Capitães da Areia (Brasil, 2011) – Nota 6,5
Direção – Cecilia Amado
Elenco – Jean Luís Amorim, Ana Graciela, Robério Lima,
Israel Gouveia, Paulo Abade, Marinho Gonçalves, Ana Cecília Costa, Diogo Lopes
Filho, Jordan Mateus, Elielson Conceição, Zéu Britto, Edelvan de Deus.
Em Salvador nos anos cinquenta, um grupo de crianças de rua
lideradas por Pedro Bala (Jean Luis Amorim) sobrevivem de pequenos roubos e
utilizam como casa um velho trapiche na beira da mar. O grupo que tem ainda
Professor (Robério Lima), Sem Pernas (Israel Gouveia), Gato (Paulo Abade),
entre outros, é ajudado por um padre (Diogo Lopes Filho) e um mestre de
capoeira (Marinho Gonçalves), mas isso é pouco em relação aos problemas que
precisam enfrentar com a polícia, com a epidemia de varíola e entre eles
mesmos, principalmente por causa de dois fatos.
A expulsão de Ezequiel (Edelvan
de Deus) que tenta roubar um dos garotos e que cria um outro grupo e jura
vingança a Pedro Bala. O segundo fato é a chegada da menina Dora (Ana
Graciela), que é trazida para o trapiche junto com seu irmão pequeno pelo Professor
(Robério Lima), o único garoto do grupo que sabe ler. A chegada da menina causa
uma excitação em todos os garotos e quase acaba em tragédia.
A diretoria
Cecilia Amado é neta do escritor Jorge Amado, autor do livro que é considerado
um clássico da literatura brasileira e por isso considerado de difícil transposição
para a tela. Não li a obra para fazer uma comparação, mas pelo filme fica claro
que são várias pequenas histórias de cada personagem, o que dificultou ainda
mais a adaptação, resultando em algumas passagens mal explicadas.
Outro ponto
que me incomodou foi a sequência final em que Professor narra o que seria o
destino de cada personagem, cena que tenta criar uma emoção forçada.
Mesmo com
estas falhas, é um filme que merece ser visto por ter uma história triste e
ainda atual, lembrando que o livro foi lançado em 1937 e a questão das crianças de rua está ainda pior nos dias de hoje.
Finalizando, apesar de não comprometer, o
elenco de crianças é irregular. A maioria das atuações são naturais, mas o
protagonista Jean Luís Amorim é inexpressivo como Pedro Bala e na minha
opinião o destaque é o garoto Robério Lima como o Professor.
2 comentários:
Li o livro há anos. Quero ver esse filme. A cena da morte de Dora (no livro) é uma das mais emocionantes que já vi na literatura brasileira.
Kleiton - Como citei no texto, não li o livro para comparar.
A cena da morte de Dora no filme não passa grande emoção, infelizmente.
Abraço
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