quarta-feira, 4 de junho de 2014

Rush - No Limite da Emoção

Rush – No Limite da Emoção (Rush, Inglaterra / Alemanha, 2013) – Nota 8
Direção – Ron Howard
Elenco – Chris Hemsworth, Daniel Bruhl, Olivia Wilde, Alexandra Maria Lara, Pierfrancesco Favino, Christian McKay, Alistair Petrie, Julian Rhind Tutt, Colin Stinton.

Não dirijo, não sou fã de carros ou de corridas e jamais tive paciência para assistir um Grande Prêmio de Fórmula 1 do início ao fim, mesmo nos tempos de Piquet e Senna, mas isso não impediu que tivesse interesse em conhecer a história deste esporte, que por si só apresenta personagens fascinantes e disputas fantásticas. 

É curioso que este mundo da Fórmula 1 tenha sido pouco explorado pelo cinema. Temos o péssimo “Alta Velocidade” protagonizado por Stallone, o bom documentário “Senna” que foca mais no personagem e até o lançamento de “Rush”, o grande filme sobre o tema era “Grand Prix” de John Frankenheimer. 

Quando foi lançado no final dos anos sessenta, “Grand Prix” fez muito sucesso pelas cenas de corrida e principalmente pela recriação do som do ronco dos motores que rendeu o Oscar. Aqui em SP consta que no finado cine Comodoro as filas eram enormes, pois era a sala que tinha a melhor aparelhagem de som. Demorou quase cinquenta anos, mas surgiu um filme para superar “Grand Prix”. 

Esta parceria do diretor Ron Howard com o roteirista Peter Morgan (“A Rainha”, “Frost/Nixon”, “O Último Rei da Escócia”) foca na disputa pessoal entre o métodico piloto austríaco Niki Lauda (Daniel Bruhl de “Adeus Lênin”) e o festeiro e mulherengo inglês James Hunt (Chris Hemsworth, de “Thor”), que em 1976 disputaram o título do campeonato até a última corrida, passando inclusive pelo terrivel acidente que quase tirou a vida de Lauda. 

A trama começa no início dos anos setenta, quando os dois pilotos disputavam ainda a Fórmula 3 na Inglaterra e alguns incidentes na pista criaram uma grande rivalidade entre eles, passando depois pela forma como cada um conseguiu chegar na Fórmula 1, até a disputa de 1976.  O roteiro mostra ainda detalhes da vida pessoal dos pilotos, seus relacionamentos amorosos e também com outros pilotos. 

Quem conhece a história da Fórmula 1, sabe que diferente do que vemos na atualidade, onde a segurança dos pilotos é quase total e a vitória depende muito da tecnologia do carro, nos anos setenta a disputa era perigosa, muitas vezes fatal e o vencedor tinha quer ter talento, já que a diferença entre os carros era mínima e a briga por posições nas pistas aconteciam do início ao fim. 

Vários pilotos famosos da época são interpretados ou citados durante o filme. Temos o italiano Clay Regazzoni (Pierfrancesco Favino) que tem participação importante na trama, o ex-piloto Stirling Moss (Alistair Petrie) que era repórter na época e outros que são citados, como o americano Mario Andretti, o alemão Jochen Mass, o sulafricano campeão em 1979 Jody Scheckter e o brasileiro Emerson Fittipaldi, que por sinal é citado de forma pouco elogiosa pelos diretores da McLaren, que teriam sido enrolados pelo piloto. 

Como informação, o verdadeiro Niki Lauda auxiliou no roteiro como consultor, o que com certeza ajudou para que os fatos mostrados aqui chegassem bem próximos da realidade.

O resultado é um ótimo longa, com história interessante e bem contada, bons personagens e cenas de corrida competentes.

4 comentários:

! Marcelo Cândido ! disse...

Vi "Rush" há um mês, a emoção é garantida, e se esses GP's virassem filmes, seriam bem melhores!

Hugo disse...

Marcelo - O filme é ótimo.

Abraço

Amanda Aouad disse...

É um excelente filme, de fato. Vi no cinema e sai empolgada. A história é muito bem contada, a direção também. E vai além de automobilismo, fala de disputa, rivalidade e pessoas.

bjs

Hugo disse...

Amanda - O roteiro vai além da disputa nas corridas, esta é a grande sacada do filme.

Bjos