Uma Noite de Crime (The Purge, EUA, 2013) – Nota 7
Direção – James DeMonaco
Elenco –
Ethan Hawke, Lena Headey, Max Burkholder, Adelaide Kane, Edwin Hodge, Rhys
Wakefield, Arija Bareikis, Chris Mulkey, Tisha French.
Em 2020, os Estados Unidos vivem um período de calma com a
drástica queda da violência e do desemprego. Um dos motivos alegados para esta
Nova Era é o chamado “Dia do Expurgo”. Em uma noite do ano, durante doze horas
(das sete da noite as sete da manhã) os crimes estão liberados, com a polícia e
os hospitais não podendo atender chamado algum neste período. Criado pelos novos
administradores do país, esta noite é o momento que todo cidadão tem para liberar
seu ódio e acertar contas com seus inimigos, sem que precise respeitar a lei.
Neste contexto, James Sandin (Ethan Hawke) é um vendedor de sistemas de
segurança que prosperou se aproveitando do “Dia do Expurgo”, ficou rico e construiu
uma bela mansão em um condomínio onde mora com a esposa (Lena Headey) e o casal
de filhos adolescentes (Max Burkholder e Adelaide Kane). Na noite em questão,
James se fecha com sua família na mansão, que se transforma numa fortaleza para
proteção contra os atos de violência, porém uma atitude de seu filho faz com
que a casa seja cercada por um grupo de jovens assassinos.
O roteiro do próprio
diretor James DeMonaco tem uma ótima premissa, além de várias críticas ao mundo
atual, porém peca ao transformar a meia-hora final num suspense violento ao
estilo dos filmes de terror adolescentes.
O ponto principal é a crítica social,
colocando como personagem principal um pai de família emergente que esconde
seus preconceitos atrás do dinheiro e que vê sua vida virar de ponta cabeça
quando pessoas indesejadas invadem seu mundinho particular.
É interessante
analisar também que os governantes aqui são uma mistura de corporação
com religião, que utilizam uma frase que cita que o “renascimento” do país,
palavra muito usada em várias religiões.
Uma boa sacada são as inserções de
discussões na tv e no rádio, onde especialistas citam que a violência faz parte
do homem, enquanto outros comentam que o “Dia do Expurgo” é na verdade uma nova
forma de eliminar pobres, doentes e delinquentes, ou seja, todos aqueles que em
tese não contribuem para o crescimento do país, quase uma cópia da “solução
final” dos nazistas.
É uma pena que um tema tão rico tenha se transformando num
filme comum, exagerando até mesmo nas vezes em que um personagem é salvo antes
de morrer. Este tipo de sequência ocorre pelo menos quatro vezes no filme.
Como
informação, o diretor James DeMonaco estreou no cinema com outro filme policial
também protagonizado por Ethan Hawke, o mais irregular ainda “Cidade do Crime”
(Staten Island).
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