terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Madadayo

Madadayo (Madadayo, Japão, 1993) – Nota 7,5
Direção – Akira Kurosawa
Elenco – Tatsuo Matsumura, Kyoko Kagawa, Hisashi Igawa, Joji Tokoro, Masayuki Yui, Akira Terao.

No Japão, em 1943, o professor Uchida (Tasuo Matsumura) anuncia para seus alunos que abandonará o magistério para seguir a carreira de escritor. Em seguida, Uchida transforma sua casa num local de encontro com seus ex-alunos, que o reverenciam como um mestre. 

Quando Uchida comemora o aniversário de sessenta anos com os alunos, seu bairro é bombardeado pelos aliados e sua casa destruída. Ao lado da esposa (Kyoko Kagawa), o professor passa a viver em um casebre, porém seus antigos alunos jamais o abandonam. Eles ajudam a reconstruir sua casa e todo ano comemoram com grande festa o aniversário do mestre. 

Este sensível longa foi o último trabalho do diretor Akira Kurosawa, que na época já estava com oitenta e três anos. O roteiro escrito pelo próprio diretor contempla pequenas situações ligadas a difícil época do pós-guerra na Japão. Por quase todo o filme vemos escombros das casas destruídas na guerra, em outra sequência um sujeito rodeado de capangas tenta comprar um terreno vizinho à casa do professor de uma forma agressiva, numa alusão a ação da Yakuza. 

Apesar destes pequenos detalhes negativos sobre o pós-guerra, o ponto principal é o respeito com que os ex-alunos tratam seu professor, quase uma relação de pai e filhos, algo que com certeza se perdeu no Japão atual. 

O filme perde um pouco o ritmo na arrastada e longa sequência do gato desaparecido, situação que tem até uma explicação, mas que não deixa de ser uma falha. 

Vale destacar também as festas de aniversário e a brincadeira em que os alunos gritam “Madakai?” (“Pronto?”) e o velho professor responde “Madadayo!” (“Ainda não?”), significando que ele continua forte para mais um ano de vida. 

Apesar dos críticos considerarem um filme menor em comparação com o restante da carreira de Kurosawa, o longa vale a sessão pela sensibilidade da relação entre professor e alunos,

2 comentários:

Pedrita disse...

adoro o kurosawa, mas esse não vi. beijos, pedrita

Hugo disse...

Pedrita - É um filme sensível que vale a sessão.

Bjos