O cinéfilo com mais idade ou que gosta de garimpar filmes antigos e teve a chance de assistir ao interessante "Caçador de Morte" de Walter Hill, com certeza se lembrou deste longa ao ver o recente "Drive" com Ryan Gosling.
São filmes diferentes no estilo, mas fica claro que o diretor Nicolas Winding Refn utilizou a premissa do longa de Walter Hill como inspiração para seu trabalho.
Drive (Drive, EUA, 2011) – Nota 7,5
Direção –
Nicolas Winding Refn
Elenco –
Ryan Gosling, Carey Mulligan, Bryan Cranston, Albert Brooks, Oscar Isaac,
Christina Hendricks, Ron Pearlman.
Um jovem (Ryan Gosling) trabalha como dublê e ao mesmo tempo
na oficina mecânica de Shannon (Bryan Cranston), que por conhecer a habilidade
do garoto no volante, as vezes consegue um trabalho extra como piloto de fuga.
O garoto segue algumas regras e não se envolve nos roubos, apenas ajuda os
bandidos a fugirem. Seu jeito frio de agir sofre um abalo quando ele conhece a
jovem Irene (Carey Mulligan), sua vizinha que tem um filho pequeno e espera o
marido (Oscar Isaac) sair da cadeia. Os dois se envolvem, porém quando o marido
volta para casa o romance esfria, e para piorar, bandidos ameaçam o sujeito,
Irene e o filho, fato que faz o garoto tomar uma complicada decisão para tentar
ajudá-los.
Muito elogiado pela crítica, este longa mostra que o diretor
dinamarquês Nicolas Winding Refn tenta impor um estilo próprio, que funciona em
parte, mas que na minha opinião deixa um pouco a desejar na frieza em que é
tratada a relação entre o os personagens de Gosling e Carey Mulligan. Alguns
momentos de silêncio demorado entre os diálogos do casal chega a incomodar.
Por
outro lado, a trama é interessante, assim como o desenvolvimento do personagem
de Ryan Gosling, que tem atitudes frias, estando quase para um psicopata
silencioso, até que encontra um pouco de vida na relação com a vizinha e seu
filho.
Outro acerto foi entregar o papel do violento mafioso ao comediante
Albert Brooks, ator conhecido por dirigir, escrever e atuar em comédias sobre
relacionamentos, que chegou a ser chamado de “Woody Allen de Los Angeles” nos
anos noventa e que aqui tem uma marcante atuação.
Não é um filme que chega a
empolgar, mas cumpre o papel de entreter e fazer o espectador pensar.
Caçador de Morte (The Driver, EUA, 1978) – Nota 7,5
Direção – Walter Hil
Elenco –
Ryan O'Neal, Bruce Dern, Isabelle Adjani, Ronee Blakley, Matt Clark.
Um motorista (Ryan O’Neal) especialista em dirigir para
assaltantes fugirem das cenas de crime, ganha fama nas ruas e chama a atenção
de um detetive corrupto (Bruce Dern), que fica obcecado em prender o
sujeito. O detetive chega a armar um falso assalto para tentar prender o
motorista, que por outro recebe a ajuda de uma perigosa jovem (Isabelle Adjani).
Este fio de história contado em estilo noir, é apenas um pretexto para várias
cenas de perseguição automobilística, quase todas pontuadas por barulho de
motores, derrapadas e batidas.
O então astro Ryan O’Neal interpreta o sujeito
misterioso e calado, enquanto seu oponente feito por Bruce Dern é o oposto. A
bela atriz francesa Isabelle Adjani teve aqui seu primeiro papel em Hollywood.
Como
curiosidade, os personagens não tem nomes, são chamados de “O Motorista”, “O
Detetive”, “A Jogadora”, entre outros.
Vale destacar a direção de Walter Hill,
sujeito marcado por uma carreira toda voltada para filmes policiais e de ação e
que no ano seguinte entregaria seu trabalho mais famoso, o hoje clássico “Warriors –
Os Selvagens da Noite”.
4 comentários:
Não vi o de Hill, e tampouco estava ciente da similaridade da premissa entre ele e o filme-cult do Refn (que considero estiloso, mas ao mesmo tempo repelente e, como vc escreveu, frio).
Gosto desses filmes mais antigos do gênero. Valeu pela lembrança.
Gustavo - O filme de Hill tem muitas cenas de perseguição e um fio de história, mas é competente.
Abraço
Drive é uma trama contagiosa. A outra dica, só pela capa já lembra Drive.
Lorena - O outro filme é antigo e quase esquecido, mas com certeza o diretor Refn assistiu e utilizou como inspiração para "Drive".
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