sábado, 13 de dezembro de 2014

Retratos de Família & Retratos de uma Realidade



Retratos de Família (Junebug, EUA, 2005) – Nota 7,5
Direção – Phil Morrison
Elenco – Embeth Davidtz, Alessandro Nivola, Ben McKenzie, Amy Adams, Scott Wilson, Celia Weston, Frank Hoyt Taylor

Madeleine (Embeth Davidtz) é uma marchand de sucesso que vive em Chicago e que se casou com George (Alessandra Nivola) uma semana após conhecê-lo. Quando ela tem a missão de visitar um excêntrico pintor que vive no sul do país, George aproveita para levá-la a Carolina do Norte para conhecer sua família. O que a sofisticada Madeleine não esperava era encontrar uma família disfuncional que a visse com desconfiança, além é claro da diferença de costumes. 

A mãe de George (Celia Weston) não faz questão alguma de agradar, o pai (Scott Wilson) é um sujeito calado e distante, o irmão (Ben McKenzie) é um jovem bruto que parece ter raiva de tudo, inclusive da namorada Ashley (Amy Adams) que está grávida. A pobre Ashley é uma jovem carente ao extremo, que vê em Madeleine a chance de ter uma amiga ou uma irmã mais velha. 

O roteiro mistura o choque de culturas com a dificuldade de relacionamentos, causando situações constrangedoras por causa da falta de diálogo e da intolerância em entender o outro. Todos os integrantes da família carregam frustrações. A própria Madeleine se mostra esnobe em algumas situações e descobre da pior forma possível que não conhece seu marido, já que o casamento ocorreu muito mais pelo sexo e a paixão do que por amor. 

Como informação, a ótima interpretação da bela Amy Adams rendeu uma indicação ao Oscar. 

O resultado é um drama triste sobre ressentimentos e dificuldade de comunicação.

Retratos de uma Realidade (Cross Creek, EUA, 1983) – Nota 7
Direção – Martin Ritt
Elenco – Mary Steenburgen, Rip Torn, Peter Coyote, Dana Hill, Malcolm McDowell, Alfre Woodard, Joanna Miles, Jay O. Sanders.

Nos anos trinta, a escritora Marjorie Kinnan Rawlings (Mary Steenburgen) abandona a vida urbana de Nova York para morar em uma área rural na Flórida chamada Cross Creek. Sendo uma mulher independente e com pensamentos avançados para época, sua presença é vista com surpresa pela população local, ainda mais quando faz amizade com uma jovem negra (Alfre Woodard) e se envolve com um sujeito (Peter Coyote). 

Baseado na vida real da escritora, este sensível longa toca em temas como preconceito e intolerância, além do inevitável choque cultural entre as ideias liberais da mulher independente e a sociedade machista do local. 

Vale destacar também a ótima interpretação de Mary Steenburgen, que na era casada com Malcolm McDowell, que aqui tem um papel de coadjuvante. Hoje a atriz está casada com o astro de tv Ted Danson.

Hoje praticamente esquecido, o diretor Martin Ritt deixou uma bela carreira com várias obras em que a crítica social era o ponto principal, fato que o fez ser perseguido na época do Macartismo. Entre seus trabalhos se destacam “Hombre”, longa sobre um mestiço entre branco e índio interpretado por Paul Newman, “O Indomado”, novamente com Paul Newman interpretando um jovem rebelde, “Conrack” que tinha Jon Voight como um professor branco que aceitava lecionar numa comunidade de negros, “Testa-de-Ferro por Acaso” que era uma paródia sobre a perseguição que ele mesmo sofreu em Hollywood e seu principal sucesso, o drama “Norma Rae” em que Sallt Field interpreta uma personagem real que se tornou sindicalista e lutou contra a indústria têxtil no Alabama. Martin Ritt faleceu em 1990 e agora em 2014 faria cem anos se estivesse vivo.

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