Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo (Foxcatcher,
EUA, 2014) – Nota 8
Direção – Bennett Miller
Elenco – Steve Carell, Channing Tatum, Mark Ruffalo, Sienna
Miller, Vanessa Redgrave, Anthony Michael Hall, Guy Boyd.
Mark Schultz (Channing Tatum) foi campeão olímpico de luta
greco-romana em Los Angeles 1984. Estamos em 1987 e Mark leva uma vida simples,
com pouco dinheiro e treinando diariamente com o irmão David (Mark Ruffalo),
que também ganhou uma medalha de ouro olímpica.
Num certo dia, Mark recebe a
ligação de uma pessoa o convidando para conhecer a casa de John du Pont. Mesmo
sem saber quem era o sujeito e o porquê do convite, Mark aceita visitar o local
e descobre que John é um milionário que banca uma equipe de luta chamada
Foxcatcher.
Em troca de um ótimo contrato, um local para morar dentro da
propriedade do milionário e todas as condições para treinamento, Mark se torna
atleta de John, ao mesmo tempo em que David não aceita o convite. O que começa
como uma aparente parceria esportiva, se torna uma doentia relação que
envolverá dinheiro, poder e ciúme, terminando em tragédia.
Minha primeira
observação é sobre o subtítulo nacional. Não gosto de subtítulos, na maioria
das vezes as distribuidoras criam uma frase para chamar a atenção de um determinado
público ou acabam por entregar alguma situação importante da trama. A escolha
do subtítulo aqui é ridícula. Fica a impressão para os desavisados de que o filme
seria sobre uma tragédia envolvendo muitas pessoas ou algo do gênero.
Deixando de lado esta questão, este ótimo longa de Bennett Miller (do também ótimo
“Capote”) é baseado numa estranha história real, focada principalmente em dois personagens
com claros problemas pessoais e psicológicos.
O show fica por conta da
interpretação de Steve Carell como o patético John du Pont. Milionário e herdeiro
de uma grande empresa química, John jamais conseguiu se livrar das rédeas da
mãe (Vanessa Redgrave), que o tratava da mesma forma que os cavalos que ela
tanto adorava. O ódio de John pela mãe e pelos cavalos vem à tona na cena da
bebedeira. Vale destacar ainda o constrangimento dos lutadores na sequência do
treinamento, quando John tenta impressionar sua mãe.
O Mark Schultz de Channing
Tatum é o jovem que mesmo tendo sido campeão olímpico, não conseguiu superar o
trauma por ter perdido os pais ainda criança e principalmente o ciúme que sente
do irmão David, a quem tenta se desgarrar, não entendendo que o irmão só deseja
ajudá-lo.
Mark Ruffalo cria um ótimo David Schultz, pai de família, calmo e
inteligente, que tenta direcionar a vida do irmão e que em determinado ponto se
torna uma espécie de mediador entre Mark e John.
Não é um filme para o
espectador comum, a história incomoda, os personagens são complicados e até
mesmo as cenas das lutas são apenas passagens na trama, o ponto principal é o
embate psicológico.
Finalizando, o verdadeiro Mark Schultz ficou irritado com
algumas situações mostradas no filme, que nas entrelinhas deixam a impressão de
ter existido um caso homossexual entre ele e John du Pont, fato que o lutador
nega com veemência.
2 comentários:
É um ótimo filme mesmo e apesar de concordar com sua observação sobre o subtítulo, realmente, a história choca, rs. Eu vi o filme sem saber o acontecimento chave e tomei um susto na cena.
bjs
Amanda - Eu sabia que aconteceria uma tragédia e pelo desenrolar da trama já imaginava quem seria o culpado.
Eu não conhecia a história, que realmente é chocante e até constrangedora em algumas sequências.
Bjos
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