Jesus de Montreal (Jésus de Montréal, Canadá / França, 1989)
– Nota 7
Direção – Denys Arcand
Elenco – Lothaire Bluteau, Catherine Wilkening, Johanne
Marie Tremblay, Remy Girard, Robert Lepage, Gilles Peletier.
Daniel (Lothaire Bluteau) é um talentoso e desconhecido ator
que é contratado por um padre (Gilles Peletier) para atualizar uma peça sobre a
vida e o calvário de Jesus Cristo. A peça, que é encenada há mais de quarenta
anos nos jardins de uma enorme igreja em Montreal, tem o texto alterado por
Daniel, que convida dois atores e duas atrizes para completarem o elenco. O
grupo cria um forte laço de amizade resultando em uma belíssima peça. Para surpresa dos
atores, o padre e seus superiores não gostam da modernização da peça e tentam
proibir as apresentações.
O roteiro do diretor canadense Denys Arcand (“O
Declínio do Império Americano” e “As Invasões Bárbaras”) faz um paralelo entre os
dogmas que a Igreja Católica tenta passar para seus seguidores e a falta de
moral e ética do mundo atual, situação esta exemplificada na sequência da
seleção de atores para o comercial.
A peça escrita pelo personagem de Daniel
humaniza Jesus Cristo, o que faz com que o padre a veja como um perigo para a
Igreja. O padre é um modelo de hipocrisia, ele tem uma amante e confessa que
não abandona o sacerdócio para não perder as regalias que tem direito dentro da
Igreja. Em outro diálogo, o padre diz a Daniel que as pessoas não querem a
verdade, mas sim ouvir que Jesus e Deus amam a todos, mesmo que ele próprio não
acredite nisto. A parte final é quase surreal, se mostrando como uma parábola
da ressurreição de Cristo.
Não é um filme para todos os públicos, parte das
sequências são as encenações da peça, além disso, o estilo de Denys Arcand é
recheado de diálogos, tem um ritmo lento e uma curiosa trilha sonora
instrumental.
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