O Abutre (Nightcrawler, EUA, 2014) – Nota 8
Direção – Dan Gilroy
Elenco – Jake Gyllenhaal, Rene Russo, Bill Paxton, Riz
Ahmed, Kevin Rahm, Ann Cusack.
Louis Bloom (Jake Gyllenhaal) é um ladrão que sobrevive com
pequenos roubos em Los Angeles e que procura uma chance para ganhar dinheiro. A
oportunidade surge quando Louis passa por um acidente de automóvel em uma
rodovia e vê dois sujeitos filmando a tragédia. No dia seguinte, ao ver a
filmagem em um programa de tv, Louis decide “comprar” um rádio de polícia e uma
câmera em uma loja de penhor, dando início a sua carreira de freelancer.
Com
olhar apurado para detalhes e sem escrúpulo algum para filmar pessoas feridas
ou invadir cenas de crime, Louis consegue filmar um terrível acidente e vender
as imagens para uma produtora de tv, a veterana Nina (Rene Russo, esposa do
diretor Dan Gilroy), que vê na ousadia do rapaz a chance de alavancar a
audiência.
O papel da imprensa sensacionalista foi abordado diversas vezes pelo
cinema, tendo “A Montanha dos Sete Abutres” com Kirk Douglas como um dos filmes
principais, porém este “O Abutre” vai além na discussão, ao mostrar a total falta
de limites deste tipo de “jornalista”.
O roteiro de Dan Gilroy, que faz aqui sua
estreia como diretor, não faz julgamentos morais ou éticos, ele prefere
utilizar o protagonista como um comunicador da tragédia através das imagens,
praticamente um psicopata ganancioso e egocêntrico, focado em resultados e
dinheiro.
A interpretação de Jake Gyllenhaal é perfeita, o sujeito diz ser um
autodidata que aprendeu tudo na internet e que despeja suas ideias e objetivos
de forma direta, seja na frente do assustado assistente (Riz Ahmed) ou da executiva
durona (Rene Russo), sempre finalizando com um maquiavélico sorriso no rosto.
Por
mais que o personagem de Louis Bloom seja o vilão, ele somente se sobressai
porque existem pessoas para “consumir” a tragédia, sejam os executivos de tv em
busca de audiência e consequente lucro e o publico em geral que se torna
cúmplice na exploração da infelicidade alheia.
Vale destacar ainda a bela
fotografia noturna de Los Angeles e a ótima sequência de perseguição na parte
final.
5 comentários:
Realmente, Lou é doente da cabeça e mau caráter, mas ele só triunfa porque outros consomem o que ele vende. Thriller incisivo!
Gustavo - A indústria da tragédia é lucrativa, por isso devem existir muitos como Louis Bloom.
Abraço
Filme incrível, a forma como ele vai mostrando a trajetória de Lou, os bastidores do jornalismo sensacionalista e a forma como isso "triunfa", é impressionante.
bjs
Amanda - O pior é que devem existir vários exemplos semelhantes na vida real.
Bjos
todas as oportunidades que ele procura são fora da lei. o protagonista é um desequilibrado, mas o mais assustador é o mercado que consome o que ele produz, e os q não gostam do que está sendo realizado mas continuam participando como cúmplices. o ator está impressionante. beijos, pedrita
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