quarta-feira, 22 de abril de 2020

Ao Pó Voltará & O Décimo Homem


Ao Pó Voltará (To Dust, EUA, 2018) – Nota 6,5
Direção – Shawn Snyder
Elenco – Géza Rohrig, Matthew Broderick, Sammy Volt, Leo Heller, Bern Cohen.

Após a morte da esposa, o judeu ortodoxo Shmuel (Géza Rohrig) fica atormentado para entender como funciona a decomposição do corpo. Sua interpretação da religião judaica o leva a acreditar que enquanto o corpo não se transformar totalmente em cinzas, a alma de sua esposa estará sofrendo. 

Buscando respostas, ele encontra o professor de ciências Albert (Matthew Broderick), que mesmo considerando as dúvidas do novo amigo como malucas, decide ajudar Shmuel em busca de uma resposta. 

Este curioso drama explora as contradições da religião através do protagonista que não pensa duas vezes em cometer pecados para “salvar a alma da esposa”. Esta busca leva a dupla principal a situações que variam entre o bizarro e o patético, de uma forma que faz o espectador rir dos absurdos. 

Demorei um pouco para lembrar que Géza Rohrig é o ator húngaro que protagonizou o angustiante “O Filho de Saul”. Ele entrega uma sensível interpretação, enquanto Matthew Broderick cria seu personagem com pitadas de cinismo e ironia. 

É um filme também sobre a solidão, no caso do professor e sobre amizade entre pessoas completamente diferentes, indicado para quem gosta de obras que fogem do lugar comum.

O Décimo Homem (El Rey del Once, Argentina, 2016) – Nota 6
Direção – Daniel Burman
Elenco – Alan Sabbagh, Julieta Zylberberg, Usher Barilka, Elvira Onetto.

Ariel (Alan Sabbagh) é um economista argentino de origem judaica que vive há muitos anos em Nova York.

Tendo deixado de lado suas origens, ao voltar para Buenos Aires a passeio para reencontrar o pai (Ariel Barilka) e a tia (Elvira Onetto), ele sente um enorme choque cultural ao chegar no bairro judaico onde nasceu, local conhecido como Once. 

Ariel também se sente atraído por Eva (Julieta Zylberberg), que decidiu aderir a religião ortodoxa, parando de falar e não aceitando ser tocada. 

O roteiro escrito pelo diretor Daniel Burman tem como ponto principal a redescoberta pelo protagonista de um tipo de vida que havia abandonado. O roteiro não se aprofunda em explicar se ele enfrenta problemas ou o que passou fora do país, o único fato citado é uma relação que parece em crise com um namorada em Nova York. 

O grande objetivo do diretor foi mostrar um pouco da vida da comunidade judaica em Buenos Aires, através da ajuda que proporcionam uns aos outros, da tradições religiosas, familiares e gastronômicas. Em uma semana, o protagonista volta a sentir prazer em coisas que ele considerava arcaicas. 

No geral é um filme diferente, com situações curiosas e uma desenvolvimento apenas regular. 

2 comentários:

Liliane de Paula disse...

Que resenha maravilhosa, Hugo.
Deu vontade de assistir o filme.
Vou anotar.
Lembrei que no bairro que minha prima morava em Oakhurt, New Jersey, é um bairro de tradição judaica.
Muito interessante era vê-los nos finais de semana, quando estive por lá.
Bjs,

Hugo disse...

Liliane - Os dois filmes focam nos hábitos e tradições judaicas.

Bjs