Direção – Roberto Farias
Elenco – Reginaldo Faria, Antônio
Fagundes, Carlos Zara, Cláudio Marzo, Natália do Valle, Elizabeth Savalla.
Em 1970, durante a Copa do
Mundo do México, no auge da repressão da ditadura militar e também do chamado “Milagre
Econômico”, Jofre Godoy (Reginaldo Faria) é um simples trabalhador da classe
média, que por acaso divide o táxi com um militante de esquerda e por este
motivo é preso e torturado por agentes da repressão que o consideram
subversivo. Após ele desaparecer, seu irmão Miguel (Antônio Fagundes) e sua
esposa Marta (Natália do Valle) iniciam uma peregrinação para localizá-lo,
sendo ignorados pela polícia e ainda ameaçados por tentarem enfrentar o
sistema.
Este longa é um marco do cinema nacional por ter sido um dos primeiros
a mexer no vespeiro da ditadura, tendo sido liberado para exibição apenas em
1983 após uma batalha com a censura, que se não era a mesma dos anos setenta,
ainda tinha poder para vetar filmes, músicas e peças de teatro.
Diz a lenda, que a ideia do filme nasceu de um incidente com o ator Reginaldo Faria, que
teria brincando com uma mulher em um aeroporto dizendo que estava armado e a
conversa foi ouvida por policiais que o levaram para uma sala onde ele teria
sofrido tortura psicológica até conseguir convencê-los que era apenas uma
brincadeira.
Verdade ou não, o roteiro escrito por Reginaldo e por seu irmão, o
diretor Roberto Farias acerta ao mostrar o absurdo das ações da ditadura, que a
princípio consideravam todos os suspeitos culpados, com um detalhe especial
sinistro, os agentes são mostrados como homens trabalhando para um
grupo de empresários que apoiavam a ditadura, não diretamente para o governo.
Este fato é livremente inspirado na história do empresário dinamarquês Henning
Albert Boilesen, sujeito radicado no Brasil que teria financiado a terrível
Operação Bandeirantes (OBAN), que prendeu, torturou e matou várias pessoas.
Existe um documentário sofre o assunto chamado “Cidadão Boilesen”, porém ainda
não tive oportunidade de assistir.
Voltando ao filme, temos uma primeira parte
mais voltada para o desespero e a investigação da família e a parte final dando
maior ênfase a ação, sempre mostrando ao fundo cenas dos jogos da Copa do Mundo do México e a alegria da população totalmente alienada com que acontecia nos porões da ditadura.
É um filme obrigatório para quem gosta de história e
principalmente quem quer saber um pouco mais, mesmo que numa ficção, sobre um
dos períodos mais tristes da história do Brasil.
2 comentários:
Confesso que atualmente estou meio cansado dos filmes sobre a ditadura militar, mas com certeza Pra frente Brasil é um dos melhores sobre o assunto.
Gilberto - Este tem grande importância por ser um dos primeiros utilizar o tema da ditadura.
Abraço
Postar um comentário