sábado, 14 de junho de 2014

Mauá - O Imperador e o Rei

Mauá – O Imperador e o Rei (Brasil, 1999) – Nota 7,5
Direção – Sergio Rezende
Elenco – Paulo Betti, Malu Mader, Othon Bastos, Michael Byrne, Antonio Pitanga, Rodrigo Penna, Roberto Bomtempo, Jorge Neves, Richard Durden, Murilo Grossi, Elias Mendonça, Cláudio Corrêa e Castro, Edwin Luisi, Rogério Fróes, Carlos Gregório, Hugo Carvana, José de Abreu, Ernani Moraes, Denise Weinberg.

A parceria entre o diretor Sergio Rezende e o ator Paulo Betti rendeu cinco filmes, sendo que dois deles foram grandes produções com temas históricos. O quase épico “Guerra de Canudos” de 1997 conta a história da famosa revolta ocorrida no interior da Bahia no final do século XIX, enquanto “Mauá – O Imperador e o Rei” tinha o objetivo de mostrar ao grande público a história pouco conhecida do grande empreendedor Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá. 

A narrativa começa em 1820, quando Irineu ainda criança tem o pai assassinado no interior do Rio Grande do Sul e sua mãe ao se casar novamente decide enviá-lo com o tio (Ernani de Moraes) para o Rio de Janeiro. O tio era uma traficante de escravos que por te contatos na então capital do país, consegue emprego para o garoto no empório de Pereira (Elias Mendonça). 

Já adolescente (interpretado por Jorge Neves), Irineu se torna o contador de Pereira, dando início a sua vida como negociante e empreendedor, não demorando para aflorar seu dom para os negócios e principalmente não ter medo de investir em seus sonhos. 

Anos depois (interpretado por Paulo Betti), Irineu se torna uma das pessoas mais ricas e influentes do Brasil Império, fato que desperta a inveja no Visconde de Feitosa (Othon Bastos), sujeito a favor da escravidão e conselheiro de Dom Pedro II (Rodrigo Penna), que influencia o rei para dificultar os negócios de Irineu. 

O grande destaque do filme é a riqueza da história de vida do Visconde de Mauá, que é mostrado como uma mente a frente do seu tempo e por isso se tornou uma espécie de inimigo do império, também por ser contra a escravidão, acreditar na livre escolha de trabalho e principalmente por realizar obras que fizeram o país avançar em direção ao fim da monarquia. 

Muitos não sabem, mas entre as obras do Visconde estão a reabertura do Banco do Brasil que havia falido nas mãos do império, a colocação de cabos submarinos telegráficos que ligaram o Brasil a Europa, a criação da empresa de iluminação do Rio de Janeiro, além de ter sido o homem que bancou a construção da ferrovia no país, negócio que o fez perder muito dinheiro por ter sido enganado pelo Barão de Rothschild (Richard Durden), seu sócio inglês no empreendimento. 

O roteiro mostra ainda seu casamento com a própria sobrinha (Malu Mader), sua amizade com o ex-escravo Valentim (Antonio Pitanga) e com outro banqueiro inglês, Mr. Carruthers (Michael Byrne) que foi seu mentor nos negócios, além do envolvimento com a Maçonaria, fato que o ajudou nos empreendimentos, mas também foi determinante para o ódio do Visconde de Feitosa. 

Mesmo com algumas falhas e as passagens do tempo que não ficam muito claras, o filme é extremamente interessante para quem gosta de história.

2 comentários:

Pedrita disse...

eu tb achei o filme meio confuso. o livro é maravilhoso e o autor teve uma briga grande pelos direitos da adaptação do roteiro. diziam q não era do livro, mas o filme é o livro escarrado, vi o filme depois de ler. fica difícil acreditar que não se basearam no livro. o autor chegou a mencionar diálogos inteiros e em q página estava, muito chato não darem os créditos e os direitos autorais ao biógrafo. beijos, pedrita

Hugo disse...

Pedrita - Não sabia desta briga por causa dos direitos autorais.

É um fato lamentável se aproveitar do trabalho de alguém e não querer pagar pelos direitos de autoria.

Bjos