sábado, 7 de março de 2015

Harry Brown

Harry Brown (Harry Brown, Inglaterra, 2008) – Nota 7,5
Direção – Daniel Barber
Elenco – Michael Caine, Emily Mortimer, Charlie Creed Miles, David Bradley, Iain Glen, Liam Cunningham, Ben Drew, Sean Harris, Jack O’Connell.

Harry Brown (Michael Caine) é um militar aposentado que vive em um condomínio de classe baixa em um bairro de Londres dominado por traficantes. Harry divide seu tempo entre visitar a esposa no hospital e jogar xadrez com o amigo Leonard (David Bradley). 

No mesmo dia em que sua esposa morre, Harry é procurado por Leonard, que pede ajuda. Ele diz estar sendo perseguido por jovens traficantes que infernizam sua vida. Para se defender, Leonard carrega uma adaga. Harry tenta sem sucesso fazer o amigo procurar a polícia. No dia seguinte, uma dupla de detetives (Emily Mortimer e Charlie Creed Miles) procura Harry para avisá-lo que seu amigo fora espancado e morto. Sem acreditar na justiça, o velho militar decide eliminar os traficantes por conta própria. 

Com um pé no clássico “Desejo de Matar”, esta produção inglesa coloca o veterano Michael Caine como um justiceiro com problemas de saúde e desajeitado. Apesar de trágico, o roteiro é inteligente ao criar um personagem que não tem nada mais a perder na vida e que decide limpar seu bairro na base da violência. 

A trama tem alguns desdobramentos interessantes, como a forma arrogante com que os jovens traficantes enfrentam os policiais no interrogatório e a politicagem do chefe de polícia. 

Como é habitual, vale destacar a sempre sóbria interpretação de Michael Caine.

sexta-feira, 6 de março de 2015

A Última Viagem a Vegas

Última Viagem a Vegas (Last Vegas, EUA, 2013) – Nota 6,5
Direção – Jon Turteltaub
Elenco – Michael Douglas, Robert De Niro, Morgan Freeman, Kevin Kline, Mary Steenburgen, Jerry Ferrara, Romany Malco, Roger Bart, Joanna Gleason, Michael Ealy, Bre Blair, Curtis “50 Cent” Jackson.

Billy (Michael Douglas) é um solteirão de setenta anos que decide se casar com uma jovem na casa dos trinta. Antes da cerimônia que será em Las Vegas, Billy convida seus amigos de infância para um final de semana na cidade, o que se transforma em uma despedida de solteiro. 

Sam (Kevin Kline) está casado e leva uma vida de aposentado na Flórida. Archie (Morgan Freeman) tem problemas no coração e por este motivo é tratado como criança pelo filho e a nora. Paddy (Robert De Niro) é um viúvo mal humorado que não consegue superar a morte da esposa. Estes sujeitos tão diferentes, porém unidos por uma amizade de quase sessenta anos, terão um maluco final de semana para agitar suas vidas. 

O roteiro de Dan Fogelman tem parte da inspiração em “Se Beber, Não Case!”, ao mostrar as estripulias de um grupo de amigos em Las Vegas, com a diferença de que aqui os personagens são sujeitos na casa dos setenta anos. 

Algumas tiradas são divertidas, como a falta de conhecimento dos personagens em relação as diversões atuais e as piadas envolvendo a idade, além da boa química entre os protagonistas e a cantora interpretada por Mary Steenburgen. 

Não espere uma grande história ou situações mais profundas, o estilo do diretor Jon Turteltaub é entregar filmes comerciais que divertem no momento, mas que logo são esquecidos. Ele teve sucessos como “Enquanto Você Dormia” e “A Lenda do Tesouro Perdido”, mas ainda considero seu trabalho mais legal, o divertido e sensível “Jamaica Abaixo de Zero”. 

A sessão aqui vale pelo ótimo elenco.  

quinta-feira, 5 de março de 2015

Silverado

Silverado (Silverado, EUA, 1985) – Nota 8
Direção – Lawrence Kasdan
Elenco – Kevin Kine, Scott Glenn, Kevin Costner, Danny Glover, Brian Dennehy, John Cleese, Todd Allen, Rosanna Arquette, Jeff Goldblum, Linda Hunt, Joe Seneca, Ray Baker, James Gammon, Lynn Whitfield, Jeff Fahey, Jake Kasdan, Richard Jenkins, Earl Hindman, Thomas Wilson Brown.

Em 1985, o gênero western havia praticamente desaparecido das telas. Naquele ano, Clint Eastwood se arriscou no competente “Cavaleiro Solitário”, mas quem mostrou que o gênero ainda poderia render grandes filmes, foi Lawrence Kasdan com este divertido “Silverado”. 

De um modo criativo, Kasdan utiliza citações de clássicos e todos os clichês possíveis para homenagear o gênero. Na sequência inicial, o pistoleiro Emmett (Scott Glenn) mata alguns bandidos com tranquilidade, para em seguida reencontrar num local isolado no deserto, seu amigo Padden (Kevin Kline), um pistoleiro aposentado que ele convida para segui-lo até a cidade de Silverado, onde seu irmão maluco Jake (Kevin Costner) o espera. 

Na pequena cidade dominada por fazendeiros que exploram os colonos, logo eles entram em conflito com os pistoleiros contratados pelos donos de terras e com um xerife corrupto (Brian Dennehy). Ao trio, se junta o solitário Mal (Danny Glover), um negro tratado com preconceito pela população. 

A trama é simples, porém o filme é valorizado pela bela fotografia, pelas boas cenas de tiroteios e o ótimo elenco. Além dos personagens citados, vale destacar as participações de Rosanna Arquette como uma pequena fazendeira que tenta sobreviver em meio a uma sociedade de homens, John Cleese como outro xerife e pequenos papéis para Jeff Goldblum, para o veterano Joe Seneca, para a baixinha Linda Hunt como a dona do saloon e para mal encarado Jeff Fahey como outro pistoleiro. 

Como curiosidade, Lawrence Kasdan excluiu o personagem de Kevin Costner da montagem final de “O Reencontro”, filme anterior do diretor e por este motivo prometeu que daria ao ator um bom papel em seu próximo trabalho, que foi este “Silverado”. Apesar de se destacar, Costner ficaria famoso apenas dois anos depois com “Os Intocáveis” de Brian DePalma.

quarta-feira, 4 de março de 2015

The Strain

The Strain (The Strain, EUA, 2014/2015)
Criadores - Guilhermo Del Toro & Chuck Hogan
Elenco - Corey Stoll, David Bradley, Mia Maestro, Kevin Durand, Jonathan Hyde, Richard Sammel, Sean Astin, Miguel Gomez, Jack Kesy, Natalie Brown.

Um trio de médicos especializados em epidemias, um vampiro nazista, um milionário moribundo, um excêntrico agente de dedetização, um jovem criminoso hispânico, um veterano caçador de vampiros e uma estranha criatura chamada de "mestre", formam a espinha dorsal de uma das séries mais bizarras dos últimos anos.

Criado pelo ótimo diretor Guillermo Del Toro em parceria com Chuck Hogan, a trama começa com um avião chegando no aeroporto de Nova York sem que os pilotos entrem em contato com a torre. Assim que o avião pousa, as luzes se apagam e o silêncio toma conta da aeronave. Os médicos Ephraim Goodweather (Corey Stoll) e Nora Martinez (Mia Maestro) entram no avião e descobrem que os passageiros estão mortos, com exceção de quatro pessoas, entre elas o piloto.

Por questões políticas e pressão da imprensa, as autoridades liberam os sobreviventes, sem saber que eles carregam no corpo vermes que podem dar início a uma gigantesca epidemia. Os vermes transformam as pessoas num misto de vampiros e zumbis sedentos de sangue. Para combatê-los, os médicos se unem a Abraham Setrakian (David Bradley), um sobrevivente do Holocausto tratado como maluco a princípio, mas que prova como combater os vampiros. Este é apenas o início de uma complexa trama repleta de violência.

Por enquanto assisti até a metade da primeira temporada e ainda estou em dúvida sobre o que esperar dos próximos episódios e da segunda temporada que já está engatilhada. A série tem altos e baixos, com muitas perguntas ainda sem respostas.

A série tem um estilo moderno que lembra histórias em quadrinhos para atingir o público atual, na minha opinião com três claras inspirações. O episódio piloto com o sinistro avião e as várias perguntas sem resposta, assim como os diversos personagens que ainda irão se cruzar lembram "Lost". Os vampiros e os personagens como Abraham Setrakian e o piloto Redfern, são homenagens ao clássico "Drácula", assim com o medo dos zumbis em relação a luz do dia, sem contar as balas e facas de prata que brincam com o mito do "Lobisomem". A última inspiração vem da sensacional "The Walking Dead", ao criar uma epidemia e explorar cenas de ação recheadas de sangue e violência.

Até o momento "The Strain" é uma promessa, tem pontos altos como os personagens dos ótimos David Bradley e Kevin Durand, a narrativa ágil e o potencial do desenrolar do trama. A série ainda falha em alguns furos do roteiro, nos clichês dos dramas familiares e em alguns personagens que ainda no mostraram o porquê de estarem na trama. Vale um registro negativo também para a peruca do bom ator Corey Stoll.

Na segunda temporada descobriremos se a série tem história para se tornar um bom filhote de "The Walking Dead" ou se será uma enganação ao estilo "Heroes" e "The Event".

terça-feira, 3 de março de 2015

G.I. Joe: Retaliação

G.I. Joe: Retaliação (G.I. Joe: Retaliation, EUA, 2013) – Nota 5,5
Direção – Jon M. Chu
Elenco – Dwayne Johnson, Jonathan Pryce, Byung Hun Lee, Bruce Willis, Elodie Yung, Ray Stevenson, D. J. Cotrona, Adrianne Palicki, Channing Tatum, Ray Park, Luke Bracey, Walton Goggins, Arnold Vosloo, Joe Mazzello, RZA.

Analisando apenas como cinema, deixando de lado o lucro visado pelos produtores, esta sequência do filme de 2009 é totalmente desnecessária. 

O original tinha uma premissa legal, boas cenas de ação, porém um péssimo desenvolvimento dos personagens e diálogos ruins, resultando numa diversão passageira, não mais do que mediana. Aqui salvam-se apenas as cenas de ação repletas de efeitos especiais, o restante é um desperdício de tempo do espectador. 

A trama começa com uma sequência em que o comando G.I. Joe é atacado pelo próprio exército americano a mando do presidente (Jonathan Pryce), que na verdade é um impostor que deseja libertar o Comandante Cobra e utilizar seu disfarce para forçar os demais países a destruírem suas armas nucleares. Apenas três G. I Joes sobrevivem (Dwayne Johnson, D. J. Cotrona e Adrianne Palicki), para procurar a ajuda de outros ex-combatentes para enfrentar a situação. 

Não existe muito mais o que falar sobre a trama, a partir são cenas de ação seguidas e aparições de personagens caricatos, como um deslocado Bruce Willis soltando piadas infames. 

O roteiro ainda deixa a história aberta para mais uma continuação, que dificilmente sairá do papel após este fiasco. 

É um filme para passar longe. 

segunda-feira, 2 de março de 2015

Código do Silêncio

Código do Silêncio (Code of Silence, EUA, 1985) – Nota 7
Direção – Andrew Davis
Elenco – Chuck Norris, Henry Silva, Bert Remsen, Mike Genovese, Ron Henriquez, Molly Hagan, Ron Dean, Dennis Farina, John Mahoney.

Em Chicago, o policial Eddie Cusack (Chuck Norris) é mal visto pelos colegas por ter testemunhado contra outro policial que atirou em um adolescente. Quando começa uma violenta disputa entre duas quadrilhas mafiosas, incluindo vários assassinatos e o sequestro da filha de um chefão, Eddie percebe que está sozinho para investigar o caso. 

Ao lado do divertido “Comando Delta”, este longa policial é um dos poucos bons filmes da carreira de Chuck Norris. A trama é básica, sem grandes surpresas, os pontos positivos estão na narrativa bem construída pelo então desconhecido diretor Andrew Davis (“O Fugitivo”, “A Força em Alerta”) e as boas cenas de ação que misturam tiroteios e pancadaria de forma eficiente, além da explosiva sequência final. 

Vale destacar também o vilão interpretado pelo sinistro Henry Silva, ator especialista neste tipo de personagem, que voltou a trabalhar com o diretor Davis em “Nico – Acima da Lei”, filme que marcou a estreia de Steven Seagal no cinema. 

Para quem gosta de filmes policiais dos anos oitenta, esta produção é uma interessante opção.

domingo, 1 de março de 2015

A Reencarnação de Peter Proud, Os Dois Mundos de Jennie Logan & Em Algum Lugar do Passado


A Reencarnação de Peter Proud (The Reincarnation of Peter Proud, EUA, 1975) – Nota 6,5
Direção – J. Lee Thompson
Elenco – Michael Sarrazin, Jennifer O’Neill, Margot Kidder, Cornelia Sharpe, Paul Hecht.

O professor Peter Proud (Michael Sarrazin) sofre com sonhos constantes que se passam em um local que ele não conhece, além de ser assassinado em um lago por uma mulher desconhecida. Cada vez mais preocupado com a situação, Peter procura ajuda de um professor especialista em sonhos (Paul Hecht), que a princípio descobre que aparentemente Peter não tem sonho algum. Extremamente confuso, Peter passa a acreditar que pode estar tendo visões de uma vida passada. Após ver uma imagem na tv de um local que pode ser o do seu sonho, ele decide viajar para Nova Inglaterra levando a namorada (Cornelia Sharpe) para tentar descobrir a verdade sobre seus sonhos. 

A premissa é muito interessante, o sofrimento do professor na primeira parte é angustiante em algumas sequências. O filme vai bem até o momento em que Peter chega ao local dos sonhos e se infiltra na vida de alguns personagens. A partir daí, a trama perde ritmo, até chegar a um final previsível. O filme sofre também com a estranha trilha sonora, que hoje se mostra envelhecida e até irritante. 

Como informação, a bela Jennifer O’Neill nasceu no Brasil e teve bons papéis em filmes como “Houve Uma Vez um Verão”, “Scanners – Sua Mente Pode Destruir” e “Caravanas”, outro trabalho ao lado de Michael Sarrazin. Por sinal, a carreira do canadense Michael Sarrazin teve o auge nos setenta, com os filmes citados e outros como “Roy Bean – O Homem da Lei” e o clássico “A Noite dos Desesperados”. Infelizmente nos anos oitenta a carreira do ator entrou em decadência e ele ficou preso a papéis de coadjuvante em seriados de tv. Sarrazin morreu em 2011 praticamente esquecido pelo cinéfilos.   

Os Dois Mundos de Jennie Logan (The Two Worlds of Jennie Logan, EUA, 1979) – Nota 6
Direção – Frank De Felitta
Elenco – Lindsay Wagner, Marc Singer, Alan Feinstein, Linda Gray, Henry Wilcoxon.

O casal Michael (Alan Feinstein) e Jennie (Lindsay Wagner) tenta recomeçar a vida em uma enorme casa vitoriana na zona rural de Connecticut. Michael, que é professor, teve um caso com uma aluna e agora tenta se redimir, porém Jennie tem dificuldades em aceitar a reaproximação do marido. No sótão da nova casa, Jennie encontra um velho vestido e também um quadro em que uma bela mulher o está vestindo. 

Jenny fica apaixonada pelo vestido e decide experimentá-lo. Por um motivo inexplicado, ela passa mal, desmaia e em seguida acorda no mesmo local, porém décadas no passado, na época em que viveu a verdadeira dona do vestido. Após algumas “viagens” ao passado com o vestido, Jennie se apaixona pelo pintor David (Marc Singer) e tenta interferir nos acontecimentos para mudar a história de vida do sujeito. 

A premissa desta produção para a tv é interessante, porém o filme envelheceu mal. Os desmaios de Jenny são estranhos, assim como as sequências no passado lembram um filme amador, completando com interpretações ruins. 

Como informação, o elenco era formado por nomes famosos da tv na época. Lindsay Wagner era protagonista da série “A Mulher Biônica”, Marc Singer fez “V: A Batalha Final” e Linda Gray era famosa por seu papel no dramalhão “Dallas”. 

Em Algum Lugar do Passado (Somewhere in Time, EUA, 1980) – Nota 7
Direção – Jeannot Szwarc
Elenco – Christopher Reeve, Jane Seymour, Christopher Plummer, Teresa Wright, Bill Irwin, William H. Macy.

O escritor Richard Collier (Christopher Reeve) é visitado por uma senhora durante a estreia de sua peça, sendo presenteado por ela com um antigo relógio. Em seguida, a senhora pede que ele volte para ela. Intrigado, Richard começa a investigar e descobre que a mulher é uma antiga atriz, que faleceu logo após lhe entregar o relógio. Vendo a foto dela quando jovem (Jane Seymour), ele fica obcecado em voltar ao passado para conhecê-la. 

Esta mistura de romance com ficção fez muito sucesso na época, tanto pela história de amor, quanto pelo carisma de Christopher Reeve, que vinha em alta depois de estrear no cinema com o hoje clássico “Superman – O Filme”. 

Deixando de lado alguns furos no roteiro, inclusive a estranha forma que o personagem de Reeve utiliza para voltar no tempo, o filme agrada aos fãs de histórias românticas.