Homicide: Life on the Street (Homicide: Life on the Street, EUA, 1993 a 1999)
Criador - Paul Atanasio,
Produtores - David Simon, Tom Fontana e Barry Levinson
Elenco - Andre Braugher, Richard Belzer, Clark Johnson, Yaphett Kotto, Kyle Secor, Melissa Leo, Reed Diamond, Peter Gerety, Tony Lewis, Isabella Hoffmann, Jon Seda, Callie Thorne, Max Perlich, Zeljko Ivanek, Daniel Baldwin, Ned Beatty, Michelle Forbes, Jon Polito, Lee Tergesen.
Os seriados policiais sempre seguiram o mesmo princípio de crime-investigação-solução, porém a narrativa, a forma e as ferramentas de investigação, além do estilo dos personagens, foram sendo atualizados de acordo com a passagem do tempo e as mudanças de costumes.
Nos anos setenta, o foco dos seriados policiais estavam nos detetives particulares. Séries como "Baretta", "Kojak", "Columbo" e até "Magnum" durante os anos oitenta, fizeram grande sucesso. A mudança começou em 1981, quando surgiu "Hill Street Blues", que deixava de lado a ideia de um personagem sozinho investigando criminosos, para mostrar o dia a dia de uma delegacia de polícia num violento bairro de Nova York. A série tinha mais de dez personagens fixos, todos com importância nas tramas e que enfrentavam problemas no trabalho e na vida pessoal.
Este estilo de mostrar os policiais como pessoas comuns, subiu um degrau a mais na qualidade quando "Nova York Contra o Crime" ("NYPD Blue") se tornou um estrondoso sucesso no início dos anos noventa. A série trazia personagens fortes, enfrentando os problemas de uma Nova York revitalizada, com histórias muito próximas da realidade e uma narrativa cinematográfica, deixando um pouco de lado a linguagem televisiva.
No mesmo ano, em 1993, foi lançada "Homicide: Life on the Street", que na minha opinião, ficava no meio do caminho entre a seriedade de "Nova York Contra o Crime" e o estilo rústico de "Hill Street Blues".
A série tinha como protagonistas os detetives do departamento de homicídios da decadente cidade de Baltimore. Também não existia um personagem principal, todos tinham o mesmo peso na divisão dos episódios, mas lógico que alguns personagens se destacavam.
O personagem mais marcante era Frank Pembleton (Andre Braugher), um detetive negro, inteligente e arrogante, que tratava ótimos diálogos com seu parceiro Tim Bayliss (Kyle Secor), um sujeito metódico. Vale destacar ainda o veterano Yaphett Kotto como o tenente Al Giardello e o então comediante Richard Belzer como o paranoico John Munch, além de Melissa Leo, que ficaria conhecida no cinema após protagonizar o drama "Rio Congelado".
Como curiosidade, o personagem John Munch interpretado por Richard Belzer é o recordista em aparições em séries diferentes. Ele apareceu em onze séries, sendo interpretado pelo ator durante vinte anos seguidos. Após o final de "Homicide", Belzer migrou com seu personagem para "Law & Order: SVU" onde atuou como fixo até 2014. John Munch teve ainda participações especiais em "Arquivo X", "Os Simpsons", "Law & Order", "The Beat", "The Wire - A Escuta", "Arrested Development", "Law & Order: Trial by Jury", "30 Rock" e até em "Vila Sésamo".
O sucesso rendeu sete temporadas para "Homicide" e abriu caminho para seus produtores engatarem outras séries de sucesso. Tom Fontana e o diretor Barry Levinson investiram na ótima e violentíssima "Oz - A Vida É uma Prisão", enquanto o escritor e roteirista David Simon criou a também ótima "The Wire - A Escuta", que pode ser considerada uma espécie de sequência de "Homicide", pois também se passa em Baltimore, seguindo a investigação de um desmoralizado grupo de policiais que busca prender grandes traficantes que dominam bairros pobres da cidade.
Como informação, Barry Levinson é nascido em Baltimore e vários de seus filmes, além dos dois seriados citados, tem sua cidade natal como locação.
A série rendeu ainda um telefilme em 2000.
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