sábado, 13 de janeiro de 2018

Trainspotting I e II


Trainspotting: Sem Limites (Trainspotting, Inglaterra, 1996) – Nota 9      
Direção – Danny Boyle
Elenco – Ewan McGregor, Ewen Brenmer, Jonny Lee Miller, Robert Carlyle, Kevin McKidd, Kelly Macdonald, Peter Mullan, James Cosmo, Eileen Nicholas.

Periferia de Edimburgo, Escócia. Mark Renton (Ewan McGregor) é um jovem viciado em heroína que compartilha seu vício e o prazer por loucuras com um grupo de amigos. Spud (Ewen Bremner), Sick Boy (Jonny Lee Miller), Tommy (Kevin McKidd) e o maluco Begbie (Robert Carlyle), além da jovem namorada Diane (Kelly Macdonald). 

Baseado em um livro de Irvine Welsh, este é com certeza o filme mais marcante sobre o efeito das drogas em jovens sem rumo. Por mais que tenham situações dramáticas, o foco da trama é mostrar a loucura do vício misturando desespero, violência, escatologia e até comédia. O ritmo alucinante de várias sequências pontuadas por uma ótima trilha sonora, junto com a narração cínica do protagonista vivido por Ewan McGregor elevam o filme a máxima potência. 

O grande acerto do filme e do livro é mostrar a euforia causada pelas drogas e também o outro lado, as consequências pesadas desta escolha. Tudo isso ganha pontos pelos ótimos personagens, cada um com suas características e maluquices próprias. 

É um filme que incomoda e que com certeza não agrada a muita gente, mas por outro lado é uma obra obrigatória para o cinéfilo que curte longas ousados.

T2 Trainspotting (T2 Trainspotting, Inglaterra, 2017) – Nota 7,5
Direção – Danny Boyle
Elenco – Ewan McGregor, Ewen Bremner, Jonny Lee Miller, Robert Carlyle, Anjela Nedyalkova, Kelly Macdonald, James Cosmo.

Vinte anos após ir embora da Escócia, Mark Renton (Ewan McGregor) volta para Edimburgo com o objetivo de reencontrar os amigos e tentar acertar as pendências do passado. 

Simon “Sick Boy” (Jonny Lee Miller) é dono de um decadente bar e tenta ganhar um dinheiro extra extorquindo homens que se encontram com a prostituta Veronika (Anjela Nedyalkova), sua namorada. Spud (Ewen Bremner) continua viciado em drogas e sofre por ter sido expulso de casa pela ex-esposa que ficou com o filho do casal. O psicopata Begbie (Robert Carlyle) está preso sem chance de conseguir sair, por isso planeja fugir. 

Diferente do original em que os personagens levavam a vida a mil por hora, nesta sequência o clima é de fim de festa. Isso não é ruim para o filme, pelo contrário, o roteiro mostra as consequências dos excessos na vida de cada um deles. O pensamento dos jovens que acreditam ter a vida inteira pela frente se transforma em melancolia na meia-idade, quando os sonhos se despedaçaram e a alegria das drogas se transformou numa vida vazia. 

Mesmo voltado muito mais para o drama, esta sequência tem bons momentos e alguns até engraçados, como o bizarro karaokê dos protestantes e os flashbacks em que os personagens relembram a juventude ao passarem por alguns locais da cidade. 

Ao final destes dois filmes, fica a mensagem de que podemos escolher como viver, mas também somos responsáveis pelas consequências destas escolhas.  

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