Direção – Anna Muylaert
Elenco – Glória Pires, Paulo Miklos, Alessandra Colassanti,
Antonio Abujamra, Marisa Orth, André Abujamra, Paulo César Peréio, Etty Fraser.
Baby (Glória Pires) é uma solteira que mora num bairro de
classe média paulistana e sobrevive dando aulas de violão para crianças, idosos
e outras pessoas sem talento algum para a música. Sempre procurando um amor,
ela se interessa pelo músico Max (Paulo Miklos), que aluga o apartamento
vizinho. Max adora rock, mas para ganhar a vida é obrigado a tocar samba num
restaurante, além disso, ele também precisa lidar com a ex-mulher.
Estes dois
personagens solitários lembram em parte o protagonista de “Durval Discos”, o
trabalho anterior da diretora Anna Muylaert. Durval era um sujeito que parecia
ter parado nos anos setenta, não aceitando que o mundo havia mudado, enquanto o
casal de protagonistas aqui tem toda a cara dos anos oitenta. As aulas de
violão, o estilo de se vestir e agir da personagem Baby, inclusive sua
compulsão em fumar e o músico sonhador tentando fazer rock são situações
típicas da época, culminando com o cenário principal, o apartamento de Baby
localizado num velho edifício.
Se estes pontos são interessantes e deixam a
trama próxima da realidade de uma época, por outro lado, a virada na história
que começa com um acidente ridículo se mostra forçada ao tentar incluir uma
pitada de suspense, mesmo que seja com uma história de amor ao fundo. Mesmo não
sendo uma virada tão radical quanto a parte final de “Durval Discos”, ainda
assim fica a impressão de que a história poderia ter tomado outro rumo.
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