Direção –
Terrence Malick
Elenco –
Brad Pitt, Sean Penn, Jessica Chastain, Hunter McCracken, Laramie Eppler, Tye
Sheridan, Fiona Shaw.
O diretor Terrence Malick é com certeza um dos sujeitos mais
estranhos do cinema. Completamente avesso as entrevistas, ele chamou a atenção
da crítica com “Terra de Ninguém” em 1973 e em seguida com “Cinzas no Paraíso”
em 1978, porém abandonou tudo para reaparecer vinte anos depois e comandar o
belíssimo “Além da Linha Vermelha”. Sete anos depois ele faria “O Mundo Novo”,
trabalho que ainda não conferi e pareceu ter resgatado o gosto pela direção.
Além deste “A Árvore da Vida”, ele já tem mais quatro filmes em andamento, o
que é ótimo para os cinéfilos.
Malick filma com uma visão extremamente pessoal
e em “A Árvore da Vida” fica claro o toque autobiográfico na história da
família que vive numa pequena cidade do Texas nos anos cinquenta. O patriarca
Mr. O’Brien (Brad Pitt) é um marido seco com a esposa (Jessica Chastain) e um
pai rígido com os três filhos, a quem ele exige que o trate por senhor, como se
fosse uma espécie de Deus da casa. O roteiro foca principalmente no filho mais
velho, Jack (Hunter McCracken) que ao chegar na adolescência passa a enfrentar
a autoridade do pai. Em paralelo, vemos Jack (vivido por Sean Penn) nos dias
atuais como um executivo que parece viver alienado ao que acontece a sua volta,
sempre lembrando o passado.
A vida da família é mostrada num ritmo lento e de
forma não linear, dando ênfase a acontecimentos específicos, como quando o pai
viaja e a casa se transforma num local alegre, com a mãe e os filhos brincando
e sorrindo, ou ainda perto do final, quando o pai demonstra sua frustração com
a vida e principalmente com a empresa onde trabalhou por muitos anos.
O roteiro
toca em temas universais como religião, família, frustração e perda, para
contar a história de uma típica família americana dos anos cinquenta de uma maneira diferente, em alguns
momentos de forma poética e em outros como um drama, além disso a parte técnica é de primeira qualidade, com uma bela fotografia e algumas sequências com efeitos especiais que podem simbolizar religião, ciência e até mesmo o Big Bang.
7 comentários:
O filme é uma aula de cinema, é denso e até mesmo monótono, mas esse é o seu tempo ideal!!!
Realmente é um filme bem pessoal de Malick. Tanto q demorou anos para concebe-lo. Que bom que gostou, pq realmente é um filme maravilhoso.
Marcelo - Malick é um cineasta única, um artesão das imagens.
Celo - Demorar para completar um filme é normal na carreira de Malick, mas o bom é que resultado é sempre compensador.
Abraço
Um filme belissimo. Pena que não é para todos os gostos.
Gilberto - Os filmes de Malick não são indicados para o público comum.
Abraço
"A Árvore da Vida" continua sendo meu filme favorito dentre os que forma lançados no ano passado, uma pena que muito ainda não tenham a sensibilidade necessária para apreciar uma obra de tamanha profundidade. Algumas das reflexões a que o filme me levou permanecem até hoje, como a principal delas, que aborda o porquê do sofrimento...
J. Bruno - Este filme abre a perspectiva de debate para vários temas. Cada análise pode seguir um caminho diferente como sofrimento, religião, família, etc.
Abraço
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