Rio, Zona Norte (Brasil, 1957) – Nota 7,5
Direção – Nelson Pereira dos Santos
Elenco – Grande Otelo, Jece Valadão, Paulo Goulart, Haroldo
de Oliveira, Malu Maia, Zé Keti.
Espírito da Luz Soares (Grande Otelo) é um compositor de
sambas que vive em um morro na zona norte do Rio de Janeiro com a esperança de
que algum cantor grave suas músicas. Durante uma festa no morro, após cantar
seus sambas, Espirito recebe duas propostas. Um produtor musical (Paulo Goulart)
o convida para visitá-lo na rádio no cento do rio e o ator Maurício (Jece
Valadão) promete conseguir com que o cantor Alaor (Zé Keti) grave seu samba.
Totalmente ingênuo, Espírito acredita que possa ficar famoso e ganhar dinheiro,
porém não imagina que será enganado e em troca receberá uma ninharia. Para
piorar, Espírito é cobrado por sua nova esposa (Malu Maia) que também deseja
dinheiro, além de precisar lidar com o filho adolescente que está entrando no
mundo do crime.
O diretor Nelson Pereira dos Santos estreou no cinema dois anos antes com “Rio
40 Graus” que tinha como protagonistas garotos de favela que tentavam
sobreviver através de biscates na zona sul carioca. Aqui ele volta sua câmera
para a difícil vidas as pessoas que vivem nos morros da zona norte, tendo no
pobre Espírito o exemplo de como era complicado mudar de vida e principalmente
a facilidade com que estas pessoas eram exploradas pela sociedade.
Além da boa atuação
de Grande Otelo, inclusive nas cenas dramáticas, o destaque é verificar que a
história continua atual quase sessenta anos depois. O sujeito que tem seu
talento explorado por gananciosos, a dificuldade de locomoção de quem precisa
atravessar a cidade de trem e a violência juvenil, que hoje infelizmente é
dezenas de vezes pior, são alguns pontos que continuam não melhoraram com o passar das décadas.
O resultado é um filme marcante de um cineasta que
apesar de ainda estar na ativa com documentários, tem seus melhores trabalhos entre os
anos cinqüenta e início dos oitenta.
3 comentários:
"O resultado é um filme marcante de um cineasta que apesar de ainda estar na ativa com documentários, tem seus melhores trabalhos entre os anos cinqüenta e início dos oitenta."
Amei as duas obras Rio 40 Graus e Rio Zona Norte. Trabalhos mágicos que me tocaram mais do que as obras de Glauber Rocha.
abs
Grande Otelo e Jece Valadão... grande dupla. Desconhecia totalmente esse filme. Aliás, não conheço nada do diretor, infelizmente.
Renato - Ainda preciso assistir as obras de Glauber Rocha.
Bruno - É um bom drama e a dupla principal deixaram uma bela carreira no cinema.
Abraço
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