Yol – O Caminho (Yol, Turquia / Suiça / França, 1982) – Nota
8
Direção – Serif Goren & Yilmaz Guney
Elenco – Tarik Akan, Halil Ergun, Necmettin Çobanoglu, Meral
Orhonsay, Serif Sezer.
Numa prisão de segurança mínima na Turquia, vários detentos
conseguem uma espécie de liberdade provisória. Eles tem uma semana para visitar
a família e depois precisam retornar para cumprir o resto da pena. A câmera
segue três destes detentos.
Seyit (Tarik Akan) viaja de trem para encontrar a
esposa e os filhos. O problema é que ele descobre que foi traído e a própria
família da esposa deseja que a mulher seja punida. Mehmet (Halil Ergun) também
deseja visitar esposa e filhos, porém a família de sua mulher o culpa pela
morte de um cunhado durante um assalto e deseja vingança. O terceiro sujeito é
Omer (Necmettin Çobanoglu), um turco de origem curda que viaja até a vila onde
nasceu e descobre que seu povo está sendo perseguido pelo exército turco.
Este
ótimo e praticamente esquecido drama sobre a opressão na Turquia é baseado nas
memórias do diretor Yilmaz Guney, que durante os anos setenta ficou alguns anos
preso por criticar o governo. Inclusive o longa foi filmado por seu amigo
Serif Goren enquanto Guney estava preso. Ele fugiu da prisão de 1981 e foi
morar em Paris onde conseguiu finalizar o longa que foi apresentado e elogiado
no Festival de Cannes de 1982.
O roteiro faz uma critica a sociedade turca da
época, mostrando a opressão do governo turco através do exército que tratava
todos como suspeitos e caçava aqueles que eram considerados inimigos, a
extrema pobreza em que viviam os moradores das pequenas cidades e os
preconceitos da própria população, principalmente contra a mulher.
Algumas
sequências são fortes, como as cenas com choros de crianças, o olhar perdido de
vários personagens perplexos perante a falta de perspectiva, a tentativa de
linchamento no trem e a caminhada no meio do gelo.
É um grande filme que
infelizmente poucos cinéfilos assistiram.
2 comentários:
Um dos meus 10 filmes favoritos de todos os tempos.
Drama intenso, real, impossivel se ficar insrnsivel e nap se emocionar. Tecnicamente perfeito, com interpretações magistrais.
Recomendo muito a quem, como eu, goste de filmes sobre dramas humanos.
É um belíssimo filme, pena que praticamente esquecido.
Abraço
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