sábado, 31 de maio de 2025

Amor, Sublime Amor

 

Amor, Sublime Amor (West Side Story, EUA, 1961) - Nota 9
Direção – Robert Wise & Jerome Robbins
Elenco – Natalie Wood, Richard Beymer, George Chakiris, Rita Moreno, Russ Tamblyn.

Este musical vencedor de dez prêmios Oscar, conta a história de amor de Maria (Natalie Wood) e Tony (Richard Beymer), jovens de origens distintas e ligados a gangues rivais (americanos e porto-riquenhos), fato que acirra o conflito racial. 

A direção do grande Robert Wise, que faria ainda o musical clássico “A Noviça Rebelde”, acerta em cheio na condução da história que é valorizada pelos sensacionais números de dança coreografados por Jerome Robbins que conseguiu criar sequências de dança para interpretar brigas de ruas. 

A história é claramente baseada em “Romeu e Julieta”, transportada para o início dos anos sessenta. É um musical que agrada até mesmo quem não é fã do gênero.

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Brats

 

Brats (Brats, EUA, 2024) – Nota 8
Direção – Andrew McCarthy
Documentário

Em 1985, o jornalista David Blum escreveu uma matéria para a revista New York Magazine sobre um grupo de jovens que estavam despontando como estrelas de cinema. A ideia original era escrever sobre Emilio Estevez, que era o mais famoso na época, porém o jornalista mudou o foco para a geração de jovens e criou o nome “Brat Pack”, que seria traduzido como “Bando de Pirralhos”. 

A matéria fez grande sucesso se espalhando por jornais, rádios e programas de tv. O termo desagradou aos jovens, porém ajudou a deixá-los famosos e transformou em sucesso o longa “O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas” que estava prestes a ser lançado. 

Quase quarenta anos depois, o ator Andrew McCarthy decidiu fazer este documentário como uma espécie de terapia em que deixa claro como o termo afetou sua vida e sua carreira. Para entender melhor, ele procurou outros componentes do “bando” para saber a opinião de cada um sobre o assunto. 

Ele conseguiu falar com várias pessoas, inclusive algumas que eram apenas ligadas ao grupo, mas não que eram consideradas "oficiais". O grupo era formado por Andrew McCarthy, Emilio Estevez, Rob Lowe, Judd Nelson, Ally Sheedy, Molly Ringwald e Demi Moore.

Vários outros nomes estiveram ligados por participar de filmes com integrantes desse grupo, como Jon Cryer, Matt Dillon, Lea Thompson, Anthony Michael Hall, John Cusack e até Tom Cruise.

É interessante notar que cada integrante absorveu o termo de uma forma e que se isso ocorresse no dias atuais, muito provavelmente seria utilizado para alavancar as carreiras.

quinta-feira, 29 de maio de 2025

A Milhões de Quilômetros

 

A Milhões de Quilômetros (A Million Miles Away, México / EUA, 2023) – Nota 7
Direção – Alejandra Marquez Abella
Elenco – Michael Peña, Rosa Salazar, Julio Cesar Cedillo, Veronica Falcon, Garret Dillahunt, Sarayu Blue, Bobby Soto, Ashley Clarra, Eric Johnson.

Este longa detalha a vida de Jose Hernandez (Michael Peña), que quando criança no final dos anos sessenta saiu do México com os pais e os irmãos para trabalhar em fazendas na Califórnia e sempre sonhou em se tornar astronauta. O roteiro foca em momentos importantes da vida de Jose, no relacionamento com familiares, com a esposa (Rosa Salazar) e sua carreira como engenheiro que abriu caminho para chegar até a Nasa. 

É um filme com um narrativa leve, com personagens que são clichês, principalmente os familiares do protagonista e da esposa e que além de contar um bela história de superação, passa a mensagem de que vale a pena lutar pelos sonhos com planejamento, objetivo, estudo e muito trabalho.

quarta-feira, 28 de maio de 2025

O Brutalista

 

O Brutalista (The Brutalist, EUA / Inglaterra / Canadá, 2024) – Nota 7
Direção – Brady Corbet
Elenco – Adrien Brody, Felicity Jones, Guy Pearce, Joe Alwyn, Raffey Cassidy, Stacy Martin, Isaach De Bankolé, Alessandra Nivola, Emma Laird, Jonathan Hyde, Ariane Labed, Michael Epp.

Em 1947, o arquiteto húngaro Laszlo Toth (Adrien Brody) chega de navio em Nova York para recomeçar a vida. Sobrevivente do Holocausto, ele logo descobre que sua esposa também está viva, mas não tem como vir para os EUA naquele momento. Sua vida muda ao cruzar o caminho do rico empresário Van Buren (Guy Pearce), que o contrata para construir uma obra faraônica, com a promessa de ajudar trazer sua esposa para o país. 

Este estranho longa dirigido por Brady Corbet detalha a saga de um personagem fictício como se fosse uma história real. O diretor tenta criar uma espécie de épico moderno com quase três horas e meia de duração, porém sem grande emoção e com algumas escolhas que parecem fugir da ideia principal, como a polêmica sequência de abuso. 

As questões da dificuldade dos estrangeiros em encontrar seu lugar em um novo país e os traumas carregados por quem sobreviveu a guerra não chegam a se aprofundar, com o roteiro dando maior ênfase a obsessão do protagonista com a construção da obra e a relação com o milionário. Apenas na hora final a história se volta também para seu relacionamento com a esposa (Felicity Jones). 

Por mais que a produção seja caprichada e as sequências muito bem filmadas, a narrativa é cansativa em vários momentos. É um filme que tem uma “casca” muito mais interessante do que o conteúdo.

terça-feira, 27 de maio de 2025

Devil's Peak

 

Devil’s Peak (Devil’s Peak, EUA, 2023) – Nota 6
Direção – Ben Young
Elenco – Billy Bob Thornton, Hopper Penn, Robin Wright, Katelyn Nacon, Emma Booth, Jackie Earle Haley, Brian D’Arcy James.

Jacob (Hopper Penn) vive em uma pequena cidade do interior do EUA onde seu pai (Billy Bob Thornton) é um traficante de metanfetamina que tem um oficina mecânica de fachada. A paixão por uma garota (Katelyn Nacon), a mãe drogada (Robin Wright) e problemas do pai com uma pessoa influente da cidade, levam Jacob a tentar escapar do caminho do crime. 

Este drama policial produzido por Robin Wright, tinha como um dos objetivos tentar alavancar a carreira de seu filho Hopper Penn, fruto de seu casamento com Sean Penn nos anos noventa. A trama segue os clichês do gênero sobre pequenos criminosos, deixando um rastro de sangue pelo caminho. O protagonista Hopper Penn é inexpressivo, com destaque ficando para um assustador Billy Bob Thornton. O resultado é no máximo razoável.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Admiradora Secreta & Alguém Muito Especial

 

Admiradora Secreta (Secret Admirer, EUA, 1985) – Nota 7
Direção – David Greenwalt
Elenco – C. Thomas Howell, Lori Loughlin, Kelly Preston, Dee Wallace, Cliff DeYoung, Leigh Taylor Young, Fred Ward, Corey Haim, Casey Siemaszko, Courtney Gains.

No último dia de aula antes das férias de verão, Michael (C. Thomas Howell) encontra uma carta de amor anônima no seu armário do colégio. Acreditando ser da garota (Kelly Preston) por quem está apaixonado, Michael mostra a carta para seu amigo Roger (Casey Siemaszko), que a repassa para outra garota (Lori Laughlin) que decide reescrevê-la, dando início a uma ciranda de paixões adormecidas em outras pessoas que de alguma forma tem contato com uma das cartas. 

Esta comédia de encontros e desencontros fez sucesso pela forma simpática como a trama é desenvolvida. As paixões quem vem à tona mostram personagens vulneráveis por causa de seus sentimentos, principalmente os mais velhos que vivem relações monótonas. O elenco de jovens famosos da época é outro destaque.

Alguém Muito Especial (Some Kind of Wonderful, EUA, 1987) – Nota 7
Direção – Howard Deutch
Elenco – Eric Stoltz, Mary Stuart Masterson, Lea Thompsom, Craig Sheffer, John Ashton, Elias Koteas, Molly Hagan, Candace Cameron Bure.

Keith (Eric Stoltz) está apaixonado por Amanda (Lea Thompson), que é a garota mais popular da escola. Ao se aproximar dela, Keith desperta o ciúme em sua amiga Watts (Mary Stuart Masterson), que jamais teve coragem de se declarar. A situação também mexe com o ex-namorado de Amanda, o violento Hardy (Craig Sheffer), que jura vingança contra Keith. 

Apesar de hoje a trama ser totalmente clichê, o filme ganha pontos pela química entre o casal principal e a forma como a narrativa desenvolve a história de amor. O elenco de jovens promissores é outro destaque. É um dos vários filmes adolescentes que marcaram os anos oitenta.

domingo, 25 de maio de 2025

Pequenas Coisas Como Estas

 

Pequenas Coisas Como Estas (Small Things Like These, Irlanda / Bélgica / EUA, 2025) – Nota 7
Direção – Tim Mielants
Elenco – Cillian Murphy, Eileen Walsh, Emily Watson, Clare Dunne, Zara Devlin, Helen Behan, Patrick Ryan.

Bill Furlong (Cillian Murphy) é o dono de uma pequena empresa de venda de carvão em uma cidade do interior Irlanda, local onde passou toda a vida. Com esposa e cinco filhas, a aparente vida feliz esconde um sujeito que esconde traumas sofridos na infância, que passam a afetar sua vida quando ele descobre os abusos que adolescentes estão sofrendo em um convento. 

Este drama de baixo orçamento com uma narrativa lenta é daqueles filmes que passam um sentimento de angústia sem apelar para grandes cenas. A forma como passado e presente afetam a vida do protagonista e ao mesmo tempo como a situação que o incomoda é jogada para debaixo do tapete em uma cidade pequena por conta da força das freiras e também porque pessoa alguma quer criar um conflito, são dolorosas e angustiantes. 

Destaque para a atuação sóbria de Cillian Murphy, que entrega um personagem complexo que sofre por perceber que sua vida chegou em um momento de decisão.

sábado, 24 de maio de 2025

Anora

 

Anora (Anora, EUA, 2024) – Nota 8
Direção – Sean Baker
Elenco – Mikey Madison, Mark Eydelshteyn, Yura Borisov, Karren Karagulian, Lindsey Normington, Aleksey Serebryakov, Darya Ekamasova.

Ani (Mikey Madison) trabalha em uma boate de striptease. Em uma noite ela conhece o jovem russo Ivan (Mark Eydelshteyn), que a princípio a contrata para um programa. Surge uma química entre os dois, que iniciam um relacionamento, algo que a inusitada família de Ivan se mostrará totalmente contra. 

Este longa escrito e dirigido por Sean Baker segue o estilo que mostrou em outros projetos, como “Red Rocket”. Cenas ousadas de sexo, palavrões aos montes, gritarias, sequência patéticas de violência e personagens que beiram a marginalidade com caráter no mínimo duvidoso. 

É interessante também a divisão dos atos. A primeira parte é festiva com intensas sequências de sexo. Um segundo ato que se transforma quase em uma comédia de humor negro. E um final em que o drama faz com que a verdadeira face de cada personagem venha à tona. 

Os personagens também são ótimos. A ousada e também sensível interpretação de Mikey Madison faz o espectador torcer por uma protagonista cheia de contradições, enquanto o capanga coadjuvante vivido por Yura Borisov é uma espécie de testemunha da situação dentro do filme. 

É uma obra que vale a sessão pela originalidade e a ousadia.

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Treze Visões, Aniversário de Casamento & Os Cinco Sentidos

 

Treze Visões (Thirteen Conversations About One Thing, EUA, 2001) – Nota 7
Direção – Jill Sprecher
Elenco – Matthew McConaughey, Alan Arkin, John Turturro, Clea DuVall, Amy Irving, Barbara Sukowa, Tia Texada, Frankie Faison, William Wise.

Em Nova York, vários personagens se cruzam em situações que impactam diretamente suas vidas. São treze conversas em períodos de tempos diferentes que mostram como cada pessoa tem uma forma de ver o mundo e como essas visões individuais podem mudar de acordo com suas experiências e traumas. 

Um acidente pode transformar uma pessoa feliz e confiante em alguém inseguro e triste, assim como a felicidade de alguns pode incomodar uma pessoa que vê o mundo como um local sombrio. A insatisfação com a vida e a busca de uma felicidade idealizada também é tema de uma dessas conversas.

O grande destaque do elenco vai para a atuação de Alan Arkin, que vive um personagem que analisa tudo ao seu redor com um olhar crítico, mas que tem uma vida familiar fracassada. É um filme que faz pensar, indicado para quem gosta de dramas sobre o mundo real.

Aniversário de Casamento (The Anniversary Party, EUA, 2001) – Nota 6,5
Direção – Alan Cumming & Jennifer Jason Leigh
Elenco – Alan Cumming, Jennifer Jason Leigh, Gwyneth Paltrow, Kevin Kline, Phoebe Cates, Jane Adams, John C. Reilly, John Benjamin Hickey, Parker Posey, Denis O’Hare, Mina Badie, Jennifer Beals, Michael Panes, Matt Mallloy.

Para comemorar seis anos de casamento, o diretor de cinema Joe (Alan Cumming) e a atriz Sally (Jennifer Jason Leigh) convidam amigos para uma festa em casa. O que seria uma celebração, aos poucos surgem pequenos conflitos, relacionamentos confusos e uma solução escapista para enfrentar a vida. 

Este longa escrito, dirigido e protagonizado em parceria pela dupla Alan Cumming e Jennifer Jason Leigh faz uma crítica ao mundo do cinema que eles mesmos pertencem, as relações vazias e sentimentos comuns como inveja e desejo. Lembra os filmes de Robert Altman, em que diversos personagens se cruzam situações que variam entre o engraçado, o dramático e o patético.

Os Cinco Sentidos (The Five Senses, Canadá, 1999) – Nota 6,5
Direção – Jeremy Podeswa
Elenco – Mary Louise Parker, Daniel MacIvor, Marco Leonardi, Molly Parker, Gabrielle Rose, Phillippe Volter, Nadia Litz, Brendan Fletcher, Richard Clark, Pascale Bussieres, Clinton Walker.

Diversos personagens se conectam através de pequenos dramas ligados aos sentidos. Um oftalmologista está perdendo a audição, uma confeiteira tem problemas com o paladar, uma massagista tem um relacionamento complicado com a filha, uma outra personagem tem um olfato apurado e por fim, uma mulher tem ligações com um voyeur. 

É basicamente um daqueles dramas com estilo moderno para a época, com situações que nem sempre expressam a realidade, mas que deixam clara como as pessoas estão conectadas entre si, muitas vezes até mesmo sem perceber.

Agnes de Deus

 

Agnes de Deus (Agnes of God, EUA, 1985) - Nota 7
Direção – Norman Jewison
Elenco – Jane Fonda, Anne Bancroft, Meg Tilly, Anne Pitoniak, Winston Reckert.

Quando o corpo de um bebê recém-nascido é encontrado no quarto da jovem freira Agnes (Meg Tilly) que vive em um convento, a psiquiatra Martha (Jane Fonda) é incumbida de analisar o comportamento da garota que está em choque. Por a jovem ser tímida e ingênua, a madre superiora (Anne Bancroft) acredita que a gravidez foi um milagre, enquanto a racional Martha busca respostas na realidade. 

Este longa baseado em uma peça de teatro foca na eterna discussão entre fé e razão. O roteiro também explora os segredos que existem dentro de um local ou grupo fechado através de um clima estranho e até perturbador em alguns momentos.

Se a grande estrela do filme na época era Jane Fonda, por outro lado as atuações da veterana Anne Bancroft e da jovem Meg Tilly são os destaques, que por sinal renderam o Oscar para as duas atrizes.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Pai do Ano

 

Pai do Ano (Goodrich, EUA, 2024) – Nota 6,5
Direção – Hallie Meyers Shyer
Elenco – Michael Keaton, Mila Kunis, Carmen Ejogo, Kevin Pollak, Andie MacDowell, Danny Deferrari, Poorna Jagannathan, Laura Benanti.

Em Los Angeles, Andy Goodrich (Michael Keaton) acorda um certo dia com um telefonema de sua esposa que diz ter se internado em um centro de reabilitação para viciados em pílulas e que deseja a separação. 

A vida de Andy vira de ponta cabeça. Ele precisa lidar com seu casal de filhos gêmeos de nove anos de idade, com a filha do seu casamento anterior (Mila Kunis) que está grávida, além do enorme problema financeiro de sua galeria de artes que está prestes a falir. 

Este longa segue o estilo das histórias em que um personagem precisa resolver diversas pendências em sua vida de uma só vez. Frustrações e decisões erradas do passado vem à tona como uma espécie de choque de realidade. 

O filme não alça grandes voos, mas é competente na proposta, muito pelas boas atuações de Michael Keaton e Mila Kunis. Vale citar ainda que Andie McDowell, que tem uma pequena participação como a ex-esposa do protagonista, já fez par com Michael Keaton na comédia “Eu, Minha Muher e Minhas Cópias” em 1996.

terça-feira, 20 de maio de 2025

50 Km por Hora

 

50 Km por Hora (Cinquanta km All'ora, Itália, 2024) – Nota 6,5
Direção – Fabio De Luigi
Elenco – Fabio De Luigi, Stefano Accorsi, Alessandro Haber, Marina Massironi, Elisa Di Eusanio.

A morte do pai que morava com seu filho Rocco (Fabio De Luigi), faz o outro filho Guido (Stefano Accorsi) voltar para casa após trinta anos longe da família. Mesmo com diferenças para acertar, o irmãos decidem levar as cinzas do pai para serem colocadas no túmulo da mãe em outra cidade. Eles iniciam uma viagem usando antigas mobiletes. 

Esta simpática produção italiana mistura drama e comédia para contar uma história clichês sobre família. O que faz o longa ganhar pontos é a química entre os dois irmãos e as situações que eles enfrentam pelo caminho, entre elas uma noite selvagem em uma rave e o conflito com jovens criminosos. 

É um filme esquecível, mas que prende a atenção de quem gosta do gênero.

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Broke

 

Broke (Broke, Austrália, 2016) – Nota 6,5
Direção – Heath Davis
Elenco – Steve Le Marquand, Max Cullen, Claire van der Bloom, Steve Bastoni, Justin Rosniak.

Em uma cidade do interior de Austrália, Ben "BK” Kelly (Steve Le Marquand) foi um astro do time de futebol australiano local, porém se perdeu completamente após a aposentadoria. Viciado em jogos e sem ter onde morar, BK é acolhido por Cec (Max Cullen), que vive com sua filha Terri (Claire van der Bloom) e um neto ainda bebê. Pai e filha são torcedores da equipe e consideravam BK um ídolo, por este motivo eles tentam ajudá-lo a retomar um caminho na vida. 

Este simpático drama explora o tema até clichê do protagonista autodestrutivo e decadente que recebe uma segunda chance na vida. O interessante é que o filme apresenta personagens que poderiam ser reais e que enfrentam tristezas e frustrações, fazendo com que o espectador tenha empatia mesmo nos momentos mais pesados. 

É um filme indicado para quem gosta de dramas sobre famílias, mesmo que essas não sejam compostas por pessoas do mesmo sangue.

domingo, 18 de maio de 2025

O Ano do Dragão

 

O Ano do Dragão (Year of the Dragon, EUA, 1985) – Nota 8
Direção – Michael Cimino
Elenco – Mickey Rourke, John Lone, Ariane, Raymond J. Barry, Caroline Kava, Victor Wong, Dennis Dun.

Após o assassinato do líder da Tríade (a Máfia Chinesa) por jovens que desejam tomar o poder da gangue, o detetive Stanley White (Mickey Rourke) recebe a missão de investigar o crime. Mesmo sabendo que existe um pacto silencioso de paz entre a Tríade, o departamento de polícia de Nova York e também a Máfia Italiana, Stanley vai a fundo no caso, fato que desagradará todos ao seu redor. 

Este longa marcou a volta ao cinema do diretor Michael Cimino, que ficou em uma espécie de limbo por cinco anos após o gigantesco fracasso de “Portal do Paraíso” em 1980, obra que levou a United Artists à falência.

A história aqui tem uma premissa que lembra os filmes policiais de Martin Scorsese, porém com um clima mais pesado e a estética dos anos oitenta. Além da história, o destaque fica para a atuação de Mickey Rourke, que estava no auge da carreira. Ele interpreta um policial obstinado com os cabelos grisalhos que não mede as consequências dos seus atos. 

É mais um bom filme antigo que merece ser conhecido.

sábado, 17 de maio de 2025

Fight or Flight

Fight or Flight (Fight or Flight, EUA / Inglaterra, 2024) – Nota 6,5
Direção – James Madigan
Elenco – Josh Hartnett, Charithra Chandran, Katee Sackhoff, Julian Kostov, Marko Zaror, JuJu Chan Szeto, Danny Ashok, Hughie O’Donnell.

Para deter um hacker terrorista que ninguém conhece o rosto, uma agência de inteligência americana pede ajuda a um agente expatriado (Josh Hartnett) que aceita a missão com a promessa de ter seu nome limpo. O problema é que ao entrar no avião onde o terrorista segue para os EUA, o agente descobre que vários assassinos estão no mesmo voo com o objetivo de matar a pessoa e receber a recompensa. 

Este divertido longa de ação com pitadas de comédia claramente usa como inspiração a trama do superior “Trem-Bala” com Brad Pitt. São várias sequências de ação dentro do avião com muito sangue e exageros, ao estilo atual dos filmes do gênero. A trama é somente uma desculpa para essas sequências, deixando ainda um enorme gancho para quem sabe uma continuação.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Marjoe

 

Marjoe (Marjoe, EUA, 1972) – Nota 7,5
Direção – Sarah Kernochan & Howard Smith
Documentário

Em 1948, com apenas quatro anos de idade, Marjoe Gortner ficou famoso no interior dos EUA por fazer pregações evangélicas incentivado pelos pais. Durante dez anos ele seguiu esse caminho, até abandonar tudo na adolescência quando percebeu que seus pais não dividiriam o dinheiro dos dízimos com ele. Outros dez anos se passaram até Marjoe decidir voltar à cena como pregador no que seria sua última turnê, que foi filmada e rendeu este documentário que venceu o Oscar. 

Além das várias sequências de pregações, o grande diferencial no documentário é a forma aberta como Marjoe explica como ganhar dinheiro com os fiéis, criando um laço emocional através da manipulação. Fica claro que ele jamais acreditou a fundo na religião, com as pregações sendo somente um show. Essa experiência o levou a tentar a sorte como ator, tendo participado de algumas séries e filmes de baixo orçamento nos anos setenta e oitenta. Aqui vemos o lado mercantilista da fé.

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Bronco Billy, Doido Para Brigar, Louco Para Amar & Punhos de Aço

 

Bronco Billy – (Bronco Billy, EUA, 1980) – Nota 7
Direção – Clint Eastwood
Elenco – Clint Eastwood, Sondra Locke, Geoffrey Lewis, Scatman Crothers, Sam Bottoms, Bill McKinney.

Bronco Billy (Clint Eastwoof) é o dono de um circo decadente que viaja pelos EUA fazendo shows com tema do velho oeste. Durante uma dessas viagens, ele aceita dar emprego a uma mulher (Sondra Locke) que foi abandonada pelo marido. 

Este misto de comédia com drama explora o tema da difícil vida das pessoas que trabalham nos circos itinerantes, que na época já estavam longe do auge deste tipo de espetáculo. O filme mescla algumas divertidas sessões do espetáculo, com os conflitos comuns dos relacionamentos entre pessoas bem diferentes, no caso aqui do cowboy de Clint Eastwood e a dondoca falida de Sondra Locke. Por sinal, mesmo sem nunca se casarem oficialmente, eles viveram juntos por mais de quinze anos, tendo também trabalhado em parceria em diversos filmes.

Doido Para Brigar, Louco Para Amar (Every Which Way But Loose, EUA, 1978) – Nota 6,5
Direção – James Fargo
Elenco – Clint Eastwood, Sondra Locke, Geoffrey Lewis, Beverly D’Angelo, Ruth Gordon, Walter Barnes, Bill McKinney.

Philo (Clint Eastwood) é um motorista de caminhão que completa sua renda participando de lutas clandestinas. Ele tem a sempre a companhia do irmão Orville (Geoffrey Lewis) e do orangotango Clyde. Sua vida o leva a entrar em conflito com uma gangue de motoqueiros e também com policiais corruptos, além de se envolver com uma cantora country (Sondra Locke). 

Este divertido longa fez sucesso tanto pelo carisma de Clint Eastwood e do orangotango Clyde, quanto pelas cenas de brigas e por seguir um estilo que no ano anterior levou “Agarra-me se Puderes” com Burt Reynolds a um enorme sucesso de bilheteria. 

Os dois longas se passam no sul dos EUA, atingindo em cheio um público que se via na tela e que procurava diversão agitada sem preocupações com uma trama mais elaborada.

Punhos de Aço (Any Which Way You Can, EUA, 1980) – Nota 6,5
Direção – Buddy Van Horn
Elenco – Clint Eastwood, Sondra Locke, Geoffrey Lewis, William Smith, Harry Guardino, Ruth Gordon, Michael Cavanaugh, Barry Corbin, Bill McKinney.

Esta sequência do sucesso de 1978 segue a mesma fórmula, com o protagonista Philo (Clint Eastwood) participando de lutas de boxe clandestinas, lidando com uma confusa relação amorosa com Lynn (Sondra Locke), além de enfrentar problemas com policiais, motoqueiros e até a Máfia. 

Novamente é um filme divertido, intercalando sequências engraçadas com brigas e dando maior destaque ao orangotango Clyde.

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Rio de Janeiro - Paraíso em Chamas

Rio de Janeiro – Paraíso em Chamas (Brasil, 2025) – Nota 8
Direção – Asaph Hiroto
Documentário

Este documentário produzido pela Brasil Paralelo detalha a terrível situação da segurança pública no Rio de Janeiro. Com depoimentos de diversas pessoas que estudam o assunto e que vivem diariamente os problemas da cidade, fica claro que sem uma união de forças entre Polícia, Estado e Justiça, a situação tende a ficar cada vez pior. 

Com a grande maioria dos bairros dominados por quadrilhas de traficantes ou milícias, hoje a população do Rio de Janeiro sofre com uma espécie de ditadura do crime que avança cada vez mais. Esses grupos já dominam serviços básicos como tv a cabo, gás, pequenos comércios e estão se infiltrando nos serviços de internet, água e energia elétrica. 

O resultado é um retrato assustador de como uma região com uma natureza belíssima foi destruída por criminosos e pela ineficiência do Estado.

terça-feira, 13 de maio de 2025

The Alto Knights – Máfia e Poder

 

The Alto Knights – Máfia e Poder (The Alto Knights, EUA, 2025) – Nota 6,5
Direção – Barry Levinson
Elenco – Robert De Niro, Debra Messing, Kathrine Narducci, Cosmo Jarvis, Michael Rispoli, Matt Servitto, Louis Mustillo, Wallace Langham.

Nova York, 1957. Frank Costello e Vito Genovese (Robert De Niro em papel duplo) são amigos de infância que se transformaram em chefes da Máfia e também rivais após Vito ficar exilado na Itália por quinze anos e voltar para os EUA com o objetivo de retomar o posto de “Chefe dos Chefes”. A disputa resultará em mortes e prisões. 

Este longa dirigido pelo veterano Barry Levinson e escrito por Nicholas Pileggi, especialista em histórias sobre a Máfia tendo roteirizado grandes filmes como “Os Bons Companheiros”, “Cassino” e “O Irlandês”, teve críticas ruins, mesmo sendo uma história real bastante interessante. 

O filme é melhor do que imaginava, mas mesmo assim perde pontos pelas poucos sequências de violência, pela falta de um clímax e por duas sequências na parte final que parecem uma sátira. 

Outro ponto contraditório são as atuações de Robert De Niro. Ele acerta o tom de Frank Costello, que narra a história e que é desenvolvido como o lado racional do crime. Por outro lado, De Niro exagera no papel de Vito Genovese, que se mostra caricato nos momentos de raiva, além da estranha maquiagem. O papel de Genovese cairia muito melhor em um ator como Joe Pesci por exemplo, ou o grande Al Pacino, 

O resultado é um filme mediano, que deixa uma frustração causada pela expectativa.

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Uma Vida Tranquila

 

Uma Vida Tranquila (Una Vita Tranquilla, Itália, 2010) – Nota 7
Direção – Claudio Cupellini
Elenco – Tony Servillo, Marco D’Amore, Francesco Di Leva, Juliane Kohler, Maurizio Donadoni, Alice Dwier, Leonardo Sprengler.

Dois jovens (Marco D’Amore e Francesco Di Leva) viajam para o interior da Alemanha com a missão de assassinar um sujeito a mando da Máfia Italiana. Enquanto esperam o momento certo, eles se alojam na pousada de Rosario (Tony Servillo), que também tem um restaurante no local, onde ele mesmo é o chef de cozinha. Aos poucos, fica claro que existe uma ligação entre um dos assassinos com o passado de Rosario, que agora tem esposa e filho que não sabem de sua vida pregressa. 

Mesmo com alguma violência e uma premissa policial, este longa é muito mais um drama sobre família, escolhas e sobrevivência. Os segredos do protagonista o levam a tomar decisões difíceis que ao mesmo tempo que podem transformá-lo em vilão, também são atos de proteção para pessoas ao redor. 

A sequência final tem um misto de frieza e racionalidade excessiva que explica muito bem a personalidade do protagonista. Destaque para a atuação de Tony Servillo, que com certeza é um dos melhores atores italianos dos últimos vinte anos.

domingo, 11 de maio de 2025

O Silêncio dos Culpados

 

O Silêncio dos Culpados (Deadland, EUA / Venezuela, 2023) – Nota 6
Direção – Lance Larson
Elenco – Roberto Urbina, McCaul Lombardi, Julieth Restrepo, Kendal Era, Luís Chavez, Chris Mulkey, Julio Cesar Cedillo, Manuel Uriza, Dave Maldonado.

Um policial (Roberto Urbina) que trabalha na fronteira dos EUA com o México se vê no meio de uma complicada situação quando seus parceiros de trabalho (McCaul Lombardi e Julieth Restrepo) matam um imigrante ilegal durante um conflito na delegacia. A chegada de um outro estranho e de dois detetives que perseguem este sujeito criam um problema ainda maior. 

Este longa de baixo orçamento começa como uma trama policial sobre imigração e violência na fronteira, para no desenrolar levar a um caminho inusitado que beira a ficção. Algumas sequências de suspense são interessantes e o conflito enfrentado pelo protagonista prende a atenção, além é claro das pitadas de violência. É um filme indicado para o cinéfilo que gosta de obras diferentes.

sábado, 10 de maio de 2025

A Sacrifice

 

A Sacrifice (A Sacrifice ou Berlin Nobody, Alemanha / EUA / Inglaterra / França, 2024) – Nota 5,5
Direção – Jordan Scott
Elenco – Eric Bana, Sadie Sink, Sylvia Hoeks, Jonas Dassler, Sophie Rois, Stephan Kampwirth.

Ben (Eric Bana) é professor e escritor especializado em cultos. Ele está divorciado e vive em Berlim. Ao receber a visita de sua filha adolescente Mazzy (Sadie Sink), que vive com a mãe nos EUA, ele não imagina que a garota será cooptada por um jovem (Jonas Dassler) a participar de uma estranha seita que pode estar ligada a um assassinato. 

Este longa dirigido pela filha de Ridley Scott tem um começo intrigante e um bom clima de suspense, para ao poucos se transformar em uma história previsível. Mesmo o que seria a surpresa que vem à tona na parte final não é tão difícil de ser descoberta pelo cinéfilo bem antes. 

Por sinal, o final também segue os clichês do gênero, resultando em um obra bem produzida na parte técnica, porém totalmente esquecível no conteúdo.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Buster's Mal Heart

 

Buster’s Mal Heart (Buster’s Mal Heart, EUA, 2016) – Nota 6,5
Direção – Sarah Adina Smith
Elenco – Rami Malek, DJ Qualls, Kate Lyn Sheil, Toby Huss, Lin Shaye.

Um sujeito conhecido como Buster (Rami Malek) é perseguido pela polícia por invadir casas de temporada que estão vazias em uma região montanhosa. Em seguida, o filme se divide em três narrativas. 

A principal detalha a vida pregressa de Buster, quando trabalhava como gerente de um decadente hotel e sonhava em ter uma vida melhor com a esposa (Kate Lyn Sheil) e a filha pequena, até conhecer um estranho (DJ Qualls) que influenciará seu destino.

A narrativa seguinte mostra as ações malucas de Buster durante as invasões das casas isoladas e a terceira parece uma espécie de sonho em que o protagonista está em um pequeno barco à deriva no mar. 

O roteiro escrito pela diretora Sarah Adina Smith explora o estilo peculiar de interpretação do ator Rami Malek, que cria um personagem estranho semelhante ao Mr. Robot da série que o transformou em ator conhecido. A fala pausada, o olhar perdido e a personalidade complexa são muito parecidas no filme e na série. 

O resultado passa longe de ser um grande filme, na verdade é um longa que tem a seu favor fazer o espectador quebrar a cabeça, deixando claro que algumas situações não tem respostas perfeitas.

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Shadow Land

 

Shadow Land (Shadow Land, EUA, 2024) – Nota 5
Direção – James Bamford
Elenco – Jon Voight, Marton Csokas, Rhona Mitra, Philip Winchester, Sean Maguire, Alexander Karim.

O ex-presidente americano Robert Wainwright (Jon Voight) começa a sofrer com pesadelos que parecem reais. Ele acredita que está sendo espionado, enquanto seus seguranças desconfiam de sua sanidade. Seu antigo médico (Marton Csokas) é chamado para analisar a situação e tentar descobrir o que realmente está acontecendo. 

A premissa é até intrigante e o desenvolvimento consegue deixar o espectador em dúvida durante boa parte da trama, assim como a produção é bem cuidada. O problema é que o roteiro mesmo entregando um explicação plausível no final, tem vários furos que irritam. É um suspense sobre paranoia que com um roteiro melhor com certeza renderia um bom filme.

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Americana

 

Americana (Americana, EUA, 1981) – Nota 6,5
Direção – David Carradine
Elenco – David Carradine, Barbara Hershey, Michael Greene, Sandy Ignon, Arnold Herzstein.

Um veterano do Vietnã (David Carradine) chega em uma pequena cidade do Kansas e decide restaurar um antigo carrossel que está em um terreno abandonado. Sua decisão deixa os poucos moradores do local intrigados, com alguns ajudando com pequenas coisas, enquanto outros se sentem incomodados com sua atitude. 

Este curioso longa dirigido e protagonizado por David Carradine, então astro da série de tv “Kung Fu”, foi um projeto pessoal filmado em 1973 que consumiu todo seu dinheiro e não foi finalizado na época. Somente em 1981, Carradine conseguiu montar o longa e entregar para um distribuidor. 

O elenco tem sua companheira na época Barbara Hershey, o pai da atriz que sequer era ator e que interpreta o dono da mercearia, além da ajuda de seus irmãos Bruce no elenco e Robert como assistente de direção. 

A premissa do veterano de guerra traumatizado que utiliza a reconstrução do carrossel como uma espécie de recomeço de vida é simbólico e também inédito para a época da filmagem, não do lançamento, já que em 1973 a Guerra do Vietnã ainda estava acontecendo e era um tema quase tabu no cinema, algo que mudaria somente na segunda metade dos anos setenta. 

O ator David Carradine teve um longa carreira repleta de alguns altos e muitos baixos, tendo falecido em um bizarro acidente sexual na Tailândia em 2019.

terça-feira, 6 de maio de 2025

Caos e Destruição

 

Caos e Destruição (Havoc, Inglaterra / EUA, 2025) – Nota 6
Direção – Gareth Evans
Elenco – Tom Hardy, Jessie Mei Li, Forest Whitaker, Timothy Olyphant, Justin Cornwell, Quelin Sepulveda.

O roubo de um caminhão repleto de drogas dá início a uma série de perseguições e mortes entre os ladrões, um esquadrão de policiais corruptos e uma quadrilha chinesa de traficantes. No meio de tudo isso, o detetive Walker (Tom Hardy) precisa tentar salvar a vida do filho de um político com quem ele tem negócios ilegais. 

Este longa é basicamente uma série de sequências de ação violentas e explosivas que levam até um esperado clímax sangrento. O diretor e roteirista britânico Gareth Evans é especialista no gênero, tendo dirigido três filmes com o astro da Indonésia Iko Uwais. O agitado “Merantau” e os sensacionais “Operação Invasão 1 e 2”. 

Aqui as sequências de ação com cortes extremamente rápidos perdem um pouco da qualidade pela falta de um ator especialista em lutas marciais. Por outro lado, as mortes são criativas e o ritmo vertiginoso. O resultado é um filme de ação genérico repleto de furos no roteiro, que vai agradar no momento, mas que logo será esquecido.

segunda-feira, 5 de maio de 2025

O Que Lucía Viu

 

O que Lucía Viu (Llegaron de Noche, Espanha / Colômbia, 2022) – Nota 6
Direção – Imanol Uribe
Elenco – Juana Acosta, Juan Carlos Martinez, Karra Elejalde, Carmelo Gomez, Ben Temple, Angel Bonanni.

El Salvador, 1989. A faxineira Lucía (Juana Acosta) e seu marido Jorge (Juan Carlos Martinez) estão dormindo em uma casa dentro de uma universidade quando um pelotão do exército executa seis padres e duas funcionárias do local. Lucía aceita testemunhar sob o crime, mas é obrigada a sair do país, sem imaginar o inferno que terá de enfrentar mesmo longe de casa. 

Este longa de baixo orçamento detalha uma história real semelhante a várias outras que ocorrem em países comandados por uma ditadura. Por mais que a história seja pesada por si só, algumas coisas deixam a desejar. As atuações são fracas e a motivação para o crime não fica totalmente clara, mesmo com uma questão política envolvida. A montagem com idas e vindas é apenas correta. 

É um filme que vale mais como registro sobre um caso terrível, do que pela qualidade analisando como cinema.

domingo, 4 de maio de 2025

A Garota da Vez

 

A Garota da Vez (Woman of the Hour, EUA, 2024) – Nota 6,5
Direção – Anna Kendrick
Elenco – Anna Kendrick, Daniel Zovatto, Tony Hale, Nicolette Robinson, Pete Holmes, Autumn Best, Kathryn Gallagher, Kelley Jakle, Matt Visser, Jedidah Goodacre.

Em 1978, Sheryl (Anna Kendrick) é uma aspirante a atriz que tenta a sorte em Hollywood. Sem chances de trabalho, ela aceita participar do famoso programa de tv “The Dating Show”, em que uma garota escolheria um entre três jovens para um encontro. Um dos rapazes é o fotógrafo Rodney (Daniel Zovatto), que na verdade é um psicopata que atacou dezenas de garotas. 

Este longa que marca a estreia da atriz Anna Kendrick na direção explora a história real do assassino Rodney Alcala, que nos anos setenta atacou mulheres em Los Angeles se passando por fotógrafo. A atriz e diretoria acerta ao colocar como foco principal a participação do sujeito e da garota no show de tv, com toda falsidade e cafonice comum deste tipo de programa. 

A escolha de mostrar alguns crimes em períodos diferentes por um lado funciona para criar um suspense para quem não conhece a história, porém por outro lado deixa a desejar ao ficar vago demais na motivação e também no contexto geral dos crimes. 

Anna Kendrick tem uma boa atuação como a jovem que tem um choque de realidade, enquanto Daniel Zovatto está sinistro e ao mesmo tempo canastrão no papel do psicopata.

sábado, 3 de maio de 2025

Conclave

 

Conclave (Conclave, Inglaterra / EUA, 2025) – Nota 6,5
Direção – Edward Berger
Elenco – Ralph Fiennes, Stanley Tucci, John Litghow, Lucian Msamati, Jacek Koman, Thomas Loibi, Brian F. OByrne, Isabella Rossellini, Rony Kramer, Sergio Castellitto, Carlos Diehz.

A morte do Papa obriga o Cardeal Lawrence (Ralph Fiennes) a liderar o conclave para escolha do novo pontífice. Ele terá de lidar com intrigas entre os candidatos favoritos e fazer de tudo para que o escolhido seja o melhor para a Igreja. 

O tema do conclave que está em alta no momento na vida real é detalhado aqui como uma eleição que lembra a de políticos comuns em que o vale tudo pelo poder é jogado nos bastidores. 

O roteiro coloca na mesa vários lados ideológicos e pensamentos distintos entre os cardeais, deixando claro em um diálogo que mesmo sendo religiosos, eles são pessoas comuns com defeitos e virtudes. A forma como o protagonista comanda o conclave lembra um filme de suspense em alguns momentos. 

O grande erro do roteiro é a surpresa final, que provavelmente foi escrita para criticar a tradicional Igreja Católica, porém de uma forma que não convence. É uma pena, a história poderia ser crítica com um final diferente.

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Fuga à Meia-Noite & Cadillac Cor de Rosa

 

Fuga à Meia-Noite (Midnight Run, EUA, 1988) – Nota 7,5
Direção – Martin Brest
Elenco – Robert De Niro, Charles Grodin, Yaphet Kotto, John Ashton, Dennis Farina, Joe Pantoliano, Richard Foronjy, Robert Miranda, Philip Baker Hall, Wendy Phillips.

Jack (Robert De Niro) é um caçador de recompensas que trabalha para Eddie (Joe Pantoliano), que tem um negócio de emprestar dinheiro para pagamento de fiança. Quando o contador Jonathan (Charles Grodin), que roubou a Máfia e foi preso, foge após pagar a fiança com o dinheiro de Eddie, Jack segue em seu encalço e consegue capturá-lo rapidamente. O problema é que o sujeito está sendo perseguido por um mafioso (Dennis Farina), pelo FBI e por outros caçadores de recompensas. 

Mesmo hoje um pouco esquecido, este divertido longa fez sucesso na época, tanto pelas boas sequências de ação, como pelos personagens peculiares e a química entre a dupla vivida por Robert De Niro e Charles Grodin, que entregam momentos divertidos de conflitos e discussões. 

Vale citar que o diretor Martin Brest, que está aposentado do cinema desde 2003 após o enorme fracasso de "Contrato de Risco", fez poucos, porém bons filmes como “Um Tira a Pesada”, “Perfume de Mulher” e “Encontro Marcado”.

Cadillac Cor de Rosa (Pink Cadillac, EUA, 1989) – Nota 6
Direção – Buddy Van Horn
Elenco – Clint Eastwood, Bernadette Peters, Timothy Carhart, John Dennis Johnston, Bill Moseley, Geofrey Lewis, William Hickey.

Tommy (Clint Eastwood) é um caçador de recompensas que utiliza disfarces para capturar criminosos foragidos. Em uma nova caçada, Tommy busca a fugitiva Lou Ann (Bernadette Peters), que roubou dinheiro falso do marido que faz parte de uma gangue de neonazistas, que por ser lado que reaver o que foi roubado. 

Clint Eastwood parece se divertir nessa comédia policial em que empresta sua imagem de durão para criar um protagonista que mistura isso com disfarces bizarros aos estilo das comédias rasgadas. A trama é básica e os vilões são caricatos, ao estilo dos longas do gênero dos anos oitenta. É basicamente uma sessão da tarde.

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Flora e Filho – Música em Família

 

Flora e Filho – Música em Família (Flora and Son, Irlanda / EUA, 2023) – Nota 7
Direção – John Carney
Elenco – Eve Hewson, Joseph Gordon Levitt, Jack Reynor, Orén Kinlan, Marcella Plunkett.

Dublin, Irlanda. Flora (Eve Hewson) é uma mãe divorciada que tem um difícil relacionamento com seu filho adolescente Max (Orén Kinlain). A chance de mudar a relação surge quando Flora e Max descobrem o interesse pela música. 

O diretor irlandês John Carney entregou bons filmes com temática musical, como “Sing Street: Música e Sonho”, “Mesmo Se Nada Der Certo” e o sensível “Apenas Uma Vez”. Carney consegue com talento criar histórias de pessoas comuns que buscam realizar sonhos ou alcançar objetivo através da música. As sequências musicais normalmente são em apresentações ao vivo e a trilha sonora em geral é o grande destaque. 

Um ponto interessante aqui é que toda a relação familiar complicada que vai se acertando com a música, incluindo o pai do garoto vivido por Jack Reynor e o professor de música online interpretado por Joseph Gordon Levitt. 

São filmes que deixam o espectador com a sensação de que a vida sempre pode melhorar.