quarta-feira, 10 de abril de 2013

Inverno de Sangue em Veneza

Inverno de Sangue em Veneza (Don’t Look Now, Inglaterra / Itália, 1973) – Nota 7,5
Direção – Nicolas Roeg
Elenco – Donald Sutherland, Julie Christie, Hilary Mason, Clelia Matania, Massimo Serato, Renato Scarpa.

O casal John Baxter (Donald Sutherland) e Laura (Julie Christie) sofre um grande trauma com a morte da pequena filha por afogamento num riacho que passa aos fundos da bela casa onde eles vivem na Inglaterra. Pouco antes da garota se afogar, John tem um pressentimento e sai correndo para tentar salvar a filha, mas não consegue. 

Em seguida, a trama pula algum tempo e o casal está em Veneza, onde John trabalha na restauração de uma antiga igreja e Laura tenta se recuperar da tragédia. Quando o casal vai a um restaurante, o acaso faz com que Laura encontre duas velhas irmãs escocesas (Hilary Mason e Clelia Matania), sendo que uma delas é cega e também paranormal. Esta senhora diz para Laura que sua filha está ao seu lado e feliz, fato que mexe com a pobre mãe, enquanto o pai que aparentemente pode prever acontecimentos, nega o próprio dom e também não quer acreditar na história do espírito da filha. Ao mesmo tempo, estranhos assassinatos começam a ocorrer em Veneza. 

O diretor inglês Nicolas Roeg marcou sua carreira com filmes que fogem do lugar comum. Longas como “O Homem que Caiu na Terra”, “Malícia Atômica” e “Convenção das Bruxas” tem uma narrativa diferente, em alguns momentos até mesmo estranha, mas uma indiscutível qualidade técnica. Este “Inverno de Sangue em Veneza” tem sequências extremamente criativas, como a ousada cena de sexo entre Donald Sutherland e Julie Christie, que é intercalada com cenas do casal se vestindo para sair. 

Hoje o filme pode parecer lento, mas isso é compensado também pelo ótimo roteiro que foca no suspense psicológico e deixa o espectador em dúvida até o final. Ao longo do filme não sabemos se os personagens de Sutherland e Julie Christie estão enlouquecendo, se as duas velhinhas estão escondendo algo e até se o estranho padre vivido por Renato Scarpa está envolvido nos assassinatos. 

Produzido no mesmo ano do clássico “O Exorcista”, este longa foi um dos que fizeram o cinema de terror e suspense passar a ser respeitado pelo críticos.   

2 comentários:

O Narrador Subjectivo disse...

Um filme com uma atmosfera incrível, bem como a montagem.

Hugo disse...

Narrador - Uma ótimo suspense psicológico.

Abraço