Serra Pelada (Brasil, 2013) – Nota 7
Direção – Heitor Dahlia
Elenco – Juliano Cazarré, Júlio Andrade, Wagner Moura, Sophie
Charlotte, Matheus Nachtergaele.
No início de 1980, alguns poucos garimpeiros encontram ouro
no local conhecido como Serra Pelada no interior do Pará. O fato é divulgado
pela mídia para todo o Brasil, dando início a uma verdadeira corrida do ouro.
Neste cenário, o professor desempregado Joaquim (Júlio Andrade) deixa a esposa
grávida em São Paulo e junto com o amigo Juliano (Juliano Cazarré) segue para o
garimpo com objetivo de enriquecer. Não demora para a dupla comprovar que
existe muito ouro no local, mas também descobrir que estão em uma região
praticamente sem lei, onde terão de enfrentar a violência dos garimpeiros concorrentes
e também de sujeitos poderosos.
O garimpo de Serra Pelada foi um dos
acontecimentos mais malucos da história do Brasil das últimas décadas, fato que
por si só teria potencial para render um grande filme, mas infelizmente o
roteiro do diretor Heitor Dahlia em parceria com Vera Egito é totalmente
previsível, o que faz o longa perder pontos. A trama segue a cartilha das
produções policiais de Hollywood, com direito a traições e reviravoltas que qualquer
cinéfilo descobrirá bem antes de acontecer.
Por outro lado, a produção é
caprichada, com direito a uma ótima reconstituição da vila onde os garimpeiros
gastavam seus ganhos com bebida e prostitutas e do próprio garimpo em Serra
Pelada, misturando cenografia com imagens reais dos anos oitenta.
O elenco e o
desenvolvimento dos personagens também apresentam altos e baixos. A atuação de
Juliano Cazarré é exagerada em alguns momentos, enquanto Júlio Andrade, que
narra a história também, atua com competência, mesmo que seu personagem se
transforme quase num coadjuvante em boa parte do filme.
A atriz global Sophie
Charlotte surpreende em um papel difícil, inclusive nas cenas mais ousadas,
enquanto o grande destaque fica por conta da pequena participação de Wagner
Moura, que também é um dos produtores do filme, como o cínico e violento Lindo Rico. O ator rouba a cena em todas as
vezes que aparece, seja na sequência do bar, na conversa em um corredor com o
personagem de Júlio Andrade e na cena em que humilha um delegado.
Entre erros e
acertos, o resultado é um filme mediano que infelizmente não explorou todo o
potencial do tema.
4 comentários:
Mediano, mesmo. E Júlio Andrade pode não estar ruim, mas seu personagem é fraco, não gera a empatia necessária para embarcarmos na trama.
bjs
Conferi esse longa somente esses dias. Particularmente gostei muito se comparado a outros filmes nacionais que andei assistindo recentemente. Gosto do trabalho do Cazarré desde "360", como em sua passagem pela televisão. Com certeza ele exibe certo exagero nesse longa um pouco desequilibrado e que causa alguma estranheza. Mas no geral gostei do filme.
abraço
O longa em si eu não pude ver, mas vi alguns trechos na "série" da Globo. Mas gostei do que vi, depois vou conferir o longa!
Abraço.
Amanda - É um personagem que destoa em meio a mundo violento retratado no filme.
Marcelo - Realmente o filme não é ruim, mas o tema "Serra Pelada" tinha potencial para algo melhor.
André - A versão que passou na Globo eu não vi para comparar.
Abraço
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