Greedy People: Pessoas Gananciosas

 

Greedy People: Pessoas Gananciosas (Greedy People, EUA, 2024) – Nota 6
Direção – Potsy Ponciroli
Elenco – Himesh Patel, Joseph Gordon Levitt, Lily James, Uzo Aduba, Tim Blake Nelson, Simon Rex, Nina Arianda, Jim Gaffigan, José Maria Yazpik, Joey Lauren Adams.

Na pacata cidade de Providence em Rhode Island, uma dupla de policiais (Himesh Patel e Joseph Gordon Levitt) se envolve em uma ação desastrada que termina na morte de uma pessoa que escondia um milhão de dólares em sua casa. Para ficar com o dinheiro, eles alteram a cena do crime, mas não imaginam que os donos da fortuna tentarão recuperar a grana, além é claro de terem de lidar com a ganância deles mesmos. 

Este longa policial com pitadas de humor negro é claramente inspirado em “Fargo”, até mesmo com uma personagem grávida vivida por Lily James. E ao invés da neve, aqui temos uma locação ensolarada. Os personagens são marcantes, porém sem o mesmo carisma das atuações em “Fargo”. O roteiro também é menos complexo, levando a uma série de traições e mortes comuns ao gênero. É um filme que vai agradar quem gosta do estilo.

Cinema Verité - A Saga de uma Família Americana

 

Cinema Verité - A Saga de uma Família Americana (Cinema Verite, EUA, 2011) – Nota 6,5
Direção – Shari Springer Berman & Robert Pulcini
Elenco – Diane Lane, Tim Robbins, James Gandolfini, Thomas Dekker, Caitlin Custer, Kaitlyn Dever, Nick Everman, Johnny Simmons, Patrick Fugit, Shanna Collins, Jake Richardson, Kathleen Quinlan, Lolita Davidovich, Matt O’Leary.

No início dos anos setenta, o produtor de tv Craig Gilbert (James Gandolfini) teve a ideia de criar o que seria o primeiro reality show. Ele convence a família Loud a filmar o seu dia a dia como um documentário da vida real. O que a princípio parece ser uma perfeita família suburbana, aos poucos vem à tona os problemas entre os pais (Diane Lane e Tim Robbins) que afetam seus cinco filhos. 

Este longa produzido pela HBO detalha a história real que mostrou o grande potencial de audiência de um programa sobre a vida de pessoas comuns, algo que foi explorado a exaustão nas duas últimas décadas. Por ser algo que jamais havia sido feito, poucos cortes foram feitos e a intimidade da família foi o ar em algumas sequências dolorosas. 

O filme não chega a decolar, mas vale como o registro de algo que era novo e também pelas interpretações do trio principal, com destaque para James Gandolfini que estava no auge da carreira após o sucesso de “Família Soprano” e que infelizmente faleceu precocemente em 2013.

Uma História de Amor Americana

 

Uma História de Amor Americana (Dinner in America, EUA, 2020) – Nota 7
Direção – Adam Rehmeier
Elenco – Kyle Gallner, Emily Skeggs, Lea Thompson, Nick Chinlund, Sean Rogers, Pat Healy, Mary Lynn Rajskub.

Simon (Kyle Gallner) é um jovem delinquente revoltado com a vida e com sua família. Durante uma das suas atitudes impulsivas, ele cruza o caminho da jovem Patty (Emily Skeggs), que tem uma certa lentidão em entender as coisas. É o início de um bizarro romance entre os dois outsiders. 

O roteiro escrito pelo diretor Adam Rehmeier, do recente e na minha opinião superior “O Quiosque” foca no tema clássico dos jovens sem rumo que se sentem deslocados na vida suburbana de suas famílias. Essas famílias são retratadas como pessoas alienadas que não conseguem entender os filhos e o mundo em que vivem. 

A relação que vai sendo criada entre o casal, no fundo é igual a maioria das histórias de amor, porém com sequências bizarras que variam do patético ao engraçado. O resultado é uma diferente experiência cinematográfica, com destaque também para as atuações viscerais do casal de protagonistas.

Resgate Implacável

 

Resgate Implacável (A Working Man, Inglaterra / EUA, 2025) – Nota 6,5
Direção – David Ayer
Elenco – Jason Statham, Jason Flemyng, Merab Ninidze, Maximilian Osisnki, Coley Falkow, Michael Peña, David Harbour, Noemi Gonzalez, Arianna Rivas.

Levon (Jason Statham) é o encarregado de uma empresa de construção que no passado trabalhou como agente de operações especiais do governo. Quando a filha de seu chefe é sequestrada por uma quadrilha de traficantes de mulheres, ele é se vê obrigado a resgatar a garota utilizando suas habilidades de mercenário. 

A trama é totalmente previsível e com vários furos, tendo como foco principal as boas sequências de ação, especialidade do astro Jason Statham. Rostos conhecidos como David Habour, Michael Peña e Jason Flemyng tem participações pequenas. É um filme vai agradar quem gosta de ação sem se preocupar com um roteiro bem trabalhado.

A Dança dos Vampiros

 

A Dança dos Vampiros (Dance of the Vampires, EUA / Inglaterra, 1967) – Nota 7,5
Direção – Roman Polanski
Elenco – Jack McGowran, Roman Polanski, Alfie Bass, Sharon Tate, Ferdy Mayne, Jessie Robins, Iain Quarrier.

O professor Abronsius (Jack McGowran) e seu assistente Alfred (Roman Polanski) viajam para a Transilvânia com o objetivo de caçar vampiros. Quando o sinistro Conde Von Krolock (Ferdy Mayne) sequestra a jovem Sarah (Sharon Tate) por quem Alfred está apaixonado, a dupla de caçadores segue para o castelo do vampiro para resgatar a garota. 

Esta comédia de humor negro transforma a história de Drácula em uma divertida sátira aos filmes da produtora inglesa Hammer. Os personagens desajeitados se envolvem em situações bizarras em meio ao inverno repleto de neve. Polonski cria sequências de comédia física divertidas no castelo, levando até o engraçado baile repleto de vampiros. A produção caprichada é outro destaque.

Vale citar que esse foi o último trabalho da atriz Sharon Tate, que estava casada com Polanski e que foi assassinada em 1969.

O Jantar

 

O Jantar (La Cena, Itália / França, 1998) – Nota 7.5
Direção – Ettore Scola
Elenco – Fanny Ardant, Vittorio Gassman, Giancarlo Giannini, Stegania Sandrelli, Antonio Catania, Francesca D’Aloja, Marie Gillain.

Em uma noite qualquer em um restaurante em Roma, diversos personagens se encontram para jantar e também para discutir sobre suas vidas, frustrações e amores. 

Este simpático longa dirigido pelo ótimo Ettore Scola não tem uma história linear com começo, meio e fim. São sequências em que a câmera do diretor segue de mesa em mesa testemunhando situações universais de pessoas comuns. 

Discussões entre filha e pai, de uma jovem com seu amante mais velho e as frustações dos empregados são alguns dos pequenos dramas do dia a dia. Destaque para o ótimo elenco italiano, além é claro da atuação da talentosa francesa Fanny Ardant.

L.A. Story

 

L. A. Story (L. A. Story, EUA, 1991) – Nota 7
Direção – Mick Jackson
Elenco – Steve Martin, Victoria Tennant, Richard E. Grant, Marilu Henner, Sarah Jessica Parker, Kevin Pollak, Sam MacMurray, Patrick Stewart, Iman, Larry Miller, Tommy Hinkley.

Harris (Steve Martin) é o homem do tempo em um canal de tv em Los Angeles. Sua alegria de criar entradas divertidas no jornal é colocada à prova quando alguns problemas o fazem perder o emprego e a namorada. Enquanto tenta seguir a vida flertando com duas novas mulheres (Victoria Tennant e Sarah Jessica Parker), Harris é “aconselhado” por painéis luminosos de propaganda. 

Este divertido longa escrito pelo ótimo Steve Martin é uma comédia romântica que pode ser considerada uma homenagem a Los Angeles. São sequências em parques, galerias e restaurantes em meio a uma Los Angeles ensolarada e cheia de vida, assim como o protagonista. 

Os diálogos afiados e as pequenas participações não creditadas de famosos como Woody Harrelson, Rick Moranis, Chevy Chase e a cantora Paula Abdul são outros destaques. Vale citar que na época Steve Martin estava casado com a atriz inglesa Victoria Tennant, que é neta do grande ator Laurence Olivier.

Um Sonho Sem Limites & A Enfermeira Betty

 

Um Sonho Sem Limites (To Die For, Inglaterra / Canadá / EUA, 1995) – Nota 7
Direção – Gus Van Sant
Elenco – Nicole Kidman, Matt Dillon, Joaquin Phoenix, Alison Folland, Illeana Douglas, Dan Hedaya, Kurtwood Smith, Wayne Knight, Holland Taylor, Casey Affleck, Buck Henry, Michael Rispoli, David Cronenberg, Maria Tucci.

Suzanne (Nicole Kidman) é a garota do tempo de uma estação de tv local que sonha em se tornar âncora de um canal nacional. Sedutora, fria e manipuladora, ela se casa com Larry (Matt Dillon) por dinheiro, até perceber que o marido será um obstáculo para suas pretensões. Ela inventa uma matéria com jovens problemáticos de um colégio com o objetivo de “resolver” a situação de outra forma. 

Este longa produzido há trinta anos prenunciava o “tudo pelo sucesso” que se tornou comum nos dias atuais. A protagonista bonita e vazia utiliza de todas as armas possíveis para conseguir o que sonha, não importando quantas vidas terá de destruir pelo caminho. 

Por mais que o cinismo da narrativa seja exagerado, a ideia é clara em relação a um mundo que estava sendo criado em que o “sucesso”, seja ele qual for, muitas vezes estaria acima de valores, da ética e até da lei.

A Enfermeira Betty (Nurse Betty, EUA, 2000) – Nota 6
Direção – Neil LaBute
Elenco – Renée Zellweger, Morgan Freeman, Chris Rock, Greg Kinnear, Aaron Eckhart, Tia Texada, Crispin Glover, Pruitt Taylor Vince, Allison Janney, Kathleen Wilhoite, Elizabeth Mitchell, Harriet Sansom Harris, Jenny Gago, Sheila Kelley.

Betty (Renée Zellweger) é uma garçonete que sonha em ser enfermeira ao assistir diariamente uma novela em que o protagonista é um médico canastrão (Greg Kinnear). Quando ela testemunha seu marido ser assassinado por dois matadores profissionais (Morgan Freeman e Chris Rock), Betty tem uma espécie de surto que a leva a acreditar que está participando da novela. Ela assume o papel de enfermeira e viaja para Los Angeles em busca de realizar seu sonho. 

Essa curiosa comédia com pitadas de humor negro e fantasia explora a história da busca por um sonho, por mais bizarra que seja a situação. Os destaques do elenco ficam para Renée Zellweger interpretando a personagem ingênua e maluquinha semelhante a que viveu diversas outras vezes na carreira e o matador veterano interpretado por Morgan Freeman.

Poderosa Afrodite

 

Poderosa Afrodite (Mighty Aphrodite, EUA, 1995) – Nota 7
Direção – Woody Allen
Elenco – Woody Allen, Helena Bonham Carter, Mira Sorvino, Michael Rapaport, F. Murray Abraham, Claire Bloom, Olympia Dukakis, David Ogden Stiers, Jack Warden, Peter Weller

Lenny (Woody Allen) e sua esposa Amanda (Helena Bonham Carter) decidem adotar um bebê e logo percebem que a criança em uma inteligência acima da média. Obcecado em descobrir quem é a mãe biológica do garoto, Lenny fica perplexo ao encontrar Linda (Mira Sorvino), uma garota de programa fútil que deu a luz ao bebê e o entregou para a adoção. 

Inspirado na clássica peça “Pigmalião”, Woody Allen escreveu o roteiro deste longa de acordo com seu estilo habitual. Um protagonista inseguro em meio a um casamento falido, com traições, mentiras e desencontros, recheado com os diálogos cínicos. O surpreendente destaque foi a atuação de Mira Sorvino, que venceu o Oscar de Atriz Coadjuvante nesse despretensioso papel.

Dogma

 

Dogma (Dogma, EUA, 1999) – Nota 7,5
Direção – Kevin Smith
Elenco – Ben Affleck, Linda Fiorentino, Matt Damon, Chris Rock, Salma Hayek, Jason Mewes, Kevin Smith, Jason Lee, Alanis Morrissette, Alan Rickman, Janeane Garofalo, George Carlin, Brian O’Halloran,

Dois anjos expulsos do paraíso (Ben Affleck e Matt Damon) desejam retornar a todo custo para o céu. Para isso, eles precisam atravessar os EUA para chegar até uma igreja em New Jersey que seria um portal. 

No encalço da dupla para evitar o que seria o fim da humanidade está a última descendente de Jesus Cristo (Linda Fiorentino), um anjo vingador (Alan Rickman), o décimo terceiro apóstolo (Chris Rock), uma musa inspiradora (Salma Hayek) e a dupla de malucos Jay (Jason Mewes) e Silent Bob (Kevin Smith). 

Quando Kevin Smith lançou esta divertida comédia em formato de road movie misturando religião e cultura pop, muitas pessoas criticaram a ideia, porém o filme passa longe de ser ofensivo. 

O roteiro escrito por ele brinca com os dogmas da religião e coloca em discussão de forma divertida questionamentos sobre a quantidade de apóstolos, os descendentes de Jesus e como começou o mundo de acordo com o cristianismo. O elenco repleto de rostos conhecidos é destaque, além dos ótimos diálogos, que são habituais nos filme do diretor.

Touch

 

Touch (Snerting, Islândia / Inglaterra / Japão, 2024) – Nota 7,5
Direção – Baltasar Kormakur
Elenco – Egill Olafsson, Kôki, Palmi Kormakur, Masahiro Motoki, Yoko Narahashi, Ruth Sheen, Masatoshi Nakamura, Meg Kubota.

Kristófer (Egill Olafsson) é um homem com mais de setenta anos que decide viajar da sua terra natal na Islândia para tentar reencontrar um amor perdido de cinquenta anos atrás. Em paralelo, a narrativa mostra em flashbacks a juventude de Kristófer (Palmi Kormakur) em Londres quando tomou decisões que mudaram completamente sua vida. 

Este sensível longa explora a clássica trama romântica sobre casais que foram separados e que durante décadas sonharam em reatar o relacionamento. A jornada do protagonista em busca de um fechamento é sóbria, com drama na medida certa e ótimas atuações. Destaque ainda para a belíssima fotografia e as locações na Islândia, na Inglaterra e no Japão.

A Conferência

 

A Conferência (Die Wannseekonferenz, Alemanha, 2022) – Nota 7,5
Direção – Matti Geschonneck
Elenco – Philipp Hochmair, Johannes Allmayer, Maximilian Bruckner, Matthias Bundschuh, Fabian Busch, Godehard Giese.

Em 20 de janeiro de 1942, integrantes da alta cúpula nazista se reuniram em uma belíssima casa colonial no arredores de Berlim no que ficou conhecido como a Conferência de Wannsee. O objetivo da reunião liderada por Reinhard Heydrich (Philipp Hochmair) com auxílio de seu braço-direito Adollf Eichmann (Johannes Allmayer) era definir o que eles chamavam de "Solução Final da Questão Judaica". 

O plano de extermínio foi discutido em detalhes, desde a mudança das leis, passando pelo transporte dos presos até a terrível forma de execução. A reunião é desenvolvida como se fosse o conselho de uma grande empresa tomando decisões estratégicas, em que cada personagem defende seus interesses ou suas ideias. 

É interessante citar que mesmo aqueles que em algum momento defendiam amenizar as ações, por outro lado colocavam em pauta soluções absurdas, enquanto outros não tinham pudor algum em demonstrar seu apoio ao extermínio. Todo o elenco está bem, com destaque para Philipp Hochmair que cria um Heydrich cheio de sorrisos, calmo e manipulador.

O Navio Condenado

 

O Navio Condenado (The Wreck of the Mary Deare, Inglaterra / RUA, 1959) – Nota 6
Direção – Michael Anderson
Elenco – Gary Cooper, Charlton Heston, Michael Redgrave, Emlyn Williams, Cecil Parker, Alexander Knox, Virginia MxKenna, Richard Harris.

Um barco de resgate liderado por Sands (Charlton Heston) encontra um navio cargueiro aparentemente abandonado no Canal do Mancha. Ao entrar no navio, Sands encontra Patch (Gary Cooper), que era o terceiro em comando e o único tripulante que não abandonou no navio. O que a princípio parece ser resultado de um desastre, aos poucos é revelado por Patch que o ocorrido é algo muito mais complicado. 

Os pontos altos do longa são as sequências inicial e final dentro do navio alagado, que foram muito bem filmadas com um bom suspense. Os segredos das trama também são bem amarrados, o problema é a narrativa irregular. Uma parte no meio do filme é cansativa, nos momentos em que a dupla principal retorna para terra firme. O resultado é um filme interessante e mediano.

Chaplin

 

Chaplin (Chaplin, EUA, 1992) – Nota 8
Direção – Richard Attenborough
Elenco – Robert Downey Jr, Geraldine Chaplin, Paul Rhys, Moira Kelly, Anthony Hopkins, Dan Aykroyd, Marisa Tomei, Penelope Ann Miller, Kevin Kline, Milla Jovovich, Kevin Dunn, Diane Lane, Nancy Travis, James Woods, Bill Patterson, David Duchovny, John Thaw.

Esta biografia do lendário Charles Chaplin (Robert Downey Jr.) parte de uma entrevista fictícia realizada no final da vida na Suíça, em que ele descreve fatos importantes de sua trajetória profissional e pessoal para um biógrafo (Anthony Hopkins), que são detalhadas em flashbacks. 

Apesar de longa duração, do muitos personagens e situações, o longa é extremamente interessante para quem tem interesse em saber mais sobre Chaplin. O roteiro foca em seus vários relacionamentos amorosos, nos problemas com o governo americano e na amizade com o astro Douglas Fairbanks (Keivn Kline) que faleceu cedo. 

Além do ótimo elenco, o grande destaque mesmo fica para a esplêndida atuação de Robert Downey Jr., que parece ter incorporado Chaplin nas várias sequências que recriam as filmagens dos longas originais.

Agonia e Êxtase

 

Agonia e Êxtase (The Agony and the Ecstasy, EUA, 1965) – Nota 7,5
Direção – Carol Reed
Elenco – Charlton Heston, Rex Harrison, Diane Cilento, Harry Andrews, Adolfo Celi, Alberto Lupo, Venantino Venantini, Fausto Tozzi.

Roma, 1508. O Papa Júlio II (Rex Harrison) praticamente obriga o escultor Michelangelo (Charlton Heston) a abandonar a construção de uma tumba que ele mesmo pediu, para iniciar um novo projeto. A missão é pintar o teto da Capela Sistina, algo que Michelangelo não gostaria de fazer por não se considerar um grande pintor. Durante quatro anos, artista e Papa travam diversas discussões sobre o andamento do complicado projeto e de suas visões diferentes sobre a vida. 

Este longa baseado em um livro que conta uma história real foca basicamente no conflito entre os dois personagens e nas angústias enfrentadas por Michelangelo, que é mostrado com um sujeito obcecado por seu trabalho e firme em suas convicções. O roteiro ainda toca na questão das guerras em que o Papa Júlio II liderava a Igreja para anexar novos territórios, porém sem se aprofundar. 

É um filme bastante interessante que vai agradar quem gosta de artes e de histórias da Igreja Católica.

Gilda

 

Gilda (Gilda, EUA, 1946) – Nota 7,5
Direção – Charles Vidor
Elenco – Rita Hayworth, Glenn Ford, George Macready, Joseph Calleia.

Johnny Farrell (Glenn Ford) é um apostador que viaja para a Argentina com o objetivo de tirar a sorte grande em cassinos. Um conflito o leva a conhecer Ballin Mundson (George Macready) que é o violento dono de um cassino. Ele faz amizade com o sujeito e se torna seu braço-direito, porém tudo fica complicado ao descobrir que a esposa do novo amigo é Gilda (Rita Hayworth), que foi sua amante anos atrás em Nova York. 

Este clássico noir é muito mais famoso pelo clima sensual do que pela trama. A belíssima Rita Hayworth domina a tela em cada cena, com sequências que eram avançadas para a época, além dos diálogos afiados. Sua atuação é tão marcante, que a atriz carregou o rótulo de femme fatale por toda a carreira.

Legado de Violência & King Rikki

 

Legado de Violência (Hammer, Canadá, 2019) – Nota 6,5
Direção – Christian Sparkes
Elenco – Will Patton, Mark O’Brien, Ben Cotton, Vickie Papavs, Connor Price, Dayle McLeod.

Chris (Mark O’Brien) se envolve em uma fracassada negociação de drogas. Para tentar salvar sua vida, ele busca ajuda com seu pai (Will Patton), que mesmo tendo uma relação complicada, aceita auxiliar o jovem. O pai esconde a situação da esposa, além de não ter certeza do tamanho do problema que irá enfrentar. 

Este longa canadense de baixo orçamento entrega uma tensa história que mistura violência e lealdade familiar. É a típica trama em que um personagem que se perdeu na vida termina por envolver a família em seus problemas. Destaque para as locações na região rural e as sequências de violência.

King Rikki (King Rikki, EUA, 2002) – Nota 5,5
Direção – James Gavin Bedford
Elenco – Jon Seda, Mario Lopez, Tonantzin Carmelo, Timothy Paul Perrez, Vincent Castellanos, Sam Sarpong, Alex Miranda, Manny Perez, Liz Torres, Adam Rodriguez

Rikki (Jon Seda) é um jovem integrante de uma gangue de latinos em Los Angeles. A enorme ambição de crescer dentro da gangue faz com que Rikki passe por cima de todos, até mesmo de sua família. 

Este longa de baixo orçamento tem inspiração curiosa em uma mistura dos filmes de Máfia com os dramas de Shakespeare. É uma série de traições e mortes em que o protagonista não demonstra ter sentimento algum, apenas ganância. 

Mesmo com uma atuação convincente de Jon Seda e a premissa interessante, o filme deixa a desejar no desenvolvimento da trama e nas atuações do restante do elenco.

E.T.: O Extraterrestre

 

E.T.: O Extraterrestre (E.T. the Extra-Terrestrial, EUA, 1982) – Nota 9
Direção – Steven Spielberg
Elenco – Henry Thomas, Drew Barrymore, Dee Wallace, Peter Coyote, Robert MacNaughton, C. Thomas Howell, K.C. Martel, Erika Eleniak.

Alienígenas visitam a Terra, porém ao fugir para não serem vistos, um deles fica para trás. Escondido em um bosque, ele é encontrado pelo garotinho Elliott (Henry Thomas), que com sua ingenuidade consegue criar uma conexão e levá-lo para sua casa. Ao lado do irmão (Robert MacNaughton) e da irmãzinha (Drew Barrymore), eles tentam manter segredo, porém será impossível esconder o alienígena para sempre. 

Este divertido longa além de ter sido o maior sucesso comercial da carreira de Steven Spielberg, também se tornou um marco no que é conhecido como “Cinema Pipoca”. O próprio Spielberg começou esse “gênero” por acaso com o clássicos “Tubarão” e “Os Caçadores da Arca Perdida”, que juntos com “Guerra nas Estrelas” arrastaram um massa para as salas de cinema em todo o mundo. 

O filme intercala comédia, drama na relação criada entre o alienígena e o garotinho, além de aventura e suspense para todas as idades.

Dia Zero

 

Dia Zero (Zero Day, EUA, 2025) – Nota 7,5
Direção – Lesli Linka Glatter
Elenco – Robert De Niro, Jesse Plemons, Lizzy Caplan, Connie Britton, Joan Allem, Matthew Modine, Angela Bassett, Bill Camp, Dan Stevens, McKinley Belcher III, Mozhan Navabi, Gaby Hoffmann, Mark Ivanir.

Um ataque cibernético transforma os EUA em um caos durante um curto período. A ameaça de um segundo ataque leva a presidente (Angela Bassett) a criar um comitê de urgência com poderes especiais para investigar o caso e chegar aos culpados. 

A liderança do comitê é oferecida ao ex-presidente Mullen (Robert De Niro), que em apenas um mandato deixou um legado de honestidade com a opinião pública. O que o veterano político aposentado não sabe é que o crime está ligado a algo extremamente complexo. 

Esta interessante minissérie em seis episódios vai além das possíveis consequências de um ataque cibernético real. O roteiro explora os bastidores políticos das alianças pelo poder e a manipulação das massas disseminada por uma mídia corrupta. 

A trama resvala no que é chamado de Deep State, na utilização de armas desconhecidas e leva até um final em que mesmo tendo uma solução, fica claro que as raízes da corrupção são bem mais profundas.

Oficina do Diabo

 

Oficina do Diabo (Brasil, 2025) – Nota 8
Direção – Filipe Valerim
Elenco – Sergio Barreto, Felipe de Barros, Roberto Mallet, Elizângela, Felipe Folgosi, Rafael Senatore, Ari Willians, Jessica Vasconcelos.

Em 1969, Pedro (Sergio Barreto) é um músico que após se perder na vida e na carreira, volta para a casa da mãe (Elizângela) em uma pequena vila no interior do Paraná. Frustrado e sem perspectivas, Pedro é atormentado em sua mente pelo jovem demônio Davi (Felipe de Barros), que tem com tutor o velho diabo Fausto (Robert Mallet). Enquanto Pedro tenta reencontrar seu caminho, os demônios agem para possuir sua alma. 

Este longa produzido pelo Brasil Paralelo tem como ponto principal a luta que todas as pessoas travam diariamente contra seus próprios demônios. O roteiro parte da ideia de que as pessoas tem a livre escolha de como enfrentar a vida, seja ultrapassando obstáculos sem deixar com que eles influenciem em seus relacionamentos ou se entregar a frustração, ao medo e ao ódio, pagando caro por isso. 

Mesmo para quem não acredita em vida após a morte ou espiritualidade, o filme é simbólico ao mostrar que a pessoa pode escolher viver na Terra como se fosse seu paraíso ou transformar sua existência em um inferno. 

A parte técnica é extremamente caprichada, mesmo ficando claro que não é um filme de grande orçamento. Os destaques do elenco ficam para da dupla de demônios interpretados por um cínico Roberto Mallet e um ambicioso Felipe de Barros, além de ter sido o último papel da atriz Elizângela. Conhecida por diversos trabalhos na tv durante mais de quarenta anos, ela faleceu em 2023, antes do filme ter sido montado. 

Vale citar que as locações foram na Vila de Paranapiacaba, famoso local turístico no Estado de São Paulo.

5 é o Número Perfeito

 

5 é o Número Perfeito (5 è il Numero Perfetto, Itália / Bélgica / França, 2019) – Nota 6,5
Direção – Igor Tuveri
Elenco – Toni Servillo, Valeria Golino, Carlo Buccirosso, Lorenzo Lancellotti.

Nápoles, 1972. Peppino (Toni Servillo) é um assassino da Máfia “aposentado”, que se vê obrigado a voltar à ativa quando seu filho é morto durante um "trabalho". Pepino inicia um ciclo de vingança envolvendo amigos e inimigos ligados a duas famílias mafiosas. 

Este divertido longa é baseado em uma graphic novel, o que fica claro no estilo do diretor e roteirista Igor Tuveri, que divide o longa em cinco capítulos explorando locais sinistros em uma Nápoles noturna. As sequências de ação funcionam, que são basicamente tiroteios em que o protagonista vivido pelo veterano Toni Servillo jamais é atingido. O roteiro ainda entrega uma surpresa na sequência final.

Pavilhão 7

 

Pavilhão 7 (Captain Newman, M.D., EUA, 1963) – Nota 7
Direção – David Miller
Elenco – Gregory Peck, Tony Curtis, Angie Dickinson, Eddie Albert, Bobby Darin, James Gregory, Robert Duvall, Jane Withers, Dick Sargent, Larry Storch.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Capitão Newman (Gregory Peck) é o psiquiatra responsável por uma instituição militar no Arizona especializada em tratar veteranos traumatizados pela guerra. A forma humana como Newman trata os pacientes, junto com seu assistente (Tony Curtis) ajudam vários veteranos a superar a tragédia. 

Este longa pouco lembrado mistura drama e comédia na medida certa. O roteiro mostra a terrível questão dos traumas de guerra de forma particular em três personagens. O jovem piloto vivido pelo cantor Bobby Darin que precisa superar o medo, o capitão interpretado por um jovem Robert Duvall que se sente culpado por ter sobrevivido e a loucura que aos poucos toma conta de um coronel na pele do ator Eddie Albert. 

Esses momentos mais pesados são intercalados por situações engraçadas criadas pelo personagem de Tony Curtis, como a sequência do Natal por exemplo. É um filme agradável com um ótimo elenco.

Twinky

 

Twinky (Lola ou London Affair, Inglaterra / Itália, 1970) – Nota 6
Direção – Richard Donner
Elenco – Charles Bronson, Susan George, Orson Bean, Honor Blackman. Michael Craig, Jack Hawkins, Trevor Howard, Paul Ford, Lionel Jeffries.

Em Londres, Lola (Susan George) é uma adolescente de dezesseis anos que se envolve com o escritor de livros eróticos Scott (Charles Bronson), que é muito mais velho. Quando os pais da garota descobrem, Lola utiliza sua inteligência para fazer com que aceitem o relacionamento. 

Este curioso longa dirigido por Richard Donner, que ficaria famoso anos depois com vários grandes trabalhos como “Superman” e “Máquina Mortífera”, foca nas mudanças de costumes que ocorriam no final dos anos sessenta. O garota interpretada por Susan George era expansiva e queria aproveitar a vida, mesmo quebrando regras. 

Por mais que o filme tenha uma narrativa que envelheceu bastante, a forma como o relacionamento é desenvolvido segue o caminho normal de altos e baixos com um final bastante esperando para o tipo de situação. 

É estranho ver Charles Bronson em um drama romântico. Vale citar que Bronson estava em um fase em que trabalhou em vários filmes na Europa. Como informação, com o passar dos anos esse filme teve três títulos diferentes.

Manhunt: Search for the Night Stalker & Jogo Perverso

 

Manhunt: Search for the Night Stalker (Manhunt: Search for the Night Stalker, EUA, 1989) – Nota 6,5
Direção – Bruce Seth Green
Elenco – Richard Jordan, A Martinez, Julie Carmen, Alan Feinstein, Lisa Eilbacher, Gregory Cruz., Gerry Bamman.

Em 1985, a população dos arredores de Los Angeles viveu apavorada durante alguns meses por causa de uma série de assassinatos e estupros cometidos por um desconhecido que foi batizado pela imprensa como “The Night Stalker”. Os detetives Frank Salerno (Richard Jordan) e Gil Carrillo (A Martinez) lideraram uma força-tarefa na busca do psicopata. 

Este telefilme detalha o caso de uma forma competente, mesmo levando em conta as limitações das produções para a tv nos anos oitenta. A história é muito bem contada ao ser comparada com um recente documentário em que os verdadeiros detetives deram seus depoimentos. 

Além disso, Frank Salerno é considerado uma lenda por ter conseguido prender também os primos Bianchi e Buono, que eram os assassinos dos casos conhecidos como do “Estrangulador de Hillside” no final dos anos setenta.

Jogo Perverso (Blue Steel, EUA, 1990) – Nota 6
Direção – Kathryn Bigelow
Elenco – Jamie Lee Curtis, Ron Silver, Clancy Brown, Elizabeth Peña, Louise Fletcher, Philip Bosco, Kevin Dunn, Richard Jenkins, Mike Starr, Tom Sizemore, Matt Craven.

No primeiro dia como policial, Megan (Jamie Lee Curtis) se envolve em um tiroteio em um supermercado matando um criminoso. A princípio afastada do trabalho, pouco tempo depois ela é reintegrada como detetive temporária para trabalhar com o experiente Nick (Clancy Brown). O que seria a chance de uma carreira, aos poucos se torna um pesadelo quando um sujeito (Ron Silver) parece saber mais sobre o tiroteio no supermercado. 

A diretora Kathryn Bigelow dirigiu este longa antes da sua carreira decolar com “Caçadores de Emoção”, mesmo que na sequência tenha tido altos e baixos. A trama segue o estilo dos filmes de sociopatas dos anos oitenta e noventa, em que um personagem aparentemente comum atormenta a vida da ou do protagonista sem que as pessoas ao redor vejam a realidade. A atriz Jamie Lee Curtis tentava aqui migrar dos filmes de terror para um longa policial, porém com resultado apenas razoável.

Caça à Testemunha

 

Caça à Testemunha (In Plainview, Canadá, 2021) – Nota 7
Direção – Max Watterworth
Elenco – Aaron Douglas, Jesse Lipscombe, Shaun Johnston, Chantal Perron, Stafford Perry, Brady Roberts.

Após cumprir três anos de prisão, o policial corrupto Penner (Aaron Douglas) ganha a liberdade com o objetivo de se vingar de seu ex-parceiro que o delatou e que esconde uma fortuna em dinheiro sujo. 

Essa produção independente foca na clássica história policial da vingança entre criminosos e na ganância. Os vários personagens que se envolvem na trama são marginais. Além dos policiais corruptos, no elenco tem a golpista, o assassino profissional, o pequeno criminoso sem inteligência e até um padre picareta. 

Os diálogos afiados e a forma como a narrativa leva a um desfecho cínico são outros destaques. É um filme pequeno que vai agradar quem curte uma boa trama policial.

Sobreviventes - Depois do Terremoto & Em Ruínas

 

Sobreviventes – Depois do Terremoto (Konkeuriteu Yutopia, Coreia do Sul, 2023) – Nota 7,5
Direção – Tae Hwa Eom
Elenco – Lee Byung Hun, Park Seo Joon, Park Bo Young, Kim Sun Young, Park Ji Hu.

Um terremoto destrói Seul e somente um enorme edifício residencial fica em pé. A princípio, os sobreviventes vizinhos ao edifício são acolhidos no hall, porém com o passar dos dias os moradores decidem expulsar os “intrusos”, criando um conselho em que um sujeito (Lee Byung Hun) se torna uma espécie de delegado. Aos poucos, com a escassez de água e comida, começam a ocorrer conflitos internos cada vez mais violentos. 

Esta competente mistura de ficção, ação e drama acerta em cheio ao mostrar a reação das pessoas em momentos de crise e como o poder faz vir à tona o verdadeiro lado de cada um. A tensão crescente da narrativa, a forma como o diretor explora os espaços do edifício, a cidade em ruínas e as sequências de ação resultam em um longa bastante interessante.

Em Ruínas (Hwangya, Coreia do Sul, 2024) – Nota 7
Direção – Heo Myeong Haeng
Elenco – Ma Dong Seok, Lee Hee Joon, Kim Young Ah, Hao Feng, Roh Jeong Eui.

Na sequência inicial, um cientista desesperado está prestes a ser detido por agentes do governo quando um terremoto destrói a cidade de Seul. Algum tempo depois, os sobreviventes precisam se defender contra grupos armados que vivem no país sem lei. Uma dupla de amigos (Ma Dong Seok e Lee Hee Joon) descobre que o cientista está fazendo experiências com pessoas em um enorme condomínio dominado por uma milícia e decidem enfrentar a situação. 

Este agitado longa que mistura ação e ficção é uma espécie de sequência ou história paralela de “Sobreviventes – Depois do Terremoto” que foi produzido no ano anterior. O mesmo terremoto dá início a história e o edifício da batalha na parte final é a locação principal do filme anterior. Algumas teorias citam que o evento inicial não seria um terremoto, mas a colisão de um meteoro com a Terra. 

O longa tem diversas sequências de ação e pitadas de comédia, com destaque para o protagonista Ma Dong Seok que está se transformando em um Schwarzenegger sul-coreano, sempre interpretando o sujeito durão bom de briga. É um filme que vai agradar quem gosta do estilo.

Na Mira do FBI

 

Na Mira do FBI (The Siege at Ruby Ridge, EUA, 1996) – Nota 6,5
Direção – Roger Young
Elenco – Randy Quaid, Laura Dern, Kirsten Dunst, Darren E. Burrows, G.W. Bailey, Bradley Pierce, Gary Graham, August Schellenberg, Diane Ladd, Tracy Griffith, Nicholas Pryor.

Em 1992, o casal Randy (Randy Quaid) e Vicki Weaver (Laura Dern) vive com os filhos em uma casa isolada no alto de uma montanha conhecida como Ruby Ridge em Idaho. Religiosos fanáticos e paranoicos em relação ao governo, o casal se envolve com um grupo extremista. 

Mesmo não tomando qualquer ação efetiva, Randy se torna alvo de agentes do FBI e do ATF (Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos) e ao se negar a comparecer no tribunal, termina entrando na lista de foragidos. Uma ação atrapalhada de US Marshals dá início a um violento cerco à casa da família de Randy. 

Esta minissérie em dois episódios detalha a polêmica história real que deixou mortes e uma enorme mancha nos órgãos governamentais envolvidos na ação. É o tipo de história que não tinha inocentes, ou melhor, somente as crianças eram inocentes. 

A série acerta ao detalhar desde o casamento dos Weaver, passando pelas mudanças de vida que aos poucos os afastaram até de outros familiares até chegar ao conflito armado e o julgamento. Destaque para a atuação do casal e de uma ainda adolescente Kirsten Dunst interpretando a filha mais velha. 

Vale citar que o ocorrido aqui influenciou outra tragédia envolvendo o ATF e o FBI em 1996, no caso do cerco à fazenda de Waco.

Valan - Vale dos Anjos

 

Valan – Vale dos Anjos (Valan, Hungria, 2019) – Nota 7,5
Direção – Béla Bagota
Elenco – Csaba Krisztik, András Hatházi, Gábor Tollas, Júlia Nyakó, László Mátray.

Valan, interior da Romênia, 1989. No dia em que uma revolta popular derruba o governo do ditador Nicolae Ceausescu e dá fim ao comunismo no país, uma adolescente desaparece. 

Vinte e dois anos depois, o corpo de uma garota é encontrado na região e o agora policial Peter (Csaba Krisztik), que é irmão da desaparecida, volta para sua cidade natal para ter certeza se é corpo da irmã. Peter termina encontrando uma situação ainda mais complexa. 

Este bom drama policial é mais um longa que mostra como o antigos países comunistas ainda sofrem com os problemas que ficaram enraizados. Cidades decadentes, infraestrutura precária, corrupção, comodismo de funcionários públicos e um misto de dureza e desconfiança nas relações pessoais. 

O filme tem um clima pesado potencializado pelas locações geladas e pelas descobertas desagradáveis que surgem no desenrolar da trama. É um filme bastante pessimista, comum no gênero policial das obras produzidas no leste europeu.

Um Conquistador em Apuros & Concorrência Desleal

 

Um Conquistador em Apuros (Cadillac Man, EUA, 1990) – Nota 6
Direção – Roger Donaldson
Elenco – Robin Williams, Tim Robbins, Pamela Reed, Fran Drescher, Zack Norman, Annabella Sciorra, Lori Petty, Paul Guilfoyle, Judith Hoag, Elaine Stritch.

Joey (Robin Williams) é um vendedor de carros que utiliza a conversa fiada para vender e também para conquistar mulheres. Em um certo dia em que precisa resolver vários problemas, entre eles atingir uma meta de vendas, Joey se vê no meio de uma enorme confusão quando um sujeito (Tim Robbins) invade o local armado acreditando que sua esposa tem um caso com ele. 

Essa comédia segue o estilo histriônico de Robin Williams, com diálogos rápidos e uma narrativa repleta de situações absurdas. Destaque também para maluco ingênuo e apaixonado pela esposa vivido por Tim Robbins. É a típica sessão da tarde dos anos oitenta e noventa.

Concorrência Desleal (Traveling Man, EUA, 1989) – Nota 5,5
Direção – Irvin Keshner
Elenco – John Lithgow, Jonathan Silverman, Margareth Colin, John Glover, Chynna Phillips, John M. Jackson.

Um veterano vendedor (John Lithgow) se sente ameaçado em perder o emprego quando um jovem (Jonathan Silverman) começa a disputar seus clientes de uma força agressiva, buscando vender mais para tirar o “concorrente” de sua frente. 

Essa comédia com pitadas de drama brinca com a questão dos conflitos entre gerações, quando o novo tenta atropelar o veterano que ele considera ultrapassado. Por ser uma produção para a tv, a história não se aprofunda, ficando entre poucos risadas e um drama fraco. Nem mesmo o bom ator John Litghow consegue salvar o filme.

Passei por Aqui

Passei por Aqui (I Came By, Inglaterra / EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Babak Anvari
Elenco – George MacKay, Hugh Bonneville, Percelle Scott, Kelly McDonald, Franc Ashman, Antonio AaKeel.

Dois jovens (George MacKay e Percelle Scott) invadem casas de pessoas ricas e picham a parede com a frase “Passei por Aqui”, em uma espécie de protesto contra o sistema. Uma determinada situação leva um dos jovens a invadir sozinho a casa de um juiz que renunciou ao cargo (Hugh Bonneville). Ele descobre algo sinistro e fica desesperado para decidir qual atitude tomar. 

Este longa tem um roteiro recheado de contradições. Ao mesmo tempo em que apela para os clichês de filmes de suspense e tem uma trama com uma solução previsível, o roteiro também leva alguns personagens a um destino diferente do habitual deste tipo história. O protagonismo muda de mãos com o desenrolar da trama, o que é uma boa sacada. É um filme com falhas, mas que no final entrega o que promete.