Longe do Paraíso (Far from Heaven, EUA / França,
2002) – Nota 7,5
Direção – Todd Haynes
Elenco – Julianne Moore, Dennis Quaid, Dennis
Haysbert, Patricia Clarkson, Viola Davis, James Rebhorn, Michael Gaston, Celia
Weston.
Anos cinquenta, em um subúrbio de classe alta em
Connecticut, Frank (Dennis Quaid) e Cathy (Julianne Moore) parecem formar a
família perfeita. Com um casal de filhos, morando em uma bela casa e com Frank
trabalhando como executivo em uma grande empresa, tudo parece dentro dos
padrões.
Aos poucos, o espectador percebe que nem tudo está normal. Frank tenta
esconder da esposa sua atração por outros homens, mantendo casos esporádicos,
até que em um determinado dia, Cathy o procura no escritório da empresa e o encontra
nos braços de um amante.
Tentando manter a aparência de dona de casa perfeita,
Cathy decide ajudar Frank a tentar mudar seu comportamento, levando o marido
para sessões com um psquiatra. Em paralelo, Cathy faz amizade com o jardineiro
negro Raimond (Dennis Haysbert), fato que passa a ser visto pelos vizinhos como
um afronta à sociedade.
O diretor Todd Haynes se baseou no drama dos anos
cinquenta “Tudo o Que Céu Permite” de Douglas Sirk para escrever a base deste
roteiro. Naquele filme, a rica vivida por Jane Wyman se apaixonava pelo
jardineiro interpretado por Rock Hudson. Aqui, Haynes apimentou a trama
transformando o personagem do jardineiro em um negro, alterando o preconceito
social pelo racial e inserindo o marido homossexual enrustido.
A trama poderia
cair no dramalhão, mas Haynes conduz a história de uma forma sóbria, onde o
preconceito aparece nos olhares, em poucas palavras e pequenos gestos. O
roteiro de Haynes mostra claramente a hipocrisia da sociedade americana da
época, que era extremamente machista, fechando os olhos para as traições do
marido e condenando a esposa apenas por suspeitas.
O longa concorreu a quatro
prêmios Oscar, de trilha sonora, fotografia, melhor atriz para a bela
interpretação de Julianne Moore e a direção de Todd Haynes.
2 comentários:
Um melodrama clássico em forma, mas atual em conteúdo. Muito bonito e triste.
Gustavo - Realmente é uma história triste.
Abraço
Postar um comentário