme da série é um prequel que tenta explicar o porquê da existência do cubo e como as pessoas são escolhidas para a experiência. A trama basicamente é a mesma, um grupo de pessoas acorda dentro do cubo, sem saber porque estão ali e precisam encontrar a saída, tendo ainda de escapar das armadilhas. 

As diferenças são a participação de dois sujeitos que ficam numa estação de monitoramento, além de sequências fora do cubo mostrando um pouco a vida de cada um dos escolhidos. As explicações não são exatamente o que todos gostariam de saber, além da trama que não foge do lugar comum em relação aos outros filmes, o que acaba resultando num longa inferior, mas mesmo assim ainda cria boas sequências de suspense.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O Exterminador do Futuro III - A Rebelião das Máquinas

O Exterminador do Futuro III – A Rebelião das Máquinas (Terminator 3: Rise of the Machines, EUA / Alemanha / Inglaterra, 2003) – Nota 7,5
Direção – Jonathan Mostow
Elenco – Arnold Schwarzenegger, Nick Stahl, Claire Danes, David Andrews, Kristanna Loken, Earl Boen.

Após conseguir evitar, ou pelo menos adiar a Guerra entre máquinas e humanos, John Connor (Nick Stahl) vive como um nômade, sem qualquer documento que o faça ser rastreado. 

Em paralelo, o governo americano continuou seus experimentos e criou o Skynet, um supercomputador que com sua inteligência começa a manipular os sistemas e faz com que um novo exterminador,  modelo T-X (Kristanna Lone) viaje no tempo para matar John Connor. Ao mesmo tempo um antigo modelo T-800 (Arnold Schwarzenegger) é enviado para proteger Connor, que durante a fuga se envolve com a bela Kate Brewster (Claire Danes). 

Após o sucesso da parte II, todos esperavam que James Cameron um dia resolvesse voltar a franquia, o que não ocorreu. O projeto foi desengavetado e caiu no colo de Jonathan Mostow (“U-571 – A Batalha do Atlântico”) e um novo roteiro foi escrito seguindo a história, porém com várias adaptações. 

As mudanças começaram no elenco, com Linda Hamilton não aceitando voltar ao papel, fazendo com que sua personagem morresse e Edward Furlong que fora descartado pelo seu envolvimento com drogas. A escolha de Nick Stahl para o papel deu certo, tendo boa química dom Claire Danes e com Schwarzenegger que volta a seu papel mais famoso no cinema. 

Provavelmente pela comparação com os filmes anteriories e por ser uma continuação tardia, o longa não fez sucesso, mas gostei das cenas de ação que são eletrizantes e o roteiro que mantém o interesse na história, inclusive com um gancho para o quarto filme que foi produzido em 2009. 

Como curiosidade, este foi o último trabalho de Schwarzenegger como protagonista antes de se afastar do cinema para assumir o governo da Califórnia.