Separados por vinte e seis anos, estas duas produções tem como protagonistas personagens que largaram uma carreira formal pelo prazer de trabalhar de bicicleta pelas ruas de uma grande cidade. Mesmo sendo filmes irregulares, os dois deixam nas entrelinhas a mensagem de que ser feliz fazendo o gosta é melhor do que ganhar muito dinheiro sendo infeliz.
Perigo por Encomenda (Premium Rush, EUA, 2012) – Nota 6,5
Direção – David Koepp
Elenco – Joseph Gordon Levitt, Michael Shannon, Dania
Ramirez. Wolé Parks, Aasif Mandvi, Jamie Chung, Christopher Place, Henry O.
Wilee (Joseph Gordon Levitt) abandonou a faculdade de
direito para trabalhar como entregador, desafiando os limites do trânsito com
sua bicicleta sem freios. Seu jeito arriscado de viver está afastando sua namorada
Vanessa (Dania Ramirez), que é cortejada por um rival de Wilee no trabalho
(Wolé Parks). Quando Wilee é chamado pela colega de quarto de sua namorada, a
chinesa Nima (Jamie Chung), para entregar um envelope em Chinatown, sua vida começa
realmente a correr perigo, pois ele passa a ser perseguido por um detetive
corrupto (Michael Shannon), que deseja conseguir a todo custo as informações
contidas no envelope.
O diretor e roteirista David Koepp (“Ecos do Além”, “A
Janela Secreta” e a série “Hack”) apresenta uma interessante premissa, ao criar uma trama policial repleta de perseguições com bicicletas em Nova York durante
um dia ensolarado.
A primeira hora do filme prende a atenção pela ritmo ágil da
narrativa e a correria pela cidade, sempre dando ênfase as “rotas de fuga”, seja
através dos mapas digitais no celular do personagem de Joseph Gordon Levitt ou
no traçado que surge na tela sobre a imagem da cidade. O problema surge na
meia-hora final, após a trama chegar na sequência que é mostrada na cena
inicial, algo comum nas produções atuais, o diretor começa o longa com uma
imagem que poderia ser o climax, mas que na realidade é algo que ocorre no meio
da história. No caso deste filme o problema está nesta escolha.
Se até aquele
momento o diretor brinca com o tempo dos acontecimentos, mostrando algumas
sequências fora da ordem cronológica para dar uma sensação de complexidade a trama,
a partir desta cena o absurdo toma conta do filme. As sequências finais que
envolvem o depósito da polícia e a chegada em Chinatown se mostram forçadas e
repletas de furos. Fica a sensação de que algumas perseguições a menos e um
final mais bem trabalhado resultaria num longa muito melhor.
Quicksilver – O Prazer de Ganhar (Quicksilver, EUA, 1986) –
Nota 5,5
Direção –Tom Donnelly
Elenco – Kevin Bacon, Jami Gertz, Paul Rodriguez, Rudy
Ramos, Laurence Fishburne.
Jack Casey (Kevin Bacon) é um corretor que após fazer um
investimento arriscado perde uma fortuna na Bolsa de Valores. Falido e deprimido
com a carreira, Jack decide mudar a vida de forma radical e começa a trabalhar
como entregador para uma empresa que utiliza bicicletas para fugir do trânsito
de San Francisco. A escolha de Jack é reprovada por seus pais e pela namorada.
No novo emprego ele faz amizade com Hector (Paul Rodriguez) e se envolve com
Terri (Jami Gertz), fato que o faz entrar em conflito com outro entregador, o
estranho Voodoo (Laurence Fishburme assinando ainda como Larry).
Em parte o
roteiro tenta fazer uma crítica ao mundo dos yuppies em prol da liberdade de
escolha de cada um, mostrando que a felicidade está acima da riqueza. Por outro
lado, a narrativa é irregular e os conflitos enfrentados pelos personagens são totalmente previsíveis, no estilo dos filmes da Sessão da Tarde.
Vale destacar a
sequência de corrida de bicicletas entre os personagens de Bacon e Fishburne e
a presença de Jami Gertz, atriz teve alguns bons papéis anos oitenta (“A
Encruzilhada”, “Os Garotos Perdidos”) e que nos últimos vinte anos se
transformou em mera coadjuvante de seriados.
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