sexta-feira, 13 de maio de 2016

A Grande Beleza

A Grande Beleza (La Grande Bellezza, Itália / França, 2013) – Nota 8
Direção – Paolo Sorrentino
Elenco – Toni Servillo, Carlo Verdone, Sabrina Ferilli, Carlo Buccirosso, Iaia Forte, Pamela Villoresi.

Jep Gambardella (Toni Servillo) é um jornalista que vive do sucesso de seu único livro escrito há décadas. Napolitano de nascimento, Jep se deixou seduzir pela vida noturna de Roma, intercalando noitadas em festas agitadas, jantares com os amigos intelectuais e eventos culturais. Ao completar sessenta e cinco anos, Jep começa a repensar sua vida. 

Com uma clara influência dos filmes de Fellini, o diretor napolitano Paolo Sorrentino criou uma sensível obra que aborda o medo da velhice e da solidão, além de criticar o discurso vazio dos artistas e intelectuais. 

Não espere um roteiro quadrado hollywoodiano, a proposta de Sorrentino é atingir o espectador pela beleza das sequências que parecem episódios isolados, mas que no final se completam como a descrição de uma vida inteira. 

Por sinal, várias sequências são sensacionais. As cenas das festas misturam loucura, solidão e melancolia e a sequência do enterro é um verdadeiro teatro narrado pelo protagonista. 

A atuação de Toni Servillo é perfeita. Parceiro habitual de Sorrentino, Servillo interpreta um observador crítico da vida, que analisa tudo e todos a seu redor, de vez em quando soltando “verdades” na cara das pessoas que se mostram tão fortes como um soco no estômago. 

Como informação, o filme venceu o Oscar de Filme Estrangeiro em 2014, derrotando a meu ver, o ainda melhor “A Caça”. 

É um filme indicado para o cinéfilo que gosta de obras que fogem do lugar comum.

8 comentários:

Amanda Aouad disse...

É um belo filme, fico na dúvida entre ele e A Caça, já que são tão diferentes. Aqui temos o lírico guiando a nossa imersão na vida e questões do protagonista. Lá, temos a tensão e o incômodo pela injustiça. De qualquer maneira, um excelente filme que não merece ser esquecido.

bjs

Gustavo H.R. disse...

Mesmérico. Em pleno acordo.

Cumps.

Bússola do Terror disse...

Isso nos faz pensar: quando existe uma roda de intelectuais no recinto, quem ali É intelectual de fato e quem ali só passa uma imagem de, né?
Muita gente sabe falar difícil quando se expressa, usa termos que parecem mais eruditos, e aí as pessoas mais simples geralmente olham e acham que é um gênio que tá falando ali. Mas, como você disse, muitas vezes é um discurso vazio. O pretenso intelectual ali falou, falou e não disse nada na prática. Só se exibiu.
Não vi o filme, mas acho que na roda de amigos do personagem deve ter isso, né?

Hugo disse...

Amanda - São dois grandes filmes bem diferentes, mas como opinião pessoal, considero "A Caça" um pouquinho superior.

Gustavo - Cinema puro.

Léo - Com certeza, inclusive em uma cena, o protagonista detona uma mulher arrogante metida a intelectual durante uma conversa vazia entre amigos.

Abraço

Liliane de Paula disse...

Acho que esse filme me interessa, Hugo.
E como já vi A Caça, com atores para mim desconhecidos mas, concordo que é um grande filme.

Hugo disse...

Liliane - Acredito que você iria gostar.

Marília Tasso disse...

Baita filme, inteligente e requintado, Toni Servillo está sublime!

Hugo disse...

Marília - O estilo do diretor Paolo Sorrentino é peculiar, com extremo bom gosto nas sequências e carinho com os personagens.