sábado, 21 de dezembro de 2019

Kler

Kler (Kler, Polônia, 2018) – Nota 8,5
Direção – Wojciech Smarzowski
Elenco – Arkadiusz Jakubik, Robert Wieckiewicz, Jacek Braciak, Janusz Gajos, Joanna Kulig, Adrian Zaremba.

Na sequência inicial, três padres se divertem bebendo e cantando paródias religiosas em um apartamento. No dia seguinte eles voltam para a vida normal, ou melhor, não tão normal assim. 

Padre Lisowski (Jacek Braciak) é um sujeito ambicioso e manipulador que trata de negociatas da Igreja para construção de um enorme templo. Ele também deseja ser transferido para Roma. 

Padre Trybus (Robert Wieckiewicz) divide seu tempo entre a bebida, o namoro escondido com Hanka (Joanna Kulig) e os pedidos de doação para os fiéis. O terceiro elo é o Padre Kukula (Arkadiusz Jakubik), que também trabalha como professor em um colégio e que se vê acusado de pedofilia. 

Este longa causou uma enorme polêmica na Polônia, sendo repudiado pela Igreja Católica e ao mesmo tempo se tornando um grande sucesso de bilheteria. 

O objetivo do roteiro é mostrar o lado obscuro da Igreja Católica, que pode ser também comparado com outras religiões e seitas, em que fatos terríveis como disputa pelo poder, negócios escusos, chantagens, sexo e pedofilia são jogados para debaixo do tapete. 

Um dos acertos do roteiro é mostrar as consequências destas situações na vida dos padres e não somente na questão dos fiéis enganados. Toda a pressão enfrentada pelos padres, incluindo o absurdo celibato são gatilhos para depressão, alcoolismo e até mesmo suicídio. 

Os pecados do trio de protagonistas são explicados em rápidos flashbacks que deixam claro que o sofrimento por qual eles passaram terminaram por moldar o caráter, tanto para o bem, quanto para o mal. 

O resultado é um ótimo drama, bastante pesado e extremamente atual.

2 comentários:

Luli Ap. disse...

Deve ter sido mesmo polêmico rsrs
Infelizmente atual (ou atemporal) e talvez mesmo necessário, apesar do desconforto que possa gerar, por promover reflexão sobre questões religiosas tão descabidas.

Hugo disse...

Luli - É uma história muito atual. Vale a pena ser visto.

Bjs