Maradona by Kusturica (Maradona by Kusturica, Espanha /
França, 2008) – Nota 6,5
Direção – Emir Kusturica
Documentário
Entre 2005 e 2007, o diretor sérvio Emir Kusturica
entrevistou em várias oportunidades o jogador argentino Diego Armando Maradona
para montagem deste documentário.
Intercalando os depoimentos com imagens dos
belos gols do jogador, cenas da conturbada vida pessoal, incluindo algumas
internações e a relação com a ex-esposa Claudia Villafane, o resultado é um doc
irregular, que lembra as entrevistas especiais de tv, aquelas em que alguma
“celebridade” faz revelações sobre sua vida.
Fica clara a
admiração de Kusturica pelo personagem Maradona e também a amizade que surgiu
entre os dois. Maradona sente-se a vontade para falar do problema com as
drogas, cita que sem o vício teria feito uma carreira ainda mais
vitoriosa, assim como demonstra seu sentimento de culpa por não ter sido um pai
presente, sem contar as críticas a Fifa e seus presidentes Blatter e João
Havelange.
Se nestes casos ele tem razão nas palavras, por outro lado sua
admiração por ditadores como Fidel Castro, Evo Morales e Hugo Chavez, além de
Che Guevara, é extremamente ingênua, assim como ódio que sente pelos
americanos. Ele tenta se mostrar um defensor do povo, porém há décadas vive
como uma celebridade, o que demonstra uma atitude semelhante as pessoas que se
dizem de esquerda, mas que aproveitam todas as benesses do capitalismo.
Kusturica
ainda mostra em várias sequências a ridícula Igreja Maradoniana, religião
criada por fãs do jogador que inventaram celebrações de casamento e batizados
baseados no feitos de Maradona dentro do campo.
Como o próprio Kusturica cita
perto do final do doc, apesar de ter conversado várias vezes com Maradona, fica
difícil descobrir que ele realmente é.
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