O Novíssimo Testamento (Le Tout
Nouveau Testament, Bélgica / França / Luxemburgo, 2015) – Nota 7,5
Direção – Jaco Van Dormael
Elenco – Benoit Poelvoorde, Phil
Groyne, Catherine Deneuve, François Damiens, Yolande Moreau.
Deus (Benoit Poelvoorde) vive em
Bruxelas na Bélgica. Ao invés de misericordioso como acreditam os religiosos, ele é
um sujeito cruel que trata mal a esposa (Yolande Moreau) e a filha
pequena Ea (Phil Groyne), além de culpar seu filho Jesus Cristo pela sua
própria morte. Deus passa os dias de roupão, ofendendo a família e manipulando
a vida das pessoas através de mensagens enviadas por um velho computador.
Inconformada
com as atitudes do pai, Ea decide enviar uma mensagem via celular para todas as
pessoas na Terra informando o dia em que cada um morrerá. Em seguida, ela mesma decide
sair de casa e procurar seis novos apóstolos. Revoltado, Deus segue a filha sem
saber as consequências que terá de enfrentar.
O roteiro escrito pelo diretor
Jaco Van Dormael (“Sr. Ninguém”) em parceria com Thomas Gunzig faz uma crítica
ácida a fé cega e coloca em questionamento porque as pessoas aceitam uma vida
de sofrimento acreditando que este é o seu destino. A partir do momento que a
pessoa sabe que terá um determinado tempo de vida marcado, ela muda suas
atitudes e a forma de olhar para o mundo.
É interessante também a forma como
Deus manipula as pessoas através de leis idiotas que ele cria apenas para se
divertir. Sabe quando algo acontece e não acreditamos por ser um azar enorme?
Este filme diz que é apenas uma pegadinha de Deus.
Apesar da fantasia fazer
parte da trama, algumas situações são estranhas demais, como o peixe falante e
o gorila apaixonado. Esse flerte com o surreal fazer o filme perder alguns
pontos.
Vale destacar a sensível interpretação da garotinha Phil Groyne, que
narra a história e que deseja escrever um novo testamento com a ajuda de um velho
morador de rua, que por sinal fica sem saber quando irá morrer porque não tem
celular.
É um longa que vale ser visto pela extrema originalidade e pela
coragem de brincar com um tema sagrado para muitas pessoas.
3 comentários:
Maravilhoso, originalíssimo! Adoro o humor de Benoît Poelvoorde <3
Não conheço diretor nem os atores, o que não é novidade(risos).
Mas, achei a história estranha e gostei da imagem de um deus cruel.
Porque além de não acreditar nessa figura, acho que as pessoas, que acreditam, não veem como "ele" é cruel.
E vc deu uma boa nota, achei.
Marília - A originalidade é o ponto principal.
Liliane - O foco do roteiro é mostrar que Deus por não ser tão bonzinho como muitas pessoas acreditam.
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