A Estrada 47 (Estrada 47, Portugal / Itália / Brasil, 2013)
– Nota 6,5
Direção – Vicente Ferraz
Elenco – Daniel de Oliveira, Francisco Gaspar, Júlio
Andrade, Thogun, Ivo Canelas, Sergio Rubini, Richard Sammel, Milhem Cortaz.
No final de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, um
pelotão de soldados brasileiros está no meio do combate em uma montanha em
Monte Castelo na Itália, quando o avanço do inimigo resulta em um ataque de pânico
coletivo. Dois soldados morrem, alguns voltam para o posto de comando, enquanto
quatro outros fogem montanha abaixo. Após se acalmarem, o tenente Penha (Júlio
Andrade), o sargento Laurindo (Thogun) e os soldados Guima (Daniel de Oliveira)
e Piauí (Francisco Gaspar) precisam decidir qual caminho tomar. Voltar para a
base correndo o perigo de serem acusados de covardia ou seguir em frente e
tentar desarmar as minas na Estrada 47 para liberar o caminho para as tropas
americanas. Quando entram em cena um desertor italiano (Sergio Rubini) e um
oficial alemão (Richard Sammel), o grupo resolve enfrentar o desafio e encontrar
a estrada.
Esta co-produção recheada de atores brasileiros tem como ponto
principal a impecável parte técnica, aproveitando dos cenários gelados de uma
montanha coberta de neve na Itália. Por mais que a premissa também seja
original, acredito que seja a primeira vez que uma produção enfoque a luta dos
soldados brasileiros durante a Segunda Guerra, com exceção de alguns
documentários, o longa deixa a desejar na lentidão da narrativa e na total
falta de emoção. A única cena de ação é um rápido tiroteio contra soldados
nazistas. Até mesmo na sequência do desarmamento das minas falta emoção.
O
elenco dá conta do recado, com destaque para Francisco Gaspar como Piauí, o
soldado nordestino mal tratado pelo tenente, que cria um laço de amizade com o
nazista vivido por Richard Sammel, vilão da série “The Strain”. O personagem
assustado de Daniel de Oliveira, que também narra a história, é outro ponto forte
do filme.
A tentativa é válida, a base da história é comum aos filmes de
Segunda Guerra, mas infelizmente faltou um diretor com maior afinidade para
cenas de ação e agilidade na narrativa.
For All – O Trampolim da Vitória (For All, Brasil, 1997) –
Nota 6
Direção – Luiz Carlos Lacerda & Buza Ferraz
Elenco – José Wilker, Betty Faria, Paulo Gorgulho, Caio
Junqueira, Erik Svane, Alexandre Lippiani, Luiz Carlos Tourinho, Flávia Bonato,
Daniela Gracindo, Edson Celulari, Claudio Mamberti, Buza Ferraz.
Pela sua posição estratégica, a cidade de Natal no Rio
Grande do Norte foi escolhida para receber a maior base militar americana na América Latina durante a Segunda Guerra Mundial. Consta que mais de quinze mil soldados
passaram pela base, causando curiosidade na população e influenciando os
costumes da região. Esta história foi contada nesta comédia leve sobre as
relações que foram criadas em brasileiros e americanos.
São vários personagens
que se cruzam em pequenas histórias, tendo como a mais importante a do casal
interpretado por José Wilker e Betty Faria. Vale destacar ainda o engraçado
Luiz Carlos Tourinho e o canastrão Edson Celulari como um agente nazista.
Como
curiosidade, o “For All” do título se refere as festas que ocorriam entre
americanos e brasileiros. Como os segundos não sabiam falar inglês, traduziram o nome das festas para
Forró, que de festa se transformou no conhecido gênero musical nordestino.
Está
longe de ser um grande filme, tendo alguns momentos divertidos e outros exagerados,
mas é superior em comparação com as comédias atuais.
O filme foi o grande
vencedor do Festival de Gramado em 1997.