terça-feira, 26 de novembro de 2013

Uma Noite de Crime

Uma Noite de Crime (The Purge, EUA, 2013) – Nota 7
Direção – James DeMonaco
Elenco – Ethan Hawke, Lena Headey, Max Burkholder, Adelaide Kane, Edwin Hodge, Rhys Wakefield, Arija Bareikis, Chris Mulkey, Tisha French.

Em 2020, os Estados Unidos vivem um período de calma com a drástica queda da violência e do desemprego. Um dos motivos alegados para esta Nova Era é o chamado “Dia do Expurgo”. Em uma noite do ano, durante doze horas (das sete da noite as sete da manhã) os crimes estão liberados, com a polícia e os hospitais não podendo atender chamado algum neste período. Criado pelos novos administradores do país, esta noite é o momento que todo cidadão tem para liberar seu ódio e acertar contas com seus inimigos, sem que precise respeitar a lei. 

Neste contexto, James Sandin (Ethan Hawke) é um vendedor de sistemas de segurança que prosperou se aproveitando do “Dia do Expurgo”, ficou rico e construiu uma bela mansão em um condomínio onde mora com a esposa (Lena Headey) e o casal de filhos adolescentes (Max Burkholder e Adelaide Kane). Na noite em questão, James se fecha com sua família na mansão, que se transforma numa fortaleza para proteção contra os atos de violência, porém uma atitude de seu filho faz com que a casa seja cercada por um grupo de jovens assassinos. 

O roteiro do próprio diretor James DeMonaco tem uma ótima premissa, além de várias críticas ao mundo atual, porém peca ao transformar a meia-hora final num suspense violento ao estilo dos filmes de terror adolescentes. 

O ponto principal é a crítica social, colocando como personagem principal um pai de família emergente que esconde seus preconceitos atrás do dinheiro e que vê sua vida virar de ponta cabeça quando pessoas indesejadas invadem seu mundinho particular. 

É interessante analisar também que os governantes aqui são uma mistura de corporação com religião, que utilizam uma frase que cita que o “renascimento” do país, palavra muito usada em várias religiões. 

Uma boa sacada são as inserções de discussões na tv e no rádio, onde especialistas citam que a violência faz parte do homem, enquanto outros comentam que o “Dia do Expurgo” é na verdade uma nova forma de eliminar pobres, doentes e delinquentes, ou seja, todos aqueles que em tese não contribuem para o crescimento do país, quase uma cópia da “solução final” dos nazistas. 

É uma pena que um tema tão rico tenha se transformando num filme comum, exagerando até mesmo nas vezes em que um personagem é salvo antes de morrer. Este tipo de sequência ocorre pelo menos quatro vezes no filme. 

Como informação, o diretor James DeMonaco estreou no cinema com outro filme policial também protagonizado por Ethan Hawke, o mais irregular ainda “Cidade do Crime” (Staten Island). 

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