Bad Boys Até o Fim

 

Bad Boys Até o Fim (Bad Boys: Ride or Die, EUA, 2024) – Nota 7
Direção – Adil El Arbi & Bilall Fallah
Elenco – Will Smith, Martin Lawrence, Vanessa Hudgens, Alexander Ludwig, Paola Nuñez, Eric Dane, Ioan Gruffudd, Jacob Scipio, Melanie Liburd, Taisha Smith, Rhea Seehorn, Tiffany Haddish, Joe Pantoliano, DJ Khaled, John Salley.

A dupla de detetives Mike Lowrey (Will Smith) e Marcus Burnett (Martin Lawrence) se tornam alvos de policiais e autoridades corruptas quando seu chefe (Joe Pantoliano) que foi assassinado no filme anterior é acusado de ter ligação com um cartel mexicano. Eles precisam provar a inocência do chefe e a deles também. 

Esta sequência é superior ao longa de 2021. A dupla de diretores belgas Adil e Bilall continua dando ênfase principal as sequências de ação e desta vez não exagerando nos cortes, que eram frenéticos no longa anterior. Até mesmo as piadas e os diálogos engraçadinhos funcionam. É um filme para deixar de lado os absurdos e se divertir com a ação.

Terrores da Noite & Morcegos

 

Terrores da Noite (Nightwing, EUA, 1979) – Nota 5
Direção – Arthur Hiller
Elenco – Nick Mancuso, David Warner, Kathryn Harrold, Stephen Macht, Strother Martin, Charles Hallahan, Pat Corley.

Em uma reserva indígena no Novo México, começam a aparecer animais mortos e outras situações estranhas que deixam intrigados os nativos e o xerife local (Nick Mancuso). Com ajuda de um pesquisador (David Warner), ele descobre que os problemas são causados por morcegos assassinos. 

O diretor Arthur Hiller teve uma longa carreira que começou na tv nos anos cinquenta e foi até 2006. Este “Terrores na Noite” foi seu único filme de terror, que segue a fórmula criada em “Tubarão”, porém longe da mesma qualidade. 

É uma narrativa lenta que melhora um pouco quando os morcegos entram em cena. A diferença de talento e orçamento ficam claras, assim como as sequências mais fortes que claramente lembram um filme B.

Morcegos (Bats, EUA, 1999) – Nota 5
Direção – Louis Morneau
Elenco – Lou Diamond Phillips, Dina Meyer, Leon, Bob Gunton, Carlos Jacott, Ned Bellamy.

Uma fracassada experiência genética feita pelo governo produz morcegos violentos e inteligentes que passam a atacar os moradores de uma pequena cidade do Texas. O xerife local (Lou Diamond Phillips) com auxílio de uma especialista em morcegos (Dina Meyer) e seu assistente (Leon) tentam enfrentar as criaturas. 

Este filme B de terror e suspense entrega uma história sem surpresas, com efeitos especiais ruins e tendo como pontos principais as violentas sequências de ataques dos morcegos e a narrativa que prende a atenção. 

É basicamente um filme ruim que pode agradar quem gosta de terror B.

Guerreiro da Escuridão II

 

Guerreiro da Escuridão II (Underverden II, Dinamarca, 2023) – Nota 6,5
Direção – Fenar Ahmad
Elenco – Dar Salim, Birgitte Hjort Sorensen, Stine Fischer Christensen, Abud Mustafa, Soheil Bavi.

Cumprindo pena após matar integrantes de uma gangue que assassinou seu irmão, o cirurgião Zaid (Dar Salim) recebe uma proposta para ganhar a liberdade. Ele deverá se infiltrar em uma quadrilha de traficantes para ajudar uma detetive (Birgitte Hjort Sorensen) a colocar o chefão no cadeia. Zaid aceita o acordo pensando também em se reaproximar do filho. 

Esta sequência do filme de 2017 explora uma trama repleta de clichês, mas que funcionam por causa das competentes sequências de ação e do estranho carisma do sempre carrancudo Dar Salim. O ator interpretou papel muito semelhante na minissérie “Warrior – A Batalha de Todos os Dias” em 2018.

A Primeira Profecia

 

A Primeira Profecia (The First Omen, EUA / Itália / Sérvia / Canadá, 2024) – Nota 5,5
Direção – Arkasha Stevenson
Elenco – Nell Tiger Free, Ralph Ineson, Sonia Braga, Charles Dance, Maria Caballero, Bill Nighy, Ishtar Curry Wilson.

Margaret (Nell Tiger Free) é uma jovem freira que chega em Roma nos anos setenta para servir na Igreja com ajuda de um cardeal (Bill Nighy). Ao fazer amizade com outra jovem freira (Maria Caballero), aos poucos Margaret percebe que existe algo de estranho no convento. 

Este prequel do clássico “A Profecia” entrega até uma história que se casa com o longa citado. O problema é a forma como a trama é desenvolvida. A balada e as questões mundanas parecem uma versão adolescente de outro clássico, “O Bebê de Rosemary”. 

O clima de suspense assustador com as mortes criativas do filme de Richard Donner dá lugar ao sangue e a violência comum das produções atuais. O resultado é apenas mediano e esquecível, sendo inferior até mesmo a refilmagem do original de 2006.

Anarchy Radio

 

Anarchy Radio (Anarchy Radio, EUA, 2024) – Nota 5,5
Direção – Gilles Gambino
Elenco – Drew Lopez, Leila Collins, Mathilde Anglade, Jonathan Chiarle, Levi Holiman, Lauren Hardcastle.

Andy Winter (Drew Lopez) é o locutor de uma rádio independente que prega a liberdade e abre espaço para seus ouvintes falarem sobre o tema. Quando seu amigo e DJ Speed (Jonatham Chiarle) começa a acreditar que algo ou alguém desconhecido está enviando mensagens pelas ondas da estação para manipular as pessoas, aos poucos a paranoia toma conta de Andy que deseja descobrir a verdade. 

Este longa de baixo orçamento tem uma premissa extremamente interessante que recicla ideias diversas como da série “Arquivo X” e longas como “Eles Vivem” e “Contato”, porém tudo isso é desperdiçado em um roteiro confuso e em transições sem explicações. 

Os personagens peculiares perdem a força pela falta de sentido em diversas situações. É como se a proposta do diretor e roteirista Gilles Gambino fosse espalhar teorias de conspiração deixando o espectador curioso e sem respostas.

Tentáculos & Formigas Assassinas

 

Tentáculos (Tentacles, Itália, 1977) – Nota 4
Direção – Oliver Hellman
Elenco – John Huston, Shelley Winters, Bo Hopkins, Henry Fonda, Cesare Danova, Delia Boccardo, Claude Akins.

Uma experiência ilegal no fundo do mar causa uma mutação em um polvo gigante que passa a atacar as pessoas. Um veterano jornalista (John Huston) investiga o caso com a ajuda de um mergulhador (Bo Hopkins). 

Esta produção italiana de baixo orçamento dirigida pelo egípcio Ovidio G. Assonitis com o codinome de Oliver Hellman é uma cópia descarada de “Tubarão”. Os nomes famosos de John Huston, Henry Fonda e Shelley Winters tentam dar um ar de seriedade a uma história fraca com uma criatura que parece saída dos filmes de Ed Wood. A estranha trilha sonora transforma algumas sequências mais em comédia do que suspense.

Formigas Assassinas ou Marabunta (Legion of Fire: Killer Ants!, EUA, 1998) – Nota 3
Direção – James Charleston
Elenco – Eric Lutes, Julia Campbell, Mitch Pileggi.

Uma pequena cidade americana é atacada por formigas carnívoras que foram transportadas da América do Sul para a região. Os moradores precisam lutar para sobreviver aos ataques. 

Este longa tem uma produção quase amadora, com efeitos especiais péssimos e sequências muito mal filmadas. É curioso citar que a premissa lembra a do filme “Selva Nua” protagonizado por Charlton Heston em 1954. 

Vale citar a presença de Mitch Pileggi, que na época era conhecido por ter interpretado o protagonista de “Shocker: 100 Mil Volts de Terror” dirigido por Wes Craven e por viver o dúbio agente Walter Skinner na clássica série “Arquivo X”.

Invasor

 

Invasor (Invasor, Espanha / França, 2012) – Nota 6
Direção – Daniel Calparsoso
Elenco – Alberto Ammann, Antonio de la Torre, Karra Elejalde, Inma Cuesta, Luis Zahera, Sofia Oria.

Pablo (Alberto Ammann) é um soldado que retorna ferido para a Espanha após lutar no Iraque. Relembrando aos poucos o que aconteceu, Pablo se mostra incomodado com uma ação que resultou na morte de vários iraquianos. Sua atitude chama a atenção de agentes do governo espanhol que desejam manter em segredo o que realmente ocorreu. 

Esta mistura de suspense, drama e guerra segue a linha de vários outros filmes em que soldados traumatizados não sabem como lidar com suas feridas, além de se verem envolvidas em uma espécie de conspiração. 

O problema é que a história além de ser bastante previsível, também apresenta uma narrativa irregular e um clímax que deixa bastante a desejar. O destaque fica para as sequências de ação no Iraque.

A Última Sessão de Freud

 

A Última Sessão de Freud (Freud's Last Session, Irlanda / Inglaterra / EUA, 2023) – Nota 6,5
Direção – Matthew Brown
Elenco – Anthony Hopkins, Matthew Goode, Liv Lisa Fries, Jodi Balfour, Jeremy Northam, Orla Brady, Stephen Campbell Moore.

Londres, setembro de 1939, início da Segunda Guerra Mundial. O famoso psicanalista Sigmund Freud (Anthony Hopkins) está doente, mas mesmo assim recebe em sua casa o escritor C. S. Lewis (Matthew Goode). Durante uma tarde eles discutem sobre crenças, livros, religião, família e traumas. 

Este interessante longa é uma ficção que utiliza alguma situações como a doença de Freud e um suposto encontro com um escritor de Oxford, que ninguém sabe exatamente quem foi, para criar uma verdadeira sessão de terapia. 

As boas atuações de Anthony Hopkins e Matthew Goode valorizam os diálogos que em vários momentos se transforam em um embate de ideias e visões antagônicas de mundo. Por outro lado, o roteiro perde tempo com uma subtrama da relação de Freud com sua filha mais nova Anne (Liv Lise Fries). 

É basicamente um filme para quem gosta de discussões filosóficas sobre a vida.

Os Observadores

 

Os Observadores (The Watchers, Irlanda / EUA, 2024) – Nota 6
Direção – Ishana Night Shyamalan
Elenco – Dakota Fanning, Georgina Campbell, Olwen Fouéré, Oliver Finnegan, Alistair Brammer, John Lynch.

Mina (Dakota Fanning) trabalha em uma loja de animais na Irlanda. Ela aceita levar um pássaro para ser entregue em uma pequena cidade, porém seu carro sofre uma pane em uma estrada no meio da floresta. Sem sinal de celular, ela termina entrando na floresta. Sentindo que algo a persegue, Mina encontra uma cabana onde três pessoas dizem que não existe saída da região e que criaturas atacam a noite. 

Este estranho suspense marca a estreia na direção da filha de M. Night Shyamalan, que segue o mesmo estilo do pai, com direito até a um surpresa no final. O início é intrigante e a falta de respostas para a situação prende a atenção. O filme vai perdendo pontos pelos personagens sem carisma e a falta de um suspense melhor. Destaque para a ótima fotografia e as locações.

A Noite que Mudou o Pop

 

A Noite que Mudou o Pop (The Greatest Night in Pop, EUA, 2024) – Nota 8
Direção – Bao Nguyen
Documentário

No final de 1984, inspirado na ideia do músico Bob Geldof que reuniu naquele ano diversos nomes famosos do rock britânico para gravar uma música visando arrecadar dinheiro para ajuda humanitária ao povo de Etiópia que sofria com a fome, o ator e cantor Harry Belafonte decidiu fazer o mesmo nos EUA. 

Porém a ideia de Belafonte tomou um proporção enorme quando o produtor musical Quincy Jones, que era amigo de Michael Jackson e Lionel Ritchie, convenceu os dois a participarem do projeto e criarem a música. Com o passo inicial tomado, Quincy Jones conseguiu reunir os maiores nomes do rock e da música pop americana para o projeto. 

Este documentário produzido e podemos dizer que protagonizado por Lionel Ritchie detalha a noite que entrou para a história da música. Numa época em que a forma mais rápida de contato era somente o telefone fixo e a maioria dos grandes astros da música estavam em shows e turnês, a equipe de Quincy Jones conseguiu marcar a gravação da música para apenas uma noite, na verdade na mesma noite em que ocorreu uma entrega de prêmios em Los Angeles para os melhores músicos do ano. 

Quem viveu na época lembra da enorme repercussão do lançamento da música e do videoclipe com mais de quarenta astros da música no mesmo estúdio. O documentário é uma verdadeira pérola ao mostrar como gênios da música como Michael Jackson, Lionel Ritchie, Bob Dylan, Stevie Wonder, Bruce Springsteen e o produtor Quincy Jones conseguiram gravar a música com perfeição, com a maioria dos convidados sem ensaiar ou mesmo conhecer a música antes daquele momento. 

Também fica claro a diferença de talento e de estilo musical desta que foi a maior geração da história da música pop e do rock, em comparação com o que é produzido nos dias atuais.

Mais um Tiro Certo & Perigo Extremo

 

Mais um Tiro Certo (One More Shot, Inglaterra, 2024) – Nota 7
Direção – James Nunn
Elenco – Scott Adkins, Michael Jai White, Alexis Knapp, Tom Berenger, Waleed Elgadi, Meena Rayann, Hannah Arterton, Aaron Toney.

O FBI tem forte indícios de que uma bomba nuclear pode ser detonada em Washington. O único homem que sabe o paradeiro da bomba (Waleed Elgadi) foi resgatado em uma missão onde toda uma equipe foi eliminada, com apenas o tenente Harris (Scott Adkins) sobrevivendo. Quando a dupla chega no aeroporto para encontrar os agentes do FBI, um grupo de mercenários cerca o local dando início a uma verdadeira guerra. 

Esta sequência do longa de 2021 cria uma trama que continua a história do original e que lembra “Duro de Matar 2”. São sequências de ação do início do ano ao fim explorando as dependências do aeroporto, com Scott Adkins dando conta do recado contra uma exército de mercenários. 

Atores conhecidos como Michael Jai White e Tom Berenger tem participações pequenas, com o primeiro já demonstrando não estar mais na sua melhor forma para lutar. O roteiro ainda deixa a porta aberta para um terceiro filme.

Perigo Extremo (Close Range, EUA, 2015) – Nota 6,5
Direção – Isaac Florentine
Elenco – Scott Adkins, Nick Chinlund, Caitlin Keats, Madison Lawlor, Tony Perez, Jake La Botz.

Colton (Scott Adkins) é um ex-militar que atravessa a fronteira do México para resgatar a sobrinha que fora sequestrada por um cartel como vingança pela dívida do padrasto da garota. Ao voltar para os EUA, Colton e sua família são perseguidos pelos traficantes, que cercam sua fazenda. 

Como é habitual nos filmes protagonizados por Scott Adkins, aqui o foco é a ação do início do fim. Adkins é craque nas sequências de lutas, que são muito bem filmadas, assim como os tiroteios. Mesmo longe de ser um grande diretor, Isaac Florentine é criativo e gosta de arriscar ângulos inusitados de câmera. Não tem muito o que comentar, é assistir e aproveitar a diversão proporcionada por Adkins.

A Batalha do Biscoito Pop-Tart

 

A Batalha do Biscoito Pop-Tart (Unfrosted, EUA, 2024) – Nota 7
Direção – Jerry Seinfeld
Elenco – Jett Seinfeld, Melissa McCarthy, Jim Gaffigan, Amy Schumer, Hugh Grant, Christian Slater, Max Greenfield, Cedric The Entertainer, Patrick Warburton, Kyle Dunnigan, Sebastian Maniscalco, Adrian Martinez, James Marsden, Felix Solis, Tony Hale, Peter Dinklage, Bill Burr, Jon Hamm, John Slattery, Fred Armisen, Jack McBryer, Thomas Lennon, Bobby Moynihan.

Em 1964, a famosa empresa de cereais matinais Kellogg’s se vê ameaçada quando sua rival Post está prestes a lançar no mercado um biscoito recheado. Os executivos da empresa decidem montar uma equipe de especialistas para criar um produto semelhante, o Pop-Tart do título e assim manter sua fatia de mercado. 

O comediante Jerry Seinfeld escolheu uma história real para se aventurar na direção de cinema neste longa que teve diversas críticas ruins, mas que vai agradar aos fãs do sitcom “Seinfeld”. Mesmo longe do foco da sitcom que era uma sensacional comédia de costumes politicamente incorreta, este longa tem vários elementos semelhantes aos que Seinfeld utilizava na tv. 

Os personagens que são caricaturas do mundo real se divertindo em diálogos que são ao mesmo tempo absurdos e críticos é uma destas escolhas, algo que fez muito sucesso na série, mas que hoje claramente não se conecta com o público atual. 

O visual colorido, os objetos bizarros e as referências a séries como “Mad Men”, a Máfia, ao egocentrismo dos atores e de personagens reais como o âncora Walter Cronkite e o presidente Kennedy são ótimas sacadas. 

Resumindo, é um filme para os fãs de Seinfeld.

O Mal Não Existe

 

O Mal Não Existe (Aku Wa Sonzai Shina, Japão, 2023) – Nota 7
Direção – Ryusuke Hamaguchi
Elenco – Hitoshi Omika, Ryo Nishikawa, Ryuji Kosaka, Ayaka Shibutani.

Moradores de uma vila no interior do Japão se unem quando uma corporação apresenta um projeto para construção de um camping de luxo na região isolada. O líder informal do locais é Takumi (Hitoshi Omika), que trabalha como uma espécie de faz-tudo ajudando seus vizinhos. 

Este curioso longa japonês entrega uma história que intercala uma narrativa quase contemplativa em vários momentos, com outras em que o foco são os conflitos por causa do empreendimento, além de colocar em discussão a questão da escolha da vida simples em meio a natureza. 

O ponto polêmico é sem dúvida o final, que mesmo fazendo alusão ao título, termina transformando o longa em uma espécie de fábula sobre a tênue linha entre o bem e o mal. 

É um filme indicado para pessoas que tenham paciência e que gostem de obras que vão além do lugar comum.

O Dublê

 

O Dublê (The Fall Guy, EUA / Austrália / Canadá, 2024) – Nota 7
Direção – David Leitch
Elenco – Ryan Gosling, Emily Blunt, Aaron Taylor Johnson, Hannah Waddingham, Teresa Palmer, Winston Duke, Stephanie Hsu, Ben Knight, Matuse, Zara Michales, Adam Dunn, Lee Majors, Heather Thomas.

Colt Seavers (Ryan Gosling) é um dublê que se afasta da profissão após sofrer um acidente. Ao ser chamado para ajudar sua antiga namorada (Emily Blunt) que está dirigindo seu primeiro filme, Colt aceita retornar ao trabalho, sem saber que está se envolvendo em uma trama de conspiração.

Não leve a sério a sinopse, a proposta do longa é divertir o espectador com sequências explosivas de ação misturadas com comédia e romance, tudo isso potencializado por uma ótima trilha sonora de músicas de sucesso dos anos oitenta e noventa. 

O longa é inspirado na antiga série “The Fall Guy” (no Brasil chamada “Duro na Queda”) que teve cinco temporadas de sucesso e Lee Majors como o protagonista que dividia sua vida entre o trabalho de dublê e caçador de recompensas. Esta versão para o cinema vai agradar aos fãs dos filmes de ação.

Harper, o Caçador de Aventuras & A Piscina Mortal

 

Harper, o Caçador de Aventuras (Harper, EUA, 1966) – Nota 7
Direção – Jack Smight
Elenco – Paul Newman, Lauren Bacall, Julie Harris, Arthur Hill, Shelley Winters, Pamela Tiffin, Robert Wagner, Janet Leigh, Robert Webber, Strother Martin.

Em Los Angeles, o investigador particular Lew Harper (Paul Newman) é contratado por uma esposa (Lauren Bacall) para encontrar o marido que ela acredita estar com uma amante. Conforme Lee avança na investigação, ele descobre uma situação completamente diferente em relação ao desaparecido e ainda tem que lidar com personagens peculiares que cruzam seu caminho. 

Este longa segue o estilo dos filmes de investigação dos anos sessenta, em que um detetive cheio de problemas na vida pessoal tenta resolver casos ainda mais problemáticos que a sua vida. Este gênero resultou também em várias séries como “Columbo”, “Baretta” e “Kojak” por exemplo. Além do estilo, os destaques ficam para a atuação de Paul Newman como o detetive esperto e o ótimo elenco feminino.

A Piscina Mortal (The Drowning Pool EUA, 1975) – Nota 7
Direção – Stuart Rosenberg
Elenco – Paul Newman, Joanne Woodward, Tony Franciosa, Murray Hamilton, Melanie Griffith, Gail Strickland, Linda Haynes, Richard Jaeckel, Paul Koslo, Andrew Robinson.

O detetive particular Lew Harper (Paul Newman) viaja de Los Angeles para Louisiana quando sua ex-namorada (Joanne Woodward) diz estar sendo chantageada por um desconhecido. A investigação leva Harper a cruzar o caminho de pessoas perigosas ligadas ao marido de sua amiga, incluindo o chefe de polícia (Anthony Franciosa). 

Esta sequência do filme de 1966 tem uma trama independente, porém colocando novamente o protagonista em meio a uma complexa teia que envolve um amor do passado e a presença de uma sedutora adolescente Melanie Griffith que interpreta a filha de sua ex-namorado. 

É um daqueles filmes para o espectador que gosta de investigações com personagens duvidosos.

Psicopata Americano

 

Psicopata Americano (American Psycho, EUA, 2000) – Nota 7,5
Direção – Mary Harron
Elenco – Christian Bale, Willem Dafoe, Reese Witherspoon, Chloe Sevigny, Justin Theroux, Josh Lucas, Bill Sage, Matt Ross, Samantha Mathis, Jared Leto, Cara Seymour, Guinevere Turner

Manhattan, anos oitenta. Patrick Bateman (Christian Bale) é um jovem investidor de sucesso que aproveita uma vida de luxo, dinheiro e mulheres bonitas. Mas Patrick esconde um lado sombrio que vem à tona através de fantasias pesadas e de assassinatos que comete contra pessoas que considera inferiores. 

Este é com certeza um dos longas mais polêmicos das últimas décadas, por criar um protagonista com uma aparente vida perfeita, tanto no corpo, na beleza e nas amizades, quanto na vida profissional, porém fazendo um paralelo do sucesso com a psicopatia. 

O roteiro é obra do escritor Bret Easton Ellis, famoso por livros sobre jovens ambiciosos dos anos oitenta que seguiam carreiras, porém vidas recheadas de exageros e que foram batizados como yuppies. 

Neste “Psicopata Americano” a ideia de Ellis foi levar a proposta ao extremo, de como seria um jovem ambicioso e totalmente sem caráter daquela geração que decidisse colocar todos os desejos e seu ódio para fora, sem medir consequências. Isso funciona no longa muito pela atuação de Christian Bale, que se mostra uma máquina sem sentimentos.

Divino Processo

 

Divino Processo (Frank vs. God, EUA, 2016) – Nota 6
Direção – Stewart Schill
Elenco – Henry Ian Cusick, Ever Carradine, Brian Brightman, Bern Cohen.

O advogado David (Henry Ian Cusick) não conseguiu superar o luto pela perda da esposa. Quando um tornado destrói sua casa e mata seu cão, David ainda descobre que o seguro não cobre “atos divinos” como tornado, ciclone ou furação. A situação o leva a inusitada decisão de processar Deus e seus representantes na Terra. Um bispo, um rabino e líderes de várias outras religiões são os acusados. 

Este longa escrito e dirigido por Stewart Schill tem como destaques a premissa criativa e as discussões sobre religião e crença que vem à tona durante o julgamento. São vários diálogos que fazem pensar sobre Deus e as crenças que as pessoas depositam nele. Por outro lado, algumas situações não funcionam e o final é o clássico clichê. 

Vale citar também a boa atuação de Henry Ian Cusick. Famoso por seu papel na série “Lost”, ele jamais voltou a ter o mesmo sucesso na carreira. O resultado é um filme interessante, mesmo com as falhas citadas.

O Homem de Toronto

 

O Homem de Toronto (The Man from Toronto, EUA, 2022) – Nota 5,5
Direção – Patrick Hughes
Elenco – Kevin Hart, Woody Harrelson, Jasmine Matthews, Kaley Cuoco, Pierson Fode, Ellen Barkin, Jencarlos Canela, Ronnie Rowe, Alejandro De Hoyos, Lela Loren, Oleg Taktarov.

Teddy (Kevin Hart) é um fracassado que não consegue decolar seu canal de treinos no Youtube. Ao marcar um local romântico para levar a esposa, ele erra o endereço e termina em uma casa onde criminosos esperam o assassino de aluguel conhecido como “O Homem de Toronto” (Woody Harrelson). Confundido com o assassino, Teddy se envolve numa complicada trama de conspiração entre uma organização criminosa, o assassino e o FBI. 

Este é mais um filme que mistura ação e comédia e que deve ser visto sem expectativa de encontrar lógica ou situações normais. São diálogos engraçadinhos em meio a sequências de ação explosivas em que os protagonistas parecem ser indestrutíveis. É uma diversão descartável que vale para os fãs de Kevin Hart e pela atuação de Woody Harrelson, que parece se divertir no papel do estranho assassino.

O Destemido Senhor da Guerra & Raposa de Fogo

 

O Destemido Senhor da Guerra (Heartbreak Ridge, EUA, 1986) – Nota 7
Direção – Clint Eastwood
Elenco – Clint Eastwood, Marsha Mason, Everett McGill, Bo Svenson, Moses Gunn, Eileen Heckart, Mario Van Peebles, Arlen Dean Snyder, Peter Jason.

O sargento Tom Highway (Clint Eastwood) é um veterano das Guerras das Coreia e do Vietnã que está prestes a se aposentar. Mal humorado e sempre falando o que pensa, Tom é enviado para a base onde iniciou sua carreira como uma espécie de castigo por desagradar seu superiores. Ele reencontra velhos amigos e sua ex-esposa (Marsha Mason), além de receber a missão de treinar um grupo de soldados novatos. 

Considerada uma obra menor na carreira de Clint Eastwood como diretor, este longa é na verdade uma boa diversão para quem gosta de ação e pitadas de comédia ao estilo dos anos oitenta. O treinamento pesado e os diálogos entre Clint e os jovens soldados na primeira parte são divertidos. A parte final muda o foco quando a trama leva os soldados para o combate. É um filme que ganha pontos também por ser politicamente incorreto.

Raposa de Fogo (Firefox, EUA, 1982) – Nota 5,5
Direção – Clint Eastwood
Elenco – Clint Eastwood, Freddie Jones, David Huffman, Warren Clark, Ronald Lacey, Klaus Lowitsch, Nigel Hawthorne.

Mitchell (Clint Eastwood) é um veterano piloto que foi abatido durante a Guerra do Vietnã e se tornou prisioneiro. Anos depois, de volta aos EUA, por ser filho de russos ele recebe a missão de roubar um novo caça desenvolvido pelos soviéticos que recebe comandos pelo pensamento, o chamado neuralink.

Na época, Clint Eastwood era visto somente como um ator de longas policiais e westerns, apesar de já ter dirigido alguns bons filmes como “Perversa Paixão” e “O Estranho sem Nome”. Neste “Raposa de Fogo” ele tentou explorar uma trama de espionagem que resulta em algo parecido com os filmes do gênero dos anos sessenta, com uma narrativa lenta e pouca ação. As sequências aéreas não convencem, assim como os efeitos especiais. É um dos seus trabalhos mais fracos.

Demência 13

 

Demência 13 (Dementia 13, EUA / Irlanda, 1963) – Nota 6,5
Direção – Francis Ford Coppola
Elenco – William Campbell, Luana Anders, Mary Mitchell, Bart Patton, Patrick McGee.

Três irmãos de uma família aristocrata se reúnem todos os anos no castelo da matriarca no interior da Irlanda para um sinistro ritual em homenagem a irmã que morreu afogada no lago quando criança. Desta vez, além dos conflitos familiares por conta da ganância das esposas que esperam ver seus maridos no testamento da matriarca, um assassino está pronto para atacar. 

Este foi o primeiro longa dirigido por Francis Ford Coppola, que escreveu o roteiro e teve como produtor o rei dos filmes B Roger Corman, que faleceu agora em 2024 as noventa e oito anos de idade. Coppola trabalhava com Corman que viu talento no então jovem aspirante a diretor e deu a primeira chance, resultando em um longa sinistro. 

O clima de tragédia, as locações no interior da Irlanda e as sequências de violência são os destaques. Por outro lado, a produção B deixa um pouco a desejar, assim como a identidade do assassino que não é difícil de ser descoberta. É um filme que vale como curiosidade para o cinéfilo fã de Coppola.

A Sala dos Professores

 

A Sala dos Professores (Das Lehrerzimmer, Alemanha / EUA, 2023) – Nota 7,5
Direção – Ilker Çatak
Elenco – Leonie Benesch, Anne Kathrin Gummich, Rafael Stachiowak, Michael Klammer, Eva Lobau.

Em uma escola de ensino fundamental, duas situações ligadas a furtos levam a professora Carla Nowak (Leonie Benesch) a ter certeza sobre quem é a pessoa responsável por um do casos. Conforme a história se espalha, uma série de conflitos vem à tona no colégio. 

Este drama é um daqueles filmes que incomodam por mostrar o lado sombrio do ser humano. Não a violência, mas as pequenas maldades do dia a dia que as pessoas utilizam para não assumir um erro, para defender seus interesses e de seus pares ou até mesmo em busca de vingança. 

A escola é mostrada como um microcosmo do mundo atual em que alguns professores não são confiáveis, o politicamente correto é utilizado por crianças e adolescentes para fazer valer suas vontades e a carga psicológica sobre quem tenta fazer o certo é enorme. 

Destaque para a atuação de Leonie Benesch, que consegue passar uma gama de sentimentos e sofrimentos que é semelhante ao do dia a dia de muitos professores pelo mundo.

O Beco das Almas Perdidas

 

O Beco das Almas Perdidas (Nightmare Alley, EUA, 1947) – Nota 7
Direção – Edmund Goulding
Elenco – Tyrone Power, Joan Blondell, Coleen Gray, Helen Walker, Taylor Holmes, Mike Mazurki.

Stan (Tyrone Power) é um sujeito ambicioso que trabalha em um circo auxiliando uma falsa vidente e seu marido golpista em um número. Com um caráter duvidoso, ele vai crescendo na carreira sem se preocupar se está explorando as pessoas ao seu redor. A situação também o leva a encontrar outra pessoa tão ambiciosa quanto ele. 

Este é um longa que se tornou cult com o passar dos anos, ainda mais agora após a recente versão protagonizada por Bradley Cooper. A nova versão é mais pesada. Aqui as reviravoltas e as traições são iguais, porém as situações são menos explícitas. O final deste original também é diferente e menos negativo do que a refilmagem.

Uma Vida de Esperança

 

Uma Vida de Esperança (Ordinary Angels, EUA, 2024) – Nota 7
Direção – Jon Gunn
Elenco – Hilary Swank, Alan Ritchson, Nancy Travis, Emily Mitchell, Skywalker Hughes, Tamala Jones.

Anos noventa. Louisville, Kentucky. Ed (Alan Ritchson) perdeu a esposa e luta para salvar a vida da filha mais nova de cinco anos que precisa de um transplante de fígado. Cheio de dívidas, a esperança surge quando o destino leva a cabeleireira Sharon (Hilary Swank) a decidir ajudar a família. Ela inicia uma série de ações para conseguir dinheiro para a cirurgia. 

Este sensível longa baseado em uma história real foca na esperança e na solidariedade. Ao mesmo tempo em que o roteiro segue a fórmula habitual dos filmes do gênero, a história toca o espectador tanto pela sofrimento da família, quanto por desenvolver personagens como pessoas comuns, sem apelar para clichês românticos ou religiosos. A incomum sequência do clímax que a princípio parece inventada para o filme, é comprovada por vídeos reais do ocorrido. É uma daqueles filmes para toda a família.

A Última das Guerras

 

A Última das Guerras (To End All Wars, EUA, 2001) – Nota 7
Direção – David L. Cunningham
Elenco – Kiefer Sutherland, Robert Carlyle, Ciaran McMenamin, Mark Strong, Yugo Saso, James Cosmo, Sakae Kimura, John Gregg.

Em 1942, um grupo de soldados escoceses é capturado pelos japoneses em uma região onde hoje é Cingapura. Entre os soldados está o jovem Ernie (Ciaran McMenamin), o explosivo Major Campbell (Robert Carlyle) e o americano Yankee (Kiefer Sutherland), que cada um a seu modo fará de tudo para sobreviver em meio a violência, a fome e as humilhações. 

Este longa doloroso e ao mesmo tempo realista é baseado em uma história real que foi transformada em roteiro pelo verdadeiro Ernest Gordon, o soldado Ernie que narra a história. São várias sequências que causam revoltam pela frieza e falta de humanidade. 

Por outro lado, o desenvolvimento dos personagens mostra como cada um reagiu. Temos aquele que se mantém firme, aqueles que se desesperam e outros que se entregam sem reação. É um bom filme que merece ser descoberto.

A Bruxa dos Mortos: Baghead

 

A Bruxa dos Mortos: Baghead (Baghead, Alemanha / Inglaterra, 2024) – Nota 5,5
Direção – Alberto Corredor
Elenco – Freya Allen, Jeremy Irvine, Peter Mullan, Ruby Barker, Ned Dennehy, Saffron Burrows.

Iris (Freya Allen) é um jovem sem perspectivas que se surpreende ao receber a notícia de que seu pai faleceu e deixou um galpão onde existiu um antigo pub. O que ela não sabe é que uma bruxa está acorrentada no porão. 

Este terror é uma versão de um curta-metragem dirigido pelo mesmo Alberto Corredor em 2017. O filme tem até um premissa interessante ao deixar claro os poderes da bruxa e sua relação com o local. Isso se perde em meio a uma trama mal amarrada e repleta de clichês que apelam para o susto fácil e soluções previsíveis. 

O elenco é fraco, com exceção do sempre competente Peter Mullan. Vale citar ainda que o intrigante personagem de Ned Dennehy é muito mal aproveitado. É um longa que tinha potencial para ser melhor e que deixa também o habitual gancho para quem sabe uma sequência.

Vivendo no Limite & Asphalt City

 

Vivendo no Limite (Bringing Out the Dead, EUA, 1999) – Nota 7,5
Direção – Martin Scorsese
Elenco – Nicolas Cage, Patricia Arquette, John Goodman, Ving Rhames, Tom Sizemore, Nestor Serrano, Mary Beth Hurt, Marc Anthony, Aida Turturro, Cliff Curtis, Sonja Sohn, Arthur J. Nascarella.

Durante três noites infernais, o paramédico Frank (Nicolas Cage) enfrenta situações bizarras em atendimentos pelas ruas de Nova York. Além dos pacientes vítimas de acidentes, drogas e bebidas, Frank precisa lidar com seus próprios demônios e decidir se continua na loucura do trabalho ou muda completamente sua vida. 

Mesmo sendo um filme menor de Scorsese, este longa é uma interessante experiência cinematográfica. As locações noturnas pelos bairros pobres de Nova York e o protagonista perturbado lembram o clássico “Taxi Driver”. 

Outro ponto de destaque é colocar o personagem de Cage com parceiros de trabalhos diferentes nas três noites, com cada um deles tendo visões completamente opostas sobre a vida e o trabalho. É um filme que merece ser mais conhecido.

Asphalt City (Asphalt City, EUA, 2023) – Nota 6,5
Direção – Jean Stéphane Sauvaire
Elenco – Sean Penn, Tye Sheridan, Michael Pitt, Gbenga Akinnagbe, Katherine Waterston, Mike Tyson, Raquel Nave.

Ollie (Tye Sheridan) é um paramédico novato que tem o objetivo de estudar medicina. Enquanto isso, ele mora em uma espécie de cortiço e se assusta ao descobrir a loucura do trabalho. Ao lado do veterano Rut (Sean Penn), Ollie enfrenta todas as noites situações pesadas que mexem com seu psicológico. 

Este longa lembra o superior “Vivendo no Limite” de Martin Scorsese. Os dois tem a mesma premissa ao mostrar a pressão absurda enfrentada pelos paramédicos, levando os protagonistas quase a insanidade. Outra semelhança são as locações nos bairros pobres de Nova York, bem diferente do glamour de Manhattan. 

A diferença está nos protagonistas. Enquanto Nicolas Cage é explosivo, o personagem de Tye Sheridan absorve a loucura em silêncio, colocando a raiva para fora somente em poucos momentos. Destaque também para a atuação de Sean Penn como o perturbado paramédico veterano.

O Que Jennifer Fez?

 

O Que Jennifer Fez? (What Jennifer Did, Inglaterra, 2024) – Nota 6
Direção – Jenny Popplewell
Documentário

Em 2010, numa pequena cidade nos arredores de Ontário no Canadá, a jovem Jennifer telefona desesperada para a polícia informando que estranhos invadiram sua casa e atiraram em seus país. A princípio os investigadores ficam em dúvida se foi um tentativa de assalto ou uma vingança, talvez ligada a alguma atividade ilegal. Não demora para as pistas levarem a um caminho completamente diferente. 

O título do documentário já entrega boa parte da história real, que é detalhada através de depoimentos dos investigadores, de alguns conhecidos da família e dos interrogatórios gravados pela polícia na época. A história lembra bastante um crime famoso ocorrido no Brasil, porém a diferença de como isso afeta as pessoas é bem diferente daqui. 

Enquanto no Brasil crimes violentos são diários, gerando uma indignação rasteira que logo é deixada de lado para um novo crime ou algum escândalo, no Canadá uma situação como esta é vista como absurda, deixando até mesmo os policiais abalados.

A Teia

 

A Teia (Sleeping Digs, Austrália / EUA, 2024) – Nota 7
Direção – Adam Cooper
Elenco – Russell Crowe, Karen Gillan, Marton Csokas, Tommy Flanagan, Thomas M. Wright, Harry Greenwood., Pacharo Mzembe, Lynn Gilmartin.

Roy Freeman (Russell Crowe) é um detetive aposentado que passou por um tratamento experimental indicado para tentar curar ou minimizar o Alzheimer. Quando um caso de dez anos atrás em que um professor foi assassinado é reaberto por conta da alegação de inocência do condenado, Roy tenta buscar no fundo de sua memória os fatos e as provas que levaram o rapaz para a prisão. 

A premissa é bastante interessante e até incomum ao misturar a questão da doença do protagonista com um tratamento que lembra um filme de ficção. A forma como ele luta para montar o quebra-cabeça e como precisar lidar com vários personagens que parecem não querer fazer a verdade vir à tona prendem a atenção, levando até um final que mesmo não sendo tão surpreendente, se casa perfeitamente com a proposta do roteiro. É uma obra que vai agradar quem curte tramas policiais.

Zona de Interesse

 

Zona de Interesse (The Zone of Interest, Inglaterra / Polônia / EUA, 2023) – Nota 5,5
Direção – Jonathan Glazer
Elenco – Christian Friedel, Sandra Huller, Johann Karthaus, Luis Noah Witte.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o oficial nazista Rudolf Hoss (Christian Freidel) comanda o campo de concentração de Auschwitz com frieza e crueldade. Morando ao lado do campo com sua esposa e filhos, Hoss tenta levar uma vida paralela normal, enfrentando situações comuns do dia a dia de uma família. 

A proposta do roteiro escrito pelo diretor Jonathan Glazer foi mostrar o que a escritora de origem judaica Hannah Arendt chamou a de “A Banalidade do Mal”. É uma premissa criativa mostrar como pode ter sido a vida paralela de um criminoso como Hoss, inclusive colocando em cena o seu lado humano e até mesmo um certo remorso na sequência final. 

Os grandes problemas dos filme são que a narrativa é extremamente arrastada, parecendo ter três horas de duração, além de nos primeiros quinze minutos já ficar claro que a ideia é mostrar uma vida paralela ordinária e sem graça, onde praticamente nada acontece e o mal aparece somente nos gritos noturnos dos prisioneiros e na fumaça das chaminés no campo de concentração. 

O resultado é uma obra superestimada.

Código Alien & Encounter

 

Código Alien (Alien Code, EUA, 2018) – Nota 5,5
Direção – Michael G. Cooney
Elenco – Kyle Gallner, Azura Skye, Mary McCormack, Richard Schiff.

Alex (Kyle Gallner) é um hacker que é contratado pelo governo para tentar decifrar uma mensagem criptografada que foi encontrada em um satélite desconhecido que caiu na Terra. O trabalho se mostra algo muito mais complexo do que o esperado, levando a Alex a questionar qual a verdadeira intenção do governo. 

Esta ficção B escrita e dirigida pelo estreante em longas Michael G. Cooney tem uma primeira metade bastante intrigante, que mesmo deixando claro que existe algo além do normal, fica a dúvida sobre a que se refere a mensagem. 

Na parte final a trama se torna um pouco confusa, com algum suspense, porém chegando a soluções que não se encaixam e um final que deixa a desejar. O filme vai agradar quem gosta de ficção de baixo orçamento e relevar as falhas no roteiro.

Encounter (Encounter, EUA, 2018) – Nota 4
Direção – Paul Salamoff
Elenco – Luke Hemsworth, Anna Hutchison, Tom Atkins, Cheryl Texiera, Glenn Keogh, Vincent M. Ward, Christopher Showerman, Wendy Davis, Peter Holden.

Um objeto desconhecido vem do espaço e cai em uma região rual da Georgia. Alguns amigos resgatam o artefato, levam para casa e procuram um professor universitário para tentar descobrir o que seria aquilo. Em paralelo, uma dupla de agentes do FBI investiga o caso. 

Esta ficção tem até uma premissa interessante e comum ao gênero, porém a produção de baixo orçamento, as atuações amadoras e os péssimos efeitos especiais incluindo a criatura alienígena resultam em um longa para passar longe. 

O único ponto positivo é a revelação no clímax, que é surpreendente e foge completamente do que os longas de ficção costumam entregar.

Uma Vida – A História de Nicholas Winton

 

Uma Vida – A História de Nicholas Winton (One Life, Inglaterra, 2023) – Nota 7,5
Direção – James Hawes
Elenco – Anthony Hopkins, Johnny Flynn, Lena Olin, Helena Bonham Carter, Romola Garay, Alex Sharp, Daniel Brown.

Em 1987, com quase oitenta anos de idade, o aposentado corretor da bolsa de valores de Londres Nicholas Winton (Anthony Hopkins) decide doar seus arquivos sobre seu trabalho durante a Segunda Guerra Mundial quando administrou uma operação para resgate de centenas de crianças na antiga Tchecoslováqua. 

Em paralelo, a narrativa volta para 1938 quando o então jovem Nicholas (Johnny Flynn) busca ajudar as crianças de todas as formas e sofre demais com a dificuldade em fazer a operação funcionar. 

Este bom filme detalha mais uma sensível e emocionante história sobre pessoas que se transformaram em heróis na Segunda Guerra não por causa das batalhas, mas por ações humanitárias. A atuação emocionante de Anthony Hopkins e a o sofrimento do mesmo personagem quando jovem interpretado por Johnny Flynn são os destaques, assim como a produção caprichada.