Recontagem (Recount, EUA, 2008) – Nota 7,5
Direção – Jay Roach
Elenco –
Kevin Spacey, Bob Balaban, Ed Begley Jr, Laura Dern, Dennis Leary, Tom
Wilkinson, John Hurt, Bruce McGill, Bruce Altman, Jayne Atkinson, Gary
Basaraba, Mitch Pileggi, Derek Cecil, Adam LeFevre.
A confusa eleição para presidente dos Estados Unidos em 2000
foi uma prévia do que o país enfrentaria nos anos seguintes, tendo o péssimo
George W. Bush como seu comandante. Todo tipo de artifício sujo foi utilizado
pelos republicanos para atravancar a recontagem de votos e assim garantir a
eleição de Bush, pois eles sabiam que quase com certeza Gore seria o vencedor
após uma recontagem manual.
O roteiro desta produção para a HBO foca nas
disputas entre republicanos e democratas para se chegar ao final da contagem de
votos no Estado da Flórida, que por sinal tinha o irmão de Bush como
governador. O personagem principal é Ron Klain (Kevin Spacey), que era o
coordenador da campanha de Gore, foi demitido, retornou para a
campanha pouco antes da eleição em um cargo menor e acabou se tornando
novamente o líder quando a bagunça na Flórida estourou.
No final da contagem
dos votos no país, a mídia noticiou a vitória de Gore na Flórida, voltando
atrás poucas horas depois dando a vitória para Bush, que foi quase ratificada,
porém vários condados do Estado ainda estavam em contagem. A princípio a contagem final deu a vitória para Bush com pouco mais de mil votos de diferença, o que fez com
os aliados de Gore pedissem uma recontagem, fato que deu início a enorme
bagunça e uma interminável disputa na justiça.
A grande quantidade de absurdos
que ocorreram na eleição somente foram desvendados por causa da briga pela
recontagem, que começou quando idosos votantes na Flórida alegaram terem
intenção de votar em Gore, mas por causa da confusa cédula criada por uma
burocrata, eles acreditavam terem votado por engano em Pat Buchanan.
De uma
forma inacreditável, a votação funcionava através de furinhos no meio de uma
cartela onde existiam nomes de candidatos dos dois lados, confundindo os
eleitores. Para os brasileiros mais velhos que viveram nos anos setenta e
oitenta, as cartelas lembram os antigos jogos da loteria esportiva em que o
apostador recebia uma cartela com furos marcando os resultados de sua escolha.
Para piorar, as cartelas americanas eram contadas por máquinas, que muitas
vezes não consideravam furos parciais. Além disso, milhares de eleitores foram
proibidos de votar por terem nomes semelhantes ao de pessoas condenadas.
Um dos
pontos positivos do filme é o elenco, com Kevin Spacey competente como de
costume, destacando ainda o ótimo Tom Wilkinson como o Secretário James Baker,
aliado antigo da família d Bush e Laura Dern como a inacreditável Katherine Harris, a
tapada Secretária de Governo da Flórida que tomou decisões absurdas e
merecidamente virou motivo de piada.
Para quem está acostumado com as sujeiras
da política brasileira, fica a comparação de como honestidade é algo raro para
quem está ou deseja chegar ao poder, não importando qual o país dos envolvidos.
2 comentários:
Parece mesmo interessante. E gosto do Kevin Spacey.
bjs
Amanda - Spacey é um ótimo ator.
Bjos
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