quarta-feira, 8 de junho de 2011

Bruna Surfistinha


Bruna Surfistinha (Brasil, 2011) – Nota 6,5
Direção – Marcus Baldini
Elenco – Deborah Secco, Cássio Gabus Mendes, Drica Moraes, Cristina Lago, Fabiula Nascimento, Guta Ruiz, Clarisse Abujamra, Luciano Chirolli, Sérgio Guizé, Juliano Cazarré.

O longa é baseado no livro “O Doce Veneno do Escorpião” de Raquel Pacheco, uma prostituta que ficou famosa ao descrever sua vida sexual num blog, onde entre detalhes íntimos dava até notas para o desempenho de seus clientes na cama. Não é fácil analisar um filme com tema polêmico baseado em alguém que todos conhecem e que contou a versão de sua própria vida. 

O roteiro começa com Raquel (Deborah Secco) ainda adolescente como estudante num colégio de classe média paulistana, onde vive deslocada e após um incidente sexual com um aluno rico, ela acaba fugindo de casa, em virtude também de ser filha adotiva e se achar ignorada pelo pai e mal tratada pelo irmão de criação. 

Para ganhar a vida, ela procura emprego em um prostíbulo no centro de SP, onde a cafetina é Larissa (Drica Moraes), que tenta manter as moças na linha, não aceitando que elas usem drogas. A história mostra o difícil começo de Raquel na vida de prostituta, onde aos poucos se torna a preferida do lugar e também consegue fazer amizade com as colegas de profissão. Sua vida muda quando conhece em uma boate a garota de programa Carol (Guta Ruiz), que vive as custas de gente rica e abre o caminho para Raquel neste meio, que parte para a carreira solo como Bruna Surfistinha, cria o blog de sucesso e também se afunda nas drogas. 

O filme não chega a ser ruim, mas peca em alguns aspectos, primeiro ao abordar com um pouco de glamour a vida de garota de programa, principalmente na segunda parte quando Raquel vai morar no flat. Depois erra também ao ignorar a violência que ronda esse meio, ao mesmo tempo em que o diretor enche o filme com cenas de sexo simulado, ele não cita em momento algum os clientes violentos ou mesmo aqueles tratam mal as prostitutas, passando uma mensagem mentirosa de que não existe violência nesse meio. 

Outro detalhe que parece servir apenas como clichê (como não li o livro não sei dizer se realmente existiu), é o personagem de Cássio Gabus Mendes, que interpreta o primeiro cliente de Bruna e se torna o amigo apaixonado, que deseja salvar a garota daquele mundo. 

Por outro lado vale destacar o papel de Drica Moraes como a cafetina e o desempenho totalmente desinibido e corajoso de Deborah Secco, que se entrega ao papel em cenas que poucas atrizes famosas aceitariam. 

Como curiosidade, a verdadeira Bruna Surfistinha faz uma ponte como a hostess do restaurante na cena de jantar entre os personagens de Debora Secco e Cássio Gabus Mendes.

6 comentários:

! Marcelo Cândido ! disse...

O filme até me surpreendeu com a trilha e edição, Deborah também!

Hugo disse...

Marcelo - A edição ficou bacana e a Deborah se entregou totalmente ao papel.

Abraço

Alan Raspante disse...

Acho que pelo fato de ter esperando pelo o pior, eu até gostei...

Hugo disse...

Alan - Tb esperava um filme pior.

Abraço

Cristiano Contreiras disse...

Consegue ser convincente e assistível por conta de Secco que é ótima atriz. Só isso, pois o livro é deprimente..

abraço, sumido!

Hugo disse...

Cristiano - O pouco que li do livro deu para perceber como era ruim.

Abraço