quinta-feira, 30 de junho de 2011

Katyn


Katyn (Katyn, Polônia, 2007) – Nota 8
Direção – Andrzej Wajda
Elenco – Andrzej Chyra, Maja Ostaszewska, Artur Zmijewski, Danuta Stenka, Jan Englert, Magdalena Cielecka.

O veterano diretor polonês Andrzej Wajda comandou aos oitenta e um anos este drama que retrata o chamado “Massacre de Katyn” (que concorreu ao Oscar de Filme Estrangeiro), onde mais de vinte mil oficiais poloneses foram friamente executados pelo exército soviético em 1940 durante a Segunda Guerra Mundial. 

Wajda tem uma longa carreira iniciada ainda nos anos cinqüenta, sempre com filmes fortes que tocam em temas como política e história. Seu trabalho mais conhecido pelo público mundial é o drama histórico “Danton – O Processo da Revolução”. 

O longa “Katyn” começa em 1939 quando a Polônia tomada pelos nazistas é invadida ao leste pelo soviéticos, o que mundo não sabia é que o fato era uma conseqüência do pacto entre Hitler e Stalin para dominar e dividir a Europa. Logo os soldados poloneses são levados pelos nazistas, enquanto isso os oficiais se tornam prisioneiros dos soviéticos e levados para um campo de concentração onde após alguns meses são transportados em grupos para a Floresta de Katyn e assassinados um a um, tendo seus corpos jogados em valas coletivas. 

Wajda cria a fictícia história de três mulheres que sofrem pelos maridos e irmãos terem sido levados pelos soviéticos. A bela Anna (Maja Ostaszewska) acredita sempre que o marido, o oficial Andrzey (Artur Zmijewski) está vivo, a jovem Agnieszka (Magdalena Cielecka) entra na luta contra a opressão soviética após saber da morte do irmão e Roza (Danuta Stenka) tenta aceitar a morte do marido, um general. 

O filme segue de 1939 a 1945, mostrando além do drama da guerra, também a forma como o governo soviético dominou o país em seguida e criou a mentirosa versão de que os nazistas foram os assassinos em Katyn, situação que os poloneses foram obrigados a aceitar e quem tentou lutar contra acabou perseguido, sendo preso ou assassinado. 

Consta que o diretor Wajda também perdeu seu pai durante o massacre e mesmo durante a opressão soviética tentou mostrar a verdade, o que só foi possível em 1990 após o fim do regime comunista, traduzindo, foram quarenta e cinco de tortura para quem perdeu algum parente no massacre. 

Como coincidência trágica ou maldição, em 2010 um avião com o presidente polonês e grande parte dos políticos do alto escalão do pais morreram num acidente de avião quando se dirigiam a Katyn, onde haveria uma cerimônia que lembraria os setenta anos do massacre. 

Finalizando, não é um filme para todo público, sua narrativa é seca e não explica didaticamente a história, a intenção do diretor era mostrar que a ocupação soviética foi tão cruel quanto a invasão nazista, isso fica claro logo na primeira cena e posteriormente na realista sequência final, que deixa no espectador um misto de nó na garganta com perplexidade. 

3 comentários:

Amanda Aouad disse...

Tem tanto tempo que esse filme está aqui para assistir que tenho até vergonha de dizer que ainda não vi...

bjs

Marcos Rosa disse...

Belíssimo filme, um dos mais interessantes quando o tema é Segunda Guerra. Também fiz um post sobre ele faz um tempo. Boa dica.
_______
http://algunsfilmes.blogspot.com/

Hugo disse...

Amanda - É um ótimo filme para que gosta de drama histórico.

Marcos - Acredito que seja o único filme que explora a história deste massacre.

Abraço