A Grande Beleza (La Grande Bellezza, Itália / França, 2013) – Nota 8
Direção – Paolo Sorrentino
Elenco – Toni Servillo, Carlo Verdone, Sabrina Ferilli, Carlo
Buccirosso, Iaia Forte, Pamela Villoresi.
Jep Gambardella (Toni Servillo) é um jornalista que vive do sucesso de
seu único livro escrito há décadas. Napolitano de nascimento, Jep se deixou
seduzir pela vida noturna de Roma, intercalando noitadas em festas agitadas, jantares
com os amigos intelectuais e eventos culturais. Ao completar sessenta e cinco
anos, Jep começa a repensar sua vida.
Com uma clara influência dos filmes de
Fellini, o diretor napolitano Paolo Sorrentino criou uma sensível obra que
aborda o medo da velhice e da solidão, além de criticar o discurso vazio dos
artistas e intelectuais.
Não espere um roteiro quadrado hollywoodiano, a proposta
de Sorrentino é atingir o espectador pela beleza das sequências que parecem
episódios isolados, mas que no final se completam como a descrição de uma vida
inteira.
Por sinal, várias sequências são sensacionais. As cenas das festas
misturam loucura, solidão e melancolia e a sequência do enterro é um verdadeiro
teatro narrado pelo protagonista.
A atuação de Toni Servillo é perfeita.
Parceiro habitual de Sorrentino, Servillo interpreta um observador crítico da
vida, que analisa tudo e todos a seu redor, de vez em quando soltando “verdades”
na cara das pessoas que se mostram tão fortes como um soco no estômago.
Como informação,
o filme venceu o Oscar de Filme Estrangeiro em 2014, derrotando a meu ver, o
ainda melhor “A Caça”.
É um filme indicado para o cinéfilo que gosta de obras
que fogem do lugar comum.
8 comentários:
É um belo filme, fico na dúvida entre ele e A Caça, já que são tão diferentes. Aqui temos o lírico guiando a nossa imersão na vida e questões do protagonista. Lá, temos a tensão e o incômodo pela injustiça. De qualquer maneira, um excelente filme que não merece ser esquecido.
bjs
Mesmérico. Em pleno acordo.
Cumps.
Isso nos faz pensar: quando existe uma roda de intelectuais no recinto, quem ali É intelectual de fato e quem ali só passa uma imagem de, né?
Muita gente sabe falar difícil quando se expressa, usa termos que parecem mais eruditos, e aí as pessoas mais simples geralmente olham e acham que é um gênio que tá falando ali. Mas, como você disse, muitas vezes é um discurso vazio. O pretenso intelectual ali falou, falou e não disse nada na prática. Só se exibiu.
Não vi o filme, mas acho que na roda de amigos do personagem deve ter isso, né?
Amanda - São dois grandes filmes bem diferentes, mas como opinião pessoal, considero "A Caça" um pouquinho superior.
Gustavo - Cinema puro.
Léo - Com certeza, inclusive em uma cena, o protagonista detona uma mulher arrogante metida a intelectual durante uma conversa vazia entre amigos.
Abraço
Acho que esse filme me interessa, Hugo.
E como já vi A Caça, com atores para mim desconhecidos mas, concordo que é um grande filme.
Liliane - Acredito que você iria gostar.
Baita filme, inteligente e requintado, Toni Servillo está sublime!
Marília - O estilo do diretor Paolo Sorrentino é peculiar, com extremo bom gosto nas sequências e carinho com os personagens.
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