quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Submarine & O Duplo


Submarine (Submarine, Inglaterra / EUA, 2010) – Nota 7,5
Direção – Richard Ayoade
Elenco – Craig Roberts, Yasmin Paige, Noah Taylor, Paddy Considine, Sally Hawkins, Darren Evans.

País de Gales, anos oitenta. Oliver Tate (Craig Roberts) é um garoto tímido que se apaixona por Jordana (Yasmin Paige), uma colega de escola com quem ele não sabe como se aproximar. Um fato inusitado abra o coração de Jordana para Oliver. Ao mesmo tempo em que Oliver começa a descobrir como funciona um relacionamento, ele percebe uma crise no casamento de seus pais (Noah Taylor e Sally Hawkins) e a atração da mãe por um ex-namorado (Paddy Considine), que ministra palestras que misturam autoajuda com música new age, ou seja, um tremendo picareta. 

O inglês Richard Ayoade estreou na direção e escreveu o roteiro deste sensível longa sobre relacionamentos e descobertas da adolescência, misturando drama e comédia na medida certa. O estilo da narrativa lembra os filmes de Wes Anderson (não o visual), focando em situações e personagens que a princípio podem parecer exagerados ou excêntricos, mas que se mostram reais quando analisamos o todo. 

Muito da qualidade do filme está nos diálogos e nos personagens. Os adolescentes são espontâneos nas interpretações e os pais vividos por Noah Taylor e Sally Hawkins são o típico casal que se ama, mas que não sabe como demonstrar o sentimento. 

É um filme que vale a sessão para quem gosta de histórias simples contadas com sensibilidade.

O Duplo (The Double, Inglaterra, 2013) – Nota 6,5
Direção – Richard Ayoade
Elenco – Jesse Eisenberg, Mia Wasikowska, Wallace Shawn, Noah Taylor, Yasmin Paige, James Fox, Cathy Moriarty, Craig Roberts.

Em uma época indeterminada, Simon James (Jesse Eisenberg) é um funcionário burocrata de uma empresa especializada em controle de dados e informações. Tímido e inseguro, Simon é ignorado por quase todas as pessoas, até mesmo pelo porteiro que todos os dias pede sua identificação, como se jamais o tivesse visto. A insegurança de Simon faz com que tenha dificuldades para se aproximar de Hannah (Mia Wasikowska), colega de empresa por quem se sente atraído. Sua vida triste fica ainda mais complicada quando a empresa contrata James Simon (o próprio Jesse Eisenberg), sujeito idêntico a ele, porém com uma personalidade expansiva e um caráter duvidoso. Aos poucos, Simon percebe que está sendo substituído por James, sentindo como se sua vida estivesse sendo roubada. 

Baseado livremente em uma peça de Dostoevsky, este longa apresenta algumas ideias interessantes, como a questão da invisibilidade das pessoas tímidas na sociedade, que sofrem e muitas vezes acabam descartadas por possíveis parceiros, chefes e até amigos. 

É interessante também o contraste envolvendo cenários e história. Ao mesmo tempo em a trama parece mostrar a empresa como parte de uma sociedade futurista ao estilo “1984”, os cenários e os utensílios do escritório são retrô, como as mesas e cadeiras, os biombos e as máquinas. 

Infelizmente, o filme perde força no ritmo arrastado da narrativa e no roteiro quase todo previsível, com exceção do final que remete a um antigo clássico cult de Roman Polanski, que não citarei para não estragar a surpresa. 

3 comentários:

Gustavo H.R. disse...

Não vi o primeiro, mas gostei bastante de O Duplo, e acho que ele melhora bem na parte final, pra dizer a verdade.

Cumps.

Hugo disse...

Gustavo - Eu gostei muito de "Submarine", se tiver oportunidade assista.

Abraço

Pedrita disse...

eu adorei o duplo. mas realmente não parece ser o tipo de filme que gosta. beijos, pedrita