sexta-feira, 12 de abril de 2013

Filmes de Humor Negro - Parte I

Filmes de humor negro são um subgênero extremamente complicado, onde muitas vezes os realizadores apelam para o exagero e ao invés de fazer rir, acabam irritando o espectador.

Mesmo não sendo grande fã do formato, assisti alguns longas e nesta postagem comento quatro filmes.

O Sangue de Romeu (Romeo Is Bleeding, Estados Unidos / Inglaterra, 1993) – Nota 6,5
Direção – Peter Medak
Elenco – Gary Oldman, Lena Olin, Annabella Sciorra, Juliette Lewis, Roy Scheider, Will Patton, Dennis Farina, Ron Perlman, David Proval, Will Patton, Tony Sirico.

O longa começa com o personagem Jack Grimaldi (Gary Oldman) trabalhando num posto de beira de estrada. Logo, o personagem passa a narrar sua história e saberemos como ele foi parar naquele local. Cinco anos antes, Jack era um policial ambicioso e corrupto que fazia trabalhos para Máfia para poder bancar a esposa (Annabella Sciorra) e a jovem amante (Juliette Lewis). Num destes trabalhos, Jack conhece Mona (Lena Olin), que pertence a Máfia Russa e que o contrata para matar um mafioso rival, Don Falcone (Roy Scheider). Lógico que as coisas não acontecem como o esperado e a vida de Jack se transforma num inferno. 

O diretor húngaro Peter Medak (do interessante “Os Implacávei Krays”) bebe na fonte do noir pra criar uma trama com todos os elementos do gênero: O protagonista não muito honesto, as mulheres perigosas e os bandidos violentos, porém ele vai além, a partir da metade o longa se transforma numa experiência radical recheada de violência e sangue. A interpretação de Oldman é um dos pontos fortes do filme, que por sua vez é indicado para o espectador que gosta histórias complexas e violentas. 

Eles Matam e Nós Limpamos (Curdled, EUA, 1996) – Nota 5
Direção – Reb Braddock
Elenco – William Baldwin, Angela Jones, Bruce Ramsay, Lois Chiles, Barry Corbin.

Quando criança, Gabriela (Angela Jones) viu um homem ser assassinado em seu país, a Colômbia e ficou fascinada com o acontecido. Adulta e morando nos EUA, ela coleciona recortes de jornal de crimes famosos, principalmente do psicopata chamado “Sangue Azul” (William Baldwin), que seduz mulheres ricas e depois as mata com diversas facadas. Gabriela querendo conhecer as cenas dos crimes do assassino, consegue um emprego numa empresa que faz limpeza nestes locais. Sua curiosidade levará ao encontro do assassino. 

Este suspense teve alguma fama na época do lançamento por ser uma produção de Quentin Tarantino, que se baseia num curta feito pelo mesmo diretor cinco anos antes e que também tinha Angela Jones (a taxista Esmeralda Villalobos de “Pulpi Fiction”) no papel principal. Mesmo com Tarantino por trás do projeto e com certeza dando pitacos no roteiro, principalmente em um cena que cita os Irmãos Gecko, personagens de Tarantino e George Clooney em “Um Drink no Inferno”, o longa não se sustenta. O diretor Reb Braddock tenta usar humor negro sem sucesso, o ritmo é arrastado e o elenco fraco, inclusive o conhecido canastrão William Baldwin.

Atração Mortal (Heathers, EUA, 1989) – Nota 6
 Direção – Michael Lehmann
Elenco – Winona Ryder, Christian Slater, Shannen Doherty, Lisanne Falk, Kim Walker, Penelope Milford, Ione Skye

A adolescente Veronica (Winona Ryder) deseja ser aceita num grupo de garotas conhecidas como “Heathers”. O grupo é formado por três belas garotas (uma delas é Shannen Doherty antes de “Barrados no Baile”) que tratam mal as outras meninas do colégio. Veronica acaba se aproximando de JD (Christian Slater), um sujeito rebelde e numa brincadeira acabam matando por acidente uma das Heathers. Para esconder o acidente, eles mudam a cena do crime, deixando de uma forma como se a garota tivesse cometido suicídio. O acidente detona uma espécie de gatilho assassino em JD, que sugere para Veronica matar todas as pessoas de que ela não gosta, criando sempre uma cena de suicídio. 

O roteiro explora o humor negro da trama para criticar os jovens alienados da época e consegue até certo ponto, cansando por se apoiar em apenas uma situação. Com o passar do tempo, o filme ganhou ares de cult e consta que uma série pode sair do papel ainda neste ano.

Diabólicos Sedutores (Something for Everyone, EUA, 1970) – Nota 7
Direção – Harold Prince
Elenco  – Michael York, Angela Lansbury, Anthony Higgins, Heidelinde Weis, Jane Carr.

O jovem Conrad Ludwig (Michael York) é contratado por uma aristocrática família que está falida. Mesmo assim, o esperto Conrad vê a chance de lucrar, utilizando seu charme para seduzir cada membro da família e assim tomar o controle da situação. O rapaz utiliza o sexo como arma para ganhar a confiança da condessa falida (Angela Lansbury), sua filha gordinha (Jane Carr) e até do filho gay (Anthony Higgins, aqui assinando ainda como Anthony Corlan), para em seguida aplicar o golpe final através de um casamento de fachada do filho gay com uma garota rica, que por sinal também é sua amante. 

O resultado é um divertida comédia de humor negro em que o diretor não se preocupou nem um pouco com a moral da época, inclusive com uma cena de beijo entre Michael York e Anthony Higgins. O roteiro brinca com o tabu do sexo na época e dos costumes, com a família falida tentando viver como se ainda tivesse dinheiro, representada principalmente pela interpretação da veterana Angela Lansbury.    

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