Carlo Pedersoli e Mario Girotti formaram uma das duplas mais famosas do cinema nos anos setenta. Com as alcunhas de Bud Spencer e Terence Hill, estes italianos divertiram plateias no mundo inteiro em mais de quinze filmes
Nesta semana, o cinema se despediu de Bud Spencer, que estava com oitenta e oito anos.
Para os cinéfilos que viveram os anos setenta e oitenta, os filmes da dupla fazem parte da memória afetiva ao lado de Jerry Lewis, Os Trapalhões, Os Três Patetas e os vários longas sobre máquinas voadoras e corridas malucas.
Nesta postagem comento quatro filmes da dupla e um solo de Terence Hill.
Trinity é o Meu Nome (Lo Chiamavano Trinita, Itália, 1970) – Nota 7,5
Direção – E. B. Clucher (Enzo Barboni)
Elenco – Terence Hill, Bud Spencer, Farley Granger.
O pistoleiro Trinity (Terence Hill) vaga pelo deserto com seu cavalo
arrastando uma cama índia (uma espécie de padiola). Ao chegar em uma pequena
cidade, encontra seu irmão Bambino (Bud Spencer) que diz ser o xerife. Surpreso
com a notícia, por saber que o irmão também é um fora da lei, Trinity descobre
que o irmão tomou o cargo após a morte do verdadeiro xerife. Mesmo se odiando,
os irmãos são obrigados a se unir para enfrentar um violento fazendeiro (Farley
Granger de “Festim Diabólico”) que deseja roubar as terras de um grupo de
colonos mórmons.
O grande sucesso de bilheteria se deve a química entre Terence
Hill e Bud Spencer, que transformaram a seriedade comum do gênero em uma
comédia repleta de socos e tiros. Os personagem são verdadeiros anti-heróis, parecem hippies que vagam sujos e maltrapilhos pelo oeste.
Trinity Ainda é Meu Nome (Continuavano
a Chiamarlo Trinita, Itália, 1971) – Nota 7
Direção – E. B. Clucher (Enzo
Barboni)
Elenco – Terence Hill, Bud
Spencer, Harry Carey Jr, Jessica Dublin.
Após os acontecimentos do
filme anterior, os irmãos Trinity (Terence Hill) e Bambino (Bud Spencer)
visitam a casa dos pais, antes de partirem para um pequeno povoado onde são
confundidos com agentes federais. Aproveitando a situação, a dupla tenta roubar
uma fortuna de contrabandistas que agem na região. O estilo é o mesmo do longa
anterior, com várias cenas de brigas, piadas e até um envolvimento romântico de
Trinity com uma jovem. O longa foi outro sucesso de bilheteria.
Eu,Você, Ele e os Outros (Non C'e Due Senza Quattro, Itália,
1984) – Nota 6,5
Direção – E. B. Clucher (Enzo Barboni)
Elenco - Bud Spencer, Terence Hill.
Dois sujeitos que não se conhecem são contratados para um
serviço fora do comum. Greg (Bud Spencer) e Eliot (Terence Hill) receberão uma grana alta para substituírem dois milionários que estão sendo ameaçados. A
incrível semelhança faz com que a dupla se torne alvo dos bandidos.
Filmado
totalmente no Rio de Janeiro, o longa foca na comédia de erros, criando
situações engraçadas utilizando a troca de identidades, além das
habituais sequências de ação que eram especialidade da dupla de astros.
Para lançamento
do filme e também pela fama que Bud Spencer e Terence Hill tinham no Brasil,
eles chegaram a participar do programa dos Trapalhões na época. Como informação
pessoal, este foi um dos primeiros filmes que assisti no cinema.
Os Dois Super Tiras em Miami (Miami Supercops, Itália,
1985) – Nota 5,5
Direção – Bruno Corbucci
Elenco – Bud Spencer,
Terence Hill, Chief S. B. Seay.
Um agente do FBI (Terence
Hill) convida seu parceiro que está aposentado (Bud Spencer) para novamente
investigar um crime que ocorreu há sete anos e que eles não conseguiram
solucionar. Após surgirem novas pistas, o objetivo é recuperar os vinte milhões
que foram roubados.
O estilo de humor da dupla já demonstrava desgaste neste
filme, que sofre pelas piadas fracas e cenas de ação ruins. O filme fracassou e
marcou o último trabalho da dupla que chamou atenção do mercado internacional. Eles
voltaram a atuar juntos apenas em um filme batizado por aqui como “A Volta de
Trinity” em 1994, mas que não tinha ligação alguma com os longas dos anos
setenta. A partir daí, eles seguiram carreiras separadas, com Bud Spencer
protagonizando a série “Big Man” ou “Extra Large”, que teve temporadas na
Itália e nos Estados Unidos, enquanto Terence Hill continua na ativa com a
série italiana “Don Matteo”.
Um Osso
Duro de Roer (Renegade, Itália, 1987) – Nota 6
Direção – E. B. Clucher (Enzo Barboni)
Elenco –
Terence Hill, Ross Hill, Robert Vaughn.
Luke
(Terence Hill) é um pistoleiro que viaja pelo oeste americano sem destino
certo. Ao chegar em uma cidade e descobrir que um velho amigo está preso, ele
recebe uma proposta. Tomar conta da propriedade do sujeito e do filho dele
também (Ross Hill), para evitar que suas terras sejam roubadas por um
fazendeiro (Robert Vaughn).
Sem o parceiro Bud Spencer, Terence Hill tentou
retomar o estilo dos westerns spaghetti dos anos setenta com este razoável longa.
As brigas e os tiroteios ocorrem normalmente, a diferença fica para a difícil
relação do protagonista com o garoto, que é interpretado por Ross Hill, filho de
Terence Hill na vida real. O filme fez algum sucesso no mercado de vídeo na
época.
6 comentários:
Só vi o primeiro.
Eu curti muito essa dupla nos anos 90. Assisti a todos os filmes deles, onde dificilmente conseguiria dizer o qual deles eu mais gostava. Os faroestes eram os mais divertidos para mim.
abraço
clássicos da sessão da tarde. o vídeo show mostrou uns trapalhões que receberam os dois. o bud spencer trabalhou no consulado em recife por vários anos. beijos, pedrita
Liliane - O primeiro foi o que mais vezes passou na tv aberta.
Marcelo - Era um estilo de comédia simples, bem diferente do besteirol dos dias atuais.
Pedrita - Bud Spencer teve esta grande ligação com o Brasil e a dupla tinha uma legião de fãs por aqui nos anos oitenta.
Abraço
Lembro das sessões da tarde, mas confesso que precisaria rever para saber o que acho de fato dos filmes hoje, rs. Memória afetiva nos engana. Mas, bela homenagem a Bud Spencer.
bjs
Amanda - Além da homenagem, a postagem é resultado da memória afetiva, com certeza.
Bjos
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