Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (Brasil, 2014) – Nota 7,5

Direção – Daniel Ribeiro

Elenco – Ghilherme Lobo, Fabio Audi, Tess Amorim, Eucir de Souza, Lúcia Romano, Selma Egrei, Isabela Guasco.

Léo (Ghilherme Lobo) é um adolescente cego que tem Giovana (Tess Amorim) como sua melhor amiga. A garota que o acompanha todo o dia da escola para casa, também o defende de outros garotos que praticam bullying por causa de sua deficiência. 

Léo sofre também com sua relação com a mãe (Lúcia Romano) que é superprotetora. Por outro lado, seu pai (Eucir de Souza) é uma pessoa mais flexível que procura entender o pensamento do filho, que na verdade deseja apenas levar uma vida normal. Quando chega à escola o garoto Gabriel (Fabio Audi), este faz amizade com Léo e Giovana, criando um inusitado triângulo amoroso que abala a relação dos dois. 

O diretor Daniel Ribeiro filmou a mesma história como um curta em 2010, para posteriormente ampliar o roteiro e transformá-lo neste sensível longa. A trama não tem grandes novidades, segue o estilo dos dramas românticos sobre amores proibidos e a descoberta da sexualidade em adolescentes, o que chama a atenção é a relação que nasce entre os dois garotos e o tão falado beijo gay. 

O diretor não apela para exageros ou esteriótipos, pelo contrário, a história flui de modo normal, com simplicidade, contando com a ajuda das atuações do trio central, principalmente do excelente Ghilherme Lobo, que chega a assustar pelo realismo ao interpretar o garoto cego, mesmo não tendo deficiência alguma de visão. 

Por outro lado, a escolha deste filme para disputa do Oscar me pareceu algo político, uma decisão para dar ênfase a diversidade e se mostrar politicamente correto. Mesmo sendo um bom filme, ele é inferior ao ótimo “O Lobo Atrás da Porta” e ao drama “Entre Nós”, longas que até mesmo pela temática teriam maiores chances de serem indicados entre os finalistas, o que não ocorreu com este, que já foi eliminado da disputa.