Garota Exemplar (Gone Girl, EUA, 2014) – Nota 8
Direção – David Fincher
Elenco – Ben Affleck, Rosamund Pike, Neil Patrick Harris,
Tyler Perry, Carrie Coon, Kim Dickens, Patrick Fugit, David Clennon, Lisa
Banes, Missi Pyle, Sela Ward, Emily Ratajkowski, Casey Wilson.
No dia em que completa cinco anos de casamento, Nick Dunne
(Ben Affleck) chega em casa, vê alguns objetos quebrados e descobre que sua
esposa Amy (Rosamund Pike) sumiu. Com o passar dos dias e o surgimento de
algumas pistas, Nick se transforma no maior suspeito de ter sequestrado ou até
mesmo assassinado a esposa. Esta situação é apenas a premissa de uma intrincada
trama repleta de mentiras, onde o foco principal é o jogo de aparências.
Mesmo
não alcançando o mesmo nível de qualidade de trabalhos como “Zodíaco”, “Clube
da Luta” e “O Curioso Caso de Benjamin Button”, o diretor David Fincher
consegue transpor para as telas de forma competente o roteiro do escritor
Gillian Flynn, que é baseado em seu próprio livro.
A enorme quantidade de
detalhes, as reviravoltas da trama e a complexidade dos personagens são os
pontos altos do filme. O jogo das aparências que citei é retratado pelo
casamento entre Nick e Amy, pela falta de caráter dos jornalistas (em especial
Missy Pyle e Sela Ward), pelos hipócritas pais de Amy (David Clennon e Lisa
Banes), pelo advogado de defesa metido a celebridade (Tyler Perry) e pela
investigação policial contaminada pela mídia, com exceção da detetive
interpretada por Kim Dickens, que junto com Carrie Coon, que faz a irmã de Affleck,
são as duas personagens que tentam manter a integridade em meio as mentiras.
Vale
destacar ainda o casal principal, com Ben Affleck acertando no tom ao interpretar um sujeito de caráter duvidoso, que tenta esconder os sentimentos
durante a investigação, enquanto a bela inglesa Rosamund Pike tem seu melhor
momento na carreira ao criar a complexa Amy, papel que pode lhe render uma
indicação ao Oscar.
O filme perde um pouco na meia-hora final, quando o jogo de
aparências atinge o limite, com situações que chegam a irritar o espectador
pela falta de caráter dos personagens e principalmente a falta de coragem de um
personagem específico.
6 comentários:
Gostei de todo o filme, ao contrário de ti, e achei toda a parte final surpreendente e altamente cínica. Se Pike não se tornar uma grande estrela depois dessa performance incrível, o mundo provará que não funciona direito!
Particularmente gostei do filme inteiro, e muito disso em função das inúmeras reviravoltas. Fincher é ótimo nesse quesito, embora seu trabalho sempre nos apresenta mais qualidades a cada produção.
abraço
Gustavo - Eu entendi o objetivo de Fincher com o final, mas achei irritante a forma como age ou deixar de agir o personagem de Affleck.
Marcelo - Fincher tem uma belíssima carreira, é um melhores diretores que surgiram nos últimos vinte anos.
Abraço
Entendo quando você fala que a parte final irrita, mas acho que isso faz parte do jogo e não consideraria exatamente algo ruim. É um filme feito para nos tirar do conforto mesmo.
bjs
Amanda - Eu entendi a proposta do diretor quanto ao final, realmente é para incomodar o espectador.
Bjos
eu tb gostei muito desse filme. beijos,pedrita
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