segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo

Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo (Foxcatcher, EUA, 2014) – Nota 8
Direção – Bennett Miller
Elenco – Steve Carell, Channing Tatum, Mark Ruffalo, Sienna Miller, Vanessa Redgrave, Anthony Michael Hall, Guy Boyd.

Mark Schultz (Channing Tatum) foi campeão olímpico de luta greco-romana em Los Angeles 1984. Estamos em 1987 e Mark leva uma vida simples, com pouco dinheiro e treinando diariamente com o irmão David (Mark Ruffalo), que também ganhou uma medalha de ouro olímpica. 

Num certo dia, Mark recebe a ligação de uma pessoa o convidando para conhecer a casa de John du Pont. Mesmo sem saber quem era o sujeito e o porquê do convite, Mark aceita visitar o local e descobre que John é um milionário que banca uma equipe de luta chamada Foxcatcher. 

Em troca de um ótimo contrato, um local para morar dentro da propriedade do milionário e todas as condições para treinamento, Mark se torna atleta de John, ao mesmo tempo em que David não aceita o convite. O que começa como uma aparente parceria esportiva, se torna uma doentia relação que envolverá dinheiro, poder e ciúme, terminando em tragédia. 

Minha primeira observação é sobre o subtítulo nacional. Não gosto de subtítulos, na maioria das vezes as distribuidoras criam uma frase para chamar a atenção de um determinado público ou acabam por entregar alguma situação importante da trama. A escolha do subtítulo aqui é ridícula. Fica a impressão para os desavisados de que o filme seria sobre uma tragédia envolvendo muitas pessoas ou algo do gênero. 

Deixando de lado esta questão, este ótimo longa de Bennett Miller (do também ótimo “Capote”) é baseado numa estranha história real, focada principalmente em dois personagens com claros problemas pessoais e psicológicos. 

O show fica por conta da interpretação de Steve Carell como o patético John du Pont. Milionário e herdeiro de uma grande empresa química, John jamais conseguiu se livrar das rédeas da mãe (Vanessa Redgrave), que o tratava da mesma forma que os cavalos que ela tanto adorava. O ódio de John pela mãe e pelos cavalos vem à tona na cena da bebedeira. Vale destacar ainda o constrangimento dos lutadores na sequência do treinamento, quando John tenta impressionar sua mãe. 

O Mark Schultz de Channing Tatum é o jovem que mesmo tendo sido campeão olímpico, não conseguiu superar o trauma por ter perdido os pais ainda criança e principalmente o ciúme que sente do irmão David, a quem tenta se desgarrar, não entendendo que o irmão só deseja ajudá-lo. 

Mark Ruffalo cria um ótimo David Schultz, pai de família, calmo e inteligente, que tenta direcionar a vida do irmão e que em determinado ponto se torna uma espécie de mediador entre Mark e John. 

Não é um filme para o espectador comum, a história incomoda, os personagens são complicados e até mesmo as cenas das lutas são apenas passagens na trama, o ponto principal é o embate psicológico. 

Finalizando, o verdadeiro Mark Schultz ficou irritado com algumas situações mostradas no filme, que nas entrelinhas deixam a impressão de ter existido um caso homossexual entre ele e John du Pont, fato que o lutador nega com veemência. 

2 comentários:

Amanda Aouad disse...

É um ótimo filme mesmo e apesar de concordar com sua observação sobre o subtítulo, realmente, a história choca, rs. Eu vi o filme sem saber o acontecimento chave e tomei um susto na cena.

bjs

Hugo disse...

Amanda - Eu sabia que aconteceria uma tragédia e pelo desenrolar da trama já imaginava quem seria o culpado.

Eu não conhecia a história, que realmente é chocante e até constrangedora em algumas sequências.

Bjos