Operação Thunderbolt (Mivtsa Yonatan, Israel, 1977) – Nota
7,5
Direção – Menahem Golan
Elenco – Klaus Kinski, Sybil Danning, Yehoram Gaon, Assaf
Dayan.
Em 1976, um avião da Air France que saiu de Israel e fez escala em Atenas, decola com
destino a Paris com duzentos passageiros, sendo que a metade eram de judeus, é
sequestrado por quatro terroristas (três homens e uma mulher) que desviam a
rota até Benghazi na Líbia, onde duas mulheres que estão passando mal são
libertadas, o avião é reabastecido e volta ao ar desta vez para pousar no
aeroporto de Entebbe em Uganda.
Os terroristas pertenciam a Frente de
Libertação da Palestina e escolheram Uganda como destino por terem a simpatia
do sanguinário ditador Idi Amin Dada, que também era inimigo de Israel. Eles soltaram
em torno de 100 passageiros e mantiveram como reféns outros 100 que eram
judeus, exigindo a libertação de 43 membros do seu grupo que estavam presos em
Israel, caso o pedido não fosse aceito, os terroristas matariam os reféns
judeus. Percebendo que era impossível negociar, o governo de Israel aciona um comando de elite do exército que arma um arriscado plano de resgate.
Baseado
numa história real, esta produção israelense colocou no mapa mundial do cinema
a dupla de produtores Menahem Golan e Yoram Globus. O razoável sucesso do longa abriu o caminho para a
dupla de primos que no início dos anos oitenta se mudou para Hollywood e fundou
a produtora Cannon. Para quem quiser saber com detalhes a trajetória da Cannon,
clique aqui e visite minha postagem sobre a produtora.
Voltando ao filme, como a história ainda estava
quente e foi considerada uma vitória de Israel sobre os palestinos, como se
fosse um troco pelo massacre da Olimpíada de Munique quando atletas israelenses
foram assassinados, por si só a produção tinha tudo para fazer sucesso no país.
Com a expectativa em alta, a dupla de produtores investiu dois milhões e meio
de dólares, caprichou na produção, inclusive no roteiro e na direção de atores,
detalhes que muitas vezes eles deixaram de lado em trabalhos posteriores, além
de contratar o temperamental e então famoso ator alemão Klaus Kinski para o
papel do líder dos terroristas, além da bela austríaca Sybil Danning, que nos
anos oitenta se tornaria estrela de filmes B.
A narrativa segue o estilo dos
filmes catástrofe que estavam na moda na época, mostrando na primeira parte a
chegada dos passageiros no aeroporto e suas pequenas histórias, para depois jogá-los no meio
do inferno do sequestro. O clima pesado entre sequestradores e reféns no
aeroporto é de tensão na medida certa, assim como os preparativos do comando
israelense para o resgate, até a inevitável sequência final de ação, que também
se mostra competente.
Como informação, esta mesma história foi filmada outras
três vezes. Em 1976, logo após o ocorrido,
foram produzidos dois filmes para a tv com elencos recheados de astros. O
também diretor israelense Irvin Kershner, de “O Império Contra-Ataca”, comandou
um telefilme chamado “Resgate Fantástico” que tinha Charles Bronson, Peter
Finch, Martin Balsam e outros astros.
Marvin G. Chomsky dirigiu “Vitória em Entebbe” com Kirk Douglas, Richard
Dreyfuss e Elizabeth Taylor.
O último longa sobre o tema foi “Comando Delta”,
que o próprio Menahem Golan dirigiu colocando como protagonistas Chuck Norris e
Lee Marvin. Esta produção é ótima como filme de ação, porém muda um pouco a
história, o que faz com que “Operação Thunderbolt” seja ainda a melhor versão e
a mais próxima da realidade em relação ao ocorrido.
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