quarta-feira, 31 de julho de 2019

Longford

Longford (Longford, Inglaterra / EUA, 2006) – Nota 7,5
Direção – Tom Hooper
Elenco – Jim Broadbent, Samantha Morton, Lindsay Duncan, Andy Serkis, Lee Boardman.

Inglaterra, 1965. Lord Longford (Jim Broadbent) é um político religioso que tem por hábito auxiliar detentos que desejam mudar de vida. 

Ele é surpreendido ao receber uma carta de Myra Hindley (Samantha Morton), uma jovem condenada a prisão perpétua por ter assassinado algumas crianças e adolescentes junto com o namorado Ian Brady (Andy Serkis). 

Apesar de sua esposa Elizabeth (Lindsay Duncan) ser totalmente contra, Longford aceita visitar Myra, sempre acreditando que todo ser humano merece uma segunda chance. 

Esta produção da HBO é baseada numa história real que explora temas complexos como política, perdão e principalmente a maldade pura. O roteiro de Peter Morgan, que também levou outras histórias reais famosas para a tela como “A Rainha” e “Frost/Nixon”, faz uma paralelo entre uma certa ingenuidade do protagonista que defende seus princípios de valorizar o ser humano e a maldade em pessoa encarnada pela jovem assassina e também por seu parceiro. 

As atuações deste trio também são destaques. Vale citar que Andy Serkis cria uma figura assustadora, que mesmo com pouco tempo na tela rouba as cenas em que aparece. 

É um filme, ou melhor, uma história sobre o que o ser humano tem de melhor e também de pior.

terça-feira, 30 de julho de 2019

Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal

Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal (Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile, EUA, 2019) – Nota 7
Direção – Joe Berlinger
Elenco – Zac Efron, Lily Collins, Kaya Scodelario, John Malkovich, Haley Joel Osment, Jim Parsons, Terry Kinney, Brian Geraghty. Jeffrey Donovan, Dylan Baker, Angela Sarafyan, James Hetfield.

Início dos anos setenta. Uma série de assassinatos de mulheres assusta a população de cidades nos Estados de Utah e Colorado. 

Uma denúncia anônima leva a polícia até Ted Bundy (Zac Efron), um estudante de direito que mora com a namorada Liz (Lily Collins) e com a enteada. Apesar de todas as pistas apontarem para Bundy, ele nega veementemente ser o assassino. 

Baseado no livro escrito pela verdadeira Liz que foi namorada de Bundy, este longa detalha o relacionamento do casal e a luta jurídica do assassino em tentar esconder seus crimes. Bundy é mostrado como um sujeito calmo e carinhoso com a família, além de estudante inteligente e articulado, como se o seu lado de psicopata não existisse ou fosse uma vida de outra pessoa. 

Apesar do título original escandaloso, o filme não explora cenas de violência, o foco é o drama das relações e o conflito judiciário. Apenas na sequência final vemos uma rápida cena de como Bundy era cruel. 

Acostumado com comédias e filmes adolescentes, Zac Efron acerta ao tentar mudar o rumo de sua carreira em um papel sério e complexo. Destaques ainda para John Malkovich interpretando sarcástico juiz, a curiosidade de ver o vocalista da banda "Metallica" James Hetfield como um guarda do tribunal e a presença de Haley Joel Osment, famoso por ser o garotinho de “O Sexto Sentido”.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Manhunt

Manhunt (Manhunt, Inglaterra, 2019) – Nota 7
Direção – Marc Evans
Elenco – Martin Clunes, Katie Lyons, Claudie Blakley, Stephen Wight.

Londres, 2004. Duas mulheres são assassinadas de forma semelhante na mesma região da cidade. Para investigar os casos é criada uma força-tarefa liderada por Colin Sutton (Martin Clunes), um veterano policial mal visto pelos superiores. 

Decidido a encontrar o assassino, que ele acredita ser um serial killer, Sutton precisa enfrentar a insegurança de alguns colegas, além de ter seu casamento abalado por divergências com sua esposa (Claudie Blakley) que também trabalha na polícia. 

Baseado numa história real retratada em livro pelo verdadeiro Colin Sutton, esta minissérie em três episódios tem um bom desenvolvimento através da investigação policial, mas deixa a desejar em alguns quesitos, principalmente no episódio final. 

Não existe cena de ação alguma e nem mesmo suspense, tudo gira em torno da investigação através de pistas e vigilância policial. Como a história é longa e segue por dois anos, a parte final se mostra corrida ao deixar de lado detalhes mais profundos. A questão do casamento do protagonista também fica sem desfecho. 

O espectador que gosta de séries investigativas vai encontrar uma minissérie apenas correta.

domingo, 28 de julho de 2019

Turbo Kid

Turbo Kid (Turbo Kid, Canadá / Nova Zelândia / EUA, 2015) – Nota 6,5
Direção – François Simard, Anouk Whissell & Yoann Karl Whissell
Elenco – Munro Chambers, Laurence Leboeuf, Michael Ironside, Edwin Wright, Aaron Jeffery, Romano Orzari.

Este longa dirigido pelo trio responsável pelo surpreendente “Verão de 84” tem uma história que se passa em 1997, apesar de ter sido produzido em 2015. 

A proposta dos diretores é fazer uma espécie de homenagem aos filmes dos anos oitenta. A inspiração principal vem de “Mad Max”, porém os detalhes e as situações brincam com “Karatê Kid” e “Indiana Jones”, entre outros longas. 

A história é simples. Em um mundo apocalíptico um garoto (Munro Chambers) sobrevive caçando pequenos animais e recolhendo objetos de um lixão. Sua solidão diminui quando surge do nada a garota Apple (Laurence Leboeuf), ao mesmo tempo em que ele entra em conflito com o vilão Zeus (Michael Ironside) e seus capangas. 

Não espere perfeição ou boas interpretações, o filme é ao mesmo criativo e tosco. As cenas de ação são repletas de sangue, com coadjuvante bizarros e armas improvisadas. 

O espectador que gostar da proposta vai se divertir com os absurdos.

sábado, 27 de julho de 2019

Creep 1 & 2


Creep (Creep, EUA, 2014) – Nota 7
Direção – Patrick Brice
Elenco – Mark Duplass, Patrick Brice.

Aaron (Patrick Brice) responde um anúncio de um desconhecido que deseja contratar uma pessoa para filmá-lo durante um dia inteiro. Ao chegar na casa do sujeito que fica em um local afastado, Aaron é recebido pelo estranho Josef (Mark Duplass). Mesmo apreensivo, ele aceita o trabalho que renderá um bom valor. Com o passar o dia, Aaron fica cada vez mais assustado com as atitudes de Josef.

Este suspense de baixo orçamento explora o estilo batido da “câmera na mão”, porém consegue prender a atenção por causa do clima que deixa claro que algo ruim está prestes a ocorrer. A atuação de Mark Duplass é outro destaque. Seu sorriso maquiavélico e suas mudanças de comportamento são assustadoras.

É um filme curto que cumpre o que promete.

Creep 2 (Creep 2, EUA, 2017) – Nota 6
Direção – Patrick Brice
Elenco – Mark Duplass, Desiree Akhavan, Karan Soni.

Sara (Desiree Akhavan) é uma youtuber que tenta emplacar uma série de vídeos em que ela encontra homens que procuram namoradas pelas redes sociais e tenta descrever o perfil destes sujeitos. Seu trabalho chama a atenção do assustador Josef, que agora diz se chamar Aaron (Mark Duplass) e que a convida para um trabalho. Ele deseja que a confissão de seus crimes seja documentada pela jovem, que mesmo sem entender o porquê, aceita a proposta acreditando que irá alavancar sua carreira. 

Esta sequência tem até uma premissa interessante ao inserir uma youtuber como co-protagonista, porém as surpresas que vimos no futebol anterior não existem nesta sequência. O roteiro tenta criar uma bizarra relação de poder e loucura entre os protagonistas, mesmo com a jovem escondendo seu medo para chegar ao objetivo de terminar a série de vídeos. Novamente o destaque fica para Mark Duplass encarnando um vilão assustador. 

O ideal é ver os dois filmes em sequência. Cada um tem menos de uma hora e meia de duração. 

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Perdoai as Nossas Dívidas

Perdoai as Nossas Dívidas (Rimetti a Noi i Nostri Debiti, Itália / Suíça / Albânia / Polônia, 2018) – Nota 7
Direção – Antonio Morabito
Elenco – Claudio Santamaria, Marco Giallini, Jerzy Stuhr, Flonja Kodheli.

Em Roma, Guido (Claudio Santamaria) está desempregado e cheio de dívidas. Ao ser atacado por um cobrador, Guido decide pedir emprego na mesma empresa onde o sujeito trabalha, para assim tentar pagar seus débitos. 

Ele é contratado e inicia o trabalho auxiliando o cobrador Franco (Marco Giallini), um sujeito arrogante que usa métodos pouco ortodoxos para receber as dívidas. 

A princípio sentindo-se mal com a forma como Franco trabalha, aos poucos Guido se entrega a chance de ganhar dinheiro e mudar de vida, mesmo sabendo que o tipo de cobrança utilizado pelo parceiro é no mínimo imoral. 

A premissa desta longa é diferente e criativa ao mostrar como funciona o mercado de cobranças de dívidas na Itália, situação muito parecida com que o ocorre em países de terceiro mundo. O roteiro toca em pontos polêmicos como ganância, falta de moralidade e remorso.

Os dois protagonistas lidam de formas diferentes com o serviço sujo que fazem, sendo que Franco apela até mesmo para a religião. Algumas sequências são engraçadas e outras cruéis. 

É um filme interessante, que mesmo não sendo desenvolvido da melhor forma e deixando um final em aberto, ainda vale a sessão para quem curte obras diferentes.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Anon

Anon (Anon, Alemanha / EUA / Canadá, 2018) – Nota 6
Direção – Andrew Niccol
Elenco – Clive Owen, Amanda Seyfried, Colm Feore, Joe Pingue, Jean Michel Le Gal.

No futuro as pessoas desenvolveram a habilidade de rever suas memórias como se fossem um filme e ao mesmo tempo acessar informações de outras pessoas que cruzam seu caminho. 

Neste contexto, o detetive Sal Frieland (Clive Owen) é encarregado de investigar alguns crimes em que o autor conseguiu hackear “a visão” da vítima, ou seja, escondeu sua identidade. As pistas levam até uma garota (Amanda Seyfried) que não tem registro algum. 

O diretor e roteirista Andrew Niccol estreou no cinema em 1997 com a ficção “Gattaca – A Experiência Genética” que se passava em um futuro dominado pela tecnologia que era era utilizada como ferramenta de controle e exclusão. 

A premissa deste “Anon” tem semelhanças com o mesmo tipo de sociedade, potencializada pelas descobertas tecnológicas dos últimos vinte anos e do que poderá surgir à partir deste ponto. 

Infelizmente o filme perde pontos pela narrativa fria e arrastada, em que falta emoção até mesmo nas poucas cenas de ação. O personagem perdido de Clive Owen também não passa empatia alguma para o espectador. O roteiro ainda entrega uma estranha reviravolta no final. 

É um longa que deixa a desejar.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Lukas

Lukas (The Bouncer, França / Bélgica / Ilhas Virgens Britânicas, 2019) – Nota 6
Direção – Julien Leclercq
Elenco – Jean Claude Van Damme, Sami Bouajila, Sveva Alviti, Sam Louwick., Kevin Janssens.

Lukas (Jean Claude Van Damme) trabalha como segurança em um night club e cuida sozinho da filha pré-adolescente. 

Ao entrar em conflito com o filho de um poderoso, ele perde o emprego e acaba coagido por um policial (Sami Bouajila). Lukas é obrigado a trabalhar em uma boate de strip tease e espionar o proprietário (Sam Louwick) que é um grande traficante de drogas. 

O roteiro que tem alguns furos segue o estilo dos filmes policiais em que o protagonista de passado duvidoso tem que colocar em prática sua habilidade para sobreviver em meio a marginalidade. Algumas boas sequência de ação e violência ajudam a prender a atenção do espectador que gosta do gênero. 

É estranho ver um envelhecido Jean Claude Van Damme, que demonstra já não ter mais a mesma pegada para as cenas de ação de tempos atrás. 

Vale citar que o diretor Julien Leclerq comandou filmes melhores como “O Resgate” e “Gibraltar”.

terça-feira, 23 de julho de 2019

O Retorno de Ben

O Retorno de Ben (Ben Is Back, EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – Peter Hedges
Elenco – Julia Roberts, Lucas Hedges, Courtney B. Vance, Kathryn Newton, Rachel Bay Jones, David Zaldivar, Alexandra Park, Michael Esper, Tim Guinee, Kristin Griffith.

Após um ano internado em uma clínica de reabilitação para viciados, o jovem Ben (Lucas Hedges) decide passar o natal na casa de sua família. 

Recebido efusivamente por sua mãe Holly (Julia Roberts) e pelo casal de crianças que são meio-irmãos, por outro lado sua volta é vista com ceticismo pela irmã adolescente (Kathryn Newton) e pelo padrasto (Courtney B. Vance). Ben terá apenas um dia pra provar que mudou seu comportamento, o que não será nada fácil. 

O grande acerto deste longa é mostrar de forma realista e sóbria a difícil relação entre um viciado e sua família. As mentiras, as promessas quebradas e os problemas causados pelo jovem no passado deixam um clima de desconfiança. Toda atitude diferente do protagonista é vista como uma provável recaída. 

Tudo isto é valorizado pelas atuações de Julia Roberts e Lucas Hedges. Ela consegue passar toda a angústia e sofrimento de quem deseja acreditar no filho, mas que também precisa desconfiar e entender a posição da filha e do marido. 

O protagonista demonstra que realmente deseja mudar de vida, mas também sofre ao cruzar o caminho de antigos parceiros e ao enfrentar as tentações que parecem estar em todos os locais. 

O vício em drogas ou bebida é terrível, pois afeta todas as pessoas ao redor do viciado.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Stan & Ollie

Stan & Ollie (Stan & Ollie, Inglaterra / Canadá / EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – Jon S. Baird
Elenco – Steve Coogan, John C. Reilly, Shirley Henderson, Nina Arianda, Rufus Jones, Danny Huston.

Em 1937, a dupla Stan (Steve Coogan) e Ollie (John C. Reilly), no Brasil conhecidos como “O Gordo e o Magro”, estavam no auge da carreira após protagonizarem vários filmes de sucesso. 

Pulando para 1953, a então veterana dupla perdeu espaço no cinema e tenta reerguer a carreira através de uma turnê por teatros na Inglaterra. 

Este interessante longa biográfico foca no último trabalho da famosa dupla de comediantes, dando ênfase às cenas engraçadas nos teatros e também aos dramas pessoais e os relacionamentos com as respectivas esposas (Nina Arianda e Shirley Henderson). 

O roteiro detalha a questão da dificuldade que os artistas mais velhos enfrentam para se manter na ativa com a chegada de novos tempos e a consequente mudança de gosto público. A difícil decisão de continuar lutando ou desistir da carreira são influenciadas tanto pelo medo de sentir que a vida perdeu o sentido, como pela questão financeira. 

O filme ganha pontos pelas ótimas caracterizações de Steve Coogan e John C. Reilly. O primeiro era a mente criativa por trás da dupla, que tinha piadas para qualquer situação, enquanto o segundo apresentava o carisma do sujeito bonachão. 

O resultado é um interessante drama sobre um dupla que fazia o público rir através de desencontros e piadas ingênuas, muito diferente do estilo de comédia atual.

domingo, 21 de julho de 2019

A Pé Ele Não Vai Longe

A Pé Ele Não Vai Longe (Don't Worry, He Won't Get Far on Foot, França / EUA, 2018) – Nota 6,5
Direção – Gus Van Sant
Elenco – Joaquin Phoenix, Jonah Hill, Rooney Mara, Jack Black, Tony Greenhand, Beth Ditto, Mark Webber, Udo Kier, Carrie Brownstein.

No final dos anos setenta, John Callahan (Joaquin Phoenix) abusava da bebida e estava perdido na vida. Um acidente o deixa em uma cadeira de rodas, fato que o obriga a mudar seu estilo de vida e enfrentar o vício. 

Baseado na história real do cartunista John Callahan, que descreveu sua vida em livro, este longa explora uma narrativa com idas e vindas no roteiro.

Uma parte detalha a vida de Callahan após sua entrada no Alcoólicos Anônimos e a relação que cria com outros viciados, principalmente com o mentor do grupo vivido por Jonah Hill, que é uma espécie de guru de autoajuda. 

Em paralelo, a trama volta para o dia do acidente e segue para os anos seguintes de recuperação física, incluindo sua relação com a sueca Annu (Rooney Mara). 

Algumas sequências são dolorosas, principalmente aquelas em os personagens verbalizam seus traumas, erros e frustrações. 

O destaque fica para a atuação visceral de Joaquin Phoenix, que como sempre se entrega ao papel de corpo e alma. 

É um filme triste e sem surpresas, indicado para quem curte este tipo de drama.

sábado, 20 de julho de 2019

Demônio & Gritos Mortais


Demônio (Devil, EUA, 2010) – Nota 7
Direção – John Erick Dowdle
Elenco – Chris Messina, Logan Marshall Green, Jenny O’Hara, Bojana Novakovic, Bokeem Woodbine, Geoffrey Arend, Jacob Vargas, Matt Craven, Joshua Peace, Caroline Dhavernas.

Um homem pula de um edifício cometendo suicídio. Em seguida, cinco desconhecidos ficam presos no elevador do mesmo edifício. Uma série de fatos incomuns impedem que o elevador volte a funcionar, ao mesmo tempo em que os ocupantes entram em conflito entre si, pressionados por uma força fora do normal. O detetive (Chris Messina) que investiga o suicídio, também tenta entender o que está ocorrendo no elevador. 

A história escrita pelo famoso diretor M. Night Shyamalan explora a lenda urbana latina de que um suicídio abre o caminho para o demônio agir. Este fio de história é muito bem explorado pelo diretor John Erick Dowdle, do também assustador “Assim na Terra Como no Inferno”. 

Ele consegue criar um clima de desespero e desconfiança entre os desconhecidos dentro do elevador, além de acertar na trama paralela em que o personagem de Chris Messina investiga o caso utilizando as câmeras de segurança. Vale citar ainda o interessante papel de Jacob Vargas como o segurança religioso que acredita no sobrenatural e tem medo do demônio. 

É basicamente um competente filme B de suspense e terror.

Gritos Mortais (Dead Silence, EUA, 2007) – Nota 6
Direção – James Wan
Elenco – Ryan Kwanten, Amber Valletta, Donnie Wahlberg, Michael Fairman, Joan Heney, Bob Gunton, Laura Regan.

Jamie (Ryan Kwanten) recebe uma correspondência anônima contendo um enorme boneco de ventríloquo. Em seguida, sua esposa (Laura Regan) é assassinada. Acreditando que o boneco carrega uma maldição referente uma lenda contada em sua cidade natal, Jamie retorna para o local em busca de respostas. 

O diretor James Wan e o roteirista e ator Leigh Whannell ficaram famosos com o sucesso de “Jogos Mortais” em 2004. Este “Gritos Mortais” foi o trabalho seguinte da dupla que utilizou vários elementos semelhantes ao filme anterior, inclusive escalando Donnie Wahlberg como policial, papel igual ao da franquia. 

Apesar de ser muito mais um terror sobrenatural, o roteiro também tenta esconder a identidade do vilão principal até a sequência final, utilizando o mesmo formato da franquia “Jogos Mortais” ao repetir várias cenas de forma resumida para explicar o que realmente aconteceu. 

O problema aqui é que a surpresa da identidade do vilão não é assim tão difícil de ser descoberta. O ótimo clima de suspense pontuado por um trilha sonora marcante compensa um pouco as falhas. 

É um filme apenas razoável e esquecível.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

American Animals

American Animals (American Animals, EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – Bart Layton
Elenco – Evan Peters, Barry Keoghan, Blake Jenner, Jared Abrahamson, Ann Dowd, Gary Basaraba, Udo Kier, Fedor Steer, Wayne Duvall.

Universidade da Transylvania, Lexington, Kentucky, 2003. Spencer (Barry Keoghan) é um estudante de artes. Warren (Evan Peters) tem uma bolsa de estudos como atleta, mas se mostra entediado e desmotivado. 

Durante uma volta pela biblioteca da universidade, Spencer descobre que o local guarda livros valiosos, sendo um deles extremamente raro e que vale milhões. 

Surge a ideia de roubar os livros. Spencer e Warren se unem a Eric (Jared Abrahamson) e a Chas (Blake Jenner) para executarem o roubo. 

Em seu trabalho anterior o diretor Bar Layton comandou o documentário “O Impostor” que detalhava uma bizarra história real de troca de identidade. Aqui, Layton escolheu outra maluca história real, porém preferiu mesclar de forma criativa ficção e documentário. 

Ao mesmo tempo em que seguimos a montagem do plano e as motivações dos personagens, os verdadeiros “criminosos” contam suas versões da história em formato de documentário. É bem interessante entender como cada um deles analisa o que fez e as consequências do crime. 

O roteiro entrega ainda uma pequena surpresa no final, que deixa em dúvida se uma situação crucial para o crime ocorrer realmente existiu ou se foi uma grande mentira inventada por um dos criminosos. 

O resultado é um bom filme que foge do lugar comum das obras sobre roubos.

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Os Crimes de Limehouse

Os Crimes de Limehouse (The Limehouse Golem, Inglaterra, 2016) – Nota 6,5
Direção – Juan Carlos Medina
Elenco – Bill Nighy, Olivia Cooke, Douglas Booth, Eddie Marsan, Daniel Mays, Sam Reid, Maria Valverde.

Londres, 1880. A jovem atriz Lizzie Cree (Olivia Cooke) é presa acusada de envenenar o marido John Cree (Sam Reid), um jornalista que desejava se tornar escritor. 

Em paralelo, assassinatos macabros ocorrem na região de Limehouse, com a imprensa batizando o criminoso como “O Golem de Limehouse”. 

O inspetor John Kildare (Bill Nighy) é obrigado por seu superior a investigar os crimes e logo percebe que o caso da jovem atriz pode ter ligação com os violentos assassinatos. 

O ponto alto deste longa são a fotografia e a ótima reconstituição de época através do cenários e do figurino, além das boas sequências no teatro de variedades. 

A história que é dividida em duas narrativas (presente e passado) tem um ótima premissa, lembrando o estilo de "Jack, o Estripador", porém o desenrolar da narrativa é irregular. Perde-se tempo em várias conversas entre os personagens de Olivia Cooke e Bill Nighy que pouco agregam a trama. 

O roteiro é mais enrolado do que complexo para esconder a identidade do assassino. A revelação final não chega a ser uma grande surpresa, mas por outro lado tem uma explicação convincente para a motivação dos crimes. 

É um filme mediano, que tinha potencial para ser melhor.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Aladdin

Aladdin (Aladdin, EUA, 2019) – Nota 6
Direção – Guy Ritchie
Elenco – Will Smith, Mena Massoud, Naomi Scott, Marwan Kenzari, Navid Negahban, Nasim Pedrad, Billy Magnussen, Numan Acar.

Esta é uma das postagens em que tive mais dificuldades em escrever. Não sou grande fã de animações e muito menos de musicais que seguem o estilo clássico de diálogos cantados. 

Gosto de musicais que focam em histórias próximas da realidade e que tenham o rock como tema principal ou mesmo dramas musicais como a recente e ótima versão de “Nasce uma Estrela”. 

Esta versão live-action de “Aladdin” segue o estilo que agrada ao grande público. Uma história de amor água com açúcar, um personagem carismático como o gênio vivido por Will Smith, piadas inofensivas, várias sequências musicais e um festival de CGI. 

Eu analiso como uma grande mistura colorida e barulhenta que esconde um roteiro bobinho e interpretações exageradas. Gostei das sequências de perseguição pelos telhados e das cenas em que interagem o macaquinho Abu e o tapete voador, mas preferiria ver a história de Aladdin levada às telas como aventura adulta e pelas mãos de um diretor como Spielberg.

terça-feira, 16 de julho de 2019

Dor e Glória

Dor e Glória (Dolor y Gloria, Espanha, 2019) – Nota 6,5
Direção – Pedro Almodóvar
Elenco – Antonio Banderas, Penélope Cruz, Asier Etxendia, Leonardo Sbaraglia, Cecilia Roth, Raul Arévalo, Julieta Serrano, Nora Navas.

Salvador Mallo (Antonio Banderas) é um famoso cineasta que sofre com dores causadas por uma cirurgia na coluna e também pelas frustrações da vida. 

Solitário e sem ânimo para voltar a trabalhar, Salvador passa a relembrar sua infância pobre ao lado da mãe (Penélope Cruz), além de fazer as pazes com um ator temperamental (Asier Etxendia) que protagonizou seu filme de maior sucesso. 

Não sou grande entusiasta dos trabalhos de Almodóvar, mas gostei de obras como “Tudo Sobre Minha Mãe” e “Fale com Ela”. Este “Dor e Glória” aparentemente explora algumas situações autobiográficas misturadas com ficção, com um protagonista que seria uma espécie de alter ego do diretor. 

A melancolia do protagonista e sua relação com a mãe quando ainda era criança são pontos positivos, por outro lado algumas escolhas me parecem falhas. A questão do vício em drogas que o protagonista inicia já com uma idade avançada não convence, assim como a facilidade em abandonar o problema. 

Também não gostei das sequências em que Almodóvar tentar criar um laço bizarro entre o protagonista ainda garoto e um jovem analfabeto. 

Entendo que é um filme que a crítica e os cinéfilos fãs do diretor vão adorar, mas não posso deixar de citar que fiquei incomodado com estas escolhas que comentei.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Em Busca do Tesouro Desaparecido

Em Busca do Tesouro Desaparecido (Los Buscadores, Paraguai, 2017) – Nota 7,5
Direção – Juan Carlos Maneglia & Tana Schembori
Elenco – Tomás Arredondo, Cecilia Torres, Christian Ferreira, Mario Toñanez, Sandra Sanabria, Leticia Panambi Sosa, Nelly Davalos, Martin Oviedo.

A Guerra do Paraguai que destruiu o país no século XIX rendeu a lenda de que as pessoas ricas teriam enterrado tesouros em vários locais com medo de serem roubadas pelas tropas argentinas e brasileiras. Desta lenda nasceram os chamados “Buscadores”, pessoas que utilizam mapas e pistas para tentar localizar os tesouros. 

Um destes mapas é encontrado pelo jovem Manu (Tomás Arredondo) dentro de um livro de seu avô que não consegue se comunicar por causa de um AVC. Junto com o amigo Fito (Christian Ferreira), Manu procura informações com o velho buscador Don Elio (Mario Toñanez) para decifrar o  mapa. 

Não demora para eles acreditarem que o tesouro do mapa está enterrado em um local onde foi construída uma embaixada. Manu decide se aproximar de uma empregada (Cecilia Torres) para tentar entrar na embaixada 

Cinco anos depois do ótimo “7 Caixas”, o melhor filme da história do cinema paraguaio, o casal de diretores Juan Carlos Maneglia e Tana Schembori entregou outro ótimo longa que mistura aventura, policial e comédia. 

A busca pelo tesouro em meio a um local urbano rende criativas sequências de perseguição e violência. O roteiro amarra muito bem a trama sem apelar para exageros, fazendo com que vários personagens gananciosos se cruzem na caçada, entregando ainda algumas boas reviravoltas, além de brincar com a lenda de que a busca ao tesouro seria uma maldição. 

O longa é uma ótima surpresa.

domingo, 14 de julho de 2019

A Morte de Stalin

A Morte de Stalin (The Death of Stalin, Inglaterra / França / Bélgica / Canadá / EUA, 2017) – Nota 7,5
Direção – Armando Iannucci
Elenco – Steve Buscemi, Simon Russell Beale, Jeffrey Tambor, Michael Palin, Adrian McLoughlin, Jason Isaacs, Dermot Crowley, Paul Whitehouse, Andrea Riseborough, Olga Kurylenko, Rupert Friend, Paddy Considine.

Moscou, União Soviética, 1953. A súbita morte do ditador Josef Stalin (Adrian McLoughlin) desencadeia uma série de alianças e traições entre os membros do conselho soviético que desejam tomar o lugar do falecido. 

Baseado numa comic book sobre os bastidores da sucessão de Stalin, este longa dirigido pelo escocês Armando Iannucci é uma deliciosa sátira ao absurdo regime comunista. 

O roteiro explora o medo das pessoas em desagradar algum poderoso e assim serem colocada em uma lista de inimigos a serem enviados para prisão ou executados. Esta situação cria sequências bizarras como a repetição do concerto musical e o desespero do diretor do teatro em telefonar para Stalin no horário exato. 

Os divertidos diálogos e o desenvolvimento dos personagens são outros acertos. Steve Buscemi como um falante e desbocado Nikita Khrushchev, que sucederia Stalin, Simon Russell Beale perfeito como o rival canalha Beria e um impagável Jeffrey Tambor no papel do idiota Malenkov. 

Vale citar ainda o casal maluco de filhos de Stalin, que são utilizados como escada pelos conspiradores que desejam chegar ao poder. 

O resultado é um divertido longa para que gosta de uma sátira política de qualidade.

sábado, 13 de julho de 2019

Últimos Dias no Deserto

Últimos Dias no Deserto (Last Days in the Desert, EUA, 2015) – Nota 5,5
Direção – Rodrigo Garcia
Elenco – Ewan McGregor, Ciaran Hinds, Ayelet Zurer, Tye Sheridan.

Durante sua viagem de quarenta dias pelo deserto para jejuar, rezar e refletir, Jesus (Ewan McGregor) cruza o caminho de uma família que vive em meio a região inóspita. 

O pai (Ciaran Hinds) é um sujeito que viveu sempre no deserto e o considera sua casa. O filho (Tye Sheridan) sonha em conhecer o mundo e ter uma vida diferente do pai. A mãe (Ayelet Zurer) está doente e à beira da morte. 

A proposta do roteiro escrito pelo diretor Rodrigo Garcia em humanizar Jesus é interessante. O diretor detalha os medos e as inseguranças de Jesus através de cenas de pesadelos, de suas conversas com o que seria o diabo ou sua consciência e das sequências em que ele não sabe como agir para ajudar a família que o abrigou. 

Infelizmente os pontos positivos, inclusive a boa atuação de Ewan McGregor, se perdem em uma narrativa lenta e nos diálogos rasos. O resultado é uma boa premissa desperdiçada em uma realização vazia.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Mundo Ordinário & Hearts Beat Loud


Mundo Ordinário (Ordinary World, EUA, 2016) – Nota 6
Direção – Lee Kirk
Elenco – Billie Joe Armstrong, Fred Armisen, Judy Greer, Selma Blair, Chris Messina, John Doman, Brian Baumgartner, Kevin Corrigan, Mia Dillon, Dallas Roberts, Madisyn Shipman.

No dia em que completa quarenta anos de idade, Perry (Billie Joe Armstrong) sofre com uma espécie de crise da meia-idade ao relembrar o tempo em que era vocalista de uma banda de punk rock que ele abandonou quando sua esposa Karen (Selma Blair) engravidou. 

Levando uma vida ordinária ao lado da esposa e da filha (Madisyn Shipman) e sendo sócio do irmão (Chris Messina) em uma loja de ferragens, Perry decide aproveitar o dia para chamar os integrantes da banda e fazer uma festa em um hotel. 

O protagonista Billie Joe Armstrong é na vida real o vocalista da banda Green Day e por curiosidade, casado desde muito jovem e sendo pai de dois filhos, considerado um sujeito careta no meio do mundo do rock. 

O roteiro explora um pedaço da vida de Billie Joe para criar uma história de ficção imaginando como seria sua vida se ele tivesse abandonado a banda quando casou, o que sabiamente ele não fez. A proposta é bem interessante, mas funciona apenas em parte. 

Mesmo sem ser ator, Billie Joe entrega uma boa atuação como o sujeito atrapalhado que se sente frustrado com o trabalho. Por outro lado, algumas situações beiram o clichê, como a crise com o irmão e o reencontro com a ex-namorada (Judy Greer) que surge do nada. 

É um filme que entrega menos do que promete. 

Hearts Beat Loud (Hearts Beat Loud, EUA, 2018) – Nota 6,5
Direção – Brett Haley
Elenco – Nick Offerman, Kiersey Clemons, Blythe Danner, Toni Collette, Sasha Lane, Ted Danson.

Frank Fisher (Nick Offerman) é o dono de uma loja de discos prestes a fechar as portas. Sua filha Sam (Kiersey Clemons) também deve ir para a universidade em poucos dias. Frank tinha uma dupla musical com a falecida esposa e ainda sonha em retomar a carreira ao lado da filha, que a princípio estuda para ser tornar médica. 

Uma simples música gravada entre os dois se transforma em sucesso na internet e faz com que pai e filha sejam obrigados a decidir qual caminho de vida seguir. 

Este longa entrega uma história básica e simpática sobre relacionamento familiar e amor pela música. O roteiro não explora grandes dramas, ao contrário, em alguns momentos parece faltar história.O ponto alto são as várias sequências musicais em que pai e filha criam, gravam e cantam ao vivo. 

Destaque também para a atuação de Nick Offerman, ator que fez grande parte da carreira na tv e que nos últimos vem conseguindo papéis de algum destaque em filmes como “Fome de Poder” e “Um Novo Mundo”.

quinta-feira, 11 de julho de 2019

O Homem que Odiava as Mulheres

O Homem que Odiava as Mulheres (The Boston Strangler, EUA, 1968) – Nota 6,5
Direção – Richard Fleischer
Elenco – Tony Curtis, Henry Fonda, George Kennedy, Mike Kellin, Hurd Hatfield, Murray Hamilton, Jeff Corey, Sally Kellerman.

Boston, início dos anos sessenta. Várias mulheres de diferentes idades são encontradas estranguladas em suas residências. Sem sinais de arrombamento, a polícia acredita que as vítimas conheciam o assassino. 

Para acalmar a população, o governador indica um advogado (Henry Fonda) para ser o porta-voz do caso e também comandar a força-tarefa que investiga os crimes. 

Baseado na história de Albert De Salvo, que ficou conhecido como “O Estrangulador de Boston”, este longa peca em algumas escolhas e principalmente no formato que envelheceu bastante. 

A primeira hora é a mais interessante, com a polícia seguindo pistas através de um narrativa que foca na investigação e também com o diretor Richard Fleischer utilizando a criatividade e dividindo a tela em duas ou até três imagens simultâneas. 

Quando o assassino vivido por Tony Curtis entra em cena na hora final, o longa desce a ladeira ao abordar a questão da sanidade do sujeito ao estilo de uma drama psicológico raso. 

Consta que o roteiro modificou muitas situações e amenizou bastante a verdadeira personalidade do assassino, provavelmente para adequá-la com a imagem do então galã Tony Curtis. 

É uma história forte que merecia um nova versão para o cinema.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Hotel Artemis

Hotel Artemis (Hotel Artemis, Inglaterra / EUA, 2018) – Nota 6,5
Direção – Drew Pearce
Elenco – Jodie Foster, Sterling K. Brown, Sofia Boutella, Jeff Goldblum, Dave Bautista, Brian Tyree Henry, Jenny Slate, Zachary Quinto, Charlie Day, Kenneth Choi.

Los Angeles, 2028. A escassez de água gera uma enorme revolta em Los Angeles. Em meio ao tumulto, um grupo de ladrões tenta assaltar um banco. Dois irmãos (Sterling K. Brown e Brian Tyree Henry) conseguem escapar com parte do produto do roubo, sendo que um deles está ferido.

Eles seguem para um hotel de fachada que na verdade é uma espécie de hospital clandestino para bandidos administrado por uma enfermeira (Jodie Foster). No local eles cruzam o caminho de outros criminosos perigosos, com cada um deles tendo seu próprio objetivo. 

A premissa é extremamente interessante e criativa, assim como a produção que é caprichada. Os personagens excêntricos também são outro acerto, mas infelizmente o filme perde pontos pelo desenvolvimento da história. 

A curta duração faz com que tudo aconteça rapidamente, sem grande aprofundamento, inclusive com algumas explicações para determinadas situações sendo puro clichê. As cenas de ação são bem legais, mas poucas também. 

Não é ruim, mas fica claro que pela premissa que o filme poderia ser bem melhor.

terça-feira, 9 de julho de 2019

A Mula

A Mula (The Mule, EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – Clint Eastwood
Elenco – Clint Eastwood, Bradley Cooper, Dianne Wiest, Andy Garcia, Laurence Fishburne, Michael Peña, Ignacio Serricchio, Taissa Farmiga, Robert LaSardo, Noel Gugliemi, Clifton Collins Jr.

Em Los Angeles, Earl Stone (Clint Eastwood) é um idoso divorciado que vê seu negócio de cultivo de flores falir. 

Um inusitado convite de um estranho durante a festa de noivado de sua neta leva Earl a transportar drogas para um grupo de traficantes ligados aos Cartel de Sinaloa. 

Enquanto se surpreende com o dinheiro ganho por cada viagem e tenta se reaproximar da ex-esposa (Dianne Wiest), seu trabalho chama a atenção de um agente do DEA (Bradley Cooper), que nem imagina que o transportador que ele procura seja um idoso. 

Baseado em um artigo publicado em uma revista, este longa foca na história real de um criminoso que jamais chamaria a atenção da polícia. 

Mesmo com quase noventa anos de idade, Clint Eastwood consegue dirigir o longa e interpretar o protagonista de forma competente. Ele esbanja carisma e espontaneidade, inclusive nas sequências mais tensas com os traficantes. 

A narrativa agradável e o bom desenvolvimento da trama são outros destaques. Vale citar ainda a relação familiar do protagonista e as táticas utilizadas pelo personagem de Bradley Cooper para chegar até o criminoso. 

É muito legal ver Clint Eastwood ainda na ativa e entregando trabalhos de qualidade.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Tempo de Crescer

Tempo de Crescer (Paper Man, EUA, 2009) – Nota 6,5
Direção – Kieran Mulroney & Michele Mulroney
Elenco – Jeff Daniels, Emma Stone, Ryan Reynolds, Lisa Kudrow, Kieran Culkin, Hunter Parrish.

Richard Dunn (Jeff Daniels) é um escritor que se muda para uma pequena cidade ao lado da esposa Claire (Lisa Kudrow) com o objetivo de escrever seu segundo livro. 

Além de viver um casamento desgastado, Richard sofre com um bloqueio criativo e ainda “conversa” com um amigo imaginário (Ryan Reynolds), que é uma espécie de super-herói. 

Enquanto tenta achar um caminho na vida, Richard cria uma inusitada amizade com a jovem Abby (Emma Stone), que também enfrenta problemas e carrega traumas. 

O roteiro escrito pelo casal Kieran e Michele Mulroney foca na dificuldade em enfrentar os desafios da vida adulta, principalmente quando a pessoa carrega consigo problemas que a afetam desde a infância. 

Outro ponto interessante é a questão da dificuldade das pessoas em se relacionar, seja em um casamento, na família ou com as amizades. 

A história não chega a empolgar, deixando até a sensação de faltar algo no final, porém o filme ganha alguns pontos pela química entre Jeff Daniels e Emma Stone, que interpretam personagens complexos e problemáticos. 

É basicamente um drama independente com pitadas de comédia.

domingo, 7 de julho de 2019

The Whiskey Bandit

The Whiskey Bandit (A Viszkis, Hungria, 2017) – Nota 7,5
Direção – Nimród Antal
Elenco – Bence Szalay, Zoltan Schneider, Viktor Klem, Piroska Móga, Andor Lukats, Barnabás Szabó.

Entre o final dos anos oitenta e início dos noventa, um criminoso batizado pela mídia como “O Bandido do Whisky” assaltou diversos bancos e agências do correio em Budapeste na Hungria. 

O roteiro escrito pelo diretor Nimród Antal divide esta história em duas narrativas. Uma segue o interrogatório comandado pelo chefe de polícia (Zoltan Schneider) após o assaltante Attila Ambrus (Bence Szalay) ser preso. A segunda narrativa detalha em flashbacks a vida de Attila desde a infância, passando pela adolescência vivida na Romênia e o retorno para a Hungria. 

Além da trama policial bem amarrada, o roteiro insere críticas em relação ao sistema comunista que dominava a Hungria e a Romênia na época. O filme também ganha pontos ao explorar o drama na vida do protagonista. A infância e a adolescência complicadas, a luta para reerguer a vida, os relacionamentos com amigos e com a namorada (Piroska Móga) e por fim a escolha de seguir o caminho do crime. 

O resultando é uma competente mistura de drama com policial.

sábado, 6 de julho de 2019

United

United (United, Inglaterra, 2011) – Nota 7,5
Direção – James Strong
Elenco – David Tennant, Jack O’Connell, Sam Claflin, Dougray Scott, Neil Dudgeon.

Na história do futebol profissional, seis acidentes aéreos marcaram de forma trágica o esporte. O Torino da Itália em 1949, o The Strongest da Bolívia em 1969, o Alianza Lima do Peru em 1987, a seleção de Zâmbia em 1993 e o recente acidente com a Chapecoense em 2016 se juntaram ao sofrimento do Manchester United da Inglaterra em 1958. 

Este longa detalha a tragédia através dos olhos e das reações de dois personagens principais. Bobby Charlton (Jack O’Connell), então um jovem que sobreviveu ao acidente e se tornou talvez o maior jogador da história do futebol inglês e o assistente técnico Jimmy Murphy (David Tennant), que não estava na viagem. 

O grande acerto do longa é mostrar o sofrimento dos envolvimentos e de pessoas próximas nos dias seguintes ao acidente e a luta de Murphy para reerguer o clube mesmo em clima de tragédia. 

Não se pode deixar de citar a negligência absurda que resultou no acidente. Tudo levava a crer que algo estava errado com o avião, além da neve excessiva que tomava conta de Munique na Alemanha naquela tarde, porém pessoa alguma teve coragem de cancelar o voo. 

É uma história real que vai além do futebol.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Anjos Rebeldes & Constantine


Anjos Rebeldes (The Prophecy, EUA, 1995) – Nota 6,5
Direção – Gregory Widen
Elenco – Christopher Walken, Elias Koteas, Virginia Madsen, Eric Stoltz, Amanda Plummer, Viggo Mortensen, Adam Goldberg, Steve Hytner.

Dagget (Elias Koteas) é um policial que na juventude quase se tornou padre, até que perdeu a fé e desistiu. Num certo dia ao encontrar um cadáver aparentemente hermafrodita e sem olhos, Dagget não imagina que está testemunhando o início de uma guerra entre anjos. O anjo Gabriel (Christopher Walken) desceu à Terra em busca de uma alma pura para vencer a batalha. 

Hoje visto como obra cult, este longa fez algum sucesso no mercado de vídeo na época do lançamento por causa do tema que misturava religião e terror, além da marcante atuação de Christopher Walken como o assustador anjo. Vale citar ainda a participação de Viggo Mortensen como Lucifer e o clima de apocalipse. 

O filme tem defeitos, como o roteiro com soluções confusas e os efeitos com cara de produção B. 

O longa teve ainda duas sequências também protagonizadas por Christopher Walken, porém lançadas diretamente em vídeo.

Constantine (Constantine, EUA / Alemanha, 2005) – Nota 7<
Direção – Francis Lawrence
Elenco – Keanu Reeves, Rachel Weisz, Shia LaBeouf, Djimon Hounsou, Max Baker, Pruitt Taylor Vince, Gavin Rossdale, Tilda Swinton, Peter Stormare, Jose Zuniga.

John Constantine (Keanu Reeves) é um policial que morreu, foi para o inferno e voltou para o mundo para ter uma segunda chance de praticar o bem. Ao ser procurado pela também policial Angela Dodson (Rachel Weisz), que deseja provar que sua irmã gêmea que era católica fervorosa não cometeu suicídio, Constantine tem a sua chance de redenção. Ao investigar o caso, ele descobre que Satã (Peter Stormare) está preparando o caminho para seus discípulos invadirem o mundo. 

Esta adaptação de um conhecido comic book recebeu muitas críticas ruins e teve uma bilheteria abaixo do esperado, o que fez os produtores desistirem de uma continuação. O filme é interessante mesmo para quem não é fã de quadrinhos, prendendo a atenção através de uma trama que foca na luta entre bem e o mal. O bom clima de suspense é outro destaque. 

Para quem gosta do gênero, o longa é um bom passatempo.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Sem Amor

Sem Amor (Nelyubov, Rússia /  França / Alemanha / Bélgica, 2017) – Nota 8
Direção – Andrey Zvyagintsev
Elenco – Maryana Spivak, Aleksey Rozin, Matvey Novikov, Aleksey Fateev, Marina Vasileva, Andris Keiss.

O casal Zhenya (Maryana Spivak) e Boris (Aleksey Rozin) ainda vive no mesmo apartamento, mas estão em avançado e conflituoso processo de divórcio. 

Os dois já tem novos parceiros fora de casa e tentam esconder do filho pré-adolescente Alyosha (Matvey Novikov) que pretendem colocá-lo em um colégio interno ou mesmo em uma orfanato. Quando o garoto desaparece sem deixar vestígios, a situação fica ainda mais terrível. 

O cinema atual dos antigos países comunistas/socialistas deixam claro que a sociedade nestes locais ainda sofre com as marcas deixadas pelo antigo regime. Corrupção, polícia despreparada, burocracia e principalmente a falta de sensibilidade nas relações. 

Nesta questão política e social vemos que assim como ocorrem em países da América Latina, o desaparecimento de um adolescente ou adulto é tratado com desprezo pelas autoridades, como se fosse uma fuga da pessoa, com a desculpa de que crimes são mais importantes. 

Quanto ao desenvolvimento dos protagonistas, o roteiro foca por quase metade do filme nas novas relações do casal em separação, incluindo cenas ousadas de sexo. 

A proposta do roteiro, assim como o título do filme, é mostrar que as pessoas não mudam sua essência mesmo após enfrentarem situações complexas e também confundem amor com paixão e desejo, sentimentos estes que duram apenas por algum tempo. 

Aqui vemos paixão, desejo, ódio e frustração, menos o amor.

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Nostalgia

Nostalgia (Nostalgia, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Mark Pellington
Elenco – Jon Hamm, Catherine Keener, Ellen Burstyn, Bruce Dern, John Ortiz, Nick Offerman, Amber Tamblyn, Chris Marquette, James Le Gros, Arye Gross, Beth Grant.

Pequenas histórias sobre perdas e lembranças são interligadas em sequência. Tudo começa com um especialista em seguros (John Ortiz) que visita um velho viúvo (Bruce Dern) para analisar seus pertences antigos e na sequência atende uma idosa (Ellen Burstyn) que teve a casa consumida pelo fogo. 

A trama segue para o encontro de uma personagem com o dono de uma loja de objetos esportivos para colecionador (Jon Hamm), que em seguida viaja para visitar a irmã (Catherine Keener) que deseja esvaziar a casa dos pais que mudaram para a Flórida. 

O roteiro escrito por Alex Ross Perry foca nas lembranças que cada objeto pode trazer na vida de uma pessoa. O que parece insignificante em termos de valor monetário pode ter um valor sentimental imensurável para o dono. 

A questão da percepção de que a melhor parte da vida já tenha passado é outro fato explorado pelo roteiro, situação que causa tristeza e sofrimento. 

O ritmo lento pode não agradar, mas se casa perfeitamente com as pequenas tramas e principalmente com a ideia principal do roteiro. A “nostalgia” é lenta, triste e contemplativa. 

É um drama diferente que me agradou.

terça-feira, 2 de julho de 2019

O Favorito

O Favorito (The Front Runner, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Jason Reitman
Elenco – Hugh Jackman, Vera Farmiga, J. K. Simmons, Alfred Molina, Mamoudou Athie, Mark O’Brien, Molly Ephraim, Chris Coy, Alex Karpovsky, Josh Brener, Tommy Dewey, Kaitlyn Dever, Ari Graynor, John Bedford Lloyd, Steve Coulter, Bill Burr, Kevin Pollak, Mike Judge, Steve Zissis, Sara Paxton, Toby Huss.

Faltando apenas três semanas para a eleição presidencial americana em 1988, o senador Gary Hart (Hugh Jackman) estava doze pontos na frente de George Bush pai nas pesquisas. 

Com muito carisma e visto pelo público como alguém que faria uma grande renovação no país, Hart vê seu mundo ruir quando o acaso faz com que dois jornalistas o flagrem com a amante. 

A base da história é esta. O que o roteiro escrito por Jason Reitman em parceria com Matt Bai e Jay Carson apresenta de novidade são os detalhes dos bastidores da crise que levou Hart a renunciar a candidatura. 

Sua relação com a esposa (Vera Farmiga) e a filha (Kaitlyn Dever), sua dificuldade em lidar e falar de sua vida privada, além das diversas figuras entre jornalistas e assessores que tentaram a todo custo defender seus lados. 

É um filme indicado para quem gosta de saber sobre os bastidores da política e do jornalismo.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Quatro Leões

Quatro Leões (Four Lions, Inglaterra / França, 2010) – Nota 7,5
Direção – Christopher Morris
Elenco – Riz Ahmed, Arsher Ali, Nigel Lindsay, Kayvan Novak, Adeel Akhtar, Julia Davis, Craig Parkinson, Preeya Kalidas.

Em Londres, quatro sujeitos de origem árabe planejam detonar bombas em um alvo a ser escolhido. 

Omar (Riz Ahmed) briga pela liderança do grupo com o nervoso Barry (Nigel Lindsay), enquanto Waj (Kayvan Novak) e Faisal (Adeel Akhtar) são dois idiotas que sonham em se tornar homens-bombas mesmo sem entender o porquê. 

O roteiro escrito pelo diretor Christopher Morris tira um sarro dos jihadistas misturando o humor negro tipicamente inglês com algumas cenas que beiram o pastelão, com destaque para a absurda sequência final durante a maratona. 

Tudo isso fica engraçado por causa dos divertidos diálogos que detonam a motivação para este tipo de atitude maluca e fazem rir através da estupidez dos terroristas. 

É impagável também a participação do quinto terrorista vivido por Arsher Ali, que interpreta um cantor de rap. 

É um filme indicado para quem gosta de comédias inteligentes.