Rush – No Limite da Emoção (Rush, Inglaterra / Alemanha,
2013) – Nota 8
Direção – Ron Howard
Elenco – Chris Hemsworth, Daniel Bruhl, Olivia Wilde,
Alexandra Maria Lara, Pierfrancesco Favino, Christian McKay, Alistair Petrie,
Julian Rhind Tutt, Colin Stinton.
Não dirijo, não sou fã de carros ou de corridas e jamais
tive paciência para assistir um Grande Prêmio de Fórmula 1 do início ao fim,
mesmo nos tempos de Piquet e Senna, mas isso não impediu que tivesse interesse
em conhecer a história deste esporte, que por si só apresenta personagens
fascinantes e disputas fantásticas.
É curioso que este mundo da Fórmula 1 tenha
sido pouco explorado pelo cinema. Temos o péssimo “Alta Velocidade”
protagonizado por Stallone, o bom documentário “Senna” que foca mais no
personagem e até o lançamento de “Rush”, o grande filme sobre o tema era “Grand
Prix” de John Frankenheimer.
Quando foi lançado no final dos anos sessenta,
“Grand Prix” fez muito sucesso pelas cenas de corrida e principalmente pela
recriação do som do ronco dos motores que rendeu o Oscar. Aqui em SP consta que
no finado cine Comodoro as filas eram enormes, pois era a sala que tinha a
melhor aparelhagem de som. Demorou quase cinquenta anos, mas surgiu um filme
para superar “Grand Prix”.
Esta parceria do diretor Ron Howard com o roteirista
Peter Morgan (“A Rainha”, “Frost/Nixon”, “O Último Rei da Escócia”) foca na
disputa pessoal entre o métodico piloto austríaco Niki Lauda (Daniel Bruhl de “Adeus
Lênin”) e o festeiro e mulherengo inglês James Hunt (Chris Hemsworth, de “Thor”),
que em 1976 disputaram o título do campeonato até a última corrida, passando
inclusive pelo terrivel acidente que quase tirou a vida de Lauda.
A trama
começa no início dos anos setenta, quando os dois pilotos disputavam ainda a Fórmula 3 na Inglaterra e alguns incidentes
na pista criaram uma grande rivalidade entre eles, passando depois pela forma
como cada um conseguiu chegar na Fórmula 1, até a disputa de 1976. O roteiro mostra ainda detalhes da vida
pessoal dos pilotos, seus relacionamentos amorosos e também com outros pilotos.
Quem conhece a história da Fórmula 1, sabe que diferente do que vemos na
atualidade, onde a segurança dos pilotos é quase total e a vitória depende
muito da tecnologia do carro, nos anos setenta a disputa era perigosa, muitas
vezes fatal e o vencedor tinha quer ter talento, já que a diferença entre os
carros era mínima e a briga por posições nas pistas aconteciam do início ao fim.
Vários
pilotos famosos da época são interpretados ou citados durante o filme. Temos o
italiano Clay Regazzoni (Pierfrancesco Favino) que tem participação importante
na trama, o ex-piloto Stirling Moss (Alistair Petrie) que era repórter na época
e outros que são citados, como o americano Mario Andretti, o alemão Jochen
Mass, o sulafricano campeão em 1979 Jody Scheckter e o brasileiro Emerson
Fittipaldi, que por sinal é citado de forma pouco elogiosa pelos diretores da
McLaren, que teriam sido enrolados pelo piloto.
Como informação, o verdadeiro Niki Lauda auxiliou
no roteiro como consultor, o que com certeza ajudou para que os fatos mostrados
aqui chegassem bem próximos da realidade.
O resultado é um ótimo longa, com
história interessante e bem contada, bons personagens e cenas de corrida
competentes.
4 comentários:
Vi "Rush" há um mês, a emoção é garantida, e se esses GP's virassem filmes, seriam bem melhores!
Marcelo - O filme é ótimo.
Abraço
É um excelente filme, de fato. Vi no cinema e sai empolgada. A história é muito bem contada, a direção também. E vai além de automobilismo, fala de disputa, rivalidade e pessoas.
bjs
Amanda - O roteiro vai além da disputa nas corridas, esta é a grande sacada do filme.
Bjos
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