A Boa Mentira (The Good Lie, Quênia / Índia / EUA, 2014) –
Nota 7,5
Direção – Philippe Falardeau
Elenco – Reese Whiterspoon, Arnold Oceng, Ger Duany, Eammnuel
Jal, Corey Stoll, Kuoth Wiel, Sarah Baker, Femi Oguns.
De 1983 até 2005, o Sudão sofreu com uma sangrenta guerra
civil que deixou um número gigantesco de crianças orfãs, que ficaram conhecidas
como “as crianças perdidas do Sudão”, tema que rendeu uma famoso documentário
em 2003. Este drama ficcional do canadense Philippe Falardeau, utiliza esta
terrível história como premissa.
O longa é dividido em duas partes, começando
nos anos oitenta numa pequena vila no sul do Sudão, quando soldados invadem o local com
o objetivo de assassinar todos os moradores. Um grupo de crianças consegue
escapar e inicia uma jornada de milhares de quilômetros no deserto em direção a
Etiópia a princípio e depois para o Quênia, enfrentando fome, sede, animais
selvagens e soldados. São pouco mais de meia-hora de duração que parecem demorar
horas, não por ser um filme ruim, mas pelo sofrimento e a violência enfrentada
pelas crianças. É de amolecer o coração do sujeito mais duro.
A segunda parte
se passa treze anos depois, em 2001, quando quatro sobreviventes daquela
jornada, que moram num acampamento, são escolhidos para viverem nos Estados
Unidos como refugiados. A partir daí a trama foca nas dificuldades de adaptação
dos amigos ao novo país e principalmente com a nova cultura, além dos traumas
que carregam pelo sofrimento que passaram, porém sem apelar para exageros.
A
personagem de Reese Whiterspoon surge como a responsável por ajudá-los a
conseguir emprego e aos poucos cria um forte laço de amizade.
Mesmo com alguns
dramas, a parte final é mais leve, resultando até em sorrisos em algumas
sequências.
Como informação, na fase adulta, os sudaneses são interpretados por
refugiados verdadeiros ou filhos destes que sofreram com a guerra no Sudão.
Entendo
que o objetivo do filme foi alcançado, equilibrar as emoções entre a tragédia e
a esperança, com a mensagem de que para enfrentar obstáculos é sempre melhor
estar acompanhado, além de mostrar a insanidade da guerra.
4 comentários:
Coincidência, acabei de ver o filme no Netflix, rsrs. Só que lá o nome está Uma Boa Mentira, estava procurando pra ver afinal como ficou o nome aqui no Brasil e continuo confusa, o imdb diz Uma Boa Mentira também, mas em outros site e até na foto que você colocou do Blu-ray tá A boa mentira.
De qualquer maneira, o filme atinge seu objetivo mesmo, tenho algumas questões em relação a visão dos Estados Unidos e tal, mas é um filme interessante.
bjs
Amanda - Eu também fiquei em dúvida quanto ao título e escolhi colocar o que encontrei em alguns sites da net.
Realmente o filme tem uma visão americana da situação, mas isso não atrapalha o resultado, principalmente a triste primeira parte com as crianças.
Bjos
não sabia que tinha um documentário sobre essa trágica história. vou procurar. pena que focaram a promoção do filme na figura da reese que é muito coadjuvante e mal aparece. mas entendo q o filme só seria visto, principalmente nos estados unidos, se tivesse esse recurso. beijos, pedrita
Pedrita - É normal as histórias serem "adaptadas" de uma forma para atingir um público maior.
Bjs
Postar um comentário